O amor conjugal — divórcio e sentimentalismo
Quem vê passar, em seu carro de cor risonha, o jovem – ou a jovem – desta era de lepidez, esporte e vitaminas, não achará que estamos a léguas do sentimentalismo?
O jovem é robusto, alegre, parece bem instalado na vida, cheio de senso prático e do desejo de vencer.
A jovem é desembaraçada, empreendedora, utilitária, muitas vezes ardida. Também ela está alegre, sente-se bem, e quer “aproveitar” a existência.
Que há nela de comum com a dama de gênero lacrimejante que comovia nossos avós?
Mas , a despeito de todo o utilitarismo, o terreno reservado ao sentimento continua muito considerável.
E, se analisarmos este “sentimento”, veremos que ele não é senão uma adaptação muito superficial dos velhos temas sentimentais.
A questão da estabilidade do convívio conjugal depende de saber até que ponto o interesse ou o sentimentalismo podem levar os cônjuges a se suportar mutuamente.
O sentimentalismo é essencialmente frívolo. Ele não perdoa trivialidades. De sorte que — para ir à carne viva da realidade é preciso exemplificar — um modo ridículo de roncar durante o sono, o mau hálito, qualquer outra pequena miséria humana enfim, pode matar inapelavelmente um sentimento romântico que resistiria às mais graves razões de queixa.
Ora, a vida quotidiana é um tecido de trivialidades, e não há pessoa que no convívio íntimo não as tenha mais ou menos difíceis de suportar.
E como o sentimentalismo, por essência e por definição, é todo feito de ilusões, de afetos descontrolados e hipotéticos, por pessoas que só se- riam possíveis no mundo das quimeras, a conseqüência é que em pouco tempo os sentimentos, que eram a única base psicológica da estabilidade do convívio conjugal, se desfazem.
Uma pessoa nestas condições não desce ao fundo das coisas, não percebe o que há de substancialmente irrealizável em seus anelos, e julga pura e simplesmente que se enganou.
Entende ela, pois, que ainda pode encontrar em outrem a felicidade que o casamento não lhe deu.
De onde o divórcio lhe parecer absolutamente tão necessário quanto o ar, o pão ou a água.
Em última análise, sentimentalismo é apenas egoísmo.
O sentimental não procura senão sua própria felicidade, e só concebe o amor na medida em que o “outro” seja instrumento adequado a torná-lo feliz.
Sobre o egoísmo nada se constrói... a família, menos ainda do que qualquer coisa.
É preciso pois mostrar a substancial diferença que vai da caridade cristã, toda feita de sobrenatural, de bom senso, de equilíbrio de alma, de triunfo sobre os desregramentos da imaginação e dos sentidos, toda feita de piedade e de ascese enfim, para o amor sensual, egoístico, feito de descontroles, de sentimentalismo romântico ainda tão em voga.
Enquanto a concepção sentimental influenciar implícita ou explicitamente a mentalidade dos nubentes, todo o casamento será precário.
Pois terá sido construído sobre o terreno essencialmente pegajoso, movediço, vulcânico, do egoísmo humano.
(Cap. VII À procura de almas com alma, Excertos do pensamento de Plinio Corrêa de Oliveira recolhidos por Leo Daniele, Edições Brasil de Amanhã, São Paulo, 1998)















Cor Mariae, espelho de todas as perfeições divinas, ora pro nobis.




Chefe da Casa Imperial de Orléans e Bragança.




São Pedro, Príncipe dos Apóstolos e Primeiro Papa, adornado em sua festa com o Mantum e a 


Humildade, elevação de alma e Catolicidade 
Zelo Zelatus Sum Pro Domino Deo Exercituum
