Geocentrismo defendido pela Igreja Católica, Sagrada Escritura, os Padres e Doutores da Igreja e revelações privadas

Geocentrismo Tychoniano Modificado

Extraído de: "O Príncipe dos Cruzados (Vol. II, 2a edição)".

Esta série de três artigos foi traduzida, editada e estendida pelo site "O Príncipe dos Cruzados" a partir de um texto do professor de matemática aplicada Juan Carlos Gorostizaga*. Nela é defendido o Geocentrismo Tychoniano Modificado com razões Teológicas, primeiro, e científicas para aceitar mais especificamente o modelo Tychoniano modificado Geocêntrico, além de apresentar as razões porque hoje são comumente aceitos os modelos heliocêntrico e o acêntrico, assim como outras falácias históricas.

1 - Desmitificando falsas histórias da ciência - CLIQUE AQUI

Mentirinhas comuns contra a Igreja no âmbito científico: "terraplanista"
Avanços modernos no estudo do tema e recomendações
Desmontando o mito do Galileu mártir da ciência, pai da astronomia, cientista renomado, etc
A inédita retratação de Galileu

Um outro mito da  ciência: Albert Einstein, charlatão, socialista, para-comunista e ateu
Conclusão
 
2 - Razões Teológicas para aceitar o Geocentrismo - CLIQUE AQUI

A autoridade da Santa Igreja
A Sagrada Escritura

Os Padres e Doutores da Igreja
As revelações privadas (Santa Hildegarda)

3 - Razões científicas
para aceitar o Geocentrismo Tychoniano modificado - CLIQUE AQUI
 
a. Introdução histórica

b. Experimentos
c. Princípios básicos do modelo
d. Dados recentes
e. Resposta às objeções
- Pelas leis de Newton um corpo menor tem que rotacionar sobre o maior
 
- As fases de Vênus descartam o geocentrismo
- O movimento retrógrado de Marte prova o Heliocentrismo
- O giro do pêndulo de Foucault, o movimento dos ciclones e tempestades atmosféricas provam o heliocentrismo
- A física moderna (Relatividade de Einstein, Teoria do Big Bang, princípio cosmológico de Bondi) eliminam o heliocentrismo e o geocentrismo para afirmar o acentrismo

- A paralaxe estelar
- O bojo equatorial, onde costuma ser lançado os foguetes e satélites, tem razão na rotação da terra, que é maior no equador
- Navalha de Occam
f. Trabalhos recomendados

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2 - Razões Teológicas para aceitar o Geocentrismo

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A autoridade da Santa Igreja 

Interessa-nos notar que, em 1885, um protestante anglicano chamado William Roberts escreveu um livro visando provar que o dogma da infalibilidade, proclamado em 1870, estava errado, e para isso reuniu inúmeras condenações do movimento da terra e do heliocentrismo por vários Papas no passado. Ironicamente, o trabalho foi e é usado pelos ultra-montanos para mostrar a segurança doutrinal da Igreja, e fazer mudar de idéia os liberais e modernistas. Pouco tempo depois do livro, o experimento de Michelson-Morley abalou o mundo científico, fazendo diversos cientistas proporem novas teorias para acomodar de novo o heliocentrismo, dentre os quais estava Albert Einstein. O que queremos dizer é que para um católico, negar as teses aqui dispostas, é o mesmo que dar razão ao anglicano W. Roberts.

Paulo V

A primeira condenação de Galileu por heresia e por ensinar doutrinas errôneas veio em 1616, quando ele publicou um livro sobre as manchas solares. Então, o Santo Ofício condenou as afirmações:

1. O sol é o centro do cosmo (do mundo) e permanece completamente imóvel

2. A terra não é o centro do cosmo, não está imóvel, mas se move em conjunto ao redor do sol, e também gira sobre si mesma.

A primeira foi considerada absurda em filosofia e considerada herética, enquanto contradizia a doutrina das Sagradas Escrituras em muitas passagens, tanto em seu significado literal como a interpretação comum dos Padres e Doutores da Igreja. Já a segunda afirmação, a sentença disse que merece a mesma censura em filosofia, e desde o ponto de vista teológico, é ao menos errônea na fé. Galileu foi admoestado, e intimado a não ensinar, nem escrever, nem defender tais doutrinas heréticas e incorretas.

A Congregação do Index condenou as afirmações como eram ensinadas por "Nicolas Copernicus no De revolutiionibus orbium caelestium (...) sendo difundida pelo (...) Pe. Paolo Antonio Foscarini (...) Então, para que esta opinião não se espalhe mais e prejudique a verdade Católica, decreta que o dito (...) De revolutionibus [o livro de Copérnico] (...) seja suspenso até ser corrigido; mas que o livro do padre carmelita, Paolo Foscarini, seja proibido e condenado.”

