Profeta Malaquias profetiza um castigo para os sacerdotes: "vós ofereceis sobre o meu altar um pão imundo"

Santo Profeta Malaquias, rogai por nós!
 

Anterior deste capítulo: O profeta Joel fala de um castigo como nunca visto, de uma Terra devastada, dias de trevas, e de um povo novo e santo

Para entender diversos conceitos daqui, recomendamos a leitura prévia:

Hipótese Teológica da divisão das Eras da Igreja. Apreciação das divisões de S. Agostinho, S. Boaventura e outros

Clique para mais: Profecias Católicas 

Extraído de: "O Príncipe dos Cruzados (Vol. I, parte I, 3a edição, Cap. IV)".

Profeta Malaquias da Sagrada Escritura, tradução da Vulgata do Pe. Matos Soares.

Cap.1 - 1-5 - Duro oráculo do Senhor contra Israel, por intermédio de Malaquias.

Eu vos amei, diz o Senhor, e vós disseste: Em que nos amaste tu? Porventura não era Esaú irmão de Jacó, diz o Senhor? E contudo eu amei Jacó, aborreci Esaú, reduzi os seus montes a uma solidão e deixei a sua herança aos dragões do deserto. Se a Iduméia disser: Nós fomos destruídos, mas voltaremos para edificar o que foi destruído, isto diz o Senhor dos exércitos: Eles edificarão, e eu destruirei; e serão chamados país de impiedade, povo contra o qual se irou o Senhor para sempre. Os vossos olhos o verão, e vós direis: Glorificado seja o Senhor sobre a terra de Israel.


Israel é o símbolo da região de todos os católicos, porque no passado era onde habitava o povo eleito. Entretanto, hoje o povo do Senhor existe em todas as nações. Segundo São Luis Maria Grignion de Montfort, no seu Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem, Esaú representa os filhos da serpente, e Jacó os filhos de Maria, a batalha entre o bem e o mal. Deus diz que acabou com a herança de Esaú, mas estes versículos não se referem ao passado somente, pois Deus diz que se a Iduméia (cidade que tem o mesmo símbolo de Esaú
nesta parte), quiser se reerguer e voltar a construir o que foi destruído, Deus a destruirá. Assim também podemos dizer que se a cidade da impiedade tentar crescer e se fortalecer como no passado pagão, Deus a destruirá.

Vivemos a quinta Era Cristã, conforme hipotetizado no capítulo III. Esta Era sucedeu a quarta, quando o Cristianismo prosperou. Antes disso, a cidade do demônio dominava até ser destruída espiritualmente pela Cruz de Cristo, embora só o tenha materialmente na terceira e na quarta Era. Na terceira, a perseguição ao Corpo de Cristo, a Igreja, arrefeceu consideravelmente. O mesmo vale para as Eras pré-cristãs, prefiguras das Eras Cristãs. Por isso, o profeta, ao falar da quinta Era antiga, fala também ao nosso tempo.


Serão chamados "país de impiedade" porque a atual globalizada civilização será lembrada no futuro como exemplo de cidade impiedosa contra a lei de Cristo.

6-9 - O filho honra seu pai e o servo reverencia o seu senhor. Se eu, pois, sou vosso pai, onde está minha honra? E se eu sou vosso Senhor, onde está o temor que se me deve? diz o Senhor dos exércitos. Convosco falo, ó sacerdotes, que desprezais o meu nome e que dizeis: Em que desprezamos nós o teu nome? Vós ofereceis sobre o meu altar um pão imundo e dizeis: Em que profanamos nós? Nisso que dizeis: A mesa do Senhor está desprezada. Se vós ofereceis uma (hóstia) cega para ser imolada não é isto mau? E se ofereceis uma que é coxa e doente, não é isto mau? Oferecei estes animais ao vosso governador, e vereis se eles lhe agradarão, ou se ele vos receberá com agrado, diz o Senhor dos exércitos. Agora, pois, fazei vossas orações diante de Deus para que ele se compadeça de vós (porque tudo isto foi feito por vossas mãos), a ver se vos recebe favoravelmente, diz o Senhor dos exércitos.


Trecho sagrado impressionante que denuncia a falta com a devida honra a Deus. E por causa dos sacerdotes. Quase ninguém honra direito a Deus por causa da corrupção sacerdotal. Estes ofereceram um pão imundo. Que pão é este? Parece relacionar-se com o pão do céu, Nosso Senhor Jesus Cristo, o pão da vida.

Como este pão é Nosso Senhor se Ele está imundo, e Nosso Senhor não é imundo? A imundície pode vir dos sacerdotes, ou representar o sacrilégio em cima da Eucaristia, ou ainda com outras coisas sagradas. O pão "oferecido" claramente indica o "pão que vem do céu", presente na Igreja Católica. A sujeira não vem deste, e sim de seus ministros, por isso, Deus lembra o cinismo dos sacerdotes que falam: "em que profanamos nós?"

A mesa do Senhor foi desprezada, foi trocada pela atual "ceia do Senhor", introduzida na Santa Igreja Católica como diminuição da noção de "sacrifício incruento". Ademais, a mesa também é parte do próprio templo, o qual tem sido profanado igualmente.

A "hóstia cega" é falta de humildade, porque Nosso Senhor é oferecido, mas quem deve se oferecer primeiro a Cristo é o fiel. Os defeitos da hóstia são os sacerdotes e católicos que se aproximam da mesa indignamente. No entanto, a falta de respeito ao Senhor é grande, enquanto o respeito aos governantes e príncipes do século é mantido. Por isso, Deus faz a comparação no sentido profético.

