A nova fórmula do Crisma de Paulo VI é válida. Responde a Tradição Católica.



S. Tomás de Aquino, doutor angélico, rogai por nós!

E
xtraído de: "O Príncipe dos Cruzados: manual do tradicionalista contra-revolucionário: Bíblia, Papas, Santos e Teólogos (Volume II, 2a edição)".

Com a total reforma implementada no sopro do Concílio Vaticano II, praticamente todos os ritos de todos os sacramentos mudaram. Alguns suspeitaram da forma nova para o sacramento da crisma ou confirmação. É um problema simples, no qual não cabe dúvidas como alguns pouco instruídos em doutrina o fazem, habitualmente como consequência de uma quebra de confiança no clero, parasitado pelo progressismo, aliada a uma falta de humildade ante a doutrina milenar Católica, fazendo aquela pobre vítima desconfiar de qualquer mudança, preferindo um dos vários modos de cismas hodiernos. Eis a confusão que o progressismo quis semear. Quem mais lucra com essa confusão geral é o inimigo da salvação dos homens.

Resumo do problema

A forma tradicional do sacramento da confirmação era: 

“Eu te assinalo com o sinal da cruz, e te confirmo com o crisma da salvação. Em nome do Padre, e do Filho, e do Espírito Santo. Amém”.

A nova forma do novo rito para o sacramento da confirmação ficou assim:

“(Nome), recebe, por este sinal, o Espírito Santo, o Dom de Deus”.

Além disso, alguns alegam dúvidas na matéria do sacramento: a imposição de mãos, que foi suprimida, e o óleo, que agora pode ser óleo vegetal, dispensando o uso de bálsamo.

Resolução do problema da forma


Histórico dado pela Enciclopédia Católica (1908), mostrando que a mudança da forma (ou fórmula) sempre existiu no rito oriental:

"Quanto à forma das palavras, a maior variedade prevaleceu. As palavras acompanhando a imposição de mãos eram geralmente uma oração clamando para que Deus mandasse o Espírito Santo e conferisse nos neófitos os sete dons. No Sacramentário Gregoriano nenhuma palavra é assinalada na unção, mas é claro que a unção precisa ser dada em conexão com as palavras pertencentes à imposição de mãos. Onde palavras especiais eram assinaladas algumas vezes assemelhavam-se ao formulário Grego (signum Christi in vitam æternam, etc.), ou eram indicativas, como na presente forma (signo, consigno, confirmo), ou imperativas (accipe signum, etc), ou deprecatória (confirmet vos Pater et Filius et Spiritus Sanctus, etc.). Santo Isidoro é claramente a favor da oração: "Nós podemos receber o Espírito Santo, mas não dá-Lo: para que Ele possa ser dado, nós clamamos a Deus" (De Off. Eccl., II, c. xxvi in P.L., LXXXIII, col. 823)" [1].

Resolução do problema da matéria na questão da imposição de mãos

Histórico dado pela Enciclopédia Católica (1908):

"Houve muita discussão entre os teólogos sobre em que consistiria a matéria essencial desse sacramento. Alguns, como Aureolus and Petavius, alegaram que consistia na imposição de mãos. Outros, com S. Tomás, S. Roberto Bellarmino, e Maldonatus, mantiveram que era a unção com o crisma. De acordo com a terceira opinião (Morinus, Tapper) satisfazem tanto a unção, quanto a imposição de mãos. Finalmente, a visão mais aceita é a de que a matéria é a unção e a imposição de mãos conjuntas. A imposição, no entanto, não é aquela com a qual o rito começa, mas o impor de mãos no ato de ungir. Como Pedro Lombardo declara: Pontifex per impositionem manus confirmandos ungit in fronte (IV Sent., dist. xxxiii, n. 1; cf. De Augustinis, "De re sacramentaria", 2d ed., Rome, 1889, I)". [2].

Resolução do problema da matéria na questão do óleo

São Tomás de Aquino mostrando que o bálsamo é uma questão de preferência (o santo também fala de óleo de maneira genérica).

"A crisma é a matéria conveniente deste sacramento. Pois, como se disse, ele confere a plenitude do Espírito Santo para termos a força espiritual da idade perfeita. Ora, quando chegamos à idade perfeita, já começamos a comunicar com os outros pelos nossos atos, ao passo que antes como que vivíamos particularmente só para nós. Ora, a graça do Espírito Santo é significada pelo óleo; por isso a Escritura diz que Cristo foi ungido com o óleo da alegria, por causa da plenitude do Espírito Santo, que tinha. Por isso, é o óleo a matéria própria deste sacramento. Mas é misturado com o bálsamo por causa da fragrância do odor que este exala. Donde o dizer o Apóstolo: Somos o bom odor de Cristo. E embora haja muitas outras matérias odoríferas, contudo o bálsamo é preferido pela excelência do seu perfume e por ser incorruptível. Dai o dizer na Escritura: A minha fragrância é como a do bálsamo sem mistura" [3].

Por isso, é ruim trocar qualquer coisa por bálsamo, mas não invalida o sacramento.


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[1] Scannell, T. (1908). Confirmation. In The Catholic Encyclopedia. New York: Robert Appleton Company. Retrieved August 11, 2018 from New Advent: http://www.newadvent.org/cathen/04215b.htm
[2] Idem
[3] Suma Teológica, III, q.72, art.2, sol