Bíblia, Santos e Teólogos contra certas literaturas, como a pagã, a utópica, a febricitante e a despudorada

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S. Antônio Maria Claret, rogai por nós!


Sagrada Escritura

Explicita a Santa Escritura o perigo inerente à fascinação da frivolidade:

"Porque a fascinação das frivolidades escurece o bem, e a inconstância da paixão transtorna o espírito inocente", Sabedoria IV, 12.

Mons. Gaume citando S. Basílio Magno, S. Gregório Naziazeno, S. Gregório de Nissa, S. Irineu, etc [1]

“E São Basílio de Capadócia pergunta com ironia: “precisamos dos silogismos de Aristóteles ou de Crisipo para aprender a conhecer o Verbo e sua geração eterna? Que quer o herege, tomando-os por mestres, senão para mostrar seu gênio e sua habilidade em fabricar e em dissolver sofismas para chegar a negar os dogmas da fé?” [2].

S. Gregório Naziazeno, que alguns tomam como advogado dos autores profanos, é, pelo contrário, bem enérgico quando classifica “os filósofos pagãos, em particular Platão e Aristóteles, de pragas do Egito que devastaram a Igreja” [3].

“Eles são cheios do vírus de Aristóteles — escreve S. Epifânio — os hereges que desprezam a simplicidade do Espírito Santo....é com os silogismos desse homem que eles atacam a divindade de Jesus Cristo. Mas se você olha bem, o reino de Deus não consiste em silogismos, nem em argumentos, nem nos discursos arrogantes e inchados, mas na virtude e na verdade” [4].

Artífice da heresia, doutor da impiedade, que pretende que a providência de Deus desça até somente a lua, tal era Aristóteles aos olhos do ilustre arcebispo de Milão, S. Ambrósio [5].

O que S. Ambrósio disse no Ocidente, um doutor não menos ilustre, S. João Crisóstomo, o proclamou no Oriente. Para ele, os filósofos pagãos, e dentre todos Platão e Aristóteles, não foram senão racionalistas que, ao lugar de aceitar simplesmente as verdades tradicionais, as submetiam ao escalpelo de suas razões e tombavam no ceticismo, passando por variações infinitas: inimigos perigosos da fé e pobres chefes de cristãos [6].


S. Antônio Maria Claret citando S. Teresa de Jesus, S. Cipriano e Tertuliano


7. Guarda-te dos livros dos espetáculos, comédias, saraus, bailes e reuniões noturnas. Tertuliano, para manifestar os enredos dos espetáculos, empregou um livro inteiro; Oh, que coisas diz deles! Lembro-me que entre outras diz: que uma mulher, em certa ocasião, havendo ido aos espetáculos, ficou possuída do demônio: ao exorcizá-la, disse o maligno espírito: In meo eam inveni. Por que me exorcizas e me castigas? Se entrei no corpo desta mulher, é porque a encontrei em terreno e lugar meu.


