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Historiador americano narra, com fartas fontes e citando este labor, o profetismo de Dr. Plinio no Concílio Vaticano II

"[N.E: A obra do Concílio] não pode estar inscrita,
enquanto efetivamente pastoral, nem na
História, nem no Livro da Vida." RCR, 1976.
Dr. Plinio e outros membros da TFP chegam para
o maior desastre da Igreja no século XX.

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Atuação da TFP e de Dr. Plinio no Concílio Vaticano II. Um profeta no Concílio

Resumo do profetismo de Plinio Corrêa de Oliveira na esfera temporal: ambientes, costumes e civilizações


Extraído de: "O Príncipe dos Cruzados (Vol. I, parte 2, 3a edição)".

Tal como os “Cedros do Líbano” mencionados pelo salmista, Plinio Corrêa de Oliveira elevou-se acima das árvores comuns de seu tempo dentro de sua esfera de atuação.

Incapazes de reconhecer humildemente a grandeza da gesta pliniana, são vários os que recusam lhe dar a justa honra, mitigando-a por diversos fatores, embora auxiliados pelo mau exemplo daqueles que alegavam continuar a posição de Plinio Corrêa de Oliveira (entre os quais, inclui-se este trabalho).

Assim, como é corriqueiro em um mundo revolucionário e eivado de inveja, Dr. Plinio não foi reconhecido desde o princípio, e mesmo em sua vida e até após a sua morte, comparavam-no a um dos falsa-direitas momentâneos e hoje já não tão lembrados, ou mesmo à religiosos sem constância que apareciam com soluções fáceis e mágicas para a crise na Igreja, como se esta, estendida por todos os cantos do globo, pudesse ser sanada somente por poucos bispos, e não por expressa vontade, graça e intervenção divina. Nada de novo debaixo do sol, pois também os pagãos filosofescos comparavam os santos padres da Igreja aos gregos Platão e Aristóteles, e os romanos pagãos criam, com o tempo, refrear o cristianismo pelo banho de sangue dos mártires.

À medida que o tempo foge, entretanto, a história emerge, pois o Juiz da História é o próprio Deus, principalmente no Juízo Final. Surgem intelectualmente honestos como o historiador americano Benjamin Cowan, que narra pormenorizadamente o profetismo de Dr. Plinio no Concílio Vaticano II, ainda que não o categorize assim, por ser revolucionário (há séculos um pré-requisito para ser reputado na academia).

É preciso notar que aquela obra do professor universitário americano citou este pobre labor, especialmente no que tange à atuação de Dr. Plinio naquela “hora quase tão triste quanto a morte de Nosso Senhor” (C. 1, p. 25, notas 35 e 38). Se queriam passar a mensagem de “estamos de olho”, é preciso notar que não somos nós, mas Deus quem atua na história. Isto explanou Gamaliel na Sinagoga aflita pela pregação apostólica: “Deixai-os! Se o seu projeto ou a sua obra provém de homens, por si mesma se destruirá; mas se provier de Deus, não podereis desfazê-la. Vós vos arriscaríeis a entrar em luta contra o próprio Deus”, Atos V.

Como infelizmente é praxe há anos, outra iniciativa (no caso, o Instituto Santo Atanásio) foi mais célere do que os discípulos de Plinio Corrêa de Oliveira para traduzir crucial artigo sobre o profetismo deste gigante da Fé.

Republicamos aqui só a parte referente ao “Concílio Vaticano II”*. O original é do Sr. Julio Loredo, da TFP italiana.

***


“Benjamin A. Cowan publicou recentemente o livro Moral Majorities across the Americas. Brazil, the United States and the Creation of the Religious Right (University of North Carolina Press, 2021, 294 pp.). Formado em Harvard, o professor Cowan é docente de história na Universidade da Califórnia em San Diego.

O trabalho de pesquisa é substancial. Nada menos que 824 notas de rodapé atestam a riqueza de referências com as quais o autor quis enriquecer sua obra. Boa parte das fontes são inéditas: o arquivo pessoal de Monsenhor. Geraldo de Proença Sigaud; relatórios dos serviços de inteligência brasileiros; os documentos de Paul Weyrich da seção de manuscritos da Biblioteca do Congresso; os arquivos diocesanos de São Paulo e Diamantina; o arquivo do Itamaraty e assim por diante.

