Já vimos como Dr. Plinio previu o igualitarismo nas vestes para os homens e mulheres: o nudismo, espécie de igualitarismo. Falta mostrar a denúncia da abolição das vestes que designam funções de poder, ou proletarização das vestes. Negritos nossos.
Prevendo a abolição das vestes que designam funções de poder, ou proletarização das vestes
1951 - Nos chefes de Estado, nas elites e na nobreza
"Virá dia em que os Chefes de Estado recearão apresentar-se como burgueses, e preferirão o blusão proletário de Stalin?" [1] Prova isso todas as campanhas eleitorais atuais, onde se vê o candidato se identificar com o povo, no máximo de blusa de botão e calça jeans.
Em artigo de fevereiro de 1951, o prof. Plinio criticava as vestes de Lady Diana: "Pelo contrário, a aristocracia do século XX está camuflada. Seu traje é, em tudo e por tudo, a de uma trabalhadora manual. (...) Não é bem este aliás, o sentido da crescente proletarização das maneiras, do ambiente de vida e dos trajes das elites "granfinas" em todo o ocidente?" [2]
1952 - No poder público, no âmbito profissional, na sociedade
Ao comparar o crescente igualitarismo em três uniformes da guarda civil, hoje no Brasil praticamente só diferente da roupa do cidadão comum pelo emblema da polícia, escrevia o autor que o segundo "traduz uma preocupação manifesta de atenuar as notas de superioridade do primeiro. E finalmente o terceiro parece ter requintado em relação ao segundo. Pequena manifestação do grande sopro de naturalismo pagão e igualitário que nestes dias de cataclismo vai varrendo o universo." [3]
"Quando uma época se preocupa em elevar o homem, é sedenta de dignidade, de grandeza, de seriedade, dispõe o vestuário - comum ou profissional - de maneira a acentuar em cada pessoa a impressão desses valores."
"O traje profissional tende a exprimir mais do que o feitio mental de um indivíduo, o feitio mental próprio à profissão: será sóbrio como uma batina de Sacerdote, grave como uma beca de professor, imponente como um manto de Rei, etc. (...)" E do porteiro do Banco inglês bem-vestido dizia ser "impossível exprimir e valorizar melhor a modesta mas real parcela de responsabilidades que seu cargo, obscuro mas honesto possui." [4]
Porteiro de Banco Inglês |
Analisando as vestes civis então em voga, Plinio critica dois tipos igualitários na vestimenta: o sem senso de elevação de espírito e o imitador. O primeiro por não possuir em linhas gerais o que o segundo tem, isto é, um terno, e o segundo por apresentar elementos alheios em vista de aparentar tem "um dinheiro e uma situação que não possui", usando a calça mais elevada, chapéu de abas largas e "jaquetão excessivamente longo".
Dos primeiros indagava: "Que oportunidade dão eles a que se espelhe o que a alma de um homem bem formado deve espelhar, em qualquer classe social, isto é, gravidade, senso de responsabilidade, elevação de espírito?" [5]
Do segundo dizia que "é filho de uma época em que a moda se estandardizou, e os trajes já não têm nenhuma relação com os indivíduos. De uma época em que ninguém vive satisfeito com o que é, e por isto vive de imitar. Qual a razão do ridículo de nosso elegante? Em última análise, em estado agudo, o ridículo inerente a toda a imitação" [6].
E ainda dizia em 1954 que havia de ser o traje esporte o corrente em todas as esferas, isso sem contar o nudismo antes já previsto que iria reinar junto:
"E que cada vez mais se pronuncia a tendência a usar trajes esportivos em circunstâncias ou ambientes que têm com o esporte uma relação muito longínqua. Isto indica claramente que, dia mais dia menos, estes serão os trajes correntes." [7].
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[1] Popularidade de hoje e de outrora "Catolicismo" Nº 04 - Abril 1951
[2] O Aristocrata e a Granfina "Catolicismo" Nº 02 - Fevereiro de 1951
[3] Pequeno sintoma de uma grande transformação, "Catolicismo" Nº 22 - Outubro de 1952
[4] O traje, espelho de uma época "Catolicismo" Nº 20 - Agosto de 1952
[5] O traje, espelho de uma época "Catolicismo" Nº 20 - Agosto de 1952
[6] Padronização e imitação, Revista Catolicismo Nº 15 - Março de 1952
[7] Damas e cavalheiros de 1900, esportistas de 1954, Revista Catolicismo, Nº 43 - Julho de 1954