Santo Profeta Menor Sofonias, rogai por nós!
Outras leituras prévias:
O Profeta Sofonias fala do extermínio dos maus sacerdotes, a queda das torres altas. As casas dos ímpios "converter-se-ão num deserto"
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Extraído de: "O Príncipe dos Cruzados (Vol. I, parte I, 3a edição, Cap. IV)"!
Anterior deste capítulo: A
vinda do Reino de Maria provada pelo Novo Testamento e nas orações da
Igreja, baseada em parte nas indicações do Pe. Antônio Vieira
Profeta Menor Sofonias da Sagrada Escritura, tradução da Vulgata pelo Pe. Matos Soares.
Cap. II, 1-7 - Vinde todos, juntai-vos, nação indigna de ser amada, antes que o decreto produza esse dia que passará como (um turbilhão de) pó, antes que venha sobre vós a ira do furor do Senhor, antes que venha sobre vós o dia da indignação do Senhor. Buscai o Senhor, todos vós humildes nesta terra, vós os que guardastes seus preceitos, buscai a justiça, buscai a mansidão, para ver se podeis achar um abrigo no dia do furor do Senhor.
Porque Gaza será destruída e Ascalon virá a ser um deserto. Azoto será assolada em pleno meio-dia e Acaron será arrancada pela raiz. Ai de vós, os que habitais a costa do mar, povo de homens perdidos! Canaã, terra dos filisteus, a palavra do Senhor está para cair sobre Vós. Eu te exterminarei, sem que fique um só dos seus habitantes. A costa do mar será então lugar de repouso para os pastores, aprisco para as ovelhas, ela será daqueles que tiverem ficado da casa de Judá, encontrarão pastagens, descansarão à noite nas casas de Ascalon; porque o Senhor seu Deus os visitará e os fará voltar do seu cativeiro.
A exortação à penitência é acompanhada da advertência sobre "a ira do furor" e "dia da indignação", mas por que essa repetição se se trata do mesmo dia? Repete-se porque, no plano de interpretação que tratamos (método exposto no capítulo I), em uma ordem temporal primeiro vem o furor, e depois, a indignação final. Primeiro, o Grande Castigo, depois, o dia da Ira, o último dia do mundo. A penitência tem a ver com o pecado: orgulho, falta aos mandamentos de Deus, injustiça e agitação.
As três cidades indicam três tipos de castigos. As inundações virão sobre os povos das costas, mais provavelmente. Os que sobrarão, entre os "da casa de Judá", encontrarão pastagens, isto é, fertilidade espiritual e material depois do Castigo.
Por que casa de Judá? Esta foi a única que manteve as tradições durante o exílio da babilônia, conforme vimos desde o início do capítulo III até aqui. A Era de Elias profeta representa a prefigura da quinta Era cristã. A casa de Judá tem no seu símbolo o leão de Judá, usado no emblema da TFP, da qual falamos desde o começo deste volume e mais especificamente na parte 2 deste volume. Desde os seus primórdios, essa associação, engendrada por Plinio Corrêa de Oliveira, lutou para manter as tradições nesta Era de auge da Revolução, até mesmo dentro da Santa Igreja. Junto ao leão de Judá, estilizado pelo símbolo da TFP, pode-se ver a cruz do tau, citada em Ez IX, 11, parte já tratada neste capítulo. Tradicionalmente, sempre se entendeu que o tau, semelhante a uma cruz no alfabeto paleo-hebraico, significava que somente os católicos serão salvos. O mesmo vale, pensamos, aos que sobrarão após o castigo: somente aqueles que mantiveram a tradição, nos moldes que a instituição acima, iniciada por Dr. Plinio, manteve, isto é, a tradição litúrgica, moral tradicional, luta contra-revolucionária, etc (Adendo da 3a edição: obviamente, não significa que fora da TFP não há salvação!).
A citação da casa de Judá também tinha sentido para a Era antiga, pois esta não podia misturar-se com os gentios no cativeiro, por causa da linhagem de Nosso Senhor Jesus Cristo, que é Davídica, isto é, da casa de Judá. Fazendo um paralelo possível com isso, sustentamos que a "casa de Judá da Era cristã" precisa perdurar, não por causa da vinda de Nosso Senhor, pois Ele virá novamente só no fim do mundo, mas pelos motivos que ela representa: guarda das tradições, e linhagem real do Grande Monarca, do qual já falamos antes, e ainda veremos no capítulo V.
