A Escritura sobre a vinda da prefigura da terceira testemunha do Apocalipse, o Grande General dos apóstolos dos últimos tempos

S. Pedro Papa, rogai por nós! S. Tiago Maior, rogai por nós! S. João Evangelista, rogai por nós!

Para entender alguns conceitos aqui expostos, recomendamos a leitura: 

As sete Eras cristãs simbolizadas na Escritura pelas sete falas de Nossa Senhora

Hipótese teológica da vinda no fim do mundo de S. João Evangelista ressurrecto, pela Escritura e os Doutores da Igreja

Clique aqui para ler mais sobre o Grande Castigo e o Reino de Maria


Extraído de: "O Príncipe dos Cruzados (Vol. I, parte I, 3a edição, Cap. IV)".

Anterior deste capítulo: O Santo Rosário e o Escapulário do Carmo da Virgem Maria nas prefiguras e profecias bíblicas

No capítulo III argumentamos que São João Evangelista está ressuscitado no paraíso terrestre junto a Elias e Enoch, de onde sairá para vir à terra no fim do mundo. Elias e Enoch são as duas testemunhas citadas no Apocalipse e São João, a terceira. No começo da sexta Era cristã, argumentamos que virão as prefiguras dessas duas testemunhas na pessoa do Papa Santo (um Papa escolhido por Deus) e do Grande Monarca. Portanto, é conveniente que venha uma terceira prefigura, de modo a significar aquele apóstolo na sua vinda. Chamamo-lo de Grande General, conforme nome dado pelo Venerável Holzhauser, cujas interpretações são expostas no capítulo V.

Ora, Nosso Senhor sempre teve três discípulos especiais que estavam presentes nos eventos mais importantes de Sua vida pública. Como os Evangelhos são a plenitude dos livros Sagrados do novo testamento, é razoável pensar que contêm uma profecia em relação à importante missão dos três apóstolos de vinda mais próxima. Partindo desse raciocínio, atribuímos aos eventos Evangélicos com esses três discípulos as características de uma prefigura e, assim, vemos como tudo se encaixa simbolicamente com as futuras ações destes apóstolos, como sustentado até aqui.


- A transfiguração no Tabor (S. Mateus XVII, 1-14 e S. Lucas IX, 28-36 e S. Marcos IX, 2-10):

"Seis dias depois, tomou Jesus consigo Pedro, Tiago e João, seu irmão, levou-os à parte a um alto monte".


Seis dias depois, isto é, símbolo numérico da sexta Era, quando a confirmação dessas prefiguras se dará, segundo argumentamos no capítulo III. Nessa Era, Cristo Rei será mostrado do jeito que Ele realmente é, não para três somente, mas através desses três. Seis dias depois de predizer Sua morte e ressurreição (em S. Mateus XVI, 21-28): a citação do evento não é meramente cronológica, pois indica que isso acontecerá depois da Ressurreição, isto é, na Era cristã. O evento acontece logo após S. Pedro receber a promessa do Papado (
em S. Mateus XVI, 13-20): mais um indício de que a simbologia das testemunhas só pode estar completa quando houver um Papa, e talvez indique que somente após a eleição do Papa Santo ocorrerá essa transfiguração da Igreja, o corpo místico de Cristo. Outro Evangelho (S. Lucas IX, 28) diz que foram oito dias, mas São Jerônimo explica que S. Lucas considerou o primeiro e o último dia. Pensamos que foi em virtude de uma conveniência profética, inspirada, que existia a discrepância.

