Hipótese teológica sobre o aparecimento da Arca da Aliança segundo as profecias

Monte Nebo, último lugar onde foi vista a Arca da Aliança segundo
o Sagrado livro dos Macabeus, aceito só pela Santa Igreja

Maria, Arca da Aliança, rogai por nós!

Extraído de: "O Príncipe dos Cruzados" (Volume I, parte I, cap. III, 3a edição).

Para entender este artigo, é preciso conhecer certos conceitos, os quais as leituras do link abaixo dão esclarecimento:

Clique aqui para ler mais sobre o Reino de Maria, reunião das tribos dispersas, Bagarre (Grande Castigo), Grand-Retour, vinda de Elias e Enoch, S. João Evangelista

Anterior deste capítulo: Hipótese teológica sobre a TFP ser os "apóstolos dos últimos tempos", por Plinio Corrêa de Oliveira

Aqui conjecturamos como a Arca da Aliança, tesouro do Antigo Testamento, reaparecerá no contexto de todos os eventos que temos abordado. O lugar da Arca hoje é uma clara disputa entre a autoridade da Santa Igreja Católica Apostólica Romana e
os hereges e alguns judeus, que recusam os livros Sagrados da Igreja em que a Arca é citada pela última vez. Uma conjectura sobre a reaparição da Arca calcada naqueles livros tem caráter claramente anti-ecumênico, portanto. Antes, vejamos a relação de prefigura da Arca com a Virgem Maria.

A Arca da Aliança foi verdadeiramente uma prefigura de Nossa Senhora


A seguir, paralelos entre a Arca da Aliança e Maria Santíssima muito difundidos entre os meios católicos, acrescidos de alguns originais deste trabalho.


-Arca: continha a palavra de Deus em pedra (Êxodo XL).
-Maria: continha a palavra de Deus encarnada.

-Arca: Os sacrifícios dos cordeiros eram feitos na presença da Arca.
-Maria: O sacrifício do cordeiro de Deus foi feito diante de Maria.

-Arca: transportou a aliança temporal.
-Maria: transportou a aliança eterna.

-Arca: era ornada do modo mais belo e possuía imagens (Êxodo XXXVII).
-Maria: na Igreja Católica é ornada e representada em imagens do modo mais belo.

-Arca: Deus determinou sua feitura para a missão que representava.
-Maria: Deus determinou a feitura de Maria, fazendo-a Imaculada, pela grande missão que ela tinha.

-Arca: o Espírito de Deus fazia sombra sobre a Arca e sobre o povo Judeu, símbolos da aliança (Ex XL, Nm X, Dt XXXIII, Sl XCI).
-Maria: o Espírito de Deus fez sombra em Maria, símbolo da aliança (S. Lucas I).

-Arca: viajou à casa de Obed-Edom, em região montanhosa da Judéia (II Sam VI).
-Maria: viajou à casa de S. Isabel, em região montanhosa da Judéia (S. Lucas I).

-Arca: passou três meses na casa de Obed-Edom (II Sam VI).
-Maria: passou três meses na casa de S. Isabel (S. Lucas I).

-Arca: vestido como sacerdote, Davi dançou e pulou na frente da Arca (II Sam VI).
-Maria: S. João Batista, de linhagem sacerdotal, pulou no ventre de sua mãe com a aproximação de Maria Santíssima, grávida do Salvador (S. Lucas I).

-Arca: "como pode a Arca de meu Senhor me visitar?", Davi pergunta (II Sam VI).
-Maria: "Donde me vem esta honra de vir a mim a mãe de meu Senhor?", S. Isabel pergunta (S. Lucas I).

-Arca: Davi dá gritos na presença da Arca (II Sam VI).
-Maria: S. Isabel exclama em alta voz na presença de Maria Santíssima.

-Arca: Obed-Edom e toda sua casa foi abençoada.
-Maria: S. Isabel e sua família foram abençoados.