No entanto, em 1632, Galileu publica fraudulentamente "Diálogos sobre os Sistemas do Mundo", em que, com todo o despudor, e incluso, com um autêntico dogmatismo, defende o sistema Copérnico e ridiculariza o sistema geocêntrico. Como se depreende desse escrito, assim como a extensa carta à Arqui-Duquesa Cristina, Galileu duvidava da inerrância das Escrituras, e sustentava - contradizendo diretamente a sessão IV do Concílio de Trento - que ainda que em matérias de fé e moral as Escrituras não erram, elas erram em matéria física (científica). Portanto, o delito de Galileu não só concerne ao campo da cosmologia, mas ao doutrinal. Seu erro foi duvidar da inerrância das Escrituras em matéria científica. Posteriormente ao Concílio de Trento, tanto Bento XV como Leão XIII reafirmaram a integridade das Escrituras em todas as suas partes e em todos os seus significados, tanto físico como espiritual, tanto natural como sobrenatural.


Urbano VIII

Sentença do Santo Ofício do ano de 1633 contra Galileu:

“A proposição que afirma não ser a Terra o centro do mundo, nem imóvel, mas de ser móvel, e também possuir um movimento diurno, é também absurda, filosoficamente falsa e, considerada teologicamente, é ao menos errônea na fé”.


Alexandre VII


Na Bula Speculatores Domus Israel, o Papa Alexandre VII confirma as condenações anteriores.

Bento XIV

O Papa Bento XIV tira o livro de Copérnico do Index, após a remoção
pelos editores de nove sentenças que ensinavam que o heliocentrismo era uma certeza. Isto estava de acordo com o decreto de 1616 que o livro seria banido até a sua correção.

Pio VII


Alguns alegam que o imprimatur dado no reino de Pio VII ao livro de Canon Setelle sobre o heliocentrismo em 1820, e a sanção permitida para todos que recusarem livros sobre o heliocentrismo em 1822 encerra o debate. Mas o que não contam eles é que o Cardeal Olivieri deliberadamente mentiu ao Papa sobre o verdadeira motivo pelo qual Galileu e o heliocentrismo foram condenados em 1616 e 1633, e foi em cima desta mentira que Pio VII deixou Stelle ter um imprimatur.

O Cardeal Olivieri apoiou a sua mentira dizendo que a Igreja de 1616 e 1633 condenou Galileu e o heliocentrismo unicamente por causa que: Galileu tinha um modelo falso heliocêntrico que não continha a órbita elíptica dos planetas, e a Igreja acreditava que uma terra movente causaria correntes de ar devastadoras na superfície da terra. Mas a verdade é que a Igreja nem sequer menciona essas duas afirmações, e nem as debateu ou usou elas como critério, como mostramos aqui mesmo.

Card. Olivieri mentiu do mesmo modo que Galileu mentiu quando conseguiu um imprimatur do Pe. Riccardi em 1632, mostrando que um imprimatur não necessariamente faz um livro isento de erros. Entretanto, quando o Papa Urbano VIII pegou Galileu na mentira, ele retirou o imprimatur no ano seguinte, 1633.

Gregório XVI

O Index de 1835 foi feito baseado em uma falsa alegação de paralaxe estelar, mas não há autorização específica do Papa Gregório ao livro de Galileu. A paralaxe estelar só seria descoberta três anos depois em 1838 por Bessell. E a inquisição estava sem os documentos sobre Galileu desde 1814 quando Napoleão confiscou todos os documentos e levou para a França, e não retornou até 1845.

João Paulo II

Alguns dizem que o discurso de João Paulo II em 1992 foi uma revisão de tudo, mas na verdade foi só uma desculpa pelo tratamento que Galileu recebeu na época. Não houve palavra do Papa sobre se o sistema heliocêntrico ou o geocêntrico estava correto. O discurso foi na verdade escrito pelo Cardeal Poupard.

De qualquer forma,
é temerário dizer que uma palavrinha do Papa em um determinado discurso desmente toda a opinião da Igreja anterior. É mais provável que, neste mundo de laicismo e positivismo, o Papa tenha se sentido pressionado a falar coisas que agradem a comunidade científica, de modo a tentar abafar uma possível campanha de difamação que até já acontece, como vimos na parte anterior. Esse discurso do Papa foi infeliz, e deveria ter sido evitado, por ter levado a várias incompreensões.

