Critérios desta seleção e da supressão de outras profecias, como a dos Papas, Garabandal e Medjugorje, etc.

A vidente Vicka de medjugorje impõe mãos sobre o notório homossexual Cecchi Paone

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Ex
traído de: "O Príncipe dos Cruzados (Vol. I, parte I, 3a edição, Cap. V)"
.

Capítulo anterior (IV): Profeta Miquéias diz que, nos "últimos tempos", Deus “habitará numerosas nações, até os lugares mais remotos”

Adendo da 3a edição: os próximos três subtópicos foram incluídos.

Razão desta seleção de profecias


Este artigo surgiu como uma maneira de explicar o porquê muitas profecias, ou ditas profecias não foram incluídas nesta compilação. Os critérios são 3:

1. Autoridade da pessoa:

Caso não seja santo (a), deve ser
elogiado por santos, beatos, ou pela Tradição Católica.

2. Autoridade do conteúdo quanto ao conjunto das profecias:


2.1. Traz certa novidade para este.
2.2. Reforça tópicos pouco tratados.
2.3. Sentido favorável ao conjunto.

3. Autorização da censura eclesiástica até quando Paulo VI revogou esta disposição.

Quanto ao critério 3, livros místicos, profecias, interpretações, etc, precisavam passar pela censura eclesiástica, isto é, uma declaração por parte da Santa Sé, ou pelos seus subordinados, de que aquelas profecias privadas em nada contradiziam o ensinamento católico sobre o tema [1]. Reinante Paulo VI, esta disposição foi revogada em 1966 [2]. Toda publicação original até aquela data precisava tê-la, e depois da data, não. Já o Código de Direito Canônico de 1983, Reinante João Paulo II, obrigou a permissão eclesiástica para obras que não pertencem ao gênero deste volume [3].
 
Quanto ao critério 2, os dois primeiros sub-requisitos existem por causa de espaço, pois nem todo santo que profetizou pode ser incluído nesta compilação, já extensa. O terceiro existe pois a profecia precisa convergir ao conjunto das profecias privadas. Afinal, conforme
compilado no capítulo I, ninguém pode rejeitar o conjunto das profecias privadas, o que equivale a negar a ação do Espírito Santo na Igreja. Por isso, as profecias privadas precisam se harmonizar. O que vale para uma pessoa, vale para uma profecia em relação às outras.

Quanto ao critério 1, cabe a objeção: Plinio Corrêa de Oliveira, que tantas vezes é citado neste volume, não é novo demais para ser citado pela Tradição, não tendo sido canonizado?

Embora não queiramos nos adiantar ao juízo da Santa Igreja, cremos que ele foi santo e nossa intenção foi prová-lo quando disponibilizamos a parte 2 desse volume, que visa mostrar suficientemente que Dr. Plinio era um profeta pela sabedoria, além de ter sido o único de sua época, por isso o título da parte 2: "o Santo Elias de sua época e profeta por sabedoria". Mesmo assim, a maior parte de suas colaborações teológicas foram incluídas nesse volume pela mesma razão que alguns estudos do Pe. Antônio Vieira o foram: o pioneirismo. Esta compilação não é, portanto, um mero compilado de profetas, mas também um trabalho sobre teologia da história e temas relacionados. Se descobrirmos outros estudiosos desses temas que tenham contribuído com os mesmos requisitos de autoridade de conteúdo, também os acrescentaríamos.

Razão da supressão de profecias que cumprem o critério 2 e 3

Pese a sujeição deste trabalho à autoridade eclesiástica, a razão consiste nas estranhezas nunca esclarecidas em torno de tais aparições, ou por parte da doutrina e vida da unanimidade de seus videntes, como já explanado desde a primeira edição exatamente neste artigo. A inclusão de uma profecia aqui fora do critério 3, e vagamente cumprindo o 1, tem base na autoridade marcante do critério 2. Apesar disso, se se descobrisse uma condenação antiga do trecho da obra ou sua fonte, tiraríamos com gosto. Este compilado se apega ao conjunto das revelações particulares, não em uma ou outra, pois o conjunto é obra do Espírito Santo, como demonstrado no capítulo I.

Tentativa de definição de “Grande Aparição Marial”

Uma “grande aparição Marial” deve conter os seguintes elementos:

1. Valor espiritual internacional.
2. Caráter social, indireto ou direto.
3. Exorta aos homens de sua Era.

Explicação de 1: A abrangência internacional acontece por uma devoção ali originalmente difundida, ou por mensagens celestes. Aqui está implícita a aprovação eclesiástica, assim como a harmonia com as aparições e profecias do conjunto dos santos. Outras podem ser autênticas e úteis para relatar o mesmo para certos lugares ou povos, porém, não serão “Grandes Aparições” enquanto não falarem internacionalmente. Muitas vezes, a ardente defesa para que o sejam é oriunda de nacionalismo.