Como em qualquer trabalho de análise histórica, haveria distinções a serem feitas, principalmente por parte de pessoas, como eu, que participaram de alguns dos fatos narrados, ou que mantiveram contato íntimo com quem deles participou. Não obstante, é um trabalho substancial, destinado a direcionar a pesquisa acadêmica sobre o assunto (...).

O Concílio Vaticano II

O primeiro capítulo é dedicado ao Concílio Vaticano II.

Apesar da vasta bibliografia disponível sobre o Concílio, Cowan afirma que os estudiosos ainda não deram a devida importância à “ação decisiva de um grupo coeso de brasileiros que trabalhou durante e após o Concílio para conter a onda reformista. (...) A centralidade dos brasileiros [na reação tradicionalista] costuma estar envolta em sombras” [1]. Negligencia-se, por exemplo, as intervenções de Mons. José Maurício da Rocha, bispo de Bragança Paulista, “monarquista, ferozmente antimodernista, anticomunista e antiliberal”. Mais notada, mas ainda não bem estudada, é a ação de Dom Geraldo de Proença Sigaud, Arcebispo de Diamantina, e de Monsenhor Antonio de Castro Mayer, Bispo de Campos.

Esse “grupo coeso de brasileiros” era formado pelos dois últimos Padres conciliares, animados e apoiados por membros da TFP, que na ocasião abriram dois escritórios na Cidade Eterna. O inspirador e a força motriz do grupo era, sem dúvida, o professor Plinio Corrêa de Oliveira.

Embora esse grupo “tenha desempenhado um papel importante, e em certo sentido pioneiro, na política do catolicismo tradicionalista, nacional e transnacional, durante e após o Concílio, Mayer, Sigaud e a conhecida TFP são muitas vezes deixados de fora da historiografia sobre a gênese da reação católica arqui-conservadora no mundo. (...) Os pesquisadores em grande parte têm ignorado essa contribuição brasileira. (...) Neste primeiro capítulo, gostaria de delinear esse ativismo dos conservadores brasileiros durante o Concílio Vaticano II como um elemento na construção e no desenvolvimento do tradicionalismo católico transnacional. (...) Os brasileiros foram, de algum modo, a principal - e até então negligenciada - força por trás da resistência conservadora no Vaticano II [2].

Obviamente, Cowan não afirma que esse foi o único componente da reação tradicionalista durante o Concílio. Ele apenas afirma que até agora não recebeu a devida atenção.

A ação antiprogressista de Plinio Corrêa de Oliveira, segundo Cowan, começa na década de 1930 com a constituição do Grupo Legionário, continua com sua oposição ao neomodernismo dentro da Ação Católica na década de 1940, e com a fundação do movimento Catolicismo nos anos cinquenta. Na virada da década de 1960, a obra antimodernista de Plínio “havia reverberado no Brasil [e também] teve repercussões internacionais significativas que ajudaram a moldar e sustentar a reação católica global à modernização e secularização” [3]. Quando o Dr. Plinio chegou a Roma em 1962, portanto, ele já tinha ideias muito claras e um plano de batalha perfeitamente traçado, ao contrário de muitos outros conservadores que “foram pegos de surpresa pela guinada progressista do Concílio” [4]. De fato, explica Cowan, “a TFP se antecipou à orientação do Concílio, e começou a se organizar antes mesmo dele começar” [5]. O arquivo privado de Monsenhor Sigaud contém o relato dos encontros com Plinio Corrêa de Oliveira para preparar o plano de oposição ao assalto progressista no Concílio, antes de partir para a Cidade Eterna.

Este plano consta do votum apresentado ao Concílio por Mons. Sigaud, mas inspirado, e talvez parcialmente escrito, por Plinio Corrêa de Oliveira: “A Igreja deve organizar, em escala mundial, a luta contra a Revolução” [6]. A visão realisticamente preocupada do Dr. Plínio contrastava notavelmente com o “júbilo” que não poucos conservadores sentiam pela convocação do Concílio, onde viam uma oportunidade de “renovação conservadora”, enquanto o líder brasileiro temia que se transformasse em uma debacle [7].