Essa profecia da morte e Ressurreição de Nosso Senhor ocorre logo antes da increpação de S. Pedro: "Deus tal não permita, Senhor; não te sucederá isto. Ele, voltando-se para Pedro, disse-lhe: Retira-te de mim, satanás; tu serves-me de escândalo, porque não tens a sabedoria das coisas de Deus, mas dos homens" (S. Mateus XVI, 22-23). Esse trecho sagrado é extremamente conveniente, de acordo com essa interpretação, porque lembra a negação de S. Pedro, ou seja, indica que os eventos seguintes do Evangelho têm algum paralelo com as três negações de S. Pedro. A primeira negação
simboliza o próprio S. Pedro que se distanciou do testemunho de Cristo necessário no momento difícil, tentado por Satanás por causa de uma permissão de Deus para essa ocasião, já que S. Pedro teve falta de humildade ao falar que seguiria Nosso Senhor até a morte ("retira-te de mim, Satanás"). A segunda simboliza os papas que tentam se aproximar do mundo nessa Era anti-católica fazendo a Igreja atravessar uma crise ("serves-me de escândalo"). E a terceira virá no tempo do Anticristo quando, segundo certas profecias, o Papa será deposto pelo Anticristo no fim de uma Civilização cheia de Sabedoria Divina e avanços tecnológicos (restando não a "sabedoria das coisas de Deus, mas a dos homens", como na increpação).

Nosso Senhor diz "porque não tens a sabedoria das coisas de Deus, mas dos homens" porque S. Pedro tem a sabedoria humana, mas não a divina. Uma Era que tem bastante tecnologia, isto é, a técnica avançada, mas não tem a sabedoria de Deus é uma civilização sem Deus.

O monte é o Tabor: a falta de sua menção específica simboliza uma relação com os montes em geral, como o Carmelo, da onde vem a ordem dos últimos apóstolos.


"e transfigurou-se diante deles. Seu rosto ficou refulgente como o sol e as suas vestiduras tornaram-se luminosas de brancas que estavam". Na vulgata as vestes tornaram brancas como a neve: "Et resplenduit facies ejus sicut sol, vestimenta autem ejus facta sunt alba sicut nix".

Aqui vemos há um paralelo com a aparição de Nossa Senhora de Fátima, que veio de branco e fez o milagre do Sol. Também reparamos que as vestes de Cristo se renovam, como se renovará a Igreja, mas não é só isso: o seu rosto brilha, pois não é uma simples renovação, mas uma glória. 


"Eis que lhe apareceram Moisés e Elias falando com ele. Pedro, tomando a palavra, disse a Jesus: Senhor, bom é nós estarmos aqui; se queres, farei aqui três tendas, uma para ti, uma para Moisés e uma para Elias".

Segundo o exegeta Cornélio A Lápide, a explicação para essas duas aparições "consiste em que Moisés foi o legislador da Antiga Lei, e Elias, o príncipe do profetismo e dos profetas, representando por isso todo o conjunto dos profetas". Portanto, vemos que a presença do príncipe do profetismo indica a natureza de prefigura do evento, isto é, de prefigura profética das três testemunhas. A presença de Moisés, como representante da Lei, visou confirmar que o evento tem a simbologia da confirmação da vinda do Messias, tanto naquele momento, quanto no fim dos tempos, como veremos.

O Evangelho de S. Lucas indica que Nosso Senhor quis mostrar ali o resultado final de Sua paixão, pois trata disso com os dois varões (S. Lucas IX, 31), pouco antes profetizada como vimos. Considerando o evento no Monte Tabor como uma prefigura da Igreja transfigurada, fica claro que a Igreja transfigurada, ou seja, restaurada na maior glória nunca antes vista, é o maior fruto da paixão de Cristo. Por isso, é evidente a conveniência dessa conversa nessa dimensão interpretativa. Afinal, Ele
falava de Sua paixão próxima, um paralelo com a paixão do Corpo Místico no tempo do Anticristo que se revoltará contra esse fruto, e da paixão da Igreja no tempo das três prefiguras dessas três testemunhas na sexta Era.