10-14 - Quem há entre vós que feche as portas e acenda o fogo sobre o meu altar gratuitamente? O meu afeto não está em vós, diz o Senhor dos exércitos, nem eu aceitarei oferenda alguma da vossa mão. Porque, desde o nascer do sol até o poente, o meu nome é grande entre as nações, e em todo o lugar se sacrifica e se oferece ao meu nome uma oblação pura; porque o meu nome é grande entre as nações, diz o Senhor dos exércitos.

mas vós tendes profanado, dizendo: A mesa do Senhor está contaminada; aquilo que se oferece em cima dela, é desprezível como o fogo que o devora. E dissestes: Eis que te oferecemos o fruto do nosso trabalho, e com isto tornastes desprezível o que oferecestes, diz o Senhor dos exércitos, e trouxestes-me reses mancas e doentes, que eram o fruto das vossas rapinas, e mas ofereceste de presente. Julgais vós, pois, que eu receberei tal presente vossa mão, diz o Senhor? Maldito seja o homem enganador, que tem no seu rebanho um animal são, fez voto dele ao Senhor, e lhe sacrifica um doente; porque eu sou o grande Rei, diz o Senhor dos exércitos, e o meu nome é temido entre as nações. 


Em todo lugar, desde o "nascer até o poente", oferece-se uma oblação pura, isto é, a consagração, a missa, ocorre todos os dias, apesar dos sacrilégios.

A mesa do Senhor "está contaminada", e o que "se oferece em cima dela" é o fogo: na dimensão interpretativa que trata das Eras cristãs essas coisas representam, respectivamente, os defeitos que não foram perdoados pelo sacramento da confissão e o pecado remido pelo sacrifício incruento.

Em seguida, ainda na mesma dimensão interpretativa, Deus reclama que os homens desta Era irão oferecer tudo de menos precioso de suas vidas a Deus, porque não darão tudo para Deus, isto é, não quererão dar suas almas ao Senhor Nosso Deus.


Cap.2, 1-8 - E agora esta é, ó sacerdotes, a ordem que se vos intima. Se me não quiserdes ouvir, se não quiserdes aplicar o vosso coração a dar glória ao meu nome, diz o Senhor dos exércitos, eu vos mandarei a indigência e amaldiçoarei as vossas bênçãos; sim, eu as amaldiçoarei, porque não pusestes as minhas palavras sobre o vosso coração. Eis que vos tirarei a espádua, atirar-vos-ei ao rosto com o esterco das vossas solenidades e ele se apegará a vós.

Então sabereis que fui eu que vos mandei esta ordem, para que a minha aliança com Levi subsistisse, diz o Senhor dos exércitos. A minha aliança com ele foi de vida e de paz. Dei-lhe o meu temor, ele temeu-me e tremia de medo diante da face do meu nome. A lei da verdade esteve na sua boca e a iniquidade não se achou nos seus lábios; andou comigo em paz e em equidade, e afastou muitos da iniquidade. Porque os lábios dos sacerdotes serão os guardas da ciência; da sua boca se há de aprender a lei, porque ele é o anjo do Senhor dos exércitos. Mas vós desviastes-vos do caminho, escandalizastes a muitos na (observância da) lei; tornastes nula a aliança que eu tinha feito com Levi, diz o Senhor dos exércitos.


Deus mandará um castigo aos sacerdotes. Aqui vemos que uma "ordem" precede o castigo. Neste plano exegético, esta ordem é a ordem do Papa Santo, o aviso que precede a Bagarre, ou Castigo Mundial, conforme sustentado nos capítulos precedentes.

Não é o aviso de nenhum outro, porque Deus diz claramente que "ele é o anjo do Senhor", e cita adiante a aliança de Deus com Levi, sacerdote do antigo testamento.

Por não ouvir este aviso do escolhido por Deus, os sacerdotes se verão em tribulações no grande castigo, pois serão "
desprezíveis e vis aos olhos de todos os povos", como diz o próximo versículo. Na dimensão interpretativa do tempo do Papa Santo, isso significa não só as sanções Papais, mas as maldições e sinais de desagrado de Deus que precederam e precederão o Castigo.

Levi afastou muitos da iniquidade, diferente dos sacerdotes que Deus menciona como desviadores do caminho e escandalizadores
"a muitos na (observância da) lei". Antes, a profecia diz que "os lábios dos sacerdotes serão guardas da ciência" porque neste versículo fala-se do futuro, seguindo o exemplo do Papa Santo vindouro.

9 - Por isso, como não guardastes os meus caminhos, e, quando se tratava de sentenciar, segundo a minha lei, fizestes acepção de pessoas, também eu vos tornei desprezíveis e vis aos olhos de todos os povos.
 
O Senhor os tornou
"desprezíveis e vis aos olhos de todos os povos" porque o Castigo é mundial. Fizeram "acepção de pessoas", isto é, escolheram agradar aos homens e não quiseram obedecer a quem deveriam obedecer, tentaram "sentenciar" agradavelmente de acordo com quem era sentenciado, para agradá-lo. Porém, o aviso será geral: serão decretos do Papa Santo para todo o mundo. Não haverá possibilidade de acepção de pessoas.

Próximo deste capítulo: Profeta Malaquias fala da vinda de um Castigo por causa do relativismo. Então, os ímpios prosperando se verão em apuros