Soror Patrocínio vê grandes castigos antes de um triunfo da Igreja, e a vitória de um leão com cruz

Com a Rainha Isabel II
Peçamos privadamente a intercessão da Soror María de los Dolores y del Patrocínio, O.I.C. (1811-1891), enquanto a Santa Igreja não autoriza seu culto público.

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Extraído de: "O Príncipe dos Cruzados (Vol. I, parte I, 3a edição, Cap. V)".

Anterior deste capítulo:
Soeur de la Nativité profetiza a abolição das seitas, e a restauração da Igreja por meio de duas figuras notáveis e um grupo


Profecias da Soror Maria de los Dolores y del Patrocínio, O.I.C. (1811-1891), freira concepcionista (Ordo Inmaculatae Conceptionis) nascida María de los Dolores Quiroga y Capopardo num lar da mais alta aristocracia espanhola.

Sua vida é repleta de eventos magníficos e de milagres. Na Espanha anti-católica e igualitária do século XIX, os revolucionários detestavam sua influência contra-revolucionária sobre a rainha Isabel II. Outro também perseguido naquele tempo e país foi o Beato Pe. Palau O. C. D., já analisado.

Esta exposição da Soror Patrocínio foi incluída na 2a edição (2018) e somente no pdf por receio que houvesse desentendimentos em certos meios por sua causa se por demais pública. Como uma hipótese já está ”en route” para se cumprir, embora não fosse original nossa (e o leitor entenderá o porquê), inserimos no site também, para finalizar esta edição, enfatizando que corrigimos só a linguagem, antes repulsiva.

Em negrito, as palavras da Soror Patrocínio. Do Cap. 50*:

“Falando comigo mesma certa vez, me disse a Serva de Deus: obrar-se-á tão grande maravilha, que encherá de assombro ao mundo inteiro.

Um evento de acontecimento mundial, e certamente único na história. Por isso, o assombro no mundo inteiro.

“Os homens estão muito relaxados... e o Homem de Deus se aproxima; já não se demora: aos que ele surpreenda relaxados não lhes irá bem...”


Esse homem de Deus, por causa da análise do conjunto das profecias que fizemos, só pode se referir a um dos três apóstolos vindouros da Bagarre, mas como as profecias não usam da linguagem cotidiana, falando muitas coisas de uma vez, também pode se referir aos três ao mesmo tempo.

Por exemplo, o Papa Santo com suas condenações encontrará todo o orbe católico relaxado; o Grande Monarca, a nobreza e os governantes; o Grande General, que auxiliará os outros dois como ponte, também encontrará homens relaxados para admoestar, isto é, a TFP (Adendo da 3a edição: no sentido dado na introdução deste volume)
.

Esses últimos, conforme expusemos, podem estar numa instituição quase totalmente dividida, ou quase inexistente, como veremos nesta profecia.

Nota-se como a profecia menciona duas vezes o “relaxados”: a primeira,
"o mundo inteiro" pode indicar um caso geral, isto é, a crise moral do mundo, já a segunda parece ter mais relação com os relaxados no contexto de cada “homem de Deus”.

“Estou pensando e me faz louvar a Deus o fato de que Sua Divina Majestade se sirva de um punhado de pó para fazer tudo o que há de maior".

Aqui pode parecer que a Soror fala de uma pessoa que ressuscitará, no entanto, como já defendido, a vinda de um apóstolo ressuscitado em meio a uma restauração está reservada para o fim do mundo: será S. João Evangelista, que morreu, ressuscitou, e ficou para continuar a sucessão apostólica até o tempo terrível do Anticristo. Afinal, cumprir-se-á o “não passará esta geração sem que todas estas coisas aconteçam”. Como é comum nas profecias, há sentido figurado.

Ora, quem está morto (embora não necessariamente em pó porque o corpo pode estar incorrupto) e faria grandes coisas se ressurgisse? Plinio Corrêa de Oliveira. Mas, como já argumentamos, não irá ressurgir, mas algo seu precisa ressurgir, isto é, sua obra e espírito, que hoje não tem a mesma influência de quando estava vivo o fundador. Disso se entende as profecias mais abaixo sobre o leão impossibilitado de agir.

“Tudo que há de maior” obviamente se refere ao Reino de Maria, que de certo modo pode ser dito que é tudo que há de maior nesta terra depois da Santa Igreja.     

"Quem haveria de imaginar como vai ser feito esse prodígio?