-Arca: retorna à sua casa e termina em Jerusalém, onde a presença e a glória de Deus é revelada no Templo (II Sam VI).
-Maria: volta para casa e eventualmente chega em Jerusalém, onde apresenta Deus encarnado no Templo.

-Arca: continha o maná do deserto, o pão milagroso que desceu do céu.
-Maria: continha Jesus Cristo Nosso Senhor, o Pão da vida descido do céu.

-Arca: continha a vara de Aarão, Sumo Sacerdote, que floresceu como prova de sua autoridade (Num XVII).
-Maria: continha o Sumo Sacerdote eterno, que floresceu nEla e cresceu perto dEla.

-Arca: era santa porque continha a Lei de Deus (II Crônicas XXXV).
-Maria: era mais Santa ainda, por conter o Deus vivo.

-Arca: Salomão cogitava se era possível Deus habitar com os homens: "se os céus e céus dos céus não o podem conter, muito menos o templo que construí!" (II Crônicas VI)
-Maria: continha em si o Deus encarnado.

-Arca: era bastante venerada por todo o povo, mas não adorada como Deus.
-Maria: é venerada por toda a Igreja Católica, mas não adorada como Deus.

-Arca: segundo o profeta Jeremias, iria reaparecer quando Deus Se mostrasse misericordioso (II Macabeus II).
-Maria: nasceu quando Deus Se mostrou misericordioso e decidiu Se encarnar.

-Arca: foi escondida numa caverna para reaparecer no futuro, segundo Jeremias, quando Deus Se mostrasse misericordioso (II Macabeus II).
-Maria: deu à luz em uma caverna, quando Deus foi misericordioso para fazer-Se homem publicamente, daí a aparição da estrela aos magos, dos anjos aos pastores, etc.

-Arca: segundo Jeremias reapareceria quando viesse a glória do Senhor como uma densa nuvem (II Macabeus II).
-Maria: Quando o Espírito Santo fez sombra em Maria, ela se tornou Mãe de Deus (S. Lucas I). Também o Salvador ascendeu aos céus em uma nuvem e, segundo os anjos que falaram na ocasião, voltaria da mesma maneira.

-Arca: aparece no Apocalipse depois de aberto o véu do templo no céu, e é seguida de relâmpagos, vozes, trovões, terremotos e uma grande chuva de pedra (Ap XI).
-Maria: no Apocalipse, em seguida à aparição da Arca no céu, surge um grande sinal no céu: uma mulher revestida de sol, que estava grávida e dá à luz a um filho, que foi arrebatado para junto de Deus, e seu trono (Ap XII).

-Arca: Dois querubins a veneram cobrindo-a com suas asas.
-Maria: A liturgia Católica Bizantina a louva como mais venerável que os querubins e mais gloriosa que os serafins.

-> Hipóteses sobre o aparecimento da Arca da Aliança

Abaixo, as hipóteses dispostas conforme numeração hierárquica para alternativas, isto é, 1.1 é a primeira alternativa subordinada a 1, e 1.1.1 subordinada a 1.1., e assim em diante.

1. A Arca, Nossa Senhora, aparecerá no fim do mundo com seu Filho Deus, e a Arca da aliança aparecerá juntamente, dado que todas as coisas escondidas serão reveladas, etc.


1.2. Nossa Senhora, que a Arca prefigurou, aparecerá no dia da graça do Grand-Retour também.

1.2.1. Juntamente com a Arca da aliança.

1.2.2. Sozinha, de modo que a Arca só aparecerá com ela no fim do mundo.

1.3. A Arca aparecerá no dia da graça do Grand-Retour também, mas não Nossa Senhora.

Avaliação das hipóteses apresentadas e justificativa

Avaliaremos a primeira hipótese, depois as suas ramificações e sub-ramificações, sustentando qual delas é a mais provável. Antes, é preciso frisar que falamos de aparição pública, a todo o mundo.

A primeira hipótese nos parece certa, visto que é de fé que aparecerão os eleitos no Juízo Final. A Virgem Maria, como a criatura mais perfeita e mais Santa que houve e haverá na terra, obviamente terá lugar destacado. A Arca, por ter tido seu papel no passado e conforme o Apocalipse, pode aparecer próximo dEla.