Ademais, a interpretação que muitos deram ao símbolo de João Paulo II na profecia dos Papas dita de São Malaquias (sua autenticidade é outra questão),
"De Labore Solis", só se entende com um sol que gira incansavelmente ao redor da terra. Aplicando o simbolismo ao Papa, alguns dizem que além de ser um viajante incansável e ter feito um longo pontificado, este Papa teria tal título por tentar introduzir o heliocentrismo na Igreja. Curiosamente, ele viajava em um avião chamado "Galileo". O primeiro a notar isto, ao que parece, foi o protestante Walter Van Der Kamp no seu livro já citado.

Bento XVI

A mesma opinião temos para com a fala de Bento XVI pouco antes da sua renúncia oficial. O caso de Galileu é somente lembrado como exemplo para o que ele diz:

"Então partimos para o Concílio não apenas com alegria, mas também com entusiasmo. Havia uma expectativa incrível. Esperávamos que tudo se renovasse, que viesse verdadeiramente um novo Pentecostes, uma nova era da Igreja (...)  E sabíamos que a relação entre a Igreja e o período moderno tinha sido, desde o princípio, um pouco contrastante, a começar do erro da Igreja no caso de Galileu Galilei; pensava-se em corrigir este início errado e encontrar de novo a união entre a Igreja e as forças melhores do mundo, para abrir o futuro da humanidade, para abrir o verdadeiro progresso" [1]. 

A Sagrada Escritura


A autoridade da Sagrada Escritura em todos os seus aspectos é confirmada pela Igreja:

Leão XIII


"E, na verdade, foram escritos sob a inspiração do Espírito Santos todos os livros que a Igreja recebeu como sagrados e canônicos, com todas as suas partes; ora é impossível que na inspiração divina haja erro, visto como a mesma inspiração por si só não somente excluí todo o erro, senão também que o excluí tão necessariamente quanto necessariamente repugna que Deus, Verdade Suprema, seja autor de algum erro"
[2].

S. Pio X

Condenou as afirmações: "Visto que no depósito da fé se contêm somente as verdades reveladas, não compete a Igreja, sob nenhum respeito, proferir juízo sobre as asserções das ciências humanas". "A inspiração divina não se estende a toda Sagrada Escritura a ponto de preservar de todo erro todas e cada uma de suas partes". "O progresso das ciências exige que se reformem os conceitos da doutrina cristã sobre Deus, sobre a Criação, sobre a Revelação, sobre a Pessoa do Verbo Encarnado e sobre a Redenção" [3].


Bento XV

"19. Ainda, ninguém pode negar que autores recentes realmente aderiram a tais limitações. Enquanto aceitavam que a inspiração estendia-se a cada frase - e verdadeiramente a cada palavra da Escritura - ainda assim, tentando distinguir entre o que eles chamaram elemento primário ou religioso e o elemento secundário ou profano na Bíblia, eles alegaram que o efeito da inspiração - a absoluta verdade e imunidade ao erro - estava restrita ao elemento primário ou religioso. A visão deles é que somente o que toca em religião é a intenção e ensinamento de Deus na Escritura, e que todo o resto - coisas que pertencem ao "conhecimento profano", os detalhes nos quais a verdade Divina é apresentada - Deus somente permite, e até deixa ao autor individual maior ou menor sabedoria. Impressionante pensar, então, que na opinião deles um considerável números de coisas ocorrem na Bíblia no âmbito da ciência física, história e semelhantes, e que não podem ser conciliadas com o progresso moderno na ciência!

Alguns ainda mantém que esta visão não entra em conflito com o que nosso predecessor disse (assim eles alegam): que os autores sagrados falam de acordo com a aparência externa, e por isso falível, das coisas na natureza. Mas as palavras do próprio Pontífice mostram que isso é temerário e oriundo de uma falsa dedução" [4].


Pio XII

"E mais, de acordo com a opinião fictícia deles, o senso literal da Sagrada Escritura e sua explicação, cuidadosamente desenvolvida debaixo da vigilância da Igreja por tantos grandes exegetas, deve agora se voltar a uma nova exegese, que eles chamam de simbólica ou espiritual.


Tudo mundo vê como alheio tudo isso é aos princípios e normas da interpretação correta fixada por nossos predecessores de feliz memória, Leão XIII na Encíclica Providentissimus Deus, e Bento XV na Encíclica Spiritus Paraclitus, como também Nós mesmos na Encíclica Divino Afflante Spiritu.” [5].

