"O homem que muitas vezes repreendido endurece a cerviz, de repente será destruído sem que haja remédio". Provérbios XXIX.
"No dia marcado, Herodes, vestido em traje real, sentou-se no tribunal e lhes dirigiu uma alocução. O povo aplaudia: É a voz de um deus, e não de um homem!
No mesmo instante, o anjo do Senhor o feriu, por ele não haver dado honra a Deus. E, roído de vermes, expirou". Atos XII.
Ano de 1985. Lançara Plinio Corrêa de Oliveira o livro "Guerreiros da Virgem - A réplica da autenticidade/A TFP sem segredos" em resposta ao panflete anti-TFP "Guerreiros da Virgem" de J. A. Pedriali. A seguir se transcreve tal episódio da história da TFP até 1988 escrita pelas TFP's do globo até então [1].
"Em Maio de 1986 o programa Flávio Cavalcanti, da TVS (São Paulo) de nada menos que 31 minutos, tomando como pretexto um episódio inconsistente que se esvaiu pelos ares, constou substancialmente de uma entrevista com o autor do livro "Guerreiros da Virgem", acompanhada de comentários do sr. Flávio Cavalcanti, na presença de uma espécie de "juri" composto por uma meia dúzia de pessoas de ambos os sexos, sendo pelo menos uma delas funcionária da TVS.
Na declaração final da emissão, feita em tom de voz dramático e com gesticulação tão exagerada que quase se diria estertorante, o comunicador exclamou: "Digo agora aos organizadores, ao Sr. Prínio [sic], que o programa de quinta-feira próxima estará completamente à sua disposição. .... E vamos ver qual a explicação que nós temos. Eu acho que o auditório não entendeu nada! Acho um absurdo isso! Um absurdo! Eu só ouvi aqui absurdos! O livro é um negó[cio]...– não estou dizendo que ele tenha mentido – estou dizendo que o que ele conta é alguma coisa inacreditável! Inacreditável! .... Eu quero a presença do sr. [consultando um papel para recordar-se do nome que parecia ter esquecido] – vou repetir o nome – Sr. Plinio Corrêa de Oliveira, que é o presidente da TFP. Está dito no ar. Com inteira disposição para ele dizer o que quiser!"
Tratava-se, assim, de uma intimação ou ultimatum a que o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira comparecesse ante o sr. F.C. e o "juri" por ele constituído, para se lavar, e à TFP, das muitas e inusitadas acusações que haviam sido assacadas no decurso do programa, por ele e pelo sr. J.A.Pedriali.
Nessas condições, era absolutamente impossível dar-lhe atendimento. As razões foram sumariamente expostas pelo Prof. Paulo Corrêa de Brito Filho, Diretor de Imprensa da TFP, em telex cortês, mas merecidamente incisivo, enviado ao diretor do programa:
"Respondo pelo presente telex aos convites telegráficos que V. Sa. enviou ao Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, Presidente do Conselho Nacional da TFP, e a mim, como eco de sua truculenta intimação a que o primeiro compareça ante um conselho de sentença que o julgue, e à TFP, em vista da estranheza manifestada por V. Sa. em função de fragmentos que leu, de um livro do sr. J.A. Pedriali.
A TFP saberá difundir muitíssimo em breve sua resposta a esse livro, e se desinteressa de comparecer, por si, pelo Presidente de seu Conselho Nacional, ou por mim, a esse julgamento desprovido de todas as circunstâncias que lhe confiram autoridade e peso.
Com efeito, ela está bem decidida a jamais se submeter a quaisquer julgamentos exceto o de Deus, Nosso Senhor, e o dos poderes religiosos ou civis competentes. "Essa linha de conduta é obviamente explicável, em vista de nossa dignidade de homens e de cristãos.
E máxime o é quando tais `julgamentos' se revestem de um caráter intimidatório risível, e de uma falta de respeito insultante.
Pelo dito, fica também explicado meu não comparecimento.
Saudações,
Paulo Corrêa de Brito Filho, Diretor de Imprensa da TFP".
No programa seguinte, a parte referente à TFP durou precisamente ente 41 segundos. Durante a apresentação, o comunicador-locutor – muito cauteloso e visivelmente mal à vontade - mostrou aos telespectadores o telex acima transcrito, agitando-o simplesmente no ar.
E lhe leu algumas poucas palavras esparsas, tentando persuadir o público de que era redigido em termos "malcriados". Mas com o cuidado de não afirmar ser infundado o motivo que levara a TFP a desdenhar de atender o convite-intimação. A atitude contrafeita do comunicador e o tempo exíguo dedicado ao tema no segundo programa eram uma indicação de que a ofensiva contra a TFP minguava a olhos vistos. A entidade, entretanto, se preparava para oferecer ao público, como de costume, todas as explicações cabíveis, quando se divulgou a notícia da enfermidade do comunicador Flavio Cavalcanti, a que se seguiu seu falecimento (o apresentador passou mal durante um programa, foi hospitalizado, e faleceu no dia 26 de Junho de 1986). "De mortuis nil nisi bonum": sobre os mortos convém dizer só o bem, diz o provérbio latino. Por isso, a TFP preferiu considerar encerrado o caso, divulgando apenas pelas páginas de "Catolicismo" [2] o texto integral do telex, a fim de que o público interessado não ficasse com uma explicação incompleta da recusa de comparecimento dos representantes da entidade."
Chegaram aos nossos ouvidos um detalhe sobre o referido telegrama de resposta da TFP: das mãos de Dr. Plinio foi despachado com maldição. Pelo sim, pelo não, fato é que a providência divina descontinuou aquele programa com uma morte repentina.
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[1] "Um Homem, uma Obra, uma Gesta: Homenagem das TFP's a Plinio Corrêa de Oliveira", 1988, parte I, cap.IV, pg.169-172
[2] “Catolicismo”, n° 426, junho de 1986