Conspiração, rebeldia e ação fagocítica na TFP pelos Arautos do Evangelho liderados por João Clá Dias

Trechos reveladores da ação pública de sócios e fundadores da TFP contra os dissidentes, atualmente ou simpatizantes, ou cooperadores, ou membros consagrados da ordem religiosa Arautos do Evangelho sob a liderança do Sr. João Scognamiglio Clá Dias, hoje monsenhor da Santa Igreja. 


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Recomendamos também o artigo que compila os problemas doutrinais dos Arautos:




Alguns trechos com grifos e títulos nossos:


-CONSPIRAÇÃO

(...) após o falecimento do Fundador da TFP, o principal orientador dos jovens integrantes da entidade, hoje padre JOÃO SCOGNAMIGLIO CLÁ DIAS, passou a criticar veladamente como “antiquados” os rumos da TFP, principalmente as posturas assumidas por esta nas controvérsias sócio-econômicas envolvendo as diversas reformas socialistas e confiscatórias (especialmente a reforma agrária), promovidas e estimuladas, entre outros organismos, pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) ou por destacados prelados. Passou também o grupo de dissidentes, orientado por João Clá, a questionar as manifestações da entidade contrárias ao progressismo e ao “esquerdismo católico”, visando impor à TFP, em suas atividades, uma colaboração próxima com a hierarquia eclesiástica, alheia à sua natureza de entidade cívica. Passou ainda a difundir a idéia de que a TFP deveria abandonar — ou passar para segundo plano — sua atuação específica no campo cívico-temporal, para se transformar em um grupo de leigos dedicado preferencialmente à santificação de seus membros e à evangelização. Por fim, procurou o hoje Pe. João Clá, à frente de seu grupo dissidente, impor como necessário à TFP, para sua sobrevivência, um reconhecimento canônico, alterando-lhe essencialmente a natureza cívica, e subordinando-a, desta forma, diretamente à autoridade eclesiástica.

-NOS DIVERSOS PAÍSES

                                       Peru (doc. 28)
Em 1983, um grupo de seguidores entusiastas do pensamento do Dr. Plinio Corrêa de Oliveira formou o Núcleo Peruano Tradição Família Propriedade, que usava no Peru a sigla TFP. Essa associação inspirou sua atuação na TFP brasileira, desenvolveu atividades semelhantes a ela e usou os mesmos símbolos.
(Omissis)
Em 1998 descobrimos que um grupo de cooperadores locais mantinha contato com os seguidores de João Clá Dias no Brasil.
(Omissis)
Sem conhecimento dos dirigentes do Núcleo Peruano TFP, efetuaram diligências, em nome pessoal de alguns deles, no Instituto de Defesa do Consumidor e da Propriedade Intelectual (INDECOPI) para inscrever nossos símbolos e nosso lema como marcas de sua propriedade.
(Omissis)
Em 19 de janeiro de 1998 constituíram, também sem conhecimento dos diretores do Núcleo Peruano TFP, mediante escritura pública, a Sociedade Peruana de Defesa da Tradição Família e Propriedade (TFP), com a intenção de tirar a legitimidade do Núcleo Peruano TFP diante dos olhos do público e aparecerem eles como sendo a autêntica TFP.
(Omissis)
No ano seguinte, seu líder Clá Dias lhes deu ordem de mudar de orientação. Rapidamente fundaram a Associação Cultural Nossa Senhora de Fátima e deixaram de usar o nome da TFP, apesar de conservar seu domínio jurídico. Fizeram-se também chamar extra-oficialmente de “Os Cavaleiros da Virgem” e “Os Cavaleiros do Novo Milênio”. Alguns meses mais tarde adquiriram personalidade jurídica eclesiástica, paralelamente, sob a denominação de Heraldos del Evangelio.
(Omissis)
Desde então, não usam nem o nome nem os símbolos que nos tomaram, mas mantêm seu domínio jurídico para impedir que os usemos.

Jose Antonio Pancorvo Beingolea

                                      Chile (doc. 29)
No Chile, a usurpação das marcas contou com a cooperação de Patrício Larraín Bustamante, que foi Diretor da revista Fiducia e Presidente da TFP até 1970, mas que, desde então, viveu fora do país, tendo sua residência permanente no Brasil e sendo hóspede da TFP brasileira, com a qual ele dizia colaborar.
Na ocasião, Larraín registrou todas as marcas da TFP, com o propósito de repassá-las depois aos rebeldes [Arautos do Evangelho], como efetivamente o fez, em favor de uma TFP chilena já com a nova orientação, tudo em prejuízo do movimento que generosamente o acolhera por décadas e até aquele momento.
Alguns anos depois, a TFP brasileira iniciou um processo judicial para recuperar no Chile as marcas desta maneira usurpadas; entretanto, em abril de 2004, quando a Justiça brasileira reconheceu a validade da eleição da DAFN nas mãos dos rebeldes, estes notificaram o advogado no Chile que não continuariam o processo, deixando portanto as marcas sob o domínio de pessoas que não as utilizam. Este é o zelo destes indivíduos pelas marcas da TFP.
(Omissis)
Em vez de todas essas atividades, os dissidentes começaram a realizar espetáculos musicais em igrejas, em uma busca notória de donativos e aplauso dos fiéis, como foi publicamente denunciado por alguns bispos no Brasil.
A principal sede dos “Heraldos del Evangelio” no Chile é, atualmente, a antiga sede de TFP-Fiducia antes da rebelião, localizada na Av. Américo Vespúcio, 250, em Santiago. Este endereço é a que o Índice das ONGs chilenas dá como domicílio da Sociedade Chilena de Defesa da Tradição Família e Propriedade – Fiducia. Neste mesmo Índice das ONGs chilenas aparece TFP-Fiducia tendo como Presidente e Vice-Presidente dois membros atuais dos “Heraldos del Evangelio”, um deles hoje sacerdote."

