Plinio Corrêa de Oliveira é o fundador do tradicionalismo católico pós-conciliar e da resistência filial

Extraído de: "O Príncipe dos Cruzados (Vol. I, parte 2, 3a edição)"

Para entender melhor, ver antes:


Dr. Plinio profético contra as inovações litúrgicas desde o liturgicismo até a missa nova, recusando-a antes mesmo da promulgação

Dr. Plinio e sua posição profética tradicionalista sobre a missa nova justificada por um Cardeal de joelhos, e conhecida por Paulo VI

Dr. Plinio profetiza em 1962 a tragédia do Concílio Vaticano II

Plinio Corrêa de Oliveira (1908-1995) é o fundador do tradicionalismo católico pós-conciliar se o consideramos como possuidor de duas características distintas:

1. Crítica ao Concílio Vaticano II
2. Resistência à Missa Nova

A primeira não abrange as críticas às interpretações do Concílio, como quer alguns adeptos da hermenêutica da reforma na continuidade, pois estes creem que o problema é a interpretação, e não o que o texto diz. Eles não são favoráveis a uma condenação de qualquer parte dos textos, enquanto os tradicionalistas no mínimo consideram alguma coisa fora da tradição e passível de sofrer condenação por um Papa posterior, de onde emerge a idéia de um Concílio Vaticano III. Crítica ao que o texto e Concílio fez: eis o consenso geral entre os tradicionalistas, variando somente os pontos de inflexão.

A segunda característica não é uma crítica aos abusos que vieram depois da promulgação do novo Ordo da missa por Paulo VI, e sim uma crítica ao Missal novo em si. O Concílio foi formado por vários documentos e atos, e o Ordo é um só. No caso da missa só se resiste ou não, já no caso do Concílio o tradicionalista pode optar em criticar tudo ou algo, e de fato há alguns que põem em dúvida a legitimidade, mas não é preciso colocá-lo integralmente em dúvida para criticar algo do Concílio. 

Exemplo

No entanto, não basta a pessoa só criticar a Missa e o Concílio para se tornar tradicionalista, é preciso que ela faça um ato de resistência, porque a situação é análoga à fé: não basta crer, mas é preciso exercer a fé, fora disso são só palavras. Também não se pode achar algo ruim e praticar mesmo assim. Seria não só contraditório, como não distinguiria movimento algum. Dessa forma, o tradicionalismo se constituiria de idéias soltas, sem prática. Destacamos que novamente aqui o consenso geral entre os tradicionalistas é a resistência à Missa, havendo discordância somente nos pontos onde o Ordo precisa ser corrigido.


Nossa intenção agora é provar esta nossa definição com uma carta-resposta de 18 de Junho de 2014 da Associação Montfort, de cunho tradicionalista, visto ser formada por ex-membros da TFP que não largaram o tradicionalismo como explicado aqui. Nessa carta, Alberto Zucchi, presidente da Associação, critica outros grupos e mentalidades dentro do tradicionalismo.

É reconhecida a diferença entre mentalidades: "Quase se poderia perguntar a que FSSPX você está se referindo."

"Assim temos a FSSPX de Dom Fellay e de seu conselho, favoráveis ao menos a uma aproximação com o Vaticano e a Fraternidade de Dom Tissier, que considera que falar de acordo já consiste em uma traição. De um lado a Fraternidade do Padre Cacqueray, que recusa aceitar a aproximação com um bispo disposto a realizar o crisma no rito antigo e, de outro, a Fraternidade do Padre Bouchacourt, que se encontrou com o Cardeal Bergoglio em Buenos Aires e sempre foi atendido… Isto apenas para citarmos dois exemplos, e sem tratarmos daqueles que se consideram a “verdadeira” Fraternidade, representados por Dom Williamson."

O presidente da Montfort também salientou as "(...) sérias e importantes restrições doutrinárias. Creio que a mais conhecida delas é a questão dos tribunais da FSSPX. O Professor Orlando apresentou a Dom Tissier a este respeito um trabalho demonstrando que a existência deste tribunal era um ato cismático. O ex-padre Joel Danjou pretendeu elaborar uma resposta a este trabalho, mas muito mais do que justificar as posições doutrinárias da FSSPX ele procurou denegrir ao Professor Orlando.

Outro ponto fundamental é a amplitude do conceito de suplência. A FSSPX acabou por ampliar este conceito de forma a se permitir fazer uma verdadeira igreja paralela."

Também nessa resposta é reproduzida uma carta a Dom Licínio de 26 de Março de 1995 escrita pelo hoje Bispo Dom Rifan, que era na época uma espécie de representante da FSSPX no Brasil.