Porém, quem simboliza nesse evento o terceiro Apóstolo, isto é, S. João no fim do mundo e o Grande General na próxima Era? O próprio Senhor, pois S. João ainda estava ali e vivo. Alguns podem pensar que o Apóstolo Evangelista é sua própria prefigura nesse evento, mas não cremos porque a ressurreição, estado no qual S. João virá, ali está simbolizada pelo Nosso Senhor transfigurado, que conversa com Elias e Moisés, um vivo o outro morto, porque Ele está além do plano dos vivos, pois Ele é Deus e está transfigurado.

São Pedro propõe as tendas logo depois que Elias e Moisés se afastavam de Jesus (
S. Lucas IX, 33a), mostrando um interesse nas coisas materiais quando o espiritual é mais importante. S. Marcos afirma que ele não sabia o que dizia, pois estava atônito de medo (S. Marcos IX, 6). Como São Pedro representa o alto clero e o clero em geral, isso tudo simboliza a atitude do clero após a aparição das três testemunhas do Apocalipse (assim como suas prefiguras) simbolizadas por Nosso Senhor, Moisés e Elias: atitude impulsiva e de sobrevivência. Mas como esses três podem simbolizar as prefiguras, ao mesmo tempo que S. Pedro simboliza uma? Os três representam todas as prefiguras, porque o significado último e mais elevado contém os demais.

"Entretanto Pedro e os que estavam com ele tinham-se deixado oprimir de sono. Mas, despertando, viram a majestade de Jesus e os dois varões que estavam com ele" (S. Lucas IX, 32).

São Lucas fala do sono dos apóstolos porque isso remete ao sono no horto das oliveiras antes da paixão, já que o contexto do evento, como mostramos acima, é a paixão de Nosso Senhor. No entanto, como identificamos que este evento tem paralelo com o fim do mundo e sua prefigura da Era cristã, a Bagarre, podemos interpretar esse sono como o sono da espiritualidade, o sono do Papa da época, a tomada do material sobre o espiritual. De fato, é dito "Pedro e os que estavam com ele" o que parece indicar a cabeça da hierarquia e a hierarquia tomada por esse sono, que terá sentido específico diferente no fim dos tempos e na Bagarre, mas simbologia geral idêntica.


"Estando ele ainda a falar, uma nuvem resplandecente os envolveu; e eis que saiu da nuvem uma voz que dizia: Este é o meu filho dileto em quem pus toda a minha complacência; ouvi-o. Ouvindo isto, os discípulos caíram de bruços e tiveram grande medo".

Essa nuvem lembra a nuvem que pairou sobre Nossa Senhora: a nuvem da graça Divina. Depois a voz diz que Jesus Cristo é o escolhido, o Filho de Deus. No entanto, essa nuvem causa espanto e é milagre grande da natureza, ou seja, pode ser identificada com os três dias de escuridão, examinado desde o capítulo II, assim como pode ser relacionada à vinda de Nosso Senhor no fim do mundo, a qual será terrível. Essas duas coisas colocam medo nos escolhidos, embora a graça faça disso temor de Deus. Então, os discípulos, segundo S. Marcos (
IX, 8), olharam em volta e não viram ninguém a não ser Jesus, isto é, depois dos três dias de escuridão, sobrará somente a Igreja, Corpo Místico de Cristo, ou seja, a eliminação das falsas religiões será o ponto de partida para o Reino de Maria, assim como no fim dos tempos virá Jesus quando não houver mais profetas na terra. 

Estrutura dos livros sapienciais

Adendo da 3a edição: na primeira edição, ignorávamos que o Tiago da Epístola fosse S. Tiago Menor, o que é aceito pela Tradição. Portanto, excluímos aquele parágrafo, apesar de S. Tiago menor, assim como S. Tiago maior, também ter sido primo-irmão de Nosso Senhor, mantendo a relação simbólica de sangue real. Sobraram os seguintes dois parágrafos.