Além dessa, preferimos a hipótese 1.3, pelos motivos a seguir explanados.

Motivo 1: A Arca tem de aparecer através de quem tem notoriedade, autoridade e ministério profético

A aparição da Arca, através de uma pessoa sem notoriedade, será contestada por muitos, dado a influência da Revolução nos meios de comunicação, o cientificismo ateu, perseguições variadas, etc. Por uma pessoa sem notoriedade, ela não poderia ser considerada senão aparição privada. Desta forma, sua aparição pública não estará concluída, pois a Arca pertence ao povo de Deus: no passado eram os israelitas, e hoje, é o povo Católico da Nova Aliança. É para esse povo que ela precisa aparecer, de modo a confirmar sua aparição. Fora disso é como argumentar que o profeta Elias já veio porque se apresentou para certo católico. Ora, a vinda de S. Elias no fim do mundo, como mostrado no capítulo I, será global. Logo, esse argumento é inválido.


Por isso, a exigência de alguém notório. Dentro do contexto da Bagarre, e conforme temos mostrado desde o capítulo I até agora (e será ainda reforçado pelas profecias privadas do capítulo V) será uma (ou mais) das três prefiguras das três testemunhas do Apocalipse: o Papa Santo, o Grande Monarca e o Grande General.


Para a aparição da Arca ser promovida por uma pessoa ou grupo, ele ou eles precisarão ter, para harmonizar com as profecias analisadas nos capítulos IV e V deste volume, um ministério profético. Nada mais conveniente, portanto, do que um dos três referidos.

Motivo 2: A hierarquia dos eventos escatológicos não pode ser quebrada


C
omo demonstrado no começo, a Mãe de Deus é maior do que a Arca, logo, a aparição da Arca ao mundo deverá ocorrer em momento precedente e menos importante do que a aparição de Maria Santíssima ao mundo, que é certa no dia do Juízo Final.

Ademais, se se desse a aparição de Nossa Senhora junto da Arca, seria um momento menos importante que se iguala a um momento mais importante (Juízo Final), logo, a história da Igreja teria elementos menos hierárquicos, belos, e mais elementos repetitivos. Mas algo desarmônico não parece ter sido disposto por Deus.

Respondendo objeções

Pode-se objetar duplamente contra a hipótese 1.3: Nossa Senhora estará em segundo plano na instauração de seu Reino, e a autoridade de Plinio Corrêa de Oliveira, que cogitou uma aparição sua pelo menos em algum momento entre a Bagarre e o Grand-Retour.


Como mostramos no capítulo II, o Grand-Retour terá duas fases, portanto, Nossa Senhora poderá aparecer na primeira fase, ou algumas vezes durante a Bagarre, a um grupo grande de pessoas ou privadamente. Tudo isso é possível, mas em termos de história da salvação, é mais conveniente que depois de terminada a Bagarre, com os povos reunidos no Reino de Maria após a segunda parte do Grand-Retour, apareça a Arca, cumprindo, por outra ótica, a profecia de Macabeus II referida mais adiante neste artigo.

Fortalece essa hipótese o fato da Arca preceder Nossa Senhora coroada com as doze estrelas (significando as doze tribos ou a totalidade do povo cristão) no Livro do Apocalipse, o que simboliza o começo do Reino de Maria debaixo de certa ótica exegética.


- Resumo da exegese da última citação bíblica da Arca da Aliança


Através dos Sagrados versículos contidos no II
Livro dos Macabeus, que protestantes e outros hereges não colocaram em suas bíblias heréticas, podemos fazer várias afirmações, entre elas: a Arca da Aliança está no Monte Nebo, mesmo lugar onde Moisés foi sepultado e seu corpo não foi achado. O monte Nebo hoje se encontra no país da Jordânia, nordeste do Mar Morto, entre a cidade de Madaba e o Rio Jordão.

Calcada na mesma afirmação, hipotetizamos que o paraíso terrestre fica no Monte Nebo e residem ali os Santos: João Evangelista, Elias e Enoch. Os dois últimos porque viverão até o tempo do Anticristo, conforme unanimidade dos doutores da Igreja vista no capítulo I. Quanto à S. João Evangelista, já argumentamos antes neste capítulo. 

Adendo da 3a edição: se um dia isso se confirmar e a Arca aparecer, e o mundo for Católico, o melhor a se fazer é uma Igreja majestosa em cima do Monte Nebo, chamada "Maria, Arca da Aliança" ou nome parecido, para que nessa Igreja repouse a Arca da Aliança.

Exegese do II livro de Macabeus 2, 1-12, contendo hipóteses sobre como será a aparição da Arca, por quem se dará, etc.

"Nos documentos referentes ao profeta Jeremias lê-se que ele ordenou aos que eram levados para o cativeiro da Babilônia que tomasse o fogo, como já foi referido, e que lhes faz recomendações, ao dar-lhes um exemplar da lei, para que se não esquecessem dos preceitos do Senhor, nem extraviassem, ao ver os ídolos de ouro e prata e os seus adornos. Dando-lhes outros avisos semelhantes, exortava-os a que não apartassem do seu coração a lei de Deus. Lia-se também nos mesmos escritos que este profeta, por uma ordem particular recebida de Deus, mandou que se levassem com ele o tabernáculo e a Arca, quando escalou o monte a que Moisés tinha subido para ver a herança de Deus. Tendo ali chegado, Jeremias achou uma caverna, pôs nela o tabernáculo, a Arca e o altar dos perfumes, e tapou a entrada. Alguns dos que o seguiam voltaram de novo para marcar o caminho com sinais, mas não puderam encontrá-lo. Quando Jeremias soube disto, repreendeu-os: Sabei, disse-lhes, que este lugar ficará incógnito, até que Deus reúna seu povo disperso e use com ele de misericórdia. Então descobrirá o Senhor estas coisas, aparecerá a majestade do Senhor e ver-se-á uma nuvem, como apareceu no tempo de Moisés e como quando Salomão pediu que o templo fosse gloriosamente santificado.

Referia-se nos documentos aludidos que Salomão, na sua sabedoria, ofereceu o sacrifício da dedicação e acabamento do templo. Assim como Moisés orou ao Senhor, e desceu fogo do céu que consumiu o holocausto. Moisés disse: Por não ter sido comida a vítima oferecida pelo pecado, foi consumida pelo fogo. Também Salomão celebrou durante oito dias a dedicação do templo".

Os eventos ocorrem durante o cativeiro da Babilônia, parte principal da quinta Era antiga, prefigura da quinta Era cristã, como já visto neste capítulo. O profeta guia o povo, que sob o domínio dos pagãos, não deverá se afastar da lei de Deus, nem tomar gostos pelos ídolos daquela nação. Análoga é a recomendação aos dias de hoje: quem toma os mesmos gostos da maioria do povo atual, infelizmente neopagão, em geral cai na idolatria dos vícios neopagãos, verdadeiros ídolos que exigem veneração diária. Naquele tempo foi preciso um exemplar da lei para que os israelitas lembrassem da lei de Deus. Do mesmo modo hoje é preciso que as pessoas lembrem do que foi ensinado pela Igreja, seus Papas e Santos, há séculos.

Jeremias toma o tabernáculo e a Arca, ou seja, aqui temos três elementos, contando com o profeta, o que conversa com a numerologia das três testemunhas do Apocalipse. Mais para frente o profeta irá guardar não a si mesmo, mas o altar dos perfumes, não mencionado antes, pensamos, por causa dessa relação numérica. O altar só é mencionado na hora de guardar para manter o símbolo numérico.

Ele foi ao monte Nebo, de onde Moisés viu a herança de Deus, isto é, a terra prometida às tribos de Israel (Dt XXI). É muito conveniente ali ter sido escondida a Arca, pois ali foi feita a promessa e, segundo Jeremias, a Arca haveria de aparecer quando Deus reunir seu povo disperso (as tribos de Israel), quando o lugar não seria mais "incógnito". No entanto, como já expusemos antes, a reunião das tribos de Israel, nunca ocorrida até hoje, é uma representação da reunião dos povos no Reino de Maria, em que todos terão um só Deus, e serão todos católicos. Assim, é conveniente que a Arca ali reapareça.

E por que desapareceu ali? Há qualquer coisa de místico no lugar. Um milagre contínuo que a oculta. É possível que, por isso, a Escritura alegue de Moisés: "nenhum homem soube até hoje o lugar do seu sepulcro" (Dt XXXI). Ora, se o enterraram naquele mesmo local, alguém sabia, porém, passou a desconhecer o local, porque o sepulcro sumiu do mesmo modo que a Arca. Se Deus o sepultou de modo misterioso, podemos entender que, pela mesma característica do local, a Arca ali desapareceu. Ainda é possível que o seu corpo esteja incorrupto dado Dt XXXI: "Moisés tinha cento e vinte anos, quando morreu, nunca a vista se lhe diminuiu, nem os dentes se lhe abalaram". Adendo da 3a edição: A epístola de São Judas Tadeu também parece indicar o mesmo em I, 9: "Quando o arcanjo Miguel, disputando com o demônio, altercava sobre o corpo de Moisés, não ousou fulminar contra ele uma sentença de maldição, mas disse somente: Reprima-te o Senhor!".

Conjectura-se, então, que na mesma caverna misteriosa estão a Arca e o corpo de Moisés. Mas uma pergunta permanece após o estudo da história daquele lugar: a Tradição Católica errou ao construir no ponto mais alto da montanha uma Igreja como a que descobriram no século XX? Não, visto que, de fato, esse seria o ponto mais alto e melhor para se ver a terra prometida, portanto ali fizeram a Igreja, onde acreditavam que o corpo de Moisés está. É possível que na caverna, onde foi colocado o sepulcro, haja uma espécie de escada até aquela parte mais alta.

Voltemos à Elias e Enoch: onde estão? Na mesma caverna. Esse dado responde a pergunta: Como Enoch sobreviveu ao dilúvio se Deus não o levou para o céu? A Escritura diz: "Tudo o que respira e tem vida sobre a terra, tudo morreu. E foram exterminados todos os seres vivos que havia sobre a terra, desde o homem até às bestas, tanto os répteis como as aves do céu, tudo foi exterminado da terra. Ficou somente Noé, e os que estavam com ele na Arca" (Gn VII). Ora, se estava em uma caverna subterrânea e de aura misteriosa, S. Enoch não morreu, pois não estava "sobre a terra" como diz a Escritura. O exegeta Cornélio A Lápide defende sua suspensão no ar durante o dilúvio, mas nos perguntamos: Deus não fez um lugar adequado para ele? Um lugar já disposto que supere qualquer corrupção ou transtorno que haja na terra? Não é próprio de um Deus perfeito dispor as coisas conforme a Sabedoria Divina, e ter que rearrumá-las depois porque foram mal feitas.

Assim, pensamos que os dois estão em uma espécie de caverna, e mais possivelmente na mesma. Ora, nada melhor do que uma caverna miraculosa situada no monte onde Moisés profeticamente viu a terra prometida (prefigura de todo o mundo, que será o lugar do Reino de Maria), e para abrugar a Arca escondida pelo profeta Jeremias, o qual disse que reapareceria quando Deus juntar seu povo, isto é, o mesmo Reino de Maria. A missão dos santos Elias e Enoch que ali residem será, como mostramos no capítulo I, restaurar as tribos de Israel, converter os povos no tempo do Anticristo. Portanto, nada melhor do que residirem em um lugar de caráter profético assim. Algumas revelações particulares ainda sustentam que esse é o mesmo lugar de onde foi expulso Adão e Eva, o que cremos, já que lá não havia corrupção, portanto, é conveniente a quem precisa viver até o fim do mundo, por mandado Divino. Isso também reforça o caso do corpo incorrupto de Moisés. Além disso, é harmonioso que esse seja o lugar onde Moisés viu um "paraíso" (a terra prometida, onde está Jerusalém, também usada nas Escrituras para designar o céu como "Jerusalém celeste"), e ali o tenha perdido, não podendo entrar por ter pecado. Assim também Adão e Eva viram o paraíso terrestre do qual foram expulsos, mas não puderam mais adentrá-lo, por terem pecado. Deus teria feito um paralelo lindíssimo com ambos os episódios históricos, indicando a escolha deste lugar como o paraíso terrestre.

Outras conjecturas: tal caverna não é feia ou sombria, e sim um lugar paradisíaco, como a Escritura atesta. Inclusive pode possuir entradas para diferentes lugares no mundo, e um caminho que leva a um lugar que nenhum outro no mundo se iguale, de modo que sair da caverna em nada contribui, exceto quando a missão chamar, isto é, Deus chamar para fazer a história da salvação vinda Dele vencer no mundo, fora desta caverna.

Não por acaso São João Evangelista recebeu a revelação do Livro do Apocalipse em uma caverna, em Patmos, Grécia. A caverna sempre teve um significado de algo misterioso e oculto. Esse Apóstolo, como sustentado no começo deste capítulo, acompanha Elias e Enoch, embora em corpo glorioso. O Querubim na porta do paraíso, mais os dois querubins da Arca, formam o número simbólica do três, representando as três testemunhas do Apocalipse. E uma é S. João.

O que são a "nuvem" e a aparição da "majestade do Senhor" que o Livro Sagrado aduz? Tendo em vista o começo desta hipótese, a nuvem é Nossa Senhora ou algo relacionado, e a "majestade", uma glória da Igreja como nunca houve antes, o que é confirmado pela menção do templo "gloriosamente santificado" por pedido de Salomão. Então, o templo, a Santa Igreja, será gloriosamente santificado, porque nunca na terra se verá seu esplendor mais claramente do que neste tempo do Reino de Maria, ao qual a graça de Nossa Senhora precederá. O nome de "Salomão", sendo citado, indica qual será o principal fruto desta graça: a sabedoria, a qual o distinguia. Adendo da 3a edição: retiramos uma frase deste parágrafo em clara contradição com o resto.

O último parágrafo destacado da parte do Livro Sagrado, fora as correlações óbvias com nossas interpretações aqui, nos é obscuro, e não queremos hipotetizar se tem ou não relação profética e qual será.

Hipóteses sobre como será a descoberta da Arca são muito nebulosas. Não entraremos neste campo. Só hipotetizamos que se dará, mais provavelmente, por intermédio de um ou mais dos três personagens antes citados de suma importância na Bagarre. Sustentamos também a hipótese de que a Arca ficará sob a custódia de um desses, ou ainda, sob a custódia da TFP, que reúne os apóstolos dos últimos tempos, no sentido dado na introdução deste volume. Assim, confirmará, por parte de Deus, a missão profética, e a aliança com Nossa Senhora, a verdadeira Arca, entre outras coisas.

Resumo da hipótese:
A Arca da Aliança de alguma forma reaparecerá, como prova de que o povo de Deus e a Escritura Sagrada verdadeira pertence à Santa Igreja Católica Apostólica Romana. Mais provavelmente, ela ficará sob a custódia de um dos três instrumentos principais da Restauração, ou sob os seus cooperadores, como os apóstolos dos últimos tempos. A Arca física restará visível no Monte Nebo, em uma Igreja com nome de "Maria, Arca da Aliança" ou algo similar, após a graça do Grand-Retour e fim da restauração. A Arca da Aliança hoje está no mesmo lugar onde Moisés foi sepultado e seu corpo não foi achado, o Monte Nebo, que se acha atualmente no país da Jordânia, à nordeste do Mar Morto, entre a cidade de Madaba e o Rio Jordão.


Próximo deste capítulo: Os títulos especiais dos santos no Reino de Maria ou sexta era. Hipótese Teológica