Comédias! Oh! Que coisas dizem delas S. João Crisóstomo, Santo Agostinho e S. Cipriano! Escola da lascívia, as chamam, magistério da torpeza, universidade dos vícios, fontes de todos os males, peste da república, opróbio do Cristianismo, e uma apostasia da profissão que o cristão fez no santo batismo. Mas deixemos as autoridades, e venhamos à razão natural. Qual é o objeto material ou a matéria acerca da que versam a maior parte das comédias do dia? Não é uma verdade clássica, porque em muitíssimas destas senão em quase todas se representam com maior viveza namoricos, solicitações lascivas, violências, ciúmes, traições, adultérios, desafios, suicídios e outras mil coisas das mais provocativas? E como estão compostas e de que modo se põe em cena tão delicadas e provocativas matérias? Ah! Lodo se reduz a mentiras, adulações, carícias, desnudez, sem-vergonhices, palavras disfarçadas, canções profanas, alocuções desonestas, sais picantes, entrelinhas, movimentos e saltos extraordinários, gestos indecentes e indignos, e não direi de gente de honra, senão até de gente asquerosa e preguiçosa, especialmente nos sainetes
[N.T: pequenas peças de poucos atores]
e nos bailes. Ali se extingue o fervor da devoção, se perde o horror ao vício e o santo temor de Deus; se dispõe a arma para cair no laço do demônio, e se abrem de par em par as portas do inferno. Ó se eu pudera dizer os perigos que há e o que se comete nelas, tanto por parte dos espectadores, como por parte dos atores! Ah! Misturados homens e mulheres, estes e estas jovens, regularmente, entre os encantos da música e com a licenciosidade que se permitem muitos dos que assistem estas reuniões! Quantas deleites amorosos! Quantos desejos impudicos! Quantos torpes amoricos! Quantos amancebamentos! Quantos adultérios! Quantos...Ai! Por isso, diz S. Cipriano, que os teatros são uma invenção do inferno para frustrar a paixão de Jesus e as dores e merecimentos de Maria. E o pior que há nesta maldita invenção é que para enganar com mais eficácia aos incautos, se transforma o diabo em anjo de luz, com o pretexto de que seus ganhos serão para o hospital, para casas beneficentes, etc., e ainda mais o fazem quando pretendem representar comédias de santos, profanando suas histórias com os sainetes [N.T: pequenas peças de poucos atores] e enredos. Maldita caridade, que vem da mão do demônio, à custa de tantas almas que a ele sacrificam!

Não terás nem permitirás em tua casa livros de comédias, pois isso seria de igual ou maior prejuízo que ir a vê-las; livros deste gênero são um secreto veneno que vai envenenando às mulheres que os lêem, e iniciando inocentes acabam perdidas, porque despojam a alma de todo honesto afeto, e recheiam a imaginação de quanto for necessário para perder uma mulher; e não só aborrecerás livros de comédias, como também os livros de novelas, contos, romances,  folhetos de periódicos e outros desta espécie, que por desgraça em nossos infelizes dias inundam a terra: para desengano te citarei uma santa Teresa, que desde sua primeira idade se aficcionou à leitura de alguns destes livros, e se teria perdido, se não houvesse a advertido seu pai. Mas para que citar feitos antigos, quando todos os dias estamos vendo uma infinidade? Vem comigo, e o presenciarás. Vês aquela mulher? É filha de bons pais; recebeu toda instrução e educação necessária a uma mulher; possui todas as virtudes, e ademais tem um marido como o desejaria. No entanto, observa-a bem, repara no livro que ela tem em mãos; ao princípio se alarma, porém, a curiosidade a estimula, como a nossa Mãe Eva. Ai! Já se aficcionou...esqueceu seus livros de devoção, já não frequenta os Sacramentos; tem o recato por ficção, e a modéstia por covardia e pusilanimidade: o que quer é agradar custe o que custar; adornos, vaidades e diversões são toda sua ocupação: seus deveres a causam tal desgosto e mal humor, que não o pode dissimular. Sua exaltada imaginação não pensa senão em intrigas; as paixões a devoram, e busca com impaciência um objeto que corresponda, e por último chega a conseguir...Ai, meu Deus! Quem poderá enumerar as desgraças que daqui seguirão? Que desgostos! Que brigas! Que escândalos! Aparta-te, pois, desses livros, irmã minha, e se em alguma ocasião vires algum em mãos de tuas filhas, arranque-o com a mesma prontidão com que arrancaria um veneno ou uma faca com que se poderia matar, pois veneno e faca infernal são esses livros: não os permitas em sua casa, jogai-os no fogo no momento, queimados devem ser como seu autor, que é o demônio, que queima e queimará por toda a eternidade: não te detenha em dizer que não é seu, e sim que lhe emprestaram: então, fará dois bens, um a tua filha, e outro ao que teve o atrevimento de empresta-lo [N.T: cada contexto demanda prudência em virtude das relações sociais. Em tempos de comunicação ágil, é uma opção avisar ao dono para vir busca-lo em lugar ou objeto super fechado, impondo prazo depois do qual o jogará fora].