O fato que iluminou o erro anterior – que era calcado no número e conteúdo das epístolas dos Apóstolos João, Pedro e Tiago (Menor) – trouxe um novo paralelo até mais interessante: temos argumentado desde o capítulo I que Papa Santo e Grande General colaborarão juntos, e ambos aqueles Apóstolos (S. Pedro e S. João) muitas vezes estiveram juntos, como diz o Ato dos Apóstolos. E onde estava S. Tiago Maior, irmão mais velho de S. João? Boa parte de seus feitos, como conta a tradição, ocorreu longe dali, embora a Sagrada Escritura ateste que ele foi martirizado em Jerusalém. Verifica-se um intenso paralelo entre a obra do Grande Monarca, que deverá conquistar nações longínquas.   

Ademais, ambas
as primeiras epístolas, a de S. Pedro e a de S. João, exortam à virtude e abordam, ainda que brevemente, sobre profecia e falsos doutores.


Estrutura numérica e temática dos eventos somente com os três apóstolos
 

O episódio da ressurreição da filha de Jairo, quando estavam presentes só os três apóstolos, confirma a harmonia numérico-temática dos três eventos com estes três: transfiguração, paixão (agonia no Horto) e ressurreição. Esses três temas dos eventos com os três apóstolos fazem paralelo com o fim do mundo, assim como a vinda da Bagarre com o Grande General, o Papa Santo e o Grande Monarca. 

1 - Assim como no fim do mundo haverá a paixão final da Igreja, a Bagarre será uma prefigura da paixão final da Igreja. Ademais, assim como no final virão os santos Elias, Enoch e João Evangelista, assim virão suas prefiguras na Bagarre. 2 - Assim como a Transfiguração simboliza a glória do Senhor no fim do mundo, quando haverá a ressurreição geral e o Juízo Final dos vivos (Elias) e mortos (Moisés), também em Sua transfiguração a Sua glória ficou manifesta. 3 - A Bagarre é uma prefigura do fim do mundo, pois a Igreja "ressuscita" sem ter morrido: com essa noção cremos explicar o sentido da frase sagrada sobre a filha de Jairo: "A menina não está morta, mas dorme" (S. Marcos V, 39), tal como o Senhor, que dormia na barca de S. Pedro.

Notamos que S. João Evangelista representará a ressurreição próxima da Igreja. Voltaremos mais adiante para esse tema.

Ressurreição da filha de Jairo, um dos chefes da sinagoga (S. Marcos V, 21-43, S. Mateus IX, 18-26, S. Lucas VIII, 40-56)

Esse evento nos indica quanta fé devemos ter, pois a mulher com hemorragia que atrapalhou a chegada de Jesus a casa de Jairo também teve fé: "Jesus disse-lhe: Filha, a tua fé te salvou" (S. Marcos V, 34). E Jairo ainda tinha fé que Jesus salvaria a menina, apesar dos outros dizerem "tua filha morreu; para que incomodar mais o Mestre?" (S. Marcos V, 35). O episódio levanta a temática da fé em um momento que parece tudo perdido: eis a relação com a presença dos três apóstolos. Afinal, como não pensar em situações análogas como a Bagarre e o tempo do Anticristo ("quando vier o filho do homem, achará fé na terra")? Entretanto, é preciso notar que o caso da mulher hemorroísa, por causa da multidão, somente introduz ao tema da fé, pois os três são mencionados somente na ressurreição da menina, junto de seus pais e o Senhor.

A hemorragia da mulher a fez consultar muitos médicos e gastar tudo o que tinha, sem sucesso (
S. Marcos V, 26). Só Jesus Cristo poderia salvá-la; só a fé Nele poderia resolver seus problemas materiais. É o símbolo da pessoa que vive na época profetizada por esse contexto. "Uma grande multidão o seguia e apertava" (S. Marcos V, 24), mas a mulher consegue passar por todos e tocar nas vestes de Jesus, pensando corretamente que seria curada só por esse ato. As vestes significam algo próximo ao que é o profundo da Igreja ou Cristo, ou seja, esta mulher não chega a se aprofundar completamente no contato com Cristo, e talvez não tenha tocado Nele porque se sentia indigna, ou incapaz por causa da multidão, mas alcançando só Suas vestes, acreditava assim poder ser curada. É a imagem de quem, sem muitos recursos intelectuais, e pressionado pelo ambiente (multidão), ainda acredita na Igreja, corpo místico de Cristo, e no poder que a Igreja tem, e se salva. É um exemplo a ser seguido por muitos nos tempos de tribulação. Tanto é assim que Jesus diz primeiro que a fé salvou-a, e depois que ficou curada por isso: "Jesus disse-lhe: Filha, a tua fé te salvou; vai em paz e fica curada do teu mal" (S. Marcos V, 34).

