Plinio Corrêa de Oliveira denuncia profeticamente o igualitarismo metafísico em 1943-59, essência da revolução hoje e sempre

1943 - Denunciando a mentalidade revolucionária

"As condições técnicas do mundo moderno vieram, infelizmente, criar sérios embaraços à continuidade desta situação. Com efeito, a mentalidade revolucionária arrastou o mundo inteiro num mesmo turbilhão, e insuflando a todas as massas a mesma tendência niveladora e destruidora, a mesma monomania igualitária e iconoclástica, teve como lamentável conseqüência um desejo desregrado de impor os mesmos hábitos, os mesmos costumes, os mesmos trajes, a mesma arte, a mesma filosofia, e até a mesma culinária ao mundo inteiro. O progresso técnico do século XIX, excelente para dar a todas as verdades como a todos os erros um desenvolvimento célere, facilitou enormemente o curso desta evolução. E, hoje, nos hotéis de Changai, Lausane, Capetown ou Quebec come-se mais ou menos as mesmas coisas, dorme-se em quartos arranjados mais ou menos do mesmo modo, e recebe-se as visitas em salões mais ou menos iguais. Esta uniformidade não é só nos hotéis: é nos filmes que os cinemas exibem, é na popularidade dos mesmos atores, na voga das mesmas peças teatrais, na uniformidade do noticiário telegráfico dos jornais, na freqüência com que os mesmos livros, traduzidos para todas as línguas, ocupam lugar vistoso nos mostruários das livrarias, na insistência com que as mesmas modas, elaboradas nos estabelecimentos ditatoriais das modistas dos grandes centros, imediatamente, encontram admiradoras dóceis nos quatro quadrantes da terra." [1]


1956 - A onda satânica do igualitarismo
ataca tudo que simboliza hierarquia


"A onda satânica do igualitarismo, que desde a revolução protestante do século XVI até a revolução comunista de nossos dias, vem atacando, caluniando, solapando, e fazendo definhar tudo quanto é ou simboliza hierarquia, apresenta toda desigualdade como uma injustiça. Está na natureza humana - dizem os igualitários - que o homem se sinta diminuído e vexado em curvar-se ante um superior. Se o faz, é porque certos preconceitos ou o império das circunstâncias econômicas o obrigam a tal. Mas esta violência à ordem natural das coisas não fica impune. O superior deforma sua alma pela prepotência e pela vaidade que o levam a exigir que alguém se curve ante ele. O inferior perde com seu gesto subserviente algo da elevação de personalidade própria ao homem livre e independente. Em outros termos, sempre que uma pessoa se curva ante outra, há um vencedor e um vencido, um déspota e um escravo.

A doutrina católica nos diz exatamente o contrário. Deus criou o universo segundo uma ordem hierárquica. E dispôs que a hierarquia fosse da essência de toda ordem verdadeiramente humana e católica." [2]

1959 - Denúncia no livro Revolução e Contra-Revolução

Serve ao igualitarismo radical o pecado do orgulho


"Duas noções concebidas como valores metafísicos exprimem bem o espírito da Revolução: a igualdade absoluta, liberdade completa. E duas são as paixões que mais a servem: o orgulho e a sensualidade."

Definição e denúncia do igualitarismo metafísico


"A. Orgulho e Igualitarismo

A pessoa orgulhosa, sujeita à autoridade de outra, odeia primeiramente o jugo que em concreto pesa sobre ela.

Num segundo grau, o orgulhoso odeia genericamente todas as autoridades e todos os jugos, e mais ainda o próprio princípio de autoridade, considerado em abstrato.

E porque odeia toda autoridade, odeia também toda superioridade, de qualquer ordem que seja.

E nisto tudo há um verdadeiro ódio a Deus.

Este ódio a qualquer desigualdade tem ido tão longe que, movidas por ele, pessoas colocadas em alta situação a têm posto em grave risco e até perdido, só para não aceitar a superioridade de quem está mais alto.

Mais ainda. Num auge de virulência o orgulho poderia levar alguém a lutar pela anarquia, e a recusar o poder supremo que lhe fosse oferecido. Isto porque a simples existência desse poder traz implícita a afirmação do princípio de autoridade, a que todo o homem enquanto tal - e o orgulhoso também - poder ser sujeito.

O orgulho pode conduzir, assim, ao igualitarismo mais radical e completo."


Denúncia profética dos vários aspectos do igualitarismo metafísico

Logo depois o autor enumera os vários aspectos do igualitarismo radical e metafísico, que são a igualdade: entre os homens e Deus, na esfera eclesiástica, entre diversas religiões, na esfera política, na estrutura da sociedade, econômica, nos aspectos exteriores da existência, em todo o trato social, na ordem internacional, nas almas, entre as diversas partes do país, e a abolição dos corpos intermediários, e também a relação entre o igualitarismo e o ódio a Deus.

Limites da desigualdade


"n. Os limites da desigualdade: claro está que de toda esta explanação doutrinária não se pode concluir que a desigualdade é sempre e necessariamente um bem
.

O
s homens são todos iguais por natureza, e diversos apenas em seus acidentes. Os direitos que lhes vêm do simples fato de serem homens são iguais para todos: direito à vida, à honra, a condições de existência suficientes, ao trabalho, pois, e à propriedade, à constituição de família, e sobretudo ao conhecimento e prática da verdadeira Religião. E as desigualdades que atentem contra estes direitos são contrárias à ordem da Providência. Porém, dentro destes limites, as desigualdades provenientes de acidentes como a virtude, o talento, a beleza, a força, a família, a tradição, etc., são justas e conformes à ordem do universo" [3]


CLIQUE: Plinio Corrêa de Oliveira e suas Profecias

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[1] Problemas Internacionais - Legionário, 2 de Maio de 1943, N.º 560
[2] Esplendor da concepção hierárquica e cristã da vida "Revista Catolicismo" Nº 70 - Outubro de 1956
[3] Plinio Corrêa de Oliveira, R e C-R, cap. VII, parte 3, A Essência da Revolução