Durante o Concílio, os tradicionalistas se reuniram no Coetus Internationalis Patrum. Do arquivo de Mons. Sigaud emerge a centralidade dele na formação do Coetus, sempre encorajado por Plinio Corrêa de Oliveira. São seus, por exemplo, os manuscritos com “os esquemas para a estrutura, reunião, publicação, atividade e financiamento” do Coetus. Em carta ao chanceler brasileiro, pedindo-lhe apoio econômico, Mons. Sigaud escreve: “Não encontro [em Roma] colaboradores desinteressados e confiáveis. O ativismo brasileiro, ao contrário, trabalha mediante um senso de dedicação à nossa causa, com grande eficácia e discrição. (...) Eles são especialistas, cada um em um aspecto do Concílio. (...) A espinha dorsal da Coetus sempre foi, e deve continuar sendo, confiada a esses ativistas brasileiros” [8]. Cowan conclui: “O ativismo da TFP assumiu uma importância central na mobilização do bloco conservador”.

O próprio Monsenhor Marcel Lefebvre definiu a TFP como o “comitê diretivo” da Coetus [9]. Opinião compartilhada pelo historiador francês Henri Fesquet. Concluindo, Cowan afirma: “Como vimos, Marcel Lefebvre e seus sequazes estavam entre aqueles que consideravam os brasileiros os principais atores, até mesmo heróis, neste campo” [10].”

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* Link (visto em 18 de novembro de 2021): https://institutosantoatanasio.org/blog/item/429-estudo-o-resgate-da-tradicao-e-o-papel-de-plinio-correa-de-oliveira-na-constituicao-da-direita-religiosa-internacional. Originalmente publicado em italiano em: https://www.atfp.it/notizie/306-analisi/2018-studio-il-riscatto-della-tradizione-e-il-ruolo-di-plinio-correa-de-oliveira-nella-creazione-della-destra-religiosa-internazionale

[1] Benjamin A. Cowan, Moral Majorities across the Americas. Brazil, the United States and the Creation of the Religious Right, University of North Carolina Press, 2021, pp. 16-17.
[2] Ibid., pp. 17-19.
[3] Ibid., p. 18.
[4] Ibid., p. 25.
[5] Ibid., p. 25.
[6] Ibid., p. 230.
[7] Ibid., p. 234.
[8] Ibid., p. 23.
[9] Ibid., p. 24.
[10] Ibid., p. 59.

Níveis de piedade segundo Dom Jean-Baptiste Chautard

Dom Chautard
Abaixo colocamos a classificação dos níveis de piedade, segundo o livro "A Alma de Todo Apostolado", de Dom Jean-Baptiste Chautard, OCSO, pgs. 159-161. Esta classificação é de grande utilidade para cada um saber em que nível de piedade está. Ao final, colocamos uma tentativa de dirimir uma dúvida que surge a partir desta reflexão, uma vez que sabemos da máxima do livro deste grande trapista que um dia será santo, se Deus quiser:

As obras são a irradiação da vida interior

1. Empedernimento 


Pecado mortal - Estagnação neste pecado por ignorância ou com a consciência maldosamente falseada. - Abafamento ou ausência de remorsos.
Oração. - Supressão determinada de todo recurso a Deus.

2. Verniz cristão

 
Pecado mortal - Considerado como mal de pouca conta e facilmente perdoado; a alma o comete sem resistência em qualquer ocasião ou tentação. - Confissão quase sem contrição.
Oração. - Maquinal, sem atenção ou quase sempre citada por algum interesse temporal. Concentrações raras e superficiais.

3. Piedade medíocre

Pecado mortal - Fracamente combatido. - Fuga pouco frequente das ocasiões, mas arrependimento sério e confissões sinceras.
Pecado venial - Pacto com este pecado, considerado como mal insignificante; logo, tibieza de vontade. Nada para preveni-lo, arrancá-lo ou descobri-lo.
Oração. - Regularmente bem feita de vez em quando. Veleidades passageiras de fervor.

4. Piedade intermitente

Pecado mortal - Lealmente combatido. Fuga habitual das ocasiões. Arrependimento muito vivo. Penitências para reparar.
Pecado venial - As vezes deliberado. Combate fraco. Pesar superficial. Exame particular sem objeto preciso, sem espírito de continuidade.
Oração - Resolução insuficiente de fidelidade à meditação que se abandona logo que cheguem as securas ou múltiplas ocupações.

