Santo Afonso sobre a comunhão espiritual

"Recomendamos a Comunhão Espiritual em cada uma das visitas ao Santíssimo Sacramento. É bom explicar no que consiste, e quais são suas vantagens.

A Comunhão Espiritual consiste, segundo São Tomás (P.3, q.80, a.1), num desejo ardente de receber a Jesus Cristo sacramentalmente, e numa adesão amorosa como se já O tivéssemos recebido.

Que este exercício seja agradável a Deus, e que venham dele grandes graças, o mesmo Senhor deu a entender à sua serva fiel, a irmã Paula Maresca, fundadora do mosteiro de Santa Catarina de Siena, em Nápoles. Ele a fez ver, segundo é relatado na vida dela, dois vasos preciosos, um de ouro e outro de prata, dizendo-lhe que Ele guardava no vaso de ouro suas Comunhões Sacramentais, e no vaso de prata suas Comunhões Espirituais.

Também disse o Senhor à Bem-aventurada Joana da Cruz que, cada vez que ela comungava espiritualmente, recebia uma graça semelhante à de uma Comunhão real. Quanto ao resto, basta saber que o Concílio de Trento (sess. 13, cap. 8) louva a Comunhão Espiritual e exorta os fiéis a praticá-la.

Assim, todas as almas piedosas têm o costume de repetir freqüentemente este santo exercício da Comunhão Espiritual: a Bem-aventurada Augusta da Cruz fazia duzentas por dia. O padre Pedro Lefèbvre, primeiro companheiro de Santo Inácio, dizia que a Comunhão Espiritual ajuda muito a bem fazer a Comunhão Sacramental.

Exortamos quem queira avançar no amor de Jesus Cristo a fazer a Comunhão Espiritual ao menos uma vez em cada visita ao Santíssimo Sacramento, e em cada Missa a que assista; melhor seria repeti-la três vezes em cada uma dessas ocasiões: no começo, no meio, e no fim. É uma devoção muito mais proveitosa do que alguns imaginam. E de outro lado, é tão fácil. A mesma Bem-aventurada Joana da Cruz dizia que é possível comungar espiritualmente sem que ninguém perceba, sem que seja preciso estar em jejum, e pode ser feita a qualquer hora: basta um ato de amor".

(Santo Afonso Maria de Ligório, "Visites au Saint Sacrament et à la Sainte Vierge" - Oeuvres Complètes, Tournai, 1882, t. VI, pp. 113-114)

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