Hipóteses teológicas sobre o começo do Castigo Mundial na natureza, por Plinio Corrêa de Oliveira (1973)

Bagarre é o Castigo Mundial conforme explicamos:

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Extraído de: "O Príncipe dos Cruzados (Vol. I, parte I, 3a edição)".
 
Negritos nossos.


1 - Virão cataclismas terríveis: além das razões dadas abaixo, diríamos que essa seria a maneira que Deus deixaria fora de dúvida que é um Castigo para a humanidade

"Na revelação de Fátima diz a Virgem que o mundo será castigado e que muitas nações desaparecerão. É a tese dela. A expressão é: várias nações desaparecerão. Várias não quer dizer a maior parte das nações, mas quer dizer um número não pequeno de nações. Nações distintas e número não pequeno. Isto em português, o texto da revelação é em português.

Então um número não pequeno de nações desaparecerá. Supostamente, por exemplo, a Virgem não teria dito nada de muito extraordinário se houvesse entendido com isto que irão desaparecer Monaco, Andorra, San Marino, Liechstentein, Luxemburgo. Não são nações liliputianas que vão desaparecer. São nações de proporções e dimensões normais (...).

Para que se entenda várias nações é necessário supor nações em geral de um tamanho médio ou grande. Algumas pequenas, mas outras médias ou grandes. O mais provável, o mais equilibrado é fazer esta hipótese (...).

O que quer dizer desaparecer uma nação? É distinto desaparecer um Estado e uma nação. Pelo menos em português e recordo, mais uma vez, que a Virgem falou em português com as crianças de Fátima, onde esse rigorismo na interpretação portuguesa é necessário (...).

Digamos por exemplo os ciganos: não constituem um Estado, não têm um. Têm um reino, porem mais de fantasia que de realidade, que não os governa. E não têm um Estado, não têm embaixadores, nenhuma organização política. Mas são uma nação. Que é uma nação? É uma raça, um povo politicamente organizado. Para ter uma nação, pode não ter organização política. Continua nação, não é Estado.

Então quer dizer que vários povos desaparecerão. Para que desapareçam vários povos devemos figurar um cataclismo terrível. Porque os povos de hoje em dia são muito numerosos.

Fazer desaparecer quase toda a pequena humanidade no tempo de Noé foi um cataclismo terrível, o Dilúvio. Abarcou toda a parte da Terra então habitada. Mas hoje, para fazer desaparecer várias nações, tão numerosas como são, teriam que ser cataclismos terríveis (...).

Outra pergunta que se poderia acrescentar a essa para depois dar a resposta, seria a seguinte: o castigo previsto é só para as nações que desaparecerão, ou é para o mundo inteiro? 

O pecado é cometido pelo mundo inteiro e não é razoável que só umas nações desapareçam. Quer dizer, o desaparecimento de algumas nações é um exemplo extremo que a Virgem dá de um castigo universal. Ela fala de um pecado universal, fala de um castigo universal que chegará até tal ponto que inclusive algumas nações desaparecerão. Mas então teremos que nos figurar um castigo universal que tome o mundo inteiro e que vá tão longe, que inclusive algumas nações desaparecerão. Isto está na lógica das previsões de Fátima teremos que nos figurar.

Como pode ser um castigo desse tipo?"

Dr. Plinio responde a objeção: são as bombas atômicas.

"Muitos técnicos militares dizem que o perigo da bomba atômica é muito exagerado pela propaganda. E que não é certo que a bomba atômica produza sempre a devastação que produziu nas duas cidades japonesas. Há toda uma discussão científica sobre a qual eu não dou minha opinião, pois não sou qualificado, não tenho estudos qualificados e eu teria que ser um físico, um militar, para dar uma opinião sobre isto. Há uma dúvida sobre a verdadeira eficácia da bomba atômica. Então não vamos imaginar que a bomba atômica pode destruir tudo (...)".

Hipótese das bombas atômicas afetarem a atmosfera de tal modo, que os efeitos desencadearão o castigo

"Então teremos que nos figurar por exemplo isto: que uma guerra atômica produza uma deterioração da atmosfera. Isso seria possível. E que a deterioração da atmosfera por uma série de efeitos sucessivos podem então castigar o mundo inteiro.

Então nós temos um castigo, uma guerra, a hipótese de uma guerra e a causa desta guerra uma série de desgraças de caráter atmosférico, de caráter cósmico, acompanhado eventualmente de epidemias e de terremotos, tremores de terra e de outras  catástrofes desse tipo, que seriam facilmente imagináveis (...)".

Hipótese da bomba atômica ser jogada no Polo Norte, o que aumentaria o nível do mar, desencadeando mudanças na natureza que desencadearão o Castigo

"O Polo Norte não é um continente. O Polo Sul é um continente. Há terra. Mas o Polo Norte é uma carapaça de gelo e por baixo há água, não um verdadeiro continente.

Está estudado que, se por meio de bombas atômicas se fizesse explodir o polo norte e seria possível, por exemplo, fazendo explodir umas bombas na parte mais alta da carapaça, por onde a carapaça se dissolve e os gelos descessem, a quantidade de água que viria ao sul poderia produzir desordens nos mares, nas ilhas e eventualmente em todo o traço terra-mar na Terra. Com infiltrações de água por baixo dos continentes, aumento dos rios, dos lagos, fenômenos imprevisíveis. Modificações como houve na Terra antes que a Terra fosse habitada, quartenario superior e essas coisas pré-históricas.

Então só um grupo de criminosos poderia desencadear uma série de catástrofes como essa. Aí sim a bomba atômica poderia ser fatal à humanidade. Bem, é possível que esse mesmo comunismo (...), a profecia diz: a Rússia disseminará seus erros por todo o mundo, que esse mesmo comunismo que dissemina seus erros acabe por liquidar a normalidade da estrutura geológica, e que o número de cadáveres não sepultados (e quem vá sepultar nações inteiras?) dê origem a epidemias. 

Uma catástrofe ártica pode desencadear catástrofes gerais na terra. E que esta seja a Bagarre. Então guerras, revoluções, discórdias e catástrofes gerais. Esta seria a Bagarre" [1].

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[1] Reunião para os venezuelanos, 7 de Agosto de 1973, Terça-feira