Juan Antonio Montes Varas

                                          Uruguay (doc. 30)
(Omissis)
Em 3 de outubro de 1995 falece (...) o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira. Lamentavelmente, a partir desta data, uma pessoa que se atribuiu a missão de suceder ao Prof. Corrêa de Oliveira na direção da TFP brasileira, produziu brigas e disputas dentro da mencionada TFP devido a mudanças que, do ponto de vista ideológico, queria introduzir; mudanças com as quais a maior parte dos sócios da TFP uruguaia concordaram.
O processo foi brutal sobretudo para a TFP uruguaia que era um pilar diante da Opinião Pública nacional e desapareceu completamente do âmbito nacional, a saber:
· A última Caravana, ou viagem (de campanhas) pelo interior foi em outubro-novembro de 1994, a última viagem de um dia ao interior para difundir nossos ideais foi em agosto de 1996.
· Em Montevidéu não se faz campanha pública com capas e estandartes da TFP desde fevereiro de 1998.
· Desde o ano de 1999 não saiu nada de público em nome da TFP uruguaia, o último que se tem conhecimento foi uma carta dirigida aos amigos da TFP a respeito das eleições nacionais deste ano. (1)
· Neste mesmo ano, a sede foi despojada do estandarte que desde 1982 tremulava galhardamente no seu jardim, inclusive internamente desapareceram os símbolos característicos da TFP, capas, estandartes, até mesmo deixaram de utilizar o distintivo de lapela ou o “leãozinho” que se levava nas lapelas dos paletós; para utilizar, até o dia de hoje, um medalhão de Nossa Senhora de Fátima.
· A revista “Lepanto”, órgão oficial da TFP uruguaia desde a década de 60, saiu por última vez em dezembro de 1997.
· O boletim “TFP Informa aos seus Amigos, Colaboradores e Simpatizantes” publicado pela primeira vez em 1991 teve o seu último número editado com data de março de 1999 (2). Anteriormente chamava-se “TFP Informa” (3).
(Omissis)
Apesar de não termos mais documentação a apresentar, os fatos até o presente momento seguem demonstrando a inação total da “querida e valorosa TFP uruguaia”, e é tal o vergonhoso silêncio em que se encontram que desde 13 de maio de 1999 fundamos a (associação) “Tradição e Ação por um Uruguai Autêntico, Cristão e Forte”, aonde dizemos publicamente que somos os continuadores da TFP uruguaia, inclusive em dois de nossos manifestos publicados no principal jornal do Uruguai, o El País.

Fernando Montabone

O abaixo assinado, sacerdote católico secular Andrés Moreno Sosa, titular da carteira de identidade nº 1.133.079-7, declaro que conheço direta e pessoalmente a TFP uruguaia desde 1974, oportunidade em que fui convidado por sócios e cooperadores dessa instituição para que rezasse a sua missa dominical na sede que naquele tempo situava-se na rua Dr. Scoseria, 2638.
(Omissis)

Mas quando lamentavelmente faleceu o Dr. Plinio Corrêa de Oliveira, em 1995, pude perceber sem que eles me contassem nada, que algo estava acontecendo dentro da TFP, já que deixaram de fazer campanhas públicas de difusão, creio que isso ocorreu em 1998, inclusive eu fui testemunha quando sem razão deixaram de utilizar dentro da sede da rua Javier de Viana 2384, os símbolos característicos da TFP, ou seja, a capa vermelha, o distintivo pessoal que usavam na lapela dos paletós; até mesmo tiraram da sede os estandartes e as fotos do inspirador deles, o Dr. Plinio, e, a partir de 1999, não publicaram mais o Boletim Informativo TFP Informa.

>Chegaram inclusive a agir de má-fé, já que até o dia de hoje os que ficaram com a TFP uruguaia, que em um primeiro momento chamou-se Associação Cultural Nossa Senhora de Fátima e hoje chama-se Heraldos del Evangelio, nunca me informaram do desvio interno que houve por parte deles.