8-9 - Eu ouvi os insultos de Moab e as blasfêmias dos filhos de Amon, que ultrajaram o meu povo e se levantaram arrogantemente contra as suas fronteiras. Por isso, juro por minha vida, diz o Senhor dos exércitos, o Deus de Israel, que Moab virá a ser como Sodoma, e os filhos de Amon como Gomorra, um lugar de espinhos secos e montões de sal, um deserto eterno. Os restos do meu povo os saquearão e os que restarem da minha gente serão os seus donos.
Moab e Amon aqui representam a esfera espiritual e a temporal alinhadas ao objetivo da cidade do demônio, e também representam Sodoma e Gomorra. Estas duas cidades invadiram as fronteiras da cidade de Deus, tomaram conta desta, espiritualmente e materialmente.
A lembrança de Sodoma e Gomorra é um paralelo com os pecados destas cidades, presentes no mundo moderno, ou seja, a luxúria principalmente, assim como o apoio ao pecado contra a natureza. Deus prevê a destruição desta civilização, que nunca mais voltará a reinar, será um "deserto eterno", e mesmo na vinda do Anticristo, ela não voltará, pois o miserável tentará destruir a Igreja, porém, seu tempo será rápido, isto é, não haverá tempo para formar a civilização Sodomita de outrora, mas sim para destruir espiritualmente a civilização daquele tempo: o Reino de Maria.
Vale a pena notar que Deus de novo menciona que poucos sobrarão do Castigo, até dentre os que eram de Seu povo.
10-12 - Isto lhes há de acontecer por causa da sua soberba, porque blasfemaram e trataram com arrogância o povo do Senhor dos exércitos. O Senhor mostrar-se-á terrível contra eles, aniquilará todos os deuses da terra. Adorá-lo-ão todos, cada um no seu país, todas as ilhas das nações. Mas também vós, ó etíopes, sereis mortos pela minha espada.
"Aniquilará todos os deuses da terra": todos os ídolos modernos, sejam os astros da televisão, da música, diversas celebridades, os gurus, as diversões, tudo que for fonte de neo-paganismo será destruído.
"Adorá-lo-ão todos, cada um no seu país, todas as ilhas das nações": depois da destruição, todos as nações adorarão o Deus verdadeiro.
"Mas também vós, ó etíopes, sereis mortos pela minha espada": significam os povos mais afastados da mentalidade neo-pagã predominante no mundo (mas que serão castigados à medida que pecaram), porque os etíopes pareciam distantes dos antigos problema no oriente médio, mas certamente com problemas diferentes.
13-15 - (O caldeu) estenderá a sua mão contra o aquilão e destruirá Assur; reduzirá a formosa (cidade de Nínive) a uma solidão, a um despovoado e como que a um ermo. Os rebanhos descansarão no meio dela, e todos os animais dos povos; o onocrótalo e o ouriço terão por morada os seus vestíbulos; ouvir-se-á o canto das aves por cima das janelas, o corvo pro cima das portas, porque eu aniquilarei a sua força. Esta é aquela cidade orgulhosa que nada temia, que dizia no seu coração: Eu sou, e fora de mim não há outra. Como se mudou ela num deserto, num covil de feras? Todo o que passar por ela, insultá-la-á com assobios e agitará a mão.
"Esta é aquela cidade": depois de mencionar diversas cidades, a profecia fala no singular, porque todas representam uma civilização, de acordo com a nossa interpretação, embora possa representar mais coisas (que não entram em contradição com as outras).
"Cidade orgulhosa que nada temia, que dizia no seu coração: Eu sou, e fora de mim não há outra": civilização que se coloca no lugar do Deus que disse a Moisés: "Eu sou", e que se coloca no lugar da Igreja, que sustenta "fora da Igreja não há salvação".
Cap.3, 1-4 - Ai da cidade provocadora, que, depois de ter sido resgatada, (fica insensata como) uma pomba! Ela não ouviu a voz (que a admoestava), nem recebeu o aviso; não confiou no Senhor, nem se aproximou do seu Deus. Os seus príncipes são no meio dela como leões rugindo; os seus juízes como lobos noturnos, que não deixam nada para o dia seguinte. Os seus profetas são uns loucos, uns homens sem fé; os seus sacerdotes profanaram as coisas santas, procederam injustamente contra a lei.
Cidades que antes eram católicas e se transformaram em anti-católicas.
"Ela não ouviu a voz (que a admoestava), nem recebeu o aviso": não ouvirá a voz dos vindouros três apóstolos, conforme tratamos em todos os capítulos até aqui.
