"Tão logo eclodiu a Revolução Sandinista, em 1979, o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira passou a tratar de vários de seus aspectos nas reuniões semanais dedicadas pela TFP à análise dos acontecimentos à luz da doutrina católica e do livro Revolução e Contra-Revolução (...)." Ali previu "ainda o Presidente do CN da TFP que as vibrações dessa propaganda não tardariam em chegar ao Brasil, dada a existência de uma ampla articulação posta em movimento pelos adeptos da Teologia da Libertação, em todo o continente."
Previsão confirmada
"Esta previsão foi confirmada de modo rotundo em fins de fevereiro de 1980, quando se realizou um encontro sigiloso de expoentes da "Teologia da Libertação" de 42 países, em Taboão da Serra (São Paulo), designado como Congresso Internacional Ecumênico de Teologia. Dele participaram 160 pessoas, entre as quais Bispos, Sacerdotes, Religiosas, leigos de ambos os sexos (pertencentes às Comunidades de Base) e pastores protestantes – todos conhecidos representantes da chamada "Teologia da Libertação". Foi Presidente honorário do Congresso o Sr. Cardeal D. Paulo Evaristo Arns, Arcebispo de São Paulo, e o tema geral Eclesiologia das Comunidades de Base.
(...) foi possível a "Catolicismo" publicar a substanciosa reportagem em número especial de julho/agosto de 1980, a qual focalizou especialmente a sessão de 28 de fevereiro, conhecida como Noite Sandinista.
Nas fotos se podia ver o auditório do TUCA (teatro da universidade católica de São Paulo) todo ocupado por uma platéia ululante, onde não faltavam os punhos cerrados (típica saudação comunista), sob os olhares comprazidos de religiosas em mini-hábito. Frei Betto, o conhecido dominicano condenado pela Justiça brasileira por sua participação na guerrilha urbana de Carlos Marighela, presidia a sessão. Ao seu lado, importantes figuras da Revolução Sandinista: o pró-homem da Junta, Daniel Ortega; o chanceler nicaragüense, Padre Miguel d'Escoto; o "capelão" da Revolução, Padre Uriel Molina, e mais três participantes da guerrilha sandinista. Todos fizeram discursos na ocasião." [1]
D. Pedro Casaldáliga recebe um uniforme de guerrilheiro sandinista: "eu me sinto, vestido de guerrilheiro, como me poderia sentir paramentado de padre"
"Em destaque, "Catolicismo" dava uma seqüência de fotos do ponto alto da noite: D. Pedro Casaldáliga recebendo um uniforme de guerrilheiro sandinista, cuja jaqueta vestiu no mesmo instante, sob os aplausos, gritos e assobios da platéia em delírio.(...)
'Eu me sinto, vestido de guerrilheiro, como me poderia sentir paramentado de padre'. E assegurou que ia "tratar de agradecer esse sacramento de libertação”, que acabava de receber, 'com os feitos, e se for preciso, com o sangue'.
(...) na saída do TUCA, uma jovem oferecia à venda posters coloridos de... "Che" Guevara."
Aprovação final do Cardeal Arns
"Por fim, 'Catolicismo' registra a aprovação final, concedida pelo Sr. Cardeal Arns, em seu discurso de encerramento da Semana de Teologia, sessão do dia 1º de março, com as seguintes palavras: 'A coisa apenas começou... Vejam esta pergunta: – Chega de teologia e vamos à prática: onde estão os grupos que vão para a Nicarágua, para aprender? Eu respondo: Sei que, em São Paulo, há grupos se preparando e de malas prontas para partir. Até com a permissão do Arcebispo de São Paulo ...'[2]
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Fontes:
[1] Fonte: Um homem, uma obra, uma gesta – Homenagem das TFPs a Plinio Corrêa de Oliveira, Parte I, Capítulo IV - 1980-1988, Ed. Brasil de Amanhã, pg. 138
[2] Idem. pg.139