Explicação de 2: Lourdes confirmou o dogma da Imaculada Conceição proclamado por Pio IX, objeto de inúmeros atritos à época. Já na Rue du Bac (medalha milagrosa), a Mãe de Deus chorou guerras naquele século XIX. Não é preciso falar de Bom Sucesso (Quito), La Salette ou Fátima, cujo caráter social é neste capítulo apresentado.

Explicação de 3: Eis a razão pela qual outras importantíssimas aparições, como a para S. Simão Stock, ou para S. Domingos, que nos deram a Escapulário e o Santo Rosário, respectivamente, não são Grandes Aparições Mariais. Entretanto, em muitas das Grandes Aparições Mariais, tais devoções estavam implícitas, pois a Mãe de Deus usou o Escapulário em Fátima e portava o Santo Rosário pelo menos em duas outras.
Não se pode objetar de que a definição de "Era" é uma determinada visão sociológica, pois trabalhamos com a unanimidade neste caso específico, embora defendamos uma divisão posterior mais específica. Todos são unânimes em dizer que os tempos de S. Domingos e de S. Simão Stock foram os da Idade Média.

Assim, as Grandes Aparições Mariais são, na sequência, Nossa Senhora do Bom Sucesso em Quito, Equador (1594), Nossa Senhora das graças ou da Medalha Milagrosa em Paris (1830), La Salette (1846), Lourdes (1858) e Fátima (1917).

Vale a penar notar: pelo critério da grande aparição, vê-se como é muito provável que ocorram Grandes Aparições Mariais futuras até o fim do mundo. Com efeito, ainda cremos na sétima aparição prometida em Fátima.


Sobre profecias como a de S. Malaquias (a dos Papas), Nostradamus, Sapateiro Bandarra, outras menores, e alegadas aparições como Garabandal e Medjugorje.

Antes de tudo, deixamos claro que a Santa Igreja, até onde sabemos, não se pronunciou até o momento, isto é, deu uma aprovação negativa, que quer dizer: "não há nada contra a Doutrina nessas revelações particulares".

Previsão dos Papas de S. Malaquias

O jesuíta Igartua, em sua obra sobre o tema, cita várias histórias de benevolências da Igreja no passado em relação ao uso dos lemas de S. Malaquias [4]. S. Pio X, segundo o Cardeal Merry Del Val, já tinha o conhecimento profético da primeira guerra mundial, porque comentou a previsão S. Malaquias assim: "Muito bem se poderia encontrar-se relacionado com esta previsão o fato de que, pela mesma época, passeando um dia o Santo Padre pelos jardins do Vaticano se detivera em frente a imagem de Nossa Senhora de Lourdes, e exclamara em presença de seu capelão privado, Monsenhor Bresan: "Compadeço-me de meu sucessor. Eu não o verei, mas é demasiado certo que o Religio depopulata está muito próximo" [5].

A famosa profecia dos Papas em fonte impressa na verdade só apareceu no ano de 1595, no livro de Arnold de Wion  [6]. Antes disso, já figurava a lista na obra do célebre historiador da Igreja Onofre Panvinio, "Epitome Romanorum Pontificum" [7], escrita em 1557. Com Wion os papas até então vinham acompanhados de uma interpretação específica do nome, e inclusive são citados anti-Papas como João XXIII (depois o Papa Roncalli, eleito em 1958, tomou o mesmo nome, "sepultando" esse anti-papa do século XIV).

Posição sobre a lista dos Papas após a analise do conjunto das profecias

A lista não faz diferença em nossas teses, pois não agrega nada, somente corrobora (se aplicada uma interpretação determinada) teses nossas, expostas a seguir. Acreditamos que muito provavelmente não é de S. Malaquias, mas de outra pessoa e sofreu a corrupção dos tempos.

Essas previsões só teriam o sentido salvo, se é que são verdadeiras, se consideramos que o último Papa citado não é o último Papa do mundo, mas de um mundo, o último da quinta Era, dado que o Papa Santo abre a sexta Era do Reino de Maria, como vimos nos capítulos precedentes. Antigos que criam que o fim do mundo terminava no último Papa da lista pensavam que o Pastor Angélico (equivalente à Pio XII) era o Papa Santo restaurador.

O interesse em fazermos breves comentários sobre vem do mútuo acordo sobre a proximidade da vinda do Papa Santo, segundo nossas hipóteses, o qual só pode ser simbolizado (dentro da lista) pelo "Petrus Romanus", o último desta Era, conforme os capítulos precedentes. De fato, este Papa apascentará as ovelhas na tribulação, como na profecia.

Assim, para se harmonizar com esse sentido, o "Juiz tremendo" que virá para julgar seu povo após este Papa não é Nosso Senhor Jesus Cristo, mas o Grande Monarca. A "perseguição extrema" é a mentalidade progressista imperando na Igreja, como já há um tempo, e a "destruição da cidade das sete colinas", a saber, o Vaticano, não necessariamente é uma destruição física, mas o fim dessa mentalidade.

