Os títulos especiais dos santos no Reino de Maria ou sexta era. Hipótese Teológica.

Dr. Plinio

Para entender melhor, veja:

A Escritura e os Doutores da Igreja dizem que Elias e Enoch virão no fim dos tempos na época do Anti-Cristo


Hipótese Teológica da divisão das eras da Igreja em parte segundo S.Agostinho e S.Boaventura

Hipótese teológica da vinda no fim do mundo de S.João Evangelista ressurrecto, pela Escritura e os Doutores da Igreja

Artigos sobre: Profecias Católicas 

Extraído de: "O Príncipe dos Cruzados (Vol. I, parte I, 3a edição, Cap. III)".

Anterior deste capítulo: Hipótese teológica sobre o aparecimento da Arca da Aliança segundo as profecias

Da vitória da Cristandade cheia de espírito mariano, o Reino de Maria, conforme defendido com abundantes citações nos capítulos precedentes, conjecturemos sobre os títulos dos santos na sexta Era, que será dominada pela devoção à Maria Santíssima.

Uma das coisas que se tornará óbvia aos habitantes do Reino de Maria, segundo nossas hipóteses e as profecias do Venerável Holzhauser, é a divisão da história em seis Eras, assim como será alastrada a defesa de que a história segue a vontade Divina. Se a obra da criação dos atores (natureza, homem, etc) dos eventos históricos é uma obra de Deus completada em um ciclo de seis, a obra da sucessão dos eventos históricos deve ser completada em um ciclo de seis e, por misericórdia, em sete, dado o descanso final. Assim se sucede pelo princípio de beleza, visto no capítulo I. Nosso Senhor Jesus Cristo guia a história, assim como sustenta o mundo. A história precisa dar testemunho Dele porque a sucessão das ações humanas não tem outra finalidade senão Ele mesmo, e por isso a sucessão das ações humanas em conjunto, ou o que se chama história, também têm como finalidade o próprio Deus.

Dada esta noção, que será bem clara no Reino de Maria, visto o nível espiritual que alcançarão os homens naquele feliz tempo, é evidente que haverá algum tipo de divisão e interpretação da história conforme a ação Divina. E a melhor, cremos, é a nossa, que compila tudo que há de "unum" nas opiniões dos outros Santos, Beatos, teólogos, tem a ajuda do tempo (grande mestre), e é Tradicionalista, a verdadeira posição católica. Não acreditamos que seja a única, ou a mais perfeita até agora, pelo contrário, cremos extremamente plausível que surjam melhores justificativas sobre as Eras do mundo.

Assim, é coerente e interessante que o povo de Deus do Reino de Maria sustente uma opinião análoga, que é o resultado de opiniões debatidas durante séculos.

Paralelo dos santos das Eras Antigas com os das Eras Cristãs


Para exemplificar a hipótese, se comparamos algumas das ações da Igreja na Era cristã e a história da Era correspondente antiga, categorias de santos e homens proeminentes se destacam nas Eras, de modo que cada uma delas poderia ser dita sua, no sentido caracterizante. Exemplificamos.

A primeira Era antiga veio de Adão até Noé, e caracteriza-se pelo fato de que somente a Arca com seu patriarca, Noé, deu continuidade a toda posterioridade humana. Tal Arca, já interpretava S. Agostinho, era a figura da Igreja. Assim, também os Apóstolos foram o princípio de toda pregação Evangélica do Reino de Deus e não veio de outra fonte a linhagem da Igreja, assim como a linhagem dos Patriarcas vem de Noé. Outro sobreviveu nessa Era, o patriarca Enoch que, como mostramos no capítulo I, voltará no fim do mundo com Elias. Analogamente, opinamos que um dentre os apóstolos, tal como Enoch, também foi levado para voltar no fim: o Evangelista S. João, embora ele tenha morrido e ressuscitado, conforme a hipótese do começo deste capítulo.


A segunda Era antiga deixou marcado em todos Patriarcas antes de Moisés (quando essa Era termina) a confusão das línguas. Pouco vestígio se tem do tempo anterior, assim como pouco se sabe sobre a segunda Era cristã, tempo fortemente dominado por virtudes heróicas de mártires. Nessa Era Cristã houve a destruição de Jerusalém, e nada mais sobrou da antiga aliança. De igual modo ficou evidente, nesse tempo, a entrada dos pagãos nos desígnios de Deus, justificados pela fé, assim como Abraão no tempo antigo foi justificado pela fé, e não pela circuncisão.

Adendo da 3a edição: nas edições anteriores tomamos como exemplo os personagens históricos que certamente estavam inseridos no tempo das duas primeiras Eras. Vale a pena acrescentar a seguinte relação para ambas Eras. Na primeira, assim como todo posteridade dependeu dos Santos Apóstolos, toda a posteridade humana dependeu de Adão. Na segunda, assim como o dilúvio de água marcou seu começo, o dilúvio de sangue dos Martíres marcou a segunda Era, até a vinda dos Santos Padres. Acrescentamos essa relação no resumo esquemático final.

