Extraído de: "O Príncipe dos Cruzados (Vol. I, parte I, 3a edição, Cap. I)".
A Teologia da História prova a vinda do Castigo Mundial ou Bagarre, por Plinio Corrêa de Oliveira em 1971
São Luís Maria Grignion de Montfort profetiza o Reino de Maria e os apóstolos dos últimos tempos
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Extraído de: "O Príncipe dos Cruzados (Vol. I, parte I, 3a edição, Cap. II)".
Anterior deste capítulo:
O Castigo Final ou os três dias de escuridão provados por Teologia da História
Baseado em uma aula de Dr. Plinio, editado para conter só as partes que interessam ao tema. Os negritos, palavras em colchetes, e notas são nossas. A primeira parte tratou do Castigo, ou Bagarre.
"[Agora trataremos] por que é que sendo irreversível a vitória da Revolução é irreversível a vitória da Contra-Revolução, que é a segunda tese.
Eu respondo assim. Ou virá o fim do mundo já, ou não virá. Ora, não virá! Quais são as duas razões para achar que não virá?"
Primeira razão: exegese da Escritura
"Uma, são as próprias palavras de Nosso Senhor. Ele caracteriza o fim do mundo assim: quando o Filho do Homem vier pela segunda vez haverá Fé na Terra? Como que a dar entender que a Fé será tão pouca que será como que não havendo mais. Ora, a esse ponto ainda não chegamos, que existe Fé na Terra ainda existe em gentinha espalhada por aí, etc., graças a Deus".
Segunda razão: as profecias em Fátima. Mostramos, nessa parte desse volume, como são corroboradas por outras
"Mas alguém poderia objetar: "Está bom, não chegamos mas chegaremos por esse processo". A resposta é: "Está bem, mas Nossa Senhora em Fátima disse que não, que o Imaculado Coração dEla triunfará".
Bom, [a plenitude da Igreja] terá de vir à maneira de uma grande misericórdia e é o que está previsto em Fátima. Nossa Senhora não diz: "Eu triunfarei". Há um matiz. Ela diz: "Meu Imaculado Coração triunfará". Quer dizer, "Minha misericórdia triunfará, minha bondade triunfará". Depois de uma justiça daquelas, naturalmente; indispensabilíssima, pela qual dia e noite bradamos.
O que quer dizer aí esse triunfo do coração? Quer dizer a Mãe que depois de obter para o filho um castigo regenerador para o que se salvarem, para os que ficarem na Terra, depois os cumula de dons".
Terceira razão: teológica, pela dinâmica da reconciliação
"Há uma terceira razão que é uma razão teológica, e ao mesmo tempo psicológica. Os grandes pecados trazem os grandes castigos para os povos. Os grandes castigos trazem as grandes emendas, e as grandes emendas, as grandes reconciliações. Está na ordem da economia da graça. Por exemplo com o Dilúvio. Já antes do Dilúvio, com a expulsão do paraíso, pecado original, castigo tremendo, a promessa do Messias. Depois com o Dilúvio houve o que houve, depois o arco-íris.
Com o próprio povo hebraico está prometida para o fim do mundo uma conversão espetacular. Castigo tremendo mas uma conversão espetacular. Quer dizer, essa é a seqüência.
Se não tem o fim do mundo agora, tem de haver uma reconciliação tão grande quanto o castigo. Há, agora, a pergunta: quer dizer, se vem a Contra-Revolução, se vem uma reconciliação, ou por outra, se houve um tão grande pecado, um tão grande castigo, tem de haver uma enorme reconciliação".
Quarta razão: teológica, pelo desenvolvimento do Corpo de Cristo até a perfeição
"Agora, por que é que isso tem de ser o Reino de Maria? Eu já dei no início uma razão. É a plenitude da Igreja, etc. Mas eu dou uma outra razão, eu aprofundo esta razão.
Não estaria de acordo com os planos da Providência que o mundo terminasse sem a Igreja atingir toda a perfeição para a qual Ela foi chamada.
Há a tese dos teólogos de que Nosso Senhor Jesus Cristo morreu com 33 anos e portanto 33 anos é a idade perfeita do homem. Porque se pode perguntar qual é a idade em que o homem normal atinge o seu pleno desenvolvimento. E a resposta é: como Nosso Senhor Jesus Cristo quis entregar a sua vida por nós aos 33 anos, 33 anos tem de ser a idade perfeita. Por quê? Porque Ele tendo se encarnado, Ele haveria de chegar à plenitude de seu desenvolvimento físico e de seu desenvolvimento intelectual e moral enquanto Filho de Deus na sua Humanidade santíssima, Ele havia de chegar à sua plenitude antes de morrer. Não podia um Ser tão excelso, quanto à natureza humana do Filho de Deus hipostaticamente unida à Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, não podia existir sem completar o seu curso e chegar à sua perfeição. Seria contrário à ordem sapiencial das coisas.
Este é um lindo argumento que se pode aplicar à Igreja. Porque tudo que se diz de Cristo, mutatis mutandis, se diz da Igreja que é o Corpo Místico de Cristo. Então não pode o corpo místico de Cristo desaparecer (a Igreja militante desaparecer) sem ter atingido a sua perfeição.
Ora, a Idade Média não foi uma perfeição, foi uma perfeição truncada por um pecado abominável, foi um germe de perfeição. Logo a perfeição ainda é vindoura, terá de vir.
Logo está concluído: Virá o auge da Revolução, virá a vitória da Contra-Revolução, virá o Reino de Maria" [1].
Próximo deste capítulo:
A vinda do Reino de Maria provada por Teologia da História, "segundo" o Pe. Antonio Vieira
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[1] Reunião da SEFAC (semana de estudos para a formação anti-comunista). 6 de Agosto de 1971.