5. Piedade perseverante

Pecado mortal - Nunca. Quando muito, raríssimas surpresas violentas e repentinas. Muitas vezes, então, pecado mortal duvidoso acompanhado de ardente compunção e penitência.
Pecado venial - Vigilância para evitá-lo e combatê-lo. Raras vezes deliberado. Vivamente sentido, mas pouco reparado. Exame particular continuado, visando apenas a fuga dos pecados veniais.
Imperfeições - A alma evita descobri-las para não as combater, ou as desculpa com facilidade. Renúncia admirada, desejada até, mas pouco praticada.
Oração - Apesar de tudo, fidelidade constante à meditação, muitas vezes afetiva. - Alternativas de consolações espirituais e de securas suportadas com muita mágoa.

6. Fervor

Pecado venial - Nunca deliberado - As vezes de surpresa ou sem advertência - Vivamente sentido e seriamente reparado. 

Imperfeições - Reprovadas, vigiadas e combatidas com energia para agradar a Deus. Às vezes, entretanto, aceitas, mas logo renegadas - Frequentes atos de renúncias - Exame particular visando o aperfeiçoamento de uma virtude.
Oração - Oração mental gostosamente prolongada - Meditação antes afetiva e até de simplicidade - Alternativa de vivas consolações e de provações cruciantes.

7. Perfeição relativa

Imperfeições - Prevenidas com toda a energia e muito amor - Sobrevêm apenas com semi advertência.
Oração - Vida habitual de oração, com ocupações exteriores - Sede de renúncia, de aniquilamento, de desapego, de amor divino - Fome da Eucaristia e desejo ardente do céu - Graças de oração infusa de vários graus - Muitas vezes, purificações passivas.

8. Heroicidade

Imperfeições. - De primeiro movimento.
Oração - Dons sobrenaturais de contemplação, às vezes acompanhados de fenômenos extraordinários. Purificações passivas acentuadas. - Desprezo de si levado até o esquecimento - Preferência dada aos padecimentos sobre as alegrias.

9. Santidade consumada

 
Imperfeições - Apenas aparentes.
Oração - As mais das vezes, união transformante. Conúbio espiritual - Purificações de amor - Sede ardente de sofrimentos e de humilhações.




-- Comentários a uma dúvida que surge --

Sabendo da máxima do livro, as obras são a irradiação da vida interior, para entender casos de apostolado, dividimos por tipos a seguir, aplicando também o versículo evangélico "pelos frutos conhecerei". Lembramos que apostolado, em nosso entender, quer dizer qualquer obra ou movimento, pois o católico de verdade não quer fazer as coisas senão catolicamente. E que, católico plenamente, quer dizer tradicionalista, assim como outrora quis dizer ultra-montano.

Virtudes teologais e seus análogos

Fé - Caridade - Esperança

Inteligência - Vontade - Memória

Doutrina - Vida interior - Obras


Não tradicionalista - Muita vida interior - Arregimenta muita gente

Como a fonte do apostolado não é Tradicionalista, este tipo de apostolado só na aparência é eficaz. A qualidade da vida interior da fonte é comprometida, pois muita vida interior é meramente o que se pode observar quantitativamente.

A vida interior ganha em qualidade pela fé, o que é claro no caso bíblico de Santo Elias contra os profetas de Baal no Monte Carmelo, os quais se feriam até sair sangue, gritavam e entravam em seus transes. Entretanto, não eram ouvidos ao pedirem que seu holocausto fosse consumado pelo fogo, pois não possuíam, para começo de conversa, a fé verdadeira. Já o holocausto de S. Elias foi consumido pelo fogo do céu. Algo semelhante se dá atualmente, com protestantes e pseudo-místicos variados. Um exemplo bem simples de que a vida interior ganha em qualidade pela fé é a devoção mariana: sabemos, pela fé na grandeza de Maria Santíssima, que a devoção mariana é a mais eficaz para a piedade.

Como Dom Chautard argumenta que ninguém pode dar o que não tem, e que, no apostolado, há sempre um grau a menos nos que são engendrados, este tipo de apostolado costuma engendrar pessoas com variadas formações doutrinárias e piedades, nunca Tradicionalistas. Normalmente, os engendrados costumam repetir os erros da fonte de apostolado, seja em tendências ou, como é mais claro, nas idéias.