A mulher curada tinha o fluxo há doze anos (
S. Marcos V, 25), e a menina tinha doze anos quando ressuscitada (S. Marcos V, 42). Se a Escritura fosse só um livro histórico, e não um livro de Deus, místico e cheio de maravilhas, diríamos que esses dados são meramente quantitativos e historicamente referenciais. Porém, no Livro Sagrado eles são mencionados porque representam uma analogia numerológica, como se os dois acontecimentos estivessem ligados. Conforme vimos na parte em que as falas de Nossa Senhora representavam as sete Eras cristãs, aos doze anos Jesus foi encontrado pelos pais no templo, depois de não O terem encontrado na comitiva. Essa parte representa a quinta Era, a Era purgativa em que vivemos e que durará até a vinda do Papa Santo com o Grande Monarca. Esta Era é uma Era de Castigo, castigo que também virá no começo da sexta, embora a sexta seja a do Reino de Maria, pois só o começo desta é o término do Castigo, que esses personagens impulsionarão. Acreditamos que foi, entre outras coisas, para espelhar este evento de Sua própria vida que Nosso Senhor levou consigo, além dos três, o pai e a mãe da menina para o quarto onde esta estava (S. Marcos V, 40).

Como será a prefigura da terceira testemunha, também chamada de Grande General?
 

Levando em conta sua representação simbólica por S. João Evangelista, as seguintes características são possíveis: Predileto entre os escolhidos, assim como S. João era o discípulo amado entre os apóstolos. Pertencente aos apóstolos dos últimos tempos, os quais espelham, embora em dignidade menor, os primeiros apóstolos. Não será o líder destes últimos apóstolos, por causa da presença do Papa Santo e do Grande Monarca, representados por S. Pedro e S. Tiago. O Papa Santo será o líder, acima destes, por causa que o Papa está acima de todos os católicos.
 
Porém, o Grande Monarca também tem uma primazia por ser simbolizado pelo irmão mais velho, símbolo da primogenitura de um Monarca (isso não necessariamente quer dizer que será irmão de sangue do General). Apesar disso, S. Tiago só é chamado por Nosso Senhor junto de seu irmão (S. Marcos I, 19-20), o que indica uma semelhança de procedência: no episódio bíblico é o sangue, mas no caso das prefiguras será a procedência similar à sanguínea, que parece se harmonizar com a pertença de ambos aos apóstolos dos últimos tempos. Esse símbolo de proximidade é confirmado pelo fato de que no Evangelho eles são mencionados junto do pai, principalmente na hora da chamada por Nosso Senhor (S. Mateus IV, 21), o que indica um comum pai fundador no caso dos últimos apóstolos.

Continuando: seu conhecimento, assim como o de S. João, abrangerá o Evangelho eterno, a sabedoria dos livros sapienciais, e o dom da profecia do Apocalipse, pois este Apóstolo foi inspirado pelo Espírito Santo para escrever parte dos
livros Sagrados destas categorias. Já identificamos o Grande General com o anjo do apocalipse que tinha o Evangelho eterno antes nesse livro Sagrado. São Vicente Ferrer também atribui a si esse título, o que não discordamos, pois este santo foi a prefigura, na quinta Era, desse General.