"Ouvimos estarrecidos, diretamente do Pe. Beauvais, em São Paulo, a afirmação de que há padres gnósticos na Fraternidade. Não é segredo para ninguém que existe larga adoção do maurrasianismo em diversos setores da mesma.

Vossa Excelência sabe que alguns Padres dela aderem ao liberalismo, tal como apregoado no Rio de Janeiro. (…)

Na igreja de S. Nicolas Du Chardonnet, vimos serem admitidas à Comunhão mulheres vestidas com trajes que não teriam sido tolerados pelos Padres de Campos."

Chega Alberto Zucchi a reconhecer o ponto de encontro da FSSPX e da Montfort, provando nossa tese:

"No que se refere à posição oficial da FSSPX, ou seja, aquela que normalmente é enunciada pelos seus dirigentes, nós estamos de acordo em relação a dois pontos fundamentais. O primeiro é a questão da Missa Nova, o segundo as críticas que devem ser feitas em relação ao Concílio Vaticano II."

Ou seja, fica evidente a nossa tese. Somente lembramos que a Ass. Montfort não acredita que a TFP e Dr. Plinio tenha a posição tradicionalista sobre a Missa Nova e o Concílio, pois crê delirantemente que essa posição só existe exteriormente para acobertar uma espécie de culto idolátrico secreto e gnóstico ao prof. Plinio Corrêa de Oliveira e sua progenitora. Tal acusação estapafúrdia já foi refutada pela TFP em três volumes contendo mais de mil páginas e 400 fichas hagiográficas em defesa da entidade. Tudo com aprovação de um teólogo notório do Vaticano (Refutação a uma Investida Frustra, II Volumes, Átila Sinke Guimarães, Gustavo Solimeo. E também: Servitudo ex Caritate, Átila Sinke Guimarães).

Como Plinio Corrêa de Oliveira é o fundador do tradicionalismo católico pós-conciliar, dado a definição anterior de tradicionalista no período pós-conciliar?

A resposta é curta, e foi dada nos artigos anteriores: ele foi o primeiro a resistir ao Concílio, além de ser o único no seu tempo nessa resistência dentre os mais tradicionais, e também foi o primeiro a resistir à missa nova dentre os mais tradicionais, e o fez antes mesmo da promulgação, incentivando a publicação de um livro de um discípulo que haveria de ser essencial para entender o tema, o qual até Mons. Lefebvre e a FSSPX depois chegaram a qualificar assim [1].

Adendo da 3a edição: o próximo subtópico.

Como Plinio Corrêa de Oliveira é o fundador da resistência filial ao Papado que revolucionava a Igreja?

Novamente, a resposta é curta, mas se encontra em diversas campanhas publicitárias organizadas por Dr. Plinio para refrear o avanço da Revolução em algum campo em que se encontra o Sumo Pontífice. Um exemplo tirado do "Manifesto da Resistência" (contra a Política de Distensão do Vaticano com os governos comunistas, em que também se citava indiretamente a posição tradicionalista perante a missa nova) evidencia a atitude civilizatória e filial a ser seguida perante uma autoridade que se pretende resistir:

"Neste ato filial, dizemos ao Pastor dos Pastores: Nossa alma é Vossa, nossa vida é Vossa. Mandai-nos o que quiserdes. Só não nos mandeis que cruzemos os braços diante do lobo vermelho que investe. A isto nossa consciência se opõe."


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[1] "Esse estudo era muito apreciado por Mons. Lefebvre que o qualifica como "estudo muito objetivo de Xavier da Silveira". "Ao meu conhecimento, é o estudo mais completo e mais claro no tema". In "Está aquela cadeira vacante?", Abade Dominique Boulet, FSSPX-Canada, Communicantes, October - December 2004, No. 21

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Selecionamos dois textos aqui que mostram que Dom Marcel Lefebvre e Dom Mayer assinaram as atas do Concílio, e Dom Lefebvre chegou a ter uma posição muito diferente sobre a missa nova no princípio. E outro que mostra a já antiga e profética resistência de Dr. Plinio ao Concílio.


Marcel Lefebvre e o Concílio: assinou os documentos e até falava bem dos frutos, depois negou ter apoiado e passou a criticar

D. Lefebvre era favorável à missa nova "bem celebrada" embora não preferisse, deixava seus alunos celebrarem e, segundo alguns, teria celebrado


Dr.Plinio profetiza em 1962 a tragédia do Concílio Vaticano II

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