8. E que direi dos bailes e saraus? Dir-te-ei quão ditosa é a mulher que jamais tenha bailado; porque os bailes estão em oposição ao espírito de Jesus Cristo e da Igreja. (...). [7]

Pe. Adolphe Tanquerey

Em seu famoso compêndio, outrora manual nos seminários católicos:

“1116. b) Mortifica-se a língua e os ouvidos pela reserva nas conversas. Este recato nem sempre existe, mesmo entre os cristãos. O hábito de ler romances e de ir ao teatro é causa de que se fale livremente de muitas coisas, das quais se deve guardar silêncio. Também muitos gostam de estar bem informados dos pequenos escândalos mundanos. Outra vezes faz-se piada de coisas mais ou menos escabrosas. Uma certa curiosidade doentia faz muitos se deleitarem com essas histórias ou piadas. A imaginação alimenta-se de tudo isso, representa-nos em detalhes as cenas descritas, estimula os sentidos, e muitas vezes a vontade acaba cedendo, deixando-se vencer pelo prazer pecaminoso. Por isso, é com razão que São Paulo adverte sobre as más companhias: “Más companhias corrompem bons costumes” (I Cor 15, 33). Ainda acrescenta: “Nada de obscenidades, de conversas tolas ou levianas, porque tais coisas não convêm” (Ef 5, 4). A experiência ensina que muitas almas puras foram pervertidas pela curiosidade doentia estimulada por convessas imprudentes.

(...)

1119. Para evitar essas imagens perigosas é muito conveniente não ler romances e peças onde se descrevam vivamente e com muita realidade as paixões humanas, sobretudo as de amor. Tais descrições sempre causam perturbação à imaginação e aos sentidos; retornam com persistência em momentos de devaneio, tornam a tentação mais viva e sedutora e, por vezes, conduzem ao consentimento. Como observa São Jerônimo, perde-se a virgindade não somente através de atos exteriores, mas também por interiores: “Assim, a virgindade é perdida até mesmo pelo pensamento” [Epist. XXII, No 5].

Além disso, os santos nos exortam a mortificar as imaginações e os devaneios inúteis. A experiência efetivamente mostra que eles são logo seguidos por imagens perigosas e sensuais. Portanto, se queremos evitar estas, não devemos nos deter voluntariamente naqueles. Dessa forma, gradualmente, conseguimos colocar a imaginação à serviço da vontade.

Tudo isso é particularmente necessário ao sacerdote que, em razão de seu próprio ofício, recebe confidências em matéria delicada. É certo que ele tem a graça de estado para não se comprazer nessas coisas, mas com a condição de que, uma vez fora do confessionário, não volte a pensar voluntariamente no que ouviu. Caso contrário, colocará sua virtude em grande perigo e Deus não se obrigou a socorrer os imprudentes que se lançam no perigo: “quem ama o perigo, nele perecerá” (Eclo III, 27).” [8]