Não tradicionalista - Pouca vida interior - Arregimenta muita gente

Igual ao caso anterior no que diz respeito à Fé e Vida interior, sendo a única diferença a pouca vida interior, ou seja, a vontade de amar a Deus existe em um grau bem pequeno. Vale lembrar que tudo sobre este caso e o anterior, aplica-se também aos pseudo-tradicionalistas.

Sobre as obras, podemos dizer que se dá algo incomum no caso anterior, pois este apostolado costuma engendrar gente moralmente muito ruim, pois possuem menos vida interior ainda, mesmo que considerando-a por quantidade. Eles praticam menos o amor a Deus e estão por isto mais propensos à imoralidade; estão desarmados espiritualmente contra as paixões.

Tradicionalista - Muita vida interior - Arregimenta pouca gente

Este caso, a princípio, pareceria uma contradição. Como um apostolado Tradicionalista e de muita vida interior pode arregimentar pouca gente? A resposta é que há algum problema na virtude teologal da Fé, algum problema doutrinário ou idéia errada. Só desta maneira se entende a ineficácia do apostolado.

De outra forma, entende-se quando a vida interior é falsa, ou seja, a pessoa finge rezar, faz outras coisas, só faz para ser vista, tal como Nosso Senhor disse no Evangelho, citando o caso dos fariseus. Contudo, esta alternativa é mais difícil de ser percebida. Normalmente, quando existe, acaba contaminando a noção doutrinária da pessoa também.

"Pelos frutos, conhecerei" disse Nosso Senhor. E pelas obras, em casos como este, é por onde se percebe o problema.

Tradicionalista - Muita vida interior - Arregimenta muita gente

Quando não é possível perceber uma questão doutrinária, como no caso anterior, das duas uma: este seria o verdadeiro apostolado ou há um problema nas tendências. É preciso ter em mente a revolução nas tendências, pois das tendências se passa às idéias, e destas aos fatos. Esta percepção possibilita entender a durabilidade e caminho no qual segue este apostolado.

Como no caso anterior, há a possibilidade da vida interior ser o foco da revolução nas tendências, usualmente partindo de um superior hierárquico, mas isto é difícil saber, ainda mais que o apostolado é eficaz em quantidade. Assim, ainda que seja por um exemplo meramente visual, por não haver vida interior verdadeira, outros do apostolado costumam manter uma vida interior meritória em certo grau, embora sejam afetadas em suas piedades por esta falta, pois há uma conexão espiritual dentro do apostolado.

Dado a máxima "pelos frutos, conhecerei" pareceria que as obras falam da vida interior e da fé do apostolado, entretanto é preciso saber o campo de ação deste apostolado para poder julgar se realmente há obras. Uma diocese, por exemplo, exerce jurisdição sobre todo seu território, de modo que não adianta notar que no bairro x ou y o fervor ou o número de católicos aumentou, pois o território inteiro deve ser considerado. Aquele bairro ou região está sob a jurisdição do pároco e padres locais também e, além disso, pode sofrer influência de apostolados locais, conventos, etc. Estes, muitas vezes desconhecem os problemas de outros apostolados locais ou mesmo de apóstolos de seu apostolado, por ignorância. Desse raciocínio vem a afirmação de que não há responsabilidade única sobre a qualidade católica de determinada população, embora o intuito aqui seja mostrar que a análise depende do objetivo de abrangência do apostolado.

Conclusão e comentário

Alguém poderia dizer que é melhor considerar o apostolado como "eficaz" ou não, pois nem todo apostolado visa arregimentar gente, como é o caso deste site. Isto é verdade para casos de tarefas específicas, mas também devemos lembrar que tarefas são feitas por pessoas, e que verdadeiro apostolado é o de exemplo, alma a alma, e não de escritos. A letra é morta, o espírito vivifica.

Agora, é preciso lembrar o que o Apóstolo São Paulo disse sobre a Caridade ser a maior das virtudes. Ora, caridade significa analogamente a vida interior, a vontade toda dada a Deus. O Santo Apóstolo diz tudo passará, no entanto, a caridade se mantém.

