Dr. Plinio denuncia o jazz em 1935-55 e a geração rock and roll em 1955-59. "A verdadeira arte não afasta, mas conduz a Deus a alma"

Extraído de: "O Príncipe dos Cruzados (Vol. I, parte 2, 3a edição, Cap. I)".

O Jazz

1935 - O repouso, a diversão, a arte, não comportam a excitação

"Ora, não é possível admitir-se como meio de repouso um gênero de divertimentos como estes, que esgotam, em lugar de refazer, que excitam, em lugar de repousar, e que exaltam, em lugar de acalmar."

A "verdadeira arte não afasta, mas conduz a Deus a alma", ao contrário do Jazz

"(...) a verdadeira arte não afasta, mas conduz a Deus a alma; e a verdadeira piedade não fecha, mas abre a alma aos encantos da verdadeira arte (exclusão feita, portanto, da arte que não é verdadeira, e de que é expressão característica o shimmy tocado por um jazz-band)." [1]
 
1955 - Os adeptos do Jazz como viciados na excitação e na intemperança


"A distensão dos prazeres castos e calmos do lar, ou de uma vida razoável, temperante, tranqüila, parecem aos viciados em excitações, das megalópoles, de um tédio insuportável.

E, assim, só a intemperança, a excitação e o vício divertem. É de admirar que nesse ambiente sejam tantos os pecados, tão terríveis as psicoses?

Nossa fotografia apresenta um dos mil, ou antes dos milhões de aspectos que essa excitação apresenta. Lado a lado, um jovem robusto urra num rictus que tem um que de entusiasmo, um que de gemido, um que de imprecação, uma jovem sorri deliciada, enlevada, como que sentindo escorrer um deleite interior em todos os seus nervos, e outro jovem, sumamente atento, utiliza uma revista como corneta. São três jovens que "descansam" divertindo-se. Com o que? Um match? Um torneio? Não... ouvem um jazz!"

Esses hábitos acabam por levam à psicose


"Aí está uma manifestação extrema de um fato psicológico que em proporções mais discretas é comum. Se assim se vibra com um jazz, que dizer das vibrações provocadas pelo cinema, pelo rádio, pelo esporte? Não é precisamente assim, que as almas acabam por perder o gosto do lar e do trabalho, ou por cair na psicose?" [2]


1960 - Uma sociedade assim só "
encontrará a verdadeira paz quando tiver reencontrado o verdadeiro Deus"
 
"Mas os sons típicos das imensas babéis modernas, o ruído das máquinas, o tropel e as vozes dos homens que se afanam em pós do ouro e dos prazeres; que não sabem mais andar, mas correr; que não sabem trabalhar sem se extenuar; que não conseguem dormir sem calmantes nem se divertir sem excitantes; cuja gargalhada é um ricto frenético e triste; que não sabem mais apreciar as harmonias da verdadeira música, mas só cacofonias do jazz; tudo isto é a excitação na desordem, de uma sociedade que só encontrará a verdadeira paz quando tiver reencontrado o verdadeiro Deus." [3]


O Rock 

1956 - O Rei do Rock recém-coroado, e Dr. Plinio lá estava novamente para denunciar, em meio ao caos do século XX

"Com o o violão a tiracolo, e o microfone na mão, o "artista" campeão mundial do frenesi, que está pondo em delírio milhões de pessoas. Elvis Presley, canta e dança em meio de instrumentos de orquestra, diante de um público alucinado.

No homem a inteligência deve dirigir a vontade, e ambas devem, por sua vez esclarecer a sensibilidade, guiá-la, e ampará-la contra a fraqueza que lhe é própria. Pois, das faculdades humanas, todas nobres si mesmas, mas todas atingidas pelo pecado original, aquela por onde mais freqüentemente começam as desordens, as crises, os desmandos, é precisamente a sensibilidade."

O ritmo do rock tem como efeito a desordem na sensibilidade


"Pelo contrário, no porte, no gesto, na fisionomia deste pobre jovem, tudo indica o desencadeamento total da sensibilidade, subjugando inteiramente a vontade, e determinando movimentos em que absolutamente não se notam o equilíbrio, o bom senso, a compostura inerentes, ação rectrix da inteligência.

E, ainda, no caso presente nem sequer se trata precisamente da hipertrofia da sensibilidade, à maneira dos românticos. Censurável nestes era o excesso de emotividade em relação a determinados assuntos políticos, sociais, artísticos ou literários, ou em face de certas situações pessoais como a orfandade, a viuvez, a solidão afetiva, etc. De um certo ângulo, o erro do romântico consistia em fazer do sentimento o ápice e o termo de toda a vida mental. Erro, sem dúvida, e erro grave, que produziu na história da cultura ocidental funestas conseqüências. Mas erro que, pelo menos, ainda pressupunha uma verdade, ou seja, que o sentimento é um dos elementos integrantes do processus intelectual."


Essa desordem na sensibilidade vem do desejo mórbido de vibrar

"No caso concreto, há um mero vibrar de nervos. De nervos doentios e superexcitados, que vibram sem outra razão, sem outro ponto de partida e sem outro objetivo senão o prazer mórbido de vibrar, e cujo frenesi pede por sua vez vibrações sempre maiores. Por onde se chega rapidamente às manifestações extremas: ritmos delirantes, gestos desordenados, expressões fisionômicas contorcidas, um conjunto de desmandos, enfim, típicos dos que, segundo a expressão incisiva de Dante, "perderam a luz do intelecto".

Em uma palavra, e baixando o nível destas considerações, se um bêbado cantasse e dançasse, fá-lo-ia estertorando assim. Embriaguez contagiosa, pois se estende como uma nova "dança de São Guido" a milhões de pessoas. Embriaguez muito mais perigosa do que a do álcool, porque indica uma desordem fundamental da alma, que não passa como os efeitos do vinho.(...)


Neste clichê, tudo faz pensar na grande verdade enunciada por Claudel: a mocidade não foi feita para o prazer, mas para o heroísmo. Ao passo que na primeira gravura tudo parece dizer-nos que a mocidade não foi feita para o heroísmo, mas para o prazer. Ou pior ainda, para o gozo." [4]
 

1959 - Tratando dos valores metafísicos da revolução no seu livro principal, uma denúncia de uma geração inteira como exemplo de manifestação do sensualismo

"d. A geração do “rock and roll”: o processo revolucionário nas almas, assim descrito, produziu nas gerações mais recentes, e especialmente nos adolescentes atuais que se hipnotizam com o “rock and roll”, um feitio de espírito que se caracteriza pela espontaneidade das reações primárias, sem o controle da inteligência nem a participação efetiva da vontade; pelo predomínio da fantasia e das “vivências” sobre a análise metódica da realidade: fruto, tudo, em larga medida, de uma pedagogia que reduz a quase nada o papel da lógica e da verdadeira formação da vontade." [5] 

CLIQUE: Plinio Corrêa de Oliveira e suas Profecias  
 

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[1] Repouso autêntico, O Jornal, 29 de outubro de 1935
[2] Prazeres que conduzem à psicose, distrações que preparam para o trabalho, "Catolicismo" Nº 54 - Junho de 1955 
[3] Tranqüilidade da ordem, Excitação na desordem, "Catolicismo" Nº 110 - Fevereiro de 1960
[4] A mocidade foi feita para o heroísmo ou para o gozo? "Catolicismo" Nº 72 - Dezembro de 1956
[5] Revolução e Contra-Revolução, Parte I, cap. VII.