Outra coisa necessária para não jogar fora inteiramente a profecia é o Bispo Ratzinger, que foi Papa Bento XVI ("Glória da Oliveira" segundo a lista) não morrer até a vinda do "Petrus Romanus". Isso porque, mesmo que o atual Pontífice Francisco renuncie (como já disse que irá fazer), imitando a atitude de seu predecessor, o próximo Papa ainda manteria o simbolismo do lema, porque o ex-Papa Bento XVI vive, isto é, o lema é relacionado a sua pessoa, e não propriamente ao seu Reinado.

Não pretendemos fazer um trabalho exaustivo para mostrar cada interpretação de cada símbolo Papal desde o começo da lista dos Papas, que data de mais ou menos de 1595, como dito. Esperaremos o tempo confirmar tudo. 

Notamos somente que o lema do Papa na lista não necessariamente se refere ao seu pontificado, pois pode indicar um fator social conexo ao Papado. Assim, "Flor das Flores" não é necessariamente o pontificado de Paulo VI, tampouco os outros lemas dos Papas seguintes e anteriores necessariamente se referiram aos seus pontificados, mas aos fatos importantes da época. A "flor das flores" pode significar: o desabrochar da TFP, a graça especial que Dr. Plinio relata ter obtido durante o tempo desse pontificado, ou mesmo o nascimento do Papa Santo e do Grande Monarca, ou outro evento fora de nossa visão. Os lemas podem estar relacionados a coisas que tiveram ou terão grande importância na Igreja.

Sobre Nostradamus, o Sapateiro Bandarra, e outros semelhantes

Ambos são extremamente misteriosos, assim como seus vaticínios. Nenhum foi confirmado em santidade, embora o Pe. Antônio Vieira falasse a favor do Sapateiro. Porém, no capítulo 2 tratamos das contribuições do eminente jesuíta nessa matéria e apontamos alguns equívocos, não deixando de contextualizar o autor no seu tempo.

Lembramos que a Sagrada Escritura atesta (At 21) que havia profetas, isto é, as filhas de Filipe, das quais não foram registradas nenhuma profecia, somente o ofício. Uma interpretação possível para essa menção breve: elas serviam a comunidade local com profecias particulares importantes, mas não suficientes para entrarem na história dos Atos dos Apóstolos porque não se harmonizavam inteiramente com a divina ordem da Bíblia Sagrada. 

Analogamente pode-se dizer de todos os profetas mais ou menos misteriosos, de difícil registro, etc. São eles, na melhor das hipóteses, como as filhas de Filipe. Entretanto, este trabalho visa expor as previsões confirmadas pela tradição, isto é, as que não são rodeadas de mistérios. Depois, analisamos o conjunto destas profecias alinhada às noções de teologia da história.

Mensagens de Garabandal e Medjugorje 

A primeira é uma mera repetição da profecia de S. Malaquias sobre os Papas com uma falsa interpretação, de acordo com o conjunto das profecias expostas aqui. A segunda é cheia de falsas profecias e falsos videntes que "marcam consulta" com os Santos. Todos os videntes em ambos os casos são extremamente duvidosos doutrinariamente. Não nos alongaremos em provar estas posições, que livros e estudos extensos já trataram.

Falaremos unicamente da Aparição de Akita, que possui elementos anti-tradicionais que nunca foram devidamente esclarecidos.

Próximo deste capítulo: A estranha aparição de "Nossa Senhora" de Akita

 

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[1] Em tradução nossa, Can. 1399: São proibidos pelo direito mesmo. 5° Os livros das Sagradas escrituras, suas anotações e seus comentários; as versões das santas escrituras em língua vulgar, sem notas e não aprovadas pela Santa Sé; os livros e brochuras que contam novas aparições, revelações, visões, profecias, milagres, ou que preconizam novas devoções, mesmo se são apresentadas como devoções privadas; todos os livros desta sorte são interditos enquanto parecerem não ter sido submetidos previamente ao exame da censura eclesiástica prevista pelo Can. 1385 § 1.
[2] 15 de novembro de 1966, Decreto da Congregação para a doutrina da Fé, link: http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/documents/rc_con_cfaith_doc_19661115_decretum_po.html
[3] Somente aos livros de formação catequética (Cân. 827), litúrgicos e da Sagrada Escritura (Cân. 826, §1 e §3)
[4]
El Enigma de la profecía de San Malaquías sobre los Papas, Juan Manuel Igartua, S.J, 1975, pg.50-54.
[5] Merry del Val, Memorias de Pío X, Cap.VI. Op.Cit. El Enigma, Cap.2, pg.55
[6] El Enigma, Igartua, Cap.1, pg.31
[7] Idem. Cap.3, pg.59