Assim, podemos ver que a Virgem Santíssima, que possuía a Caridade no grau mais elevado que já se viu e se verá na face da Terra, tinha toda a Fé pura e perfeita, por ser a Fé, em um primeiro movimento, um ato da vontade humana, e a dEla era dada toda a Deus. Possuía também a Esperança neste mesmo patamar, pois sua vida inteira era uma continuidade de sacrifícios visando as promessas de Deus, e tudo que fazia era imbuído deste espírito. Assim, isto se manifestava nas obras, como por exemplo o tempo em que ficou no templo; as roupas que costurava eram as mais bem feitas e belas possíveis, para mostrar a dignidade do Sumo Sacerdote daquele tempo, e por isso a durabilidade destas. Durabilidade que, segundo uma visionária, foi destruída quando o Sumo Sacerdote rasgou as vestes no interrogatório de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Por fim, vale recordar um dito de um Santo: "Quem quer ser útil às almas procure ter em si mesmo aquilo que há de ensinar aos demais." (S. Vicente Ferrer, Tratado da Vida Espiritual, Prólogo) 
 

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Teoria do simbolismo-prefigurador da época de Cristo: o simbolismo do contexto da pregação Divina como prefigura de mudanças

Caverna em Qumran, onde foram encontrados
os Manuscritos do Mar Morto aludidos aqui

Extraído de: "O Príncipe dos Cruzados" (Vol.1 Parte 1, Cap, III, 3a edição)

Anterior deste capítulo: Teoria dos Três Animais Príncipes, resposta a objeções

Para entender melhor este artigo, sugerimos a leitura prévia dos seguintes: 

A Ordem Carmelita tem origem profética pré-cristã com Santo Elias. Provam isso os Santos, os Papas, historiadores e a Escritura

Hipótese Teológica da divisão das Eras da Igreja. Apreciação das divisões de S. Agostinho, S. Boaventura e outros

Escritura e os Doutores da Igreja dizem que Elias e Enoch virão no fim dos tempos na época do Anti-Cristo (parte 1)

Mais artigos sobre profecias Católicas

Aqui apresentamos nossa Teoria do simbolismo-prefigurador da época de Cristo, embora sua semente já estivesse neste volume, isto é, nas diversas partes onde falamos de fatos e contextos da época de Nosso Senhor Jesus Cristo como chaves simbólicas ao entendimento de coisas profetizadas pelos santos e beatos da Igreja.

Sendo este um incremento da segunda Edição, três anos após a primeira, é preciso notar que lembramos termos tido algum vislumbre desta Teoria, mas o contexto mundial e outros contextos em que vivíamos não nos deixou vislumbrar que assim deveria ser. Se fôssemos melhores, mais devotos de Nossa Senhora e portanto mais acima das circunstâncias vividas, talvez teríamos já naquele tempo percebido e escrito mesmo parecendo inverossímil, como aqui algumas coisas que sustentaremos sobre o contexto mundial, como corolários da Teoria, ainda podem parecer inverossímeis, mas não tanto como há três anos.  

Passado este tempo, era natural que a providência nos desse a graça (assim cremos e agradecemos) de elaborar esta Teoria, pois ficou mais claro pelo contexto mundial, e também por outros contextos dos quais trataremos, como esta Teoria se aplica. 

Os próximos dois subtópicos são adendos da 3a edição.

Manuscritos do Mar Morto confirmam algumas visões da Beata Anne Catherine Emmerich

Em um livro sobre a vida da Virgem Maria, algumas visões da Beata Emmerich mostram a estreita relação entre os essênios, a Sagrada Família e parentes próximos. Uma vez que os essênios possuíam tantos rituais semelhantes aos que S. João Batista usava, como o ritual da água, que é semelhante ao batismo (como veremos abaixo), os documentos de Qumrán, a maior descoberta arqueológica do século XX, parecem confirmar essas visões, embora a beata não fale de uma apostasia interna, como veremos.

