Prova cabal da ortodoxia católica da TFP: a condenação pela CNBB

Negritos nossos.

Papas falaram contra o comunismo e o socialismo?

A escritura e o santos falaram contra o igualitarismo?


A Escritura, os Papas e os santos falaram a favor da propriedade privada?

Tendo em mente os artigos anteriores sobre comunismo e socialismo na doutrina católica, vejamos algumas características da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) na época da condenação da TFP.

A CNBB apoiava a revolução do proletariado nas greves dos metalúrgicos, indicando que quer o comunismo pela ditadura do proletariado 

"Nos meses de março e abril de 1980 desencadeou-se em São Paulo uma onda de greves que paralisou durante 40 dias os metalúrgicos do ABC – por sinal os operários mais bem pagos do Brasil.

Era esta a situação quando, no dia 22 de abril, a CNBB deu a público uma nota na qual, pretendendo falar em nome de toda a Igreja, procurou transformar a greve dos metalúrgicos – declarada embora com intuitos circunscritos à classe – em um movimento 
de todo o operariado brasileiro para exigir uma reforma sócio-econômica global. (...)" [1]

CNBB apoiava a reforma agrária socialista e confiscatória 

"Logo após a reunião plenária de Itaici, em 1980, a CNBB lançou o documento Igreja e problemas da Terra (IPT), verdadeiro manifesto agro-reformista, o qual ecoou publicitariamente como uma bomba em todo o País.

O documento fazia notória a má disposição da CNBB para com as propriedades de tamanho médio ou grande. E proclamava como regime fundiário ideal para o Brasil, tanto do ponto de vista da justiça como do bem comum, aquele em que a terra pertencesse ao trabalhador manual. O que importava em dizer que a classe dos fazendeiros procederia de modo muito "simpático" e "cristão" se se deixasse eliminar...

Prevendo a inconformidade de suas vítimas, o IPT trazia toda uma série de argumentos – dos quais bom número inspirado no socialismo e no comunismo – para, em nome da Fé cristã, suscitar a ofensiva geral do País contra as propriedades rurais grandes e médias. Ademais, apresentava às autoridades sugestões concretas para a imediata efetivação da partilha rural. 

Prometendo ir além, a CNBB anunciava para o ano seguinte outro documento, reivindicando uma reforma urbana, a qual seria – por analogia – a aplicação dos princípios fundiários agro-reformistas ao solo urbano. Para data posterior entrevia-se outra reforma também análoga, que figuras altamente representativas da CNBB não deixavam de preconizar: a das empresas industriais e comerciais (...).

Estava no papel da TFP  romper o silêncio e dar resposta a essas perguntas. Ela o fez por meio do livro "Sou católico: posso ser contra a Reforma Agrária?" (1981, 360 pp., 4 edições, 29 mil exemplares), de autoria do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, em colaboração com o Master of Science em Economia Agrária, Prof. Carlos Patricio del Campo." [2]

CNBB, dado o panorama anterior, critica a TFP curiosamente afirmando a catolicidade e devoção mariana da entidade inspirada por Plinio Corrêa de Oliveira
  
"Logo após a  23a Assembléia Geral da CNBB em Itaici, um jornal publica nota da entidade condenando a TFP. Tomamos a liberdade de grifar as partes mais engraçadas. 
É "notória a falta de comunhão da TFP (Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade) com a Igreja no Brasil, sua hierarquia e o Santo Padre. O seu caráter esotérico, o fanatismo religioso, o culto prestado à personalidade de seu chefe e progenitora, a utilização abusiva do nome de Maria Santíssima, conforme notícias veiculadas, não podem de forma alguma merecer a aprovação da Igreja.
Lamentamos os inconvenientes de uma sociedade civil que se manifesta como entidade religiosa católica, sem ligação com os legítimos pastores.
Sendo assim, os bispos do Brasil exortam os católicos a não se inscreverem na TFP e não colaborarem com ela" [3].

A TFP se pronunciou exigindo provas da afirmação da nota, e lembrou que "tão-só de passagem, é o caso de registrar a esse propósito que, poucos dias depois, tendo Frei Leonardo Boff sido suavemente punido pela Santa Sé, 17 Arcebispos e Bispos brasileiros se declararam expressamente "inconformes" com a medida. Mas a CNBB nada fez para desaprovar tão notória, e, no caso, real, "falta de comunhão" com S.S. João Paulo II." [4]

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Fontes:
[1]
Um homem, uma obra, uma gesta – Homenagem das TFPs a Plinio Corrêa de Oliveira, Parte I, Capítulo IV - 1980-1988, Ed. Brasil de Amanhã, pg. 139
[2] Idem. pg.145-146
[3] Idem. pg. 162. Grifos nossos.
[4] Idem. pg. 163.