O Profeta Sofonias fala do extermínio dos maus sacerdotes, a queda das torres altas. As casas dos ímpios "converter-se-ão num deserto"

S. Profeta menor Sofonias, rogai por nós!

Para entender diversos conceitos daqui:

Beato Padre Eustáquio profetiza a corrupção dos sacerdotes e da sociedade
 
O Profeta Ezequiel vê a infiltração no clero, a abominação no templo, e o extermínio para todos que não tiverem a cruz do "tau"
 

Extraído de: "O Príncipe dos Cruzados (Vol. I, parte I, 3a edição, Cap. IV)".

Anterior deste capítulo: O profeta Daniel fala da abominação no templo, do fim das iniquidades no mundo, e de uma guerra depois da vinda de um ungido

Profeta menor da Sagrada Escritura. Tradução da Vulgata do Pe. Matos Soares.


Cap. I, 1 - Palavra do Senhor, que foi dirigida a Sofonias, filho de Cusi, filho de Godolias, filho de Amarias, filho  de Ezecias, no tempo de Josias, filho de Amon, rei de Judá.

2-3 - Eu congregarei tudo sobre a face da terra, diz o Senhor; congregarei os homens e os animais, congregarei as aves do céu e os peixes do mar; perecerão os ímpios; exterminarei da terra os homens, diz o Senhor.

A terra toda sofrerá com esse Castigo de Deus: a terra, os céus e o mar farão parte do Castigo. O extermínio é o da Bagarre e dos três dias de escuridão, conforme definição e explanação dos capítulos precedentes. A Bagarre na natureza: por isso, terra, ar e águas, mas não foi mencionado o fogo, quarto elemento clássico, pois o fogo pertence ao último dia, como está mostrado na II epístola de S. Pedro III, 10. Essa omissão aqui diz muito.

"Os homens e os animais", não só porque são os seres viventes na terra, mas porque os homens serão naqueles dias como animais. Por isso, são mencionados juntos, como se pertencessem à mesma categoria.


4 - Estenderei a minha mão contra Judá e contra todos os habitantes de Jerusalém; exterminarei deste lugar os restos de Baal e os nomes dos seus ministros e sacerdotes;

Jerusalém era o núcleo, então, simboliza a Roma moderna, enquanto Judá simboliza o "Reino" de Roma fora de Roma, isto é, a Igreja espalhada pelo mundo, mas também pode ser as nações em geral. Assim, os "sacerdotes e ministros" de Baal simbolizam todos os que servem a religiões falsas dentro da Igreja, e também fora Dela, por isso o profeta diz: "sacerdotes e ministros".

Por que "os restos"? Isso pode indicar algo que antes havia sido erradicado, ou o que sobrou de um castigo, isto é, a profecia pode estar implicitamente mencionando os três dias de trevas, que marcará o fim do Grande Castigo, ou Bagarre. É interessante notar que "contra todos os habitantes de Jersusalém" indica que provavelmente não sobrará castigo para ninguém em Roma (a Jerusalém da profecia), se nossa relação estiver correta. É bom notar o paralelo dessa interpretação com o momento histórico do profeta: a idolatria não tinha sido destruída por inteiro pela reforma de Josias no Reino de Judá.


5-6 - os que adoram a milícia do céu sobre os tetos, e os que adoram o Senhor e juram pelo seu nome, e ao mesmo tempo juram pelo nome de Melcom; os que deixam de seguir o Senhor, os que não buscam o Senhor nem procuram encontrá-lo.

Aqueles que são de língua dupla e os que não quiseram tomar posição serão castigados. Os tíbios, os apóstatas e hereges. Tudo isso nos leva a cogitar uma situação onde a carne manda no homem, assim como as coisas externas, pois a tibieza vem do conforto que o homem sente em seu ambiente com a influência da carne, e o mesmo se pode dizer das heresias desse tempo, por causa do contexto comodista. Serão heresias da falta de ação, ou da falta de coragem, aqueles que não procuram e aqueles que deixam o Senhor.

7 - Estai em silêncio diante da face do Senhor Deus, porque o dia do Senhor está perto, porque o Senhor preparou a vítima e designou os convidados.


A vítima é o cordeiro, Nosso Senhor, o que para nós só vale a pena salientar (já que tratamos somente da dimensão interpretativa associado ao nosso tempo) porque a Igreja é o Corpo Místico de Cristo, e é também a "vítima", pois a Paixão foi prefigura dos problemas que a Igreja passará. Os convidados para a paixão da vítima foram: Nossa Senhora, o discípulo profeta, e algumas santas mulheres: poucos.

8-9 - E no dia da vítima do Senhor castigarei os príncipes e os filhos do rei e todos os que se vestem de trajes estrangeiros; castigarei todos os que entram com arrogância pelo limiar (do templo), e que enchem de iniquidade e de fraude a casa do Senhor seu Deus.

O castigo chegará a todos os que não seguiram a verdadeira religião, ou que foram fingidos em sua prática: é a apostasia. Então, há aqueles que entram no templo (fiéis), e os que enchem de iniquidade o templo (sacerdotes). Os trajes são os costumes estrangeiros, os costumes fora da religião, como hoje se vê em abundância com o advento do neo-paganismo.

10-11 - Naquele dia haverá, diz o Senhor, muitos clamores à porta dos peixes, uivos na segunda (cidade), e grande aflição sobre as colinas. Uivai, habitantes do Gral; todo o povo de Canaã foi reduzido ao silêncio, todos os que estavam cobertos de dinheiro pereceram.