Assim como o Evangelista virá ressuscitado no fim do mundo, o General precisa ter uma simbologia correspondente. Cremos que se trata da sua passagem vivo da Bagarre ao Reino de Maria, porque o Papa Santo, por exemplo, é martirizado, como já sustentamos e veremos no capítulo V. Assim, o General equivale ao representante da "ressurreição da Igreja" da crise. Também poderia sê-lo em sua história particular, como afirma S. Francisco de Paula (visto no capítulo V): será um grande pecador na juventude. Além disso, no final do Evangelho de S. João, S. Pedro quer saber o que acontecerá com o Evangelista, já que Nosso Senhor tinha acabado de profetizar o martírio do primeiro Papa. Conforme vimos no capítulo III, essa parte indica a missão de S. João: ele morreu, mas ressuscitou, e ficará "até que eu venha". Alguns podem pensar que isso prova uma ressurreição do Grande General, contudo, já foi dada uma missão a S. João que, para cumpri-la, precisa de uma ressurreição prévia. Por isso, sustentamos que ao General o mesmo não se aplica. Afinal, a missão deste General, menor que a de S. João no fim dos tempos, não deixa de simbolizar uma "ressurreição" do fundador dos apóstolos dos últimos tempos, Plinio Corrêa de Oliveira.

Assim como S. João Evangelista foi jovem em relação aos demais apóstolos, o General pode ser mais jovem, pelo menos em relação ao Papa Santo e o Grande Monarca. Assim como S. João morreu por último, igualmente pode se passar com o General. É possível que venha a sobreviver uma ou mais tentativas de martírio, espelhando S. João, conforme algumas tradições contam. Também o fato de que foi chamado junto de seu irmão (S. Mateus IV, 21), símbolo do Grande Monarca, pode indicar que ele entrará ou terá uma confirmação de sua missão juntamente ao Monarca, ainda que antes, assim como o Monarca, já possa estar se preparando, ou sendo preparado por Deus para tanto.

Assim como S. João Evangelista estava em preparo para sua missão de apóstolo sendo discípulo de S. João Batista, é provável que o General esteja em semelhante preparo.
Cornélio a Lapide argumenta que a opinião mais provável é a de que S. João Evangelista era discípulo do precursor, por causa da passagem: "Ao outro dia João lá estava novamente com dois de seus discípulos, e, vendo Jesus que ia passando, disse: Eis o Cordeiro de Deus. Ouvindo as suas palavras, os dois discípulos seguiram Jesus. Jesus, voltando-se para trás e vendo que o seguiam, disse-lhes: Que buscais vós? eles disseram-lhe: Rabi (que quer dizer Mestre), onde habitas? (Jesus) disse-lhes: Vinde ver. Foram, viram onde habitava e ficaram com ele aquele dia. Era então quase a hora décima. André, irmão de Simão Pedro, era um dos dois que tinha ouvido o que João dissera e que tinham seguido Jesus. Este encontrou primeiro seu irmão Simão e disse-lhe: Encontramos o Messias (que quer dizer Cristo). Levou-o a Jesus. Jesus, fixando o olhar nele, disse: Tu és Simão, filho de João; tu serás chamado Cefas, que quer dizer Pedro". S. João I, 35-42. Segundo os exegetas, o outro discípulo era o Evangelista porque outras passagens evidenciam que S. André era companheiro de pesca de S. João. Comumente em seu Evangelho, S. João não menciona seu nome, mais provavelmente por humildade.
 
Como visto no capítulo I com abundantes fontes, S. João Batista era carmelita da ordem de S. Elias, o que torna seus discípulos também carmelitas. Por isso, cremos que a terceira testemunha será um carmelita, e discípulo de um maior carmelita ainda. Assim como S. João Apóstolo era discípulo de S. João Batista, e ambos eram carmelitas, assim o General será discípulo de Plinio Corrêa de Oliveira, que foi leigo carmelita. Assim como S. João Batista era uma prefigura de S. Elias, conforme Nosso Senhor mesmo disse, também Dr. Plinio foi uma prefigura de S. Elias, conforme mostramos na parte 2 deste volume, pois foi o único a falar contra os problemas de sua época com tanta abrangência, isto é, falou sobre o Concílio, do problema da missa nova, os problemas nas atitudes Papais, costumes revolucionários, jogadas políticas diversas de seu tempo (nacionais e muitas vezes internacionais), etc.

