Refutando a mentira "Papa Libério condenou S. Atanásio" com as palavras do próprio Santo e dos Papas

Santo Atanásio,
Doutor da Igreja,

rogai por nós!
Foi o Cardeal John Henry Newman um dos primeiros, senão o primeiro, a dizer que o Papa Libério condenou S. Atanásio, o que é uma inverdade, pois, além dos Papas, o mesmo Santo Doutor diz que o Papa Libério o condenou sob tortura, após dois anos de exílio, e que não pode ser considerado a vontade do Papa, logo, não é uma condenação verdadeira, nem foi um ato feito "de maneira parecida" ao que ocorreu entre São Pedro e São Paulo, como diz Newman:

"Foi São Pedro infalível naquela ocasião de Antioquia quando São Paulo o resistiu? (...) ou Libério quando de maneira parecida excomungou Atanásio? [1].

Sobre o Cardeal Newman, artificialmente aclamado em países anglófonos, algumas posições suas provam o título de "precursor do Concílio Vaticano II": Syllabus Cardeal Newman: contra a devoção Mariana, a infalibilidade Papal e Pio IX, era suspeito de heresia e investigado por Roma

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Agora, a refutação da mentirinha, muito usada por desesperados que não encontram fatos históricos na vida dos santos para justificar a recusa dos efeitos temporais da excomunhão devidamente aplicada pela hierarquia católica fundada por Nosso Senhor Jesus Cristo.

Pio IX

"16. (...) E previamente os Arianos falsamente acusaram Libério, também Nosso predecessor, ao Imperador Constantino, porque Libério recusou-se a condenar Santo Atanásio, Bispo de Alexandria, e recusou-se a apoiar a heresia deles" [2].

Bento XV

"3. Os Padres da Igreja (...) tomaram refúgio nesta Sede Apostólica, a única capaz de assegurar a salvação em situações de extrema crise. Basílio, o Grande, fez isso, e o grande defensor do Credo de Nicéia, Atanásio, e também João Crisóstomo. Estes padres, mensageiros da fé ortodoxa, apelaram do Concílio de Bispos ao juízo do Supremo Pontífice (...). Quem poderia dizer que estos Papas falharam em relação ao mandato de Cristo de confirmar seus irmãos? Assim (...), muitos foram ao exílio sem medo, como Libério, Silvério e Martino" [3].

Papa Santo Anastásio I e Santo Ambrósio segundo a Enciclopédia Católica

"Uma carta do Papa S. Anastásio I (401) o menciona [Libério] com Dionísio, Hilário, e Eusébio como um daqueles que preferiram morrer que blasfemar a Cristo com os Arianos. S. Ambrósio o recordava com um um homem muito santo" [4].

E o próprio S. Atanásio, escrevendo sobre si na terceira pessoa, em documento citado por Pio IX acima:

"Primeiro, não pouparam nem Libério, Bispo de Roma, mas estenderam sua fúria a todas as partes, não respeitaram seu episcopado, porque era um trono Apostólico, eles não sentiram reverência por Roma (...)

O eunuco foi a Roma, e primeiramente propôs à Libério a assinar contra Atanásio, e ter comunhão com os arianos (...).

Mas o bispo esforçou-se por convencê-lo, raciocinando com ele assim: "Como é possível a mim fazer algo contra Atanásio? Como eu posso condenar um homem, que não só um Concílio, mas a assembléia de todas as partes do mundo, justamente absolveu, e o qual a Igreja de Roma despediu em paz? (...).

Porém, Libério, após estar em exílio dois anos, assinou por medo das ameaças de morte. Até mesmo isso só mostra a conduta violenta deles, e o ódio de Libério contra a heresia, e seu apoio a Atanásio, já que ele padeceu por exercer uma escolha livre. Porque o que o homem por tortura é forçado a fazer contra seu primeiro julgamento, não pode ser considerado a vontade daquele em medo, mas a vontade de seus torturadores. Eles tentaram qualquer coisa em apoio a sua heresia, enquanto o povo de cada Igreja, preservando a fé que tinham aprendido, esperaram o retorno de seus verdadeiros professores, e condenaram a heresia anticristã, e todos a evitaram, como se fosse uma serpente[5] [6].

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[1] Op.Cit: Letter to the Duke of Norfolk.
[2] Encíclica Quartus Supra, 1863, n.17. Link: https://www.vatican.va/content/pius-ix/pt/documents/enciclica-quartus-supra-6-gennaio-1873.html
[3] Encíclica Principi Apostolorum Petro, October 5, 1920, Item #3. Link: http://w2.vatican.va/content/benedict-xv/it/encyclicals/documents/hf_ben-xv_enc_05101920_principi-apostolorum-petro.html
[4] Chapman, J. (1910). Pope Liberius. In The Catholic Encyclopedia. New York: Robert Appleton Company. Link: http://www.newadvent.org/cathen/09217a.htm
[5] History of the Arians, Part V. Link: http://www.newadvent.org/fathers/28155.htm
[6] A bem servida "Bibliothèque Saint Libère" (http://liberius.net/) informa que o Papa Libério "foi vitoriosamente defendido pelos padres Rohrbacher e Darras, os Bollandistes, o Cardeal Dechamps, Mgr. Baunard, Mgr Fèvre, etc". O mesmo site, de aparente pertença à
Ivan C. Kraljic, disponibiliza os escritos dos bollandistas e outros sobre a história do Papa Libério: http://www.liberius.net/livres/Le_pape_saint_Libere_000000008.pdf