-RESUMO DA HISTÓRIA E DO PROCESSO

Apesar do documento acima conter um resumo de tudo, julgamos melhor transcrever parte de uma carta a Dom Lorenzo Baldisseri, então Núncio Apostólico no Brasil, assinada por uns dos fundadores, que contém mais detalhes sobre as ações dos dissidentes. Essa carta é encontrada na internet:

"1. Processo na 3ª Vara Cível de São Paulo, destinado a obter uma série de medidas que resultariam no controle judiciário da entidade, assim como a modificação de seus estatutos; tal modificação visa obter o direito de voto de todas as categorias de sócios nas assembléias gerais, o que, pensam eles, lhes daria maioria para controlar a associação.
2. Uma centena de processos trabalhistas nos quais pedem indenizações milionárias - que levariam a TFP à falência - pelos anos que colaboraram com as atividades societárias, segundo eles não como voluntários, mas como meros funcionários ligados por vínculo empregatício. Tendo eles, no processo cível acima mencionado, alegado o contrário - ou seja, que mereciam direito de voto nas assembléias da entidade precisamente por terem colaborado como voluntários denodados - foi facílimo à TFP ganhar a quase totalidade desses processos apenas mostrando a incongruência e a má-fé de tal procedimento.
3. Denúncia reiterada em juízo, opportune et inopportune, contra a direção da TFP por suposta dilapidação do patrimônio social. Na verdade, foram os atuais dirigentes e membros dos Arautos do Evangelho que provocaram o déficit de mais de R$ 6.000.000 nas contas da TFP, por eles propalado. Com efeito, mais de setecentas cartas comprovam que, entre julho e outubro de 1998, milhares de doadores da TFP foram visitados pelos atuais membros dos Arautos do Evangelho e induzidos - na base de calúnias do mais baixo soez contra nossos diretores – a suspender sua colaboração para a TFP, de preferência transferindo seus donativos para a Associação Cultural Nossa Senhora de Fátima, por eles criada. Essa operação provocou cortes de donativos mensais implicando prejuízo acumulado, até hoje, de mais de R$10.000.000,00 na receita da entidade.
4. Registro sub-reptício na Argentina, Chile, Colômbia, Equador, Perú e Uruguay, de nomes, marcas e símbolos que pertencem, por direito, à TFP brasileira (notadamente o lema, a sigla TFP e o símbolo do leão rompante), pois que por ela usados há mais de quarenta anos. Tais registros foram efetuados com o evidente intuito de impedir seu uso pelos sócios e cooperadores fiéis aos tradicionais objetivos das respectivas TFPs, já que, após fazerem tais registros, seus atuais proprietários jamais deles se serviram.
5. Registro fraudulento, feito pelo Sr. João Clá Dias em nome próprio, de pretensa autoria do desenho do hábito de gala idealizado pelo Prof. Plínio Corrêa de Oliveira e confeccionado sob sua direta orientação, hoje usado indevidamente pelos Arautos do Evangelho - com pequenas modificações - em suas aparições públicas. Há processos correndo, a esse propósito, no Brasil, no Equador e nos Estados Unidos. Contrariando a verdade mais elementar e suas próprias palavras em várias palestras (há fitas em nosso poder, à disposição da justiça), o Presidente Internacional dos Arautos do Evangelho e vários de seus membros têm prestado a respeito falsos testemunhos diante da justiça e de órgãos de registro de marcas.
6. Processo civil movido por hoje importantes próceres dos Arautos do Evangelho para impedir a distribuição de algumas dezenas de milhares exemplares de separata da revista Catolicismo contendo o relato das aparições a Santa Catarina Labouré, sob pretexto de pretensos direitos autorais sobre a obra, com pedido indenizatório. Comprovada a falsidade das alegações dos autores do processo, foram suas pretensões inadmitidas pela justiça.
7. Queixa-crime contra dois diretores e dois beneméritos sócios da TFP brasileira por suposto desvio de donativos recebidos pela entidade em benefício pessoal, do qual serão fornecidos detalhes mais adiante.
8. Denúncia caluniosa por suposta publicidade fraudulenta feita a organismo de defesa dos consumidores (PROCON).
9. Queixa-Crime movida pelo Sr. João Clá Dias contra diretor da TFP por pretenso crime de calúnia.
10. Representação criminal contra S.A.I.R. o Príncipe Dom Bertrand de Orleans e Bragança por imaginária tentativa de "atropelamento" de mulher ligada aos Arautos do Evangelho .
11. Falsa e descabida denúncia à policia de que um atual membro dos Arautos do Evangelho estaria seqüestrado numa das mais importantes sedes da TFP em São Paulo, provocando a invasão da mesma por policiais armados, até mesmo de metralhadoras. O suposto seqüestrado sequer encontrava-se dentro da sede, pois dela se ausentara, como fazia todos os dias.
12. Três processos cíveis que, para além da repercussão financeira, revelam a singular falta de escrúpulos do Sr. João Clá Dias e seus colaboradores. Neles, cobram da TFP o pagamento de aluguéis relativos a período em que os imóveis em questão - dois deles constituem a sede central dos Arautos do Evangelho e pertencem a dirigentes ou amigos dessa instituição - estavam sendo ocupados pelos próprios dissidentes, como já foi formalmente reconhecido em ao menos um desses processos. (...)

Plínio Vidigal Xavier da Silveira"