- O curso do Sol, da lua e das estrelas

E o sol e a lua pararam até que o povo se vingou de seus inimigos. Josué X, 13

Ele move a terra do seu lugar, e as suas colunas são abaladas. Manda ao sol, e o sol não nasce; encerra as estrelas como sob um selo. Jó IX, 6-7


Porventura poderás tu juntar as brilhantes estrelas Plêiades ou impedir a revolução do Arcturo? É tu porventura que fazes aparecer a seu tempo a estrela da manhã? (...aut gyrum Arcturi poteris dissipare? ). Jó XXXVIII, 31-32a

A saída do sol é desde uma extremidade do céu; seu curso (vai) até à outra extremidade, e nada se esconde do seu calor (a summo cælo egressio ejus. Et occursus ejus usque ad summum ejus ; nec est qui se abscondat a calore ejus). Sl XVIII, 7

Uma geração passa, e outra geração lhe sucede; mas a terra permanece sempre estável. O sol nasce e põe-se, e torna ao lugar donde partiu, e, renascendo aí, dirige o seu giro para o meio-dia, e depois declina para o norte; o vento corre, visitando tudo em roda, e volta a começar os seus circuitos. Eclo I, 4-6

- A imobilidade da terra e seu fundamento

Trema toda a terra diante da sua face, porque ele fundou o orbe imóvel (Commoveatur a facie ejus omnis terra :ipse enim fundavit orbem immobilem). I Cr XVI, 30

Onde estavas tu, quando eu lançava os fundamentos da terra? Indica-mo, se tens inteligência. Sabes quem deu as medidas para ela ? E quem estendeu sobre ela a régua? Sobre que foram firmadas suas bases? Ou quem assentou sua pedra angular, quando os astros da manhã me louvavam juntos, e quando todos os filhos de Deus estavam transportados de júbilo? Jó
XXXVIII, 4-7

Ele é quem estende o setentrião sobre o vácuo, quem suspende a terra no nada. Jó 26, 7
O Senhor reinou, e vestiu-se da magnificência, e cingiu-se dela. Porque firmou a redondeza da terra, que não se moverá (Etenim firmavit orbem terræ, qui non commovebitur). Sl XCII, 1-2

Dizei entre as nações que o Senhor reina. Porque firmou toda a terra, que não se moverá; ele julgará os povos com equidade. (Etenim correxit orbem terræ, qui non commovebitur). Sl XCV, 10


Fundaste a terra sobre as suas bases, ela não se desnivelará pelos séculos dos séculos (Qui fundasti terram super stabilitatem suam: non inclinabitur in sæculum sæculi).
Sl CIII, 5

- Os Padres e Doutores da Igreja

São Clemente de Roma


"Sol, lua e demais astros giram conforme Sua determinação, em harmonia e sem desvio algum pelas órbitas prescritas a cada um deles"
[6].

Santo Ambrósio

"Olhe primeiro o firmamento do céu, que foi criado antes do Sol. Olha a terra, que começou a ser visível e ordenada antes que o sol iniciara seu curso" [7].

Santo Agostinho (explicando uma parte do Eclesiastes):

"Disse-o das coisas que antes mencionava, a saber, das sucessões das gerações, do curso do sol, do deslizar das torrentes, ou, então, de todo o gênero de coisas, que nascem e morrem" [8].


São Basílio Magno

"Há filósofos da natureza que com grande habilidade de palavras dão razões para a imobilidade da terra (...). Não é, eles continuam, sem razão ou por chance que a terra ocupa o centro do universo, seu lugar natural (...) Não fique surpreso que o mundo nunca cai: ele ocupa o centro do universo, seu lugar natural. Por necessidade ele é obrigado a manter-se no seu lugar, a não ser que um movimento contrário a natureza possa movê-lo. Se tem algo nesse sistema que pareça provável para você, mantenha sua admiração pela fonte dessa ordem perfeita, pela sabedoria de Deus. Grandes fenômenos não nos arrebatam a não ser que tenhamos descoberto o mecanismo maravilhoso deles. É de outro modo aqui? De todos os eventos vamos preferir a simplicidade da fé do que a demonstração da razão
" [9].

São João Crisóstomo

"Mas não só Ele fez, mas deu meios para que quando estivesse feito, poderia continuar suas operações; não permitindo que tudo seja imóvel, nem comandando que tudo esteja em movimento. Os céus, por exemplo, se mantém imóvel, de acordo com o que o profeta disse, "foi ele que estendeu os céus como um véu, e os desenrolou como uma tenda para habitar". Mas, por outro lado, o sol com o resto das estrelas, percorrem seus cursos durante todo o dia. E de novo, a terra é fixa, mas as águas estão continuamente em movimento; e não só as águas, mas as nuvens, mas as frequentes e sucessivas chuvas, que retornam nas épocas próprias" [10].


