Dr. Plinio prevê o domínio da internet e da transpsicologia sobre os meios de comunicações e propaganda em 1982

Extraído de: "O Príncipe dos Cruzados (Vol. I, parte 2, 3a edição)".

Negritos nossos.

Vivemos a era da propaganda: saberemos nos posicionar?


Com o extraordinário incremento da imprensa, abriu-se para a Humanidade, no século XIX, a era da Propaganda. Cada vez menos, os movimentos profundos dos povos nasceram de impulsos, tendências ou formais desejos concebidos nas camadas profundas das psicologias nacionais. E, cada vez mais, os movimentos coletivos vêm sendo induzidos, de fora para dentro, pela Propaganda. Em outros termos, mais e mais os povos se foram tornando massas. 


"E vai se afirmando agora a era da cibernética". No entanto, ainda há a transpsicologia por vir: "meios de propaganda ainda insuspeitáveis"
 
No momento em que a excelência dos recursos psicológicos e técnicos chegava a uma perfeição que certamente Gutenberg nem sequer imaginava, Marconi deu ao mundo a rádio-comunicação. E quando esta se achava em franca via ascensional, apareceu, por sua vez, uma rival que haveria de reduzir fortemente a influência da imprensa e do rádio, monopolizando para si a liderança da propaganda política, ideológica, ou econômica. É a televisão. E vai se afirmando agora a era da cibernética. Pode-se supor que esta última encerre o ciclo das grandes invenções a serviço da Propaganda. Porém, à vista dos progressos da chamada transpsicologia, ainda nebulosos, insólitos e desconcertantes, é possível que novas formas de comunicação entre os homens conduzam a meios de propaganda ainda insuspeitáveis, ainda mais céleres, mais drásticos. Em uma palavra, mais terríveis...

A propaganda hoje pode influenciar mais do que um monarca, filósofo, etc


A marcha ascensional que se nota na celeridade dos meios de comunicação se verifica igualmente no tocante à perfeição da comunicações. E também no gradual aprimoramento da sua já exímia capacidade de informar. Neste sentido, a imprensa, o rádio e a televisão, todos em contínuo progresso, se completam de maneira a pôr à disposição do homem uma abundância de idéias e de imagens espantosa. Para informar, impressionar e persuadir o homem, atingiram esses meios de comunicação um poder maior, em muitas circunstâncias, do  que o dos mais salientes potentados do passado. Pois tais meios, sobretudo se conjugados a serviço de uma mesma idéia, ou de um mesmo interesse,  podem influenciar mais o curso dos acontecimentos do que um monarca, um diplomata, um guerreiro, ou um filósofo.

Tal o poder da Propaganda – ideológica, política ou simplesmente comercial – no respectivo campo.

A Propaganda, em caminhada assim ascensional, produziu uma conseqüência óbvia, para a qual os meios de comunicação social pouco chama a atenção, et pour cause.

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A propaganda exerce um poder hipnótico. A repetição condiciona o homem, que por muito tempo vem sendo condicionado para ser guiado pelos impulsos

Ei-la. Dado que os movimentos das massas marcam hoje em dia os rumos para as nações, e os meios de comunicação social marcam os rumos das massas, no mundo contemporâneo cabe a esses meios uma função rectrix, a qual, numa curiosa interação, se por um lado pode menos do que a soberania estatal, por outro lado pode muito mais do que ela. Pois os potentados da Propaganda exercem nas mentalidades da base ou da cúpula do mundo contemporâneo uma forma sui generis de poder, a qual tem algo de um “papado” laico.

É óbvio que a comunicação social condiciona a fundo o Poder Público, pois que se vai tornando cada vez mais difícil aos políticos galgarem o poder, exercê-lo e nele se manterem sem o apoio da Propaganda. Um observador acrescentaria que a Propaganda moderna exerce, além destas, uma forma de domínio sobre as massas, de natureza imponderável, incompletamente estudado, mas profundamente real. É um certo poder sugestivo e hipnótico, que vai muito além da ação suasória da imprensa racionalista dos antigos tempos.

Só heróis ou santos saberão resistir ao poder da propaganda, mas eles serão "cada vez mais raros"

A inter-relação entre Poder e Propaganda é óbvia nas democracias, em que tudo se decide por via de votações, e estas, por sua vez, são condicionadas a fundo pela Propaganda. De outro lado, o Poder público, cada vez mais “social”, e com isto cada vez mais próximo da onipotência, pode sujeitar a Propaganda a formas de pressão múltiplas, às quais só heróis e santos sabem resistir. E estes se vão tornando cada vez mais raro em nosso mundo massificado. [1]


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[1] AS CEBs ... Das quais muito se fala, Pouco se conhece – A TFP as descreve como são, Plinio Corrêa de Oliveira pt.1, Gustavo Antônio Solimeo e Luiz Sergio Solimeo pt.2. Parte 1, Cap.1,
Ed.Vera Cruz, pg.34-36.