Cônego Antônio Alves Siqueira

“260. Assegurar, igualmente, constituição robusta, é dever sobretudo dos pais e educadores, com relação ao corpo de seus filhos e pupilos. Assim, não se admitirá a educação mole e efeminada, satisfazendo todas as vontades da criança, sob pretexto de que se deve deixar a natureza desenvolver-se sem impedimentos. Tristíssimos resultados se obteriam, porquanto a criança e o adolescente não pro¬curariam o que lhes é salutar, senão o que lhes agrada, com inevitável prejuízo das energias, sobretudo do sistema nervoso. Por que permitir tantas impressões violentas, especialmente dos filmes cheios de crimes, aventuras lancinantes, perigos e riscos vivíssimos, a destruir precocemente o equilíbrio dos pobres nervos adolescentes? Como se há de obter, destarte, a serena robustez e firmeza de nervos, para enfrentar, depois, intimoratamente; a realidade da vida?” [9]
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Sagrada Escritura e Santos sobre a modéstia dos pensamentos
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[1] Todas as citações seguintes vêm do livro: “La révolution, recherches historiques sur l'origine et la propagation du mal em Europe: depuis la Renaissance jusqu'à nos jours”, 1857, PARIS GAUME FRÈRES, LIBRAIRES - ÉDITEURS, RUE CASSETTE , 4. Capítulo IV, LE RATIONALISME, Tomo oitavo, C. 4, p. 43-45. Visto em:  https://books.googleusercontent.com/books/content?req=AKW5QaeM_EsTHwLgRpCOSblqEQyxbLzmOwJu8OkYszpfRzaXWsX14gYcVMF5g6xMQOqbTJDvJVkO9dav3gIxgvgUS2GUt3EiRKoXDb25HTdvkRB0mh1bMU7S4XQ9yCZUVc0SF_w2BqGAzYeWQ0kQD4LkbwWaEWkdnR1d-SV9Jn9oZkYKKtDzQT2sIem9_br7mPkvKgEtyOoQtfcb0MQFU0vUK6upHPf162FFOpR-CZJ79FZ7Y-q67rHvHc-OY_8i1ElUvLDTAtkwkbqXVPCy3o2N2OblyoZzlJVYwOQYR9XdUBXq0P-P0tw
[2] Quem escreveu contra Eunomius foi S. Gregório de Nissa, segundo o site <https://www.newadvent.org/fathers/290101.htm>. Citação em latim do Mons. Gaume: Num Aristotelis aut chrysippi syllogismis opus est, ut eum proedicemus qui ingenitus est, etc., etc. — Contr. Eunom.
[3] Das inúmeras oratios, suspeitosamente, não se encontra na internet esta, que Mons. Gaume transcreve em latim: “Lingua pauper, nec verborum fluxus et captiones novit... aut pravum artium aristotelicarum artificium, aut platonicae eloquentiae praestigias, quae velutaegyptiacae quaedam plagae in Ecclesiam nostram irrepserunt.”, Oratio XXVI.
[4] Também não se encontra esta fonte na internet. Mons. Gaume transcreve em latim: Hujus philosophi virus omne in seipsis expresserunt , et in nocentem Spiritus Sancti simplicitatem , benignitatemque reliquerúnt , etc. Syllogismis quibusdam aristotelicis ac geometricis Dei naturam explicare student, iisdemque probant Christum a Deo oriri non posse ... Desine, Aeti , aristotelicas illas tuas voces et inanes obtrudere... Non enim in syllogismis argumentisque regnum cæleste positum est , neque in arroganti inflatoque sermone , sed in virtute et veritate. - Contr. hæres., lib. II. Hæres. 69 ; lib. III,
Haeres. 76
[5] Em latim: Et primo corum assertionem, qui Deum putant curam mundi nequaquam habere, sicut Aristoteles asserit usque ad lunam descendere providentiam. — Offic., lib. I, c. XIII
[6] Em latim: Voluerunt enim amplius quiddam invenire , finibus sibi datis non contenti ; quapropter et ab iis exciderunt, ut qui novitatem appetiverint. Etenim hujusmodi omnia Græcorum fuere, ob quod adversum semetipsi mutuo stetere ; et Aristoteles quidem adversus Platonem insurrexit. Stoici autem in hunc infremuerunt , et alius aliis hostis extitit... vide quantum sit periculum res fidei permittere humanis rationibus et non fidei... Nihil pejus est, quam humanis rationibus spiritualia subjicere. - Homil. III , in c. 1 Epist. ad Rom .; in Psal. csv ; Homil. XXIV, in Joan.
[7] Colecion de Opusculos, Antonio María Claret, Avisos muy utiles para las casadas, Obligaciones para con Dios, no. 7, P. 49-51, Barcelona, 1860, Imprenta de Pablo Riera. Link: <https://www.google.com.br/books/edition/Coleccion_de_op%C3%BAsculos/kK4JnmuynoQC?gbpv=1>.
[8] Compendio de Teologia Ascética e Mística, Capítulo II, Das Virtudes Morais, Art. IV, I.II.II
[9] Filosofia da Educação, p. 270, 2a edição revista, 1948, Editora Vozes Ltda. Petrópolis, RJ