A terceira Era antiga lembra claramente, com Moisés e a Lei, os fundamentos da aliança com Deus em letras, do modo como fizeram os Padres da Igreja com seus trabalhos monumentais de apologéticas, e também o Concílio de Nicéia, que lembrou qual era o Credo dos cristãos. Em ambas as Eras o povo de Deus passa a ter poder temporal, seja com a terra prometida, seja com a conversão de imperadores e reis.

A quarta Era foi marcada pela sapiência, seja com os Juízes e Reis antigos, seja com os Doutores da Igreja e a Escolástica. Em ambas floresceu o povo de Deus com poder temporal, glória e santidade. Entretanto, ao final de ambas começou a decadência.

A quinta Era antiga abre a decadência que iria levar o povo Israelita antigo para o exílio e ao domínio pelos pagãos, assim como cada vez mais os neopagãos influenciam o orbe na quinta Era cristã. O templo foi restaurado, houve inúmeras reações, como dos Macabeus, e pelos católicos também destacamos o Concílio de Trento e o Concílio Vaticano I. Os esforços, apesar de louváveis, não conseguiram impedir que no final da quinta Era o povo judeu estivesse nas mãos dos Romanos. Atualmente, também o povo cristão vive em um Império Mundial de impureza, de neopaganismo, sem a glória de outrora. Os bons esperavam um escolhido, que para a antiga época era o próprio Deus, vindo de Casta Real, e para a esta época, um Rei também, e também um grande Papa para terminar a crise na Igreja, assim como a sinagoga antiga era desvirtuada, pois Caifás não tinha sequer direito de nascimento para ser Sumo Sacerdote. Em ambos os tempos florescem os profetas, culminando com S. João Batista para a Era antiga. Nunca também a Cristandade teve tantos avisos proféticos de diversos santos e beatos, sem mencionar as aparições importantíssimas da Virgem Maria. Em conclusão, esta Era cristã, ainda que no campo intelectual tenha suscitado novos Doutores da Igreja, precisa dar a alguns deles e também a outros que não o são, o título de profeta, por motivo de justiça, como falamos.

A sexta Era vem de um modo peculiar nesta interpretação por espelhamento, pois representa a primeira Era cristã de certo modo também, dado que a sexta Era antiga começa com Nosso Senhor Jesus Cristo. No entanto, o sentido é diferente: aqui os apóstolos significam o ápice da proximidade com Ele, e de modo análogo, os santos característicos desse tempo representarão o ápice da elevação da mente a Deus, a Divina Sapiência. Também essa Era será caracterizada por ser o auge da civilização Cristã na terra, mais do que foi a Idade Média, e por isso é chamada de Reino de Maria. Assim como em um Reino há príncipes, assim o Reino de Maria, sendo o conjunto do temporal com o espiritual da época, terá seus príncipes, isto é, seus santos mais destacados. E o primeiro deles, não por viver nessa Era, mas por viver em desejo da mesma, é o "Príncipe dos Cruzados", Plinio Corrêa de Oliveira, o qual mostramos na parte 2 desse volume que foi profeta e cruzado moderno. Outros santos com títulos interessantes poderão surgir: o Príncipe Seráfico, o Príncipe Querúbico, o Príncipe Tronorífico, o Príncipe Angélico, etc. É importante notar que nenhum outro santo pode ter o título de Dr. Plinio, tanto porque o Reino de Maria não precisará de cruzadas, tanto porque a última e mais importante cruzada da Igreja foi a que ocorreu na quinta Era. Deixar o título unicamente a Dr. Plinio é deixar evidente sua primazia na batalha temporal que foi a quinta Era, e a importância dessa batalha na consumação da vitória na sexta.

A sétima categoria especial de santos não existirá (Adendo da 3a edição: apesar de não ser o foco deste trabalho, mais provavelmente não serão cultuados no tempo, já que a obra demolidora do Anticristo parece que será rápida) porque no sétimo dia Deus descansou de Sua obra, isto é, em seis elas se completaram. Outro motivo para isso é que, sendo ela marcada pelo advento do Anticristo, haveria, como mostramos antes, a necessidade da vinda dos santos Elias, Enoch e João Evangelista, os santos característicos dessa Era.

Adendo da 3a edição: a seguir, um resumo esquemático para tornar mais clara a hipótese.


Resumo esquemático

Era - Títulos dos Santos na Era Cristã - Relação com a Era antiga

1a - Santos Apóstolos - Adão, origem de toda posteridade.

2a - Santos Mártires - A Arca de Noé, tendo sobrevivido a um dilúvio de água, se assemelha à Santa Igreja, que passou por um dilúvio de sangue.

3a - Padres da Igreja - O fundamento escrito com Moisés.

4a - Doutores da Igreja - A sapiência dos Reis e Juízes.

5a - Doutores-Profetas da Igreja - A continuidade da sapiência nos profetas antigos.

6a - Príncipes da Igreja - O ápice da proximidade com Cristo.

7a - S. Elias, S. Enoch, S. João Evangelista e aqueles pouquíssimos que resistirão ao Anticristo - Aquele punhadinho santo no Calvário.

 

Próximo deste capítulo: As dez tribos perdidas de Israel: o retorno destas nas profecias (parte 1). Hipótese Teológica.