O Novo Rito de sagração episcopal de Paulo VI favorece o protestantismo?

Rito Tradicional Católico Ucraniano de Sagração
Extraído de: "O Príncipe dos Cruzados" (volume II, 2a edição).

Neste artigo cabe analisar o que há de alheio à Tradição Católica no novo Rito de Sagração em comparação com o antigo. Já esclarecemos que os ritos novos de ordenação de padres e de sagração de bispos, instituídos por Paulo VI em Junho de 1968, são válidos:

O Novo Rito de ordenação de Paulo VI é inválido? Resposta contra os sede-vacantistas

O Novo Rito de Sagração de Paulo VI é inválido? Resposta contra os sede-vacantistas

A seguir analisamos os problemas no novo Rito de Sagração.

Supressões que favorecem o ecumenismo

Na parte das perguntas ao nomeado bispo, as perguntas sobre se ele “anatematizará toda heresia que surja contra a Santa Igreja Católica” e a pergunta sobre se se desviará do mal.

A parte de uma oração em que se pede para que o futuro bispo não chame de mal o que é bom e de bom o que é mal.

Supressões que diminuem a dignidade do Episcopado

A instrução do consagrante ao bispo eleito: ”Um bispo julga, interpreta, consagra, ordena, oferece, baptiza e confirma”.

A oração ao receber o báculo que fala em julgar e dar disciplina (junto com corrigir vícios).

Suprimiu-se a oração que designa o poder episcopal: "Dá-lhe, ó Senhor, as chaves do Reino dos Céus (...) tudo o que ele ligar sobre a terra, seja também ligado nos céus; e tudo o que desligar sobre a terra, seja também desligado nos céus. A quem ele retenha os pecados, ser-lhe-ão retidos, e perdoai os pecados a quem ele os perdoar (...) Concedei-lhe, ó Senhor, uma Sé episcopal (...)”. 

No lugar dessa última, fala-se de modo semelhante, mas breve em: "absolva de todo o vínculo segundo o poder que destes aos santos Apóstolos".

Supressões que diminuem o dever moral do Bispo

Nas perguntas ao nomeado, suprimiu-se a pergunta sobre observar e ensinar a sobriedade e a castidade, e a pergunta sobre se ater às coisas espirituais abstendo-se de coisas mundanas e ganhos sórdidos.

Também suprimiu-se a oração ao receber o báculo que fala em corrigir os vícios (junto com julgar e dar disciplina).

Supressão que afrouxa o dever de fé

Suprimiu-se que o futuro bispo confirme sua crença em cada um dos artigos do Credo.

Semelhante a essa parte, só se pode identificar a boa, mas curta pergunta: "Queres guardar íntegro e puro o depósito da fé, tal como foi recebido dos Apóstolos e conservado na Igreja sempre e em toda a parte?" [1].

Supressões de rituais solenes a ver com a solenidade do Episcopado

A unção da mão do bispo (no novo só a cabeça é ungida) e a bênção do anel e do báculo [2].

Partes substitutas são repetitivas e genéricas

Dentre as orações novas substitutas, uma é repetitiva, pois fala na mesma parte de novo sobre a fidelidade ao Sumo Pontífice, e outras duas são muito genéricas, pois falam em anunciar o Evangelho e cuidar do povo de Deus. Isso é mais um sinal de que não houve bom motivo para a mudança.

Problema liturgicista

Há uma tendência de voltar ao primitivo com a forma literal de Santo Hipólito, como mostrado no artigo anterior sobre a validade. Ora, Pio XII condenou este afã de voltar ao primitivo como erro (mas não como heresia) próprio do liturgicismo, sobre o qual já compilamos. Ademais, é notável a orientalização do Rito, em detrimento da Tradição Latina.

Conclusão

Isso tudo prova que o Rito é liturgicista, favorecedor do ecumenismo, e pior representante litúrgico da natureza do Episcopado em relação ao Rito Antigo. Por isso, tal Rito não pode ser aceito em consciência desses fatos, visto também também que é feito dentro de uma missa nova, a qual já mostramos ser favorecedora do protestantismo, e liturgicista.


Papas e tradição contra o liturgicismo pró altar-mesa, altar único, padre voltado ao povo, e oposto a imagens sagradas. Resposta a objeções

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[1] Pontifical Romano, "Ordenação dos Bispos...", Conferência Episcopal Portuguesa, terceira edição. Pg. 29. Link: http://www.liturgia.pt/pontificais/Ordenacoes.pdf
[2] Idem. Pg.23, no.28 f)