Os Manuscritos do Mar Morto confirmam a Bíblia Católica que os protestantes rejeitam

"Também descobertas entre os Manuscritos do Mar Morto [MMM], que incluíam todos os livros do Antigo Testamento em parte ou cópias integrais, comentários na Sagrada Escritura, e documentos seculares relativos à comunidade, estavam as traduções da Septuaginta grega que incluíam cópias de livros do Antigo Testamento incluídas nas Bíblias Católicas atuais. Diversas cópias da Septuaginta, encontradas dentre os MMM em manuscritos de couro, datam do 2o século A. C. até o começo do 1o século D.C., enquanto outras cópias recentes encontradas em fragmentos de papyri datavam do 2o ou 3o século A.C. Os sete livros deutero-canônicos incluídos nas Bíblias Católicas, mas ausentes das protestantes e judaicas estavam entre os manuscritos descobertos (The Meaning of the Dead Sea Scrolls, James VanderKam and Peter Flint, Harper-San Francisco, 2002, pg 97). 

Com a descoberta dos MMM e o encontro das cópias dos textos deutero-canônicos, certos proeminentes estudiosos bíblicos protestantes entenderam que esses textos não deveriam continuar excluídos canônes protestantes ou judaicos do Antigo Testamento. Dentre essa minoria de estudiosos protestantes do Evangelho que sustentavam uma reavaliação do lugar desses livros no cânone está Hartmut Gese, que corajosamente afirma que textos deutero-canônicos são essenciais para entender o Novo Testamento: "Não se pode, para dizer um exemplo, entender João 1 sem Eclesiástico 24".

(Alttestamentliche Studien, H. Gese (Tübingcn, 1991) p. 27, citado por Martin Hengel em The Septuagint as Christian Scripture. Its Prehistory and the Problem of its Canon, transl. Mark E. Biddle (Edinburgh & New York: T &T Clark, 2002), page 110 and Henri Blocher, "Helpful or Harmful? The Apocrypha and Evangelical Theology," European Journal of Theology 13.2 (2004): 81-90). Fonte: Michal Hunt, June 2007. Link: http://www.agapebiblestudy.com/documents/Is%20the%20Catholic%20Old%20Testament%20Accurate.htm.


Resumo da Teoria

A Teoria do simbolismo-prefigurador da época de Cristo sustenta que o contexto político e religioso da época e Terra (Santa) de Nosso Senhor Jesus Cristo indica (pelos simbolismos de suas divisões, tensões e idéias envolvidas, etc) em que ponto deve estar o contexto mundial e religioso para que se reconheça a eminência da intervenção Divina, ou a plenitude dos tempos, isto é, a sexta Era Cristã, assim como Deus Nosso Senhor Jesus Cristo veio para começar a sexta Era antiga, da qual já tratamos antes neste capítulo.

Também cremos que a teoria pode ser aplicada a grupos particulares nas condições que sustentamos mais abaixo.

Contexto religioso na época de Nosso Senhor

No tempo de Nosso Senhor Jesus Cristo, no campo religioso existiam três grupos, dos quais dois eram seitas, saduceus e fariseus, e o terceiro era o dos essênios, que não consideramos seita pelo sentido pejorativo que não se aplica a ele, como mostraremos.

Portanto, é importante enfatizar, desde já, o erro feito pelos que querem atribuir a esse grupo alguma espécie de esoterismo, gnosticismo e iniciação alheia à judaica. Isso extirparemos principalmente através dos Manuscritos de Qumrán, chamados também de Documentos do Mar Morto, os quais em maior parte são datados pelos estudiosos como do século I a.C.

Já os saduceus possuíam o poder religioso e político, posições importantes na sociedade, sustentavam heresias (contra a ressurreição, por exemplo), e não tinham muita popularidade. Quanto aos fariseus, não tinham os altos poderes, opunham-se às heresias dos saduceus, e possuíam popularidade. Outros detalhes veremos ao longo da Teoria.

Aplicação da Teoria para o mundo católico atual

A Teoria sustenta que o mundo atual e suas subdivisões se divide através dos símbolos desses três grupos, logo, o mundo Católico se divide assim. 

Os saduceus, os mais radicalmente contra a Tradição, isto é, os progressistas

1 - O Sumo Sacerdote e muitos do sinédrio eram saduceus. Os progressismo domina o Papado, o poder de jurisdição dentro da Igreja, e os mais altos cargos. 

2 - Saduceus reinavam sob Israel, na aristocracia [1] e política [2]. O progressismo reina nessