Hipótese sobre os elementos necessários para o Castigo Mundial, por Plinio Corrêa de Oliveira em 1967

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Extraído de:"O Príncipe dos Cruzados (Vol. I, parte I, 3a edição)".

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Negritos nossos.


"A Bagarre tem data certa", cuja previsibilidade não está nas revelações particulares, mas "está, de algum modo, em nosso alcance"

"A Bagarre tem data certa. A questão é que essa data não é conhecida por nós, o que é uma coisa diferente. Mas ela tem uma data certa cuja previsibilidade está, de algum modo, em nosso alcance; e não está nas revelações particulares. Eu nunca encontrei numa revelação particular elemento para fixar a data da Bagarre (...). De maneira que nas profecias, a meu ver é inútil procurar fundamento para a coisa.

É prevista pela putrefação da sociedade, primeiro nos aspectos fundamentais, depois pelos acessórios e secundários

O que tem é que a Bagarre é o resultado de uma espécie de amadurecimento, como amadurecem, ou putrefazem, é melhor, um processo de putrefação, e não de amadurecimento, como putrefaz um fruto que está pendente da árvore. Não se sabe qual é o dia certo em que o fruto vai cair, mas a gente sabe que será o momento em que o pedúnculo que liga o fruto à árvore não suportar mais o peso do fruto, em que então o fruto vai cair no chão. Sabe-se que é esse o momento. E pode se acompanhar, pelo exame do pedúnculo, o andamento do processo. Então, através disso, podemos ter uma idéia séria e não platônica, da aproximação da Bagarre. 

Como é que isso se faz ? Faz-se considerando o seguinte: 

1º ponto: quanto mais a desordem for completa nos pontos fundamentais, tanto mais a Bagarre é irreversível.

2º ponto: quanto mais rapidamente a desordem se irradia dos pontos fundamentais para os pontos acessórios e secundários, tanto mais a Bagarre está próxima.

Dentro da Igreja, a Bagarre está já desencadeada, diz Dr. Plinio em 1967. Portanto, o primeiro ponto está cumprido

Então, nós podemos dizer que nós estamos presenciando o fenômeno seguinte: no ponto mais fundamental que é a Igreja, a Bagarre está desencadeada. Porque dentro da Igreja existe já o estado de Bagarre. É uma coisa que não se pode negar.

É necessário que o muro de Berlim caia, e o comunismo "se misture" com anticomunismo para a vinda da Bagarre, então, não haverá mais reação ao processo de deterioração: o "fruto cai". O muro de Berlim já caiu, como previsto, então falta as falsas-direitas tomarem espaço de modo a neutralizar toda reação contrária à terceira revolução (comunista), nos países em que ela tende a triunfar. Há, no entanto, a 4a Revolução que o autor descreve em 1976: a tribalista. Analogamente se pode dizer que quando a reação a esta cessar, e onde ela tiver substituído a terceira Revolução, a putrefação será completa. O mesmo raciocínio pode se aplicar às revoluções seguintes.

Falta a Bagarre se estender à vida civil. Essa extensão da Bagarre à vida civil se dará no momento em que a desordem tenha eliminado o muro de Berlim e em que haja uma interpenetração entre as potências do Leste e do Oeste. Em que houver uma plena naturalidade em tratar as potências comunistas, em que um comunista e um não comunista se sentam lado a lado como irmãos, em que os anticomunistas, em sua grande maioria, começarem a considerar o comunismo como uma variante natural. 

No momento em que isso se der, então a Bagarre, a confusão atingiu o pórtico. De onde nada impedirá que ela transponha, de um momento para outro, o limiar, quer dizer, transponha de um momento para outro a entrada da casa. Por quê? Porque a partir desse momento não há mais defesa contra o comunismo. O processo de bolchevização do mundo começa imediatamente.

Sinal de proximidade: aumento da admissão dos pecados contra a natureza. De fato, nas Sagradas Escrituras os castigos mais conhecidos contra nações eram por causa deste pecado (por exemplo, Sodoma e Gomorra, e o Dilúvio).

A Bagarre também tem um sinal de proximidade, com a naturalidade com que se vão admitindo no mundo os pecados contra a natureza. Isso é a aceitação indolente, a aceitação quase conformada e satisfeita do pecado contra a natureza, é uma desordem moral tão grande, que indica a proximidade da Bagarre. 

Podemos então dizer que o que se passa hoje em dia com a homossexualidade é um sintoma gravíssimo da iminência da Bagarre. Pela seguinte razão: nós tivemos um país, como a Inglaterra, que suprimiu a penalidade que recaía sobre os homossexuais. Com uma razão: é que está tão generalizada a homossexualidade, que não é mais possível proibi-la hoje em dia. Quer dizer, é a declaração da falência de uma grande nação diante da chaga da homossexualidade. Pior é a Suécia, que é instituiu um casamento entre pessoas do mesmo sexo. 

Essas notícias se espalharam pelo mundo inteiro. As agências telegráficas noticiaram isso no mundo inteiro. E isso não causa repercussão maior. Deveria causar horror. Não causou repercussão maior. No mundo inteiro não causou (...). Os jornais publicaram pequenas notícias (...). Não tem importância maior (...). Quer dizer, há um sintoma de putrefação no mundo contemporâneo, qualquer coisa de verdadeiramente alarmante. 

Bom, há pior (...) existe toda uma corrente de teólogos católicos, hoje em dia, que afirmam que em relação à homossexualidade não se pode ter a severidade de outrora; que ninguém tem o direito de pedir ao homossexual de conservar a perpétua castidade, porque ele não tem apetência por outro sexo. Porque a perpétua castidade é uma coisa que não se pode exigir de ninguém. E uma vez que, coitado, ele tem uma variante errada dos outros homens, é preciso ter pena dele. Portanto, precisa tolerar. E que a recomendação, então, é evitar a infidelidade, que pelo menos cada um fique com cada um, e evitar uma forma de amor livre entre os homossexuais.  (...). As diretrizes constam já do Catecismo oficial editado pelos bispos da Holanda. Isso, as pedras na rua deveriam se levantar e deveriam protestar contra isso. E nas ruas do mundo inteiro, contra uma coisa dessas. Está bem. Nem o calçamento da Praça de São Pedro se moveu. Esse é o fato concreto [1].


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[1] Reunião Normal, 4 de Fevereiro de 1967, Sábado