Assim, as cidades estão totalmente corrompidas: os "príncipes" ou chefes de poder, os "juízes", cheias de falsos-profetas, e sacerdotes profanadores. É o auge da revolução.
5-6 - O Senhor, que é justo e que está no meio dela, não fará injustiça; de manhã, logo que nasça o dia, produzirá à luz o seu juízo e não se esconderá; o ímpio, porém, não soube que coisa era ter vergonha. Eu exterminei as nações, e as suas torres foram deitadas abaixo; eu tornei os seus caminhos, desertos, sem haver mais quem por eles passe; as suas cidades ficaram desoladas, não havendo já um homem nelas, nem habitante algum.
Na dimensão interpretativa que tratamos, é o Castigo Mundial.
7 - Eu disse: Ao menos depois disto (ó Israel) temer-me-ás, aproveitar-te-ás dos meus avisos; a sua casa não será arruinada por causa de todos os crimes, pelos quais eu já a castiguei. Todavia (os seus filhos), levantando-se, ao contrário, de madrugada, corromperam todos os seus pensamentos.
Depois, o Reino de Maria, por isso, "sua casa não será arruinada..".
8-10 - Portanto, espera-me, diz o Senhor, para o dia futuro da minha ressurreição, porque resolvi congregar as nações e reunir os reinos; derramarei sobre eles a minha indignação, toda a ira do meu furor; porque toda a terra será devorada pelo fogo do meu zelo.
Então eu darei aos povos lábios puros, para que todos invoquem o nome do Senhor e se submetam ao seu jugo num mesmo espírito. Os que habitam da outra banda dos rios da Etiópia, virão de lá oferecer-me orações; os filhos do meu povo dispersos me trarão seus presentes.
"Dia futuro da minha ressurreição": o fim da iniquidade da quinta Era, e o desenrolar da sexta. São prefiguras do fim da iniquidade na sétima Era (do Anticristo) e começo da Era sem fim, ou do céu, precedido pelo juízo final. Por isso também, a ressurreição geral é citada junto com o conjunto das nações adorando ao Senhor.
"Toda a terra será devorada pelo fogo do meu zelo": tanto por Elias, que virá pregar no tempo do Anticristo, quanto pelo fogo mencionado em II S. Pedro III, 10.
Também a sexta Era, ou o Reino de Maria, será quando todos os povos adorarão a Cristo Deus em um só espírito.
Nesta dimensão exegética apresentamos os próximos versículos, que são como um Salmo.
11-20 - Naquele dia (ó Jerusalém) não serás confundida por todas as tuas obras com que prevaricaste contra mim; porque então exterminarei do meio de ti aqueles que, com as suas palavras faustosas, excitavam a sua soberba, e tu, para o futuro, não te orgulharás mais por possuíres o meu santo monte. Deixarei no meio de ti um povo de pobres e humildes, os quais esperarão no nome do Senhor. Os fiéis de Israel não cometerão iniquidades, nem proferirão a mentira, e não se achará na sua boca língua enganosa; porquanto serão apascentados e repousarão, e não haverá quem lhes cause medo.
Entoa cânticos de louvor, filha de Sião; canta louvores ó Israel; Alegra-te e exulta de todo o coração, filha de Jerusalém. O Senhor apagou a sentença da tua condenação, afastou de ti os teus inimigos; o Senhor que é o rei de Israel, está no meio de ti; tu não temerás mais mal algum. Naquele dia dir-se-á a Jerusalém: Não temas; não se enfraqueçam as tuas mãos, ó Sião. O Senhor teu Deus, o forte, está no meio de ti; ele te salvará; ele fará em ti o seu gozo e a sua alegria, calar-se-á no seu amor, exultará a teu respeito com louvor. Eu congregarei esses homens vãos, que se tinham afastado da lei, visto que eles te pertenciam, a fim de que não tenhas mais vergonha por causa deles. Eis que, naquele tempo, matarei a todos os que te afligirem e salvarei aquela (nação) que coxeava; farei voltar o que tinha sido desviado; farei deles um objeto de louvor e de glória em todos os países onde sofreram ignomínias. Naquele tempo, em que eu vos farei tornar, e no tempo, em que vos juntarei todos, tornar-vos-ei célebres e graciosos diante de todos os povos da terra, quando eu tiver feito vir diante dos vossos olhos vossos cativos, diz o Senhor.
Próximo deste capítulo: O profeta Baruc fala da conversão da China e do mundo, da reunião das tribos de Israel, e do castigo dos ímpios