Diferença entre progressismo e modernismo
O progressismo substitui o modernismo porque duas das diferenças entre os dois é de época e pecado não-distintivo.
Por época entende-se o advento do relaxamento pelos milagres econômicos e a tecnologia. Esses fatores impulsionaram a revolução nas tendências que os modernistas queriam implementar.
A sensualidade foi levada pelas tecnologias que traziam as imagens, apoiada pelo relaxamento dos homens em vista do progresso financeiro da sociedade. Cria-se ter encontrado o homem um progresso como nunca houve. A secularização já havia se espalhado, e só bastaria que todos fossem da mesma classe para que todos desfrutassem desse paraíso terrestre, daí o comunismo.
Tanto o progressismo quanto o modernismo tem a pertinácia de querer transformar a Igreja de Cristo, esse é o pecado distintivo característico. Mas o progressismo tem o pecado não-distintivo da preguiça.
Vê-se distintivamente a pusilanimidade, a mundanice oriunda de um sensualismo preguiçoso nos movimentos neo-pentecostais tanto dentro como fora da Igreja. O modernismo tinha a idéia de imanentizar, o progressismo já está tão imanentizado que chegou aos abismos profundos da acídia e do agir pelas apetências.
O modernismo nunca viveu suas idéias como o progressismo. O último cavou uma fenda mais profunda no inferno, apelou aos mais baixos instintos do homem, para fazer deles o mapa guia para uma religiosidade. Ambos usam da malícia em vista de propagar seus ideais, só o progressista usa-a pelo amor á sensualidade. É claro, não se pode negar que tenha havido alguns modernistas assim também.
Só a grandeza de pensamento poderia tirar os homens dos mais inferiores impulsos, mostrá-lo como a contemplação tem cumes mais superiores que qualquer conforto, e mais vale morrer pela verdade do que pelo conforto.
Já em 1976, no apêndice do livro Revolução e Contra-Revolução, Plinio Corrêa havia percebido essa tendência, classificando-a como tribal.
"Nas tribos, a coesão entre os membros é assegurada sobretudo por um
comum pensar e sentir, do qual decorrem hábitos comuns e um comum querer. Nelas, a razão individual fica circunscrita a quase nada, isto é, aos primeiros e mais elementares movimentos que seu estado atrofiado lhe consente. “Pensamento selvagem”, pensamento que não pensa e se volta apenas para o concreto. Tal é o preço da fusão coletivista tribal. Ao pajé incumbe manter, num plano místico, esta vida psíquica coletiva, por meio de cultos totêmicos carregados de “mensagens” confusas, mas “ricas” dos fogos fátuos ou até mesmo das fulgurações provenientes dos misteriosos mundos da transpsicologia ou da parapsicologia. É pela aquisição dessas “riquezas” que o homem compensaria a atrofia da razão".
"A aversão ao esforço intelectual, notadamente à abstração, à teorização, ao pensamento doutrinário, só pode induzir, em última análise, a uma hipertrofia dos sentidos e da imaginação, a essa “civilização da imagem” para a qual Paulo VI julgou dever advertir a humanidade".