O materialismo pereceu, assim como a vida voltada às coisas materiais. O povo de Canaã foi reduzido ao silêncio porque não falava o que devia. Os "uivos" são os gritos de terror: simboliza o Castigo na forma hedionda dos três dias de trevas, os "clamores na porta dos peixes" são as ondas, isto é, as partes superiores do mar, e não as profundezas, quer dizer, o castigo natural, a modificação nas marés, inundações, etc. Os clamores estão "na porta" porque nas profundezas jazem os peixes ou aqueles que mortos, já não podem mais clamar. As colinas são os lugares altos que desabarão, e nisso queremos dizer todo lugar alto: prédios, palácios, montanhas e colinas. A aflição vem porque desabarão.

Percebe-se que em "clamores (vox clamoris)" e "grande aflição (contritio magna)" há diferenças: está no fato de que um é grande e outro não, ou seja, haverá mais desabamentos de altos lugares do que clamores nos baixos e inundações. E isso tem sentido místico também: uma grande cidade que estava coberta de dinheiros, como uma nova civilização exibindo sua nova torre de Babel, precisa cair do alto, para que fique evidente o pecado dessa cidade.

12-13 - Naquele tempo acontecerá isto: eu esquadrinharei Jerusalém com lanternas, e castigarei os homens que estão mergulhados nas suas fezes, que dizem nos seus corações: O Senhor não faz bem nem mal. As suas riquezas serão saqueadas, as suas casas converter-se-ão num deserto; edificarão casas, mas não habitarão, plantarão vinhas, mas não lhes beberão o vinho.


O Senhor esquadrinhará, isto é, examinará o povo. E com "lanternas", símbolo da luz. Deus mandará a luz para ver qual a reflete, e qual é como as "fezes". Nesse raciocínio, pode-se dizer tal exame se dará antes do Castigo, mas Deus Nosso Senhor não avaliará os homens como o faz rotineiramente, com Sua Onipresença. Harmoniza-se mais com a visitação que farão os apóstolos dos últimos tempos junto do Papa Santo e Grande Monarca, como dito nos capítulos anteriores e neste, pois relaciona-se à profecia de Ezequiel sobre os visitadores e a cruz do Tau para acabar a iniquidade no templo. É conveniente que ocorra um aviso prévio: assim como Elias e Enoch, as duas testemunhas do Apocalipse que antecedem o fim dos tempos, vêm para anteceder o evento magno, o Papa Santo e o Monarca, suas prefiguras, virão para anteceder o Grande Castigo. Entretanto, estes têm menor glória, pois são meramente suas prefiguras. Também o Castigo, ou Bagarre, é prefigura do fim do mundo. Essa profecia misturou convenientemente, a nosso ver, o fim dos tempos e o Grande Castigo, assim como Nosso Senhor misturou em Sua profecia a destruição de Jerusalém e o fim do mundo.

Jerusalém é Roma no seu sentido profético, isto é, a Igreja, lugar de onde vem a salvação, assim como era a Jerusalém antiga. "As fezes", como símbolo das coisas menos dignas do homem, indica uma profecia: o homem chegará nas coisas mais vis, mais baixas na sua constituição humana, e até menos do que isso, pois será menor do que o animal, ou seja, estará "nas suas fezes" por culpa própria. Tais homens pregam um Deus indiferente, ou um Deus que não castiga: são as heresias, porque ainda falam do Senhor, mas erroneamente, pois não acreditam verdadeiramente no Seu poder. O versículo "o
Senhor não faz bem nem mal" também faz paralelo com a profecia de Ezequiel, já analisada.

As "suas riquezas" significa a grandeza desse povo. O Castigo deixará casas abandonadas, grandes riquezas destruídas. Quem esperava ganhar nessa época perderá, quem esperava saciar-se não se saciará, porque Deus vai precisar mostrar sua grandeza e de onde provém todas essas coisas, e não permitirá mais que esses recursos estejam dispostos para os homens cometer atrocidades.

Aqui é interessante notar que os homens estarão "nas suas fezes", mas ao mesmo tempo serão ricos, capazes de plantar vinhas, edificar casas, uma imagem clara de uma cidade pagã e avançada materialmente: exatamente o século XX-XXI.


14-18 - O dia grande do Senhor está próximo; está próximo, vai chegando com velocidade. amargo é o ruído do dia do Senhor, o forte se verá nele em grande aperto. Esse dia será um dia de ira, um dia de tribulação e angústia, um dia de calamidade e miséria, um dia de nuvens e tempestades, um dia de trombeta e de gritos guerreiros contra as cidades fortificadas e contra as torres elevadas. Eu atribularei os homens, os quais andarão como cegos, porque pecaram contra o Senhor, o seu sangue será derramado como a poeira, os seus corpos serão como o esterco. Mas nem a sua prata, nem o seu ouro os poderá livrar no dia da ira do Senhor; no fogo do seu zelo será devorada toda a terra, porque ele se apressará a exterminar todos os habitantes da mesma terra. 

Essa parte se refere, em primeiro plano, ao último dia do mundo, o dia da Ira, o qual é prefigurado pelos dias de trevas, a Bagarre ou Castigo. Por isso, lemos: "andarão como cegos", pois tanto nos dias de trevas, como no final, não haverá mais como enxergar, pois o mundo será destruído e tudo o que viam também, e a cegueira do mundo será manifesta. Pela mesma conveniência já citada, são feitas as mesmas advertências sobre as grandes cidades materialistas, e sobre o enorme morticínio.

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