Paulo VI aboliu as ordens menores e manteve só três assim como fizeram os hereges protestantes anglicanos

"Dado que a entrada no estado clerical é diferida até à recepção do Diaconado, deixa de existir o rito da Prima Tonsura, pelo qual, precedentemente, o leigo se tornava clérigo. Um novo rito, porém, é introduzido, mediante o qual aqueles que aspiram ao Diaconado e ao Presbiterado manifestam publicamente essa sua vontade de se entregarem a Deus e à Igreja, para exercer a Ordem sacra (...)

Por uma razão particular, pois, convém que os Ministérios de Leitor e de Acólito sejam confiados àqueles que desejam consagrar-se especialmente a Deus e à Igreja, enquanto candidatos à Ordem do Diaconado ou do Presbiterado" [1].

Com estas e outras palavras o Papa Paulo VI, alegando se basear nos documentos do Concílio Vaticano II, aboliu em 1972 as ordens menores (porteiro, leitor, exorcista, acólito), tornando-as somente funções delegadas, não sacramentais, com o novo nome de "ministério". Só o ministério de leitor e acólito permanecem. O subdiaconato também foi abolido, de modo a ser neste Motu Proprio somente citado em relação aos que já o receberam, com normas transitórias por isso. Nos novos ritos instituídos ali ele nem sequer é mencionado, ou seja, já não existe.

Esta atitude de Paulo VI lembra a reforma feita na hierarquia pela heresia protestante anglicana, que só reconhecia três ordens. Também recorda a condenação do Concílio de Trento:

"Se alguém disser que não existe na Igreja Católica, além do sacerdócio, outras ordens maiores e menores, pelas quais, como por certos graus, se ascenda ao sacerdócio, seja excomungado" (Cân. II , Sessão XXIII).

Esta aproximação do anglicanismo, heresia que só possuía três ordens maiores (diaconato, presbiterado e episcopado), é clara pela história do Arcebispo da Cantuária sob Henrique VIII: Thomas Cranmer. Ele foi o arquiteto da "nova liturgia" protestante anglicana. Morreu queimado na fogueira pela Rainha Maria I da Inglaterra, católica que tentou restaurar a fé no país expurgando os hereges. Conforme um livro sobre a história dos ministros nas religiões:

"Vimos que no começo Cranmer tomou largamente o único rito proposto por Bucer e que ele rompeu com ele para fazer três divisões de ofício litúrgico para três degraus de ministério. Mesmo com esta divisão, Cranmer continuou a ver igualdade entre o ofício sacerdotal e o ofício episcopal; nisso ele acreditava estar retornando ao ensinamentos dos Padres, como Ambrósio, Agostinho, Basílio, Crisóstomo, e Jerônimo, (Sua Obra “Common place Book” (430-436), citada por P.F.BradShaw, “The Anglican Ordinal...”, 16) e que ele não estava fazendo inovações" [2].

Salmo em reparação (Salmo 6)

"Senhor, não me arguas no teu furor, nem me castigues na tua ira. Tem misericórdia de mim, Senhor, porque sou enfermo; sara-me, Senhor, porque meus ossos estremeceram. E a minha alma turbou-se em extremo, mas Tu, Senhor, até quando? Volta-te, Senhor, e livra a minha alma, e salva-me pela tua misericórdia.

Porque na morte não há quem se lembre de Ti, e na habitação dos mortos, quem Te louvará? Estou esgotado à força de tanto gemer, lavarei meu leito com lágrimas todas as noites, regarei com elas o lugar do meu descanso. 

Os meus olhos se turbaram por causa do furor, envelheci no meio de todos os meus inimigos. Apartai-vos de mim, todos os que praticais a iniquidade, porque o Senhor ouviu a voz do meu pranto.

O Senhor ouviu a minha súplica, o Senhor ouviu a minha oração. Sejam confundidos, e em extremo conturbados todos os meus inimigos, retirem-se e sejam num momento cobertos de vergonha".

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[1] Carta Apóstolica sob a forma de Motu Proprio, Ministeria Quaedam, 15 de Agosto de 1972.
[2] "The Process of Admission to Ordained Ministry: A Comparative Study", Volume 2, Por J. F. Puglisi, pg. 127, Cap.3, A. 4.