Uma sepultura com um punhado de pó e uns ossos, que pela voz de Deus, todos verão que voltam a ser o que eram antes!... Ninguém pode imaginá-lo, e assim será grande o assombro do mundo".


A Soror menciona a sepultura como algo que, junto do pó e ossos, voltará ao que era antes. Eis uma oportunidade de mostrar que Deus não fala pela boca dos profetas nenhuma palavra inútil: não houve redundância com essas três palavras (sepultura, pó, ossos).

Tais três elementos podem ser visto sob três pontos de vista: a Igreja ou esfera espiritual, a esfera política, e a esfera temporal ou contra-revolução.

Em relação à Igreja podemos dizer que a sepultura é a sepultura de São Pedro, que se sabia estar na cripta da Basílica de São Pedro pela tradição, o que se comprovou no século XX, confirmando o simbolismo da sepultura que “volta ao que era antes”. Mas também pode simbolizar o Papado ideal, que volta ao que era antes com a Restauração. O pó é o que resta de doutrina, totalmente dissipada, demolida, e confundida nos fiéis com a não condenação das heresias e dos erros. Os ossos representam o clero ou hierarquia, que aparenta existir somente em sua estrutura, pois está tomado pelo progressismo.

Na esfera política a sepultura é o regime de governo, mais especificamente a monarquia, ou aristocracia, ou democracia a depender do país. No caso da monarquia é evidente que onde esta não foi enterrada e abandonada, está tão diferente que parece viver no cemitério, e a corrupção e o igualitarismo sepultaram a aristocracia necessária à democracia. O pó simboliza o restante de moral católica guiando as leis dessas nações, e os ossos, o Estado, que basicamente só existe como estrutura, porque não cumpre seu papel ou o extrapola.

No caso da contra-revolução, a sepultura pode se relacionar com a veneração prestada a Plinio Corrêa de Oliveira: uma sepultura que voltará a ser o que era, isto é, venerada por herdeiros legítimos, e não por ilegítimos grupos progressistas, traidores, separados ou hipócritas que acreditam continuar sua obra.

O pó pode ser a obra de Dr. Plinio, reduzida ao pó como em muitos países por causa dos símbolos e nome da TFP terem sido registrados como direito autoral de pessoas que não seguem o espírito do Fundador, as quais conseguiram tomar essas posses por meio de processos ou registros fraudulentos ou sub-reptícios, e não possuem conexão com as TFP’s dos países que não perderam os símbolos e nome. Mas a analogia pode ser usada não só para essa perda em certos países, mas também para a perda da essência, da substância do que era antes a TFP, a qual pode se referir aos que não fizeram esta retenção.

Os ossos representam os membros que sobraram, o esqueleto, a prova de que um mínimo existiu, o qual ainda pode ser reconstituído por graça da Santíssima Virgem, voltando ao poder de ação anterior.

Também se pode pensar em ossos desarticulados por um futuro desmembramento total do que era, como Dr. Plinio chegou a hipotetizar, como vimos na parte 2 deste volume: ao comentar de um milagre que ocorreu com uma xícara que caiu e se despedaçou, e pela exclamação a Deus pela dona, pobre e santa, de que era a única xícara, esta se recompôs: “Pode acontecer isto com a minha querida TFP. Levada pelos desvarios de toda ordem, levada pelas confusões de hoje, levada pelas tentações de toda forma, pode acontecer que em determinado momento ninguém se acerte com ninguém, a TFP não tem conserto. Mas alguns conservam a confiança. Em certo momento, quando se olham, está tudo resolvido, Nossa Senhora agiu nas almas e recompôs tudo. São coisas que podem acontecer” (Almoço no EANS - 29/4/92).

“Ninguém nem nada será capaz de antecipar o momento ou a hora...

– Então, Madre, perguntei-lhe, tem dia fixo ou só é condicional?

– É vontade expressa de Deus, tem ano, mês, dia e hora fixa. Mas, antes desse triunfo de Deus e de sua Igreja têm que vir grandes castigos...”


Fica claro que vem a restauração, então, se há restauração, há decadência. Ela também deixa evidente que virão os castigos, isto é, a Bagarre ou Castigo, da qual tratamos ao longo deste volume. Já argumentamos aqui que três apóstolos virão para o começo da Bagarre “de facto”, o que difere da Bagarre das idéias há tempos em curso.

A Soror fala em “triunfo de Deus e da Igreja”, o que é um paralelo grandioso com um outro triunfo conhecido nas profecias: o do Imaculado Coração de Maria prometido nas aparições em Fátima, isto é, o Reino de Maria. A palavra “triunfo”, usada nos dois casos, evidencia o paralelo.

Apesar dessas considerações, é verdade que grandes castigos também precedem a Bagarre, que por sua vez é “O Grande Castigo”. Antes desta, como temos dito, há a confusão das mentes, a imoralidade, socialismo, etc. Todas estas coisas são grandes castigos.

“Ela me falou também da sucessão dos Sumos Pontífices que viriam após o Santo Padre Pio IX, chamando Leão XIII de lumen in coelo e distinguindo mais dois ou três com as características com que vão aparecendo no firmamento da Santa Madre Igreja”.

Para quem lê a profecia diretamente sem noção do conjunto das mesmas, a referência aos Papados parece descontextualizada. Iluminada pelo “unum” das profecias privadas, entende-se que se refere à restauração da Santa Igreja com o Papa Santo. Também é de se notar que esse título de Leão XIII é o dado pela profecia dos Papas supostamente feita por S. Malaquias, da qual já falamos que, se é verdadeira, trata da sequência dos Papados até o Papa Santo (e não do fim do mundo).

Do Cap.IX*:

"Na festa de Santo Agostinho do ano 1835, à noite, na hora em que a Comunidade ia se recolher, deixando a minha venerada Madre em sua cama no chão, ela teve um êxtase admirável, uma visão muito misteriosa no juízo da Revda. Madre Pilar que a presenciou por algumas palavras soltas que ouviu e pelo que a própria Madre [Abadessa] conseguiu tirar dela, obrigando-a a falar".


É sempre importante notar as ocasiões das profecias. Era festa de Santo Agostinho, um grande doutor da Igreja, destacado pela sua sabedoria, e que viveu em um tempo em que caía o Império Romano, podre pelo paganismo e, por isso, sofrendo justos castigos. Nesse contexto a santa fala. Ora, é analogamente o mesmo contexto mundial que precede a Bagarre (o atual): um mundo apodrecido pelo neo-paganismo, em que é necessário um profeta e grande sábio do porte de Santo Agostinho.

"Parecia ver uma grande batalha; a Rainha dos Anjos sentada com seu Divino Filho na forma de Menino dormindo, os quatro Doutores da Igreja e muitos outros personagens, dois deles atrás de um leão que aparecia sentado e com uma cruz na testa".

“Rainha dos Anjos”: porque esta batalha é mais parecida à dos anjos contra os anjos caídos, pois é principalmente uma batalha espiritual e de influência (“cruz na testa”). Nosso Senhor “menino dormindo”: a inocência parece se ausentar desse mundo, assim como Nosso Senhor parecia dormir na Barca de São Pedro. “Quatro doutores da Igreja”: atestam a eficácia do dom da sabedoria nesses tempos. Os outros personagens são os contra-revolucionários, pois dois desses, mais importantes, estão atrás de um leão marcado por uma cruz. O brasão da TFP também exibe uma cruz (só que no peito do Leão do Brasão).

"A luta era contra outro leão, que depois se converteu em serpente.

O leão marcado com a cruz estava como quem não pode se mover e, de início, só mexia a cauda e alguma pata, mas sempre permanecia imóvel, apesar dos esforços de seu adversário.

Quando o leão da cruz tomava coragem e se voltava para o Menino Deus, segurado pela Virgem Santíssima em seus braços, Ele acordava e então o leão ganhava novos brios e lutava com mais força".

O leão da cruz, isto é, a TFP ou a contra-revolução, lutava contra o leão que se converteu em serpente, que pode ser tomado em dois sentidos: a TFP fajuta, os que se dizem da TFP ou seus herdeiros, mas são do maligno (serpente), e por outro lado, o leão da Revolução, o maligno.

O leão da Cruz estava sem se mover, mexendo só a cauda e alguma pata, porque seu alcance estava limitado. Ademais, a cauda é a parte detrás que, apesar de elegante, é a menos nobre dos membros do leão, pois não move o corpo, e muitas vezes parece desordenada. Logo, pode indicar que aqueles inseridos no contexto da TFP e da Contra-Revolução que esboçam reação verdadeiramente contra-revolucionária estão em posição subalterna e deixados de lado, agindo por si só (como a cauda parece agir), se compararmos a hierarquia do corpo desse leão com a hierarquia da estrutura contra-revolucionária. Por outro lado, “alguma pata” se move, indicando que alguma atividade há, mas inócua, porque “sempre permanecia imóvel”.

Por sua vez, o leão da Revolução fazia grandes esforços, isto é, a Revolução avança livremente.

A coragem do leão da Cruz vem de Nossa Senhora com o menino Deus, ou seja, a graça muitas vezes fazia com que saísse desse estado de letargia.

"Por fim, a Senhora pegou seu Doce Menino que dormia e O pôs sobre o leão da Cruz; e então aconteceu a vitória; e os dois personagens que estavam atrás do leão, um deles também com uma cruz, se uniram e tudo foi gáudio e louvor de Deus".

O Menino-Deus posto sobre o leão da Cruz indica que quando Nossa Senhora decide dar a grande graça, o Grand-Retour (conforme visto no Cap. II), este vence. Tal graça também se refere à aparição dos dois personagens, que são os outros dois apóstolos, já que o Grande General está representado pelo leão também. Esses são o Grande Monarca e o Papa Santo, “também com uma cruz”.

E tudo então há “gáudio e louvor de Deus” porque a vitória com estes está assegurada.

"Este êxtase ou visão durou das dez da noite a uma da madrugada, momento em que a Serva de Deus voltou um pouco a si e falava coisas tão altas e com tanta gravidade, que deixava entender bem a vida superior que então gozava".

Portanto, três horas de visão, mostrando pelo simbolismo das horas a relação com os três apóstolos.

“Coisas altas e com gravidade” ela dizia, visto que estas são características desses eventos futuros.

"Durante todo esse tempo ela parecia formosíssima e como quem presenciava uma batalha.

Certas vezes seu rosto se iluminava e mostrava grande regozijo; outras vezes era como quem escutava com grandíssima atenção e depois dizia alguma palavra.

Quando o leão tomava coragem e acordava o Menino, ela dizia: “Ai! Significa as orações dos fiéis a tomar coragem do leão”. E assim em toda a série do êxtase.”


Novamente se confirma a necessidade da graça, das orações dos fiéis para dar coragem ao leão nessa batalha contra-revolucionária.

O rosto que se iluminava com regozijo uma vez, e mostrava gravidade atenciosa outra, é natural para quem via o que a Soror via: coisas maravilhosas feitas pela providência, e coisas graves que necessitavam compenetração, porque a batalha se dará impulsionado pelo dom da sabedoria e pela sagacidade dos contra-revolucionários.

Vale lembrar que no primeiro capítulo desta biografia há o impressionante fato de que a biografa, com três ou quatro anos de idade, achou uma caverna em sua busca por um lugar solitário, e lá estava um leão deitado, o qual se fez manso e cordeiro e se pôs do lado de fora da caverna, indicando querer proteger o lugar que a irmã tinha encontrado. Quando em sua casa sentiram sua falta, o leão foi ao encontro da avó e também se fez manso, apesar do terror em que ficou a senhora ao avistá-lo. Logo ela percebeu que era algo diferente, isto é, um leão cordeiro, e o seguiu, encontrando a menina na caverna extasiada em oração. Depois do fato, o leão desapareceu. A biógrafa relata como o fato é ainda mais impressionante porque “havia muitos séculos” sem leões na Espanha.

"A madre abadessa lhe perguntou logo o que tinha visto e conhecido e minha mãe Patrocínio respondeu: “Uma graça é a que faz o Senhor nestas visões e outra a inteligência delas. Um prelado da Igreja disputa sobre qual destas duas graças é a maior”. E agregou que esta matéria é muito delicada e ainda quando parecesse a uma alma ter entendido seu significado, não poderia assegurar-se nisto sem muita consulta e aprovação, porque era muito exposta ao erro".

Assim é, e assim propomos uma tentativa de concordância destes significados com todas as outras profecias já analisadas, se assim quis a Virgem Co-Redentora.


Próximo capítulo: Capítulo VI - Conclusão ou História do Futuro (Resumo breve do exposto nesta parte do volume I: conjunto das profecias privadas, teologia da história e hipóteses feitas em harmonia com resto). DISPONÍVEL SÓ NO PDF.


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Retirado da obra de Sor María Isabel de Jesús, Vida Admirable y ejemplarísimas Virtudes de la ínclita Sierva de Dios Rvda. Madre Sor María de los Dolores y Patrocinio, Fundadora y Reformadora en su Orden de la Inmaculada Concepción de María Santísima”. Prólogo del lltmo. Sr. Dr. D. Narciso Estenaga, Obispo-Prior de las Ordenes Militares. Segunda Edicion, Guadalajara, Guadalajara, 1925.