Assim como S. João Batista visou preparar a vinda da Sabedoria Eterna e Encarnada que estaria na ordem civil de então, também Dr. Plinio visou preparar a vinda da Sabedoria Eterna que reinará na ordem civil futura, isto é, no Reino de Maria.
Assim como S. João Batista profetizou a vinda Daquele que, como visto, abriu a sexta Era antiga, Dr. Plinio também falava da vinda do Reino de Maria, a sexta Era cristã, segundo argumentamos no capítulo III. Ambos também não faziam milagres, e mesmo assim impressionavam. Ambos eram grandes denunciadores das corrupções no sacerdócio. Ambos foram confundidos com aquele que há de vir, no primeiro caso, o Messias, no segundo, o Grande Monarca, ou o Grande General (segundo alguns). Ambos se viam nas profecias da Igreja, o primeiro em Isaías, o segundo nas profecias sobre os apóstolos dos últimos tempos. Ainda que existam algumas características entre os dois que não são tão evidentemente semelhantes, estas bastam para identificarmos o paralelo.

Voltando a S. João I, 35-42: S. Pedro é chamado depois, o que pode indicar que era discípulo de S. João Batista, e somente não estava presente no momento. É mais provável, já que estes andavam juntos os filhos de Zebedeu com S. André e S. Pedro. S. Tiago, irmão de S. João, ou seja, provavelemente era também um carmelita. Ou seja, todas as prefiguras das três testemunhas serão carmelitas. São Pedro é chamado pelo irmão, simbolicamente o irmão de ordem. É chamado posteriormente pelo irmão, nesta interpretação, porque S. Pedro representa aquele que não é carmelita do mesmo modo que S. Tiago e S. João, isto é, simboliza a diferença entre a primeira ordem carmelita, a dos frades sacerdotes, e a terceira, a dos leigos, à qual pertence o General. Tal distinção não existia na época, mas este é um raciocínio com símbolos. E S. Pedro é chamado para quê? Para seguir a plenitude da Igreja: Cristo. E ali fará o quê? Será uma das três testemunhas principais Dele, ao ser o chefe dos apóstolos, o Papa. Por isso, Nosso Senhor troca seu nome nesse episódio, instituindo-o futura Pedra da Santa Igreja, Pontífice.
 
S. André, simbolizando o irmão de ordem, representará alguém que colocará o Papa Santo em sua missão? Não sabemos. Só recordamos que S
. André só chamou seu irmão após ter passado um tempo com o Messias. Isso pode indicar um irmão carmelita não contemporâneo do Papa Santo. Por fim, notamos que "ordem carmelita" aqui abarca a hipótese que damos sobre o que faz alguém ser verdadeiramente um carmelita, no capítulo III.
 
Resumo das hipóteses desta interpretação: o Papa Santo e o Grande General serão carmelitas, embora o Grande Monarca também possa o ser. O Grande General, assim chamado pelo Venerável Holzhauser, ou como Beato Palau o chamou, Moisés da Lei da Graça ou novo Elias, será um profeta com o espírito de Plinio Corrêa de Oliveira, membro da TFP no sentido que falamos na introdução deste volume. Como este General prefigura S. João Evangelista no fim do mundo, terá todas os paralelos simbólicos com a figura e exemplo de S. João, conforme hipotetizado [não há relação com nenhum dos autores desta série]. Escapará do martírio, ou passará da Bagarre ao Reino de Maria.

 

 
Próximo deste capítulo: A vinda do Papa Santo e do último Papa exposta na Escrituras