São Pio V no Catecismo de Trento

"Ele também deu ao Sol seu brilho, e à lua e às estrelas a beleza; para que servissem de sinais para as estações, dias e anos. Ele também ordenou os corpos celestes em um determinado e uniforme curso, que nada varia mais que a sua contínua revolução, enquanto nada é mais fixo que a sua variedade (...).

À terra Deus também comandou que ficasse no meio do universo, colocada no sua própria fundação e fez as montanhas subirem, e as planícies descerem ao lugar que ele encontrou para eles"
[11].

São Roberto Bellarmino

"Dizer que assumindo que a terra se mova e o sol permaneça fixo, as aparências são salvas de modo melhor que com excentricidades e epiciclos, é justo; não há nenhum perigo nisto e é suficiente tratar assim para os matemáticos. Mas querer afirmar que o sol está realmente fixo no centro dos céus e unicamente gira ao redor de si (através de seu eixo) sem viajar do leste para o oeste, e que a terra está situada na terceira esfera e gira com grande velocidade em torno do sol, é uma coisa perigosa, não só por irritar todos os filósofos e teólogos escolásticos, senão por também injuriar nossa Santa Fé e supor falsas as Sagradas Escrituras" [12].


Santo Tomás de Aquino

"Deve-se dizer que a terra está para o céu assim como o centro para a circunferência. Ora, em torno de um centro pode haver muitas circunferências. Logo, existindo uma só terra, afirmam-se muitos céus" [13].


As revelações privadas (Santa Hildegarda)

As revelações à Santa Hildegarda são impressionantes: em "Liber Divinorum Operum" (1163-1174), a santa aponta explicações para a origem da gravidade, algo que não pensaram os cientistas em toda a história da ciência até então. Ali explica a natureza do espaço exterior e suas implicações, e explica a mecânica do movimento solar e o sistema planetário desde uma perspectiva tychoniana, tal como defendida. Isso foi 400 anos antes que Tycho Brahe estabelecesse seu sistema. De acordo com as visões de Santa Hildegarda, a Terra encontra-se imóvel no centro do universo, servindo como centro dos quatro pontos cardeais do cosmo. Um universo que é finito e esférico. Suas visões deixam perfeitamente claro que todo o firmamento rotaciona ao redor da terra estática. Rodeando a terra há seis capas de diversas espessuras compostas de fogo, água ou ar. As duas capas mais externas estão formadas por fogo (plasma). Justo debaixo destas duas capas aparece uma banda de éter. O Sol participa do movimento rotacional de todo o firmamento, salvo o quase um grau ao dia que uma corrente contrária do fluído éter o faz retroceder, e outra corrente transversal produz nele uma rotação de subida-descida. As revelações foram consideradas como de origem divina pelo Bispo de Mainz, Dom Heinrich, e a publicação aprovada pelo Papa Eugênio III [14].

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*Associación de Docentes Santo Tomás de Aquino. Textos disponíveis em http://asociaciondocentessantotomasaquino.blogspot.com

[1] Despedida de Bento XVI aos padres no Vaticano, pouco tempo depois do anúncio de sua renúncia, como relatada pelo L’Osservatore Romano, 14 de Fevereiro, 2013, página 4, paragrafo #5 no artigo.
[2] Encíclia Providentissimus Deus, 1893, no.30

[3] Lamentabili Sane, 1907, números 5, 11, 64.
[4] Spiritus Paraclitus, 15 de Setembro de 1920.
[5] Humani Generis, no.23, no.24, 12 de Agosto de 1950.
[6] Primeira Carta aos Coríntios, Cap.XX, 3
[7] Os seis dias da Criação, 4, 1
[8] Cidade de Deus, Livro XII, Cap.13
[9] The Treatise de Spiritu Sancto, B. Jackson, pg.223 Hexaemeron, Homilia I
[10] Nicene and Post-Nicene Fathers, Vol. IX: The Homilies on the Statues to the People of Antioch.: Homily XII
[11] O Credo, artigo 1, sobre os céus e a terra
[12] Carta de 12 de Abril de 1615 para o Frade Paolo Foscarini, que era um seguidor de Galileu.  
[13] Summa Theologica, Prima Pars, q.68, Art.4
[14] Assim lembra Bento XVI em uma audiência geral no Palácio Apostólico de Castel Gandolfo, Quarta-feira,1° de Setembro de 2010, e na carta apóstolica de 7 de Outubro de 2012 onde Santa Hildegarda de Bingen é proclamada Doutora da Igreja universal.