Tradição Católica contra a espiritualidade do estender os braços, fazer caras e bocas. Refutando a Espiritualidade Tribalista e suas objeções

 

S. João Clímaco, rogai por nós! 

Extraído de: "O Príncipe dos Cruzados (Volume II, 2a edição)".

Já refutamos a faceta da espiritualidade tribalista na liturgia: Bíblia, Papas, prelados e santos sobre dança, palmas e gritos na missa



Sagrada Escritura 

No Evangelho de São Mateus XVI, 6-7, lemos: "Quando jejuardes, não vos mostreis com aspecto triste como os hipócritas, que desfiguram seus rostros, para mostrar aos homens que jejuam. Em verdade vos digo que já receberam sua recompensa. Tu, ao contrário, quando jejues, perfuma tua cabeça e lava tua cara, para que não conheçam os homens que jejuas, senão unicamente teu Pai".

Nosso Senhor critica aqueles que querem mostrar o que fazem para Deus aos homens. O mesmo se pode dizer dos que fazem caras e bocas: aparentam vaidade ao quererem exibir que glorificam a Deus com todas as suas forças. Mesmo sem intenção, quem procede assim passa esta impressão, e o que tem aparência de pecado é pecado. 

São João Clímaco (525-606)

"Quando fizermos nossa oração em companhia de outros, procuremos recolher nosso coração, e procuremos despertar interiormente nossa devoção sem mostrar exteriores. Mas, se estamos sós (onde não haja ocasião de louvores humanos, nem os temores dos olhos de que nos observa), aproveitemos-nos de figuras e gestos para ajudar da devoção, tais como bater  nos peitos, levantar os olhos para o céu, prostar-nos em terra, estender os braços em cruz, e outras coisas semelhantes; porque muitas vezes acontece que o espírito dos imperfeitos se levanta com isso e se conformam com os movimentos exteriores" [1].


- Objeções

1 - Leigos levantarem as mãos para rezar é tradição desde os judeus até os cristãos: "Quero que os homens orem em todo lugar, levantando as mãos limpas", 1 Tm 2:8. Em outra passagem (2 Mac 3:19-20), as pessoas, "levantando as mãos aos céus, dirigiam para aí suas orações".

R.1: Na segunda citação, o contexto do capítulo indica que as pessoas estavam pedindo ardentemente a intervenção Divina contra as profanações iminentes, razão pela qual o povo estava contrito, ou seja, era diferente do hábito normal de oração, pois era um momento de agonia ao povo escolhido: a exclamação a Deus cabia perfeitamente.

São Paulo para Timóteo não pode ter dado uma regra, caso contrário a Igreja teria errado e faltado com as máximas Bíblicas durante séculos ao não impor este modo de rezar, o que é absurdo.

O Padre Antônio Vieira, citando a Santo Agostinho, indica uma faceta simbólica do versículo quanto ao levantar de mãos:

"E que mãos levantadas são estas, de que tanto depende a oração? Santo Agostinho o disse e em três lugares: basta que refiramos um: Per manus debemus opera accipere. Et quis bene manus levat? Ille utique qui implet illud Apostoli: levantes manus puras ("Por mãos devemos entender as obras..."). Assim como no coração dissemos que se entendem os afetos, assim nas mãos, diz o santo, se entendem as obras. E que obras? Aquelas das quais diz o apóstolo S. Paulo, que, quando oramos a Deus, levantemos as mãos puras (1 Tim 2:8)" [2].

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[1] Escada do Céu, A oração, Cap. XVIII
[2] 
Sermões Escolhidos, vol. III, "Sermões sobre o Rosário: Sermão X, Maria Rosa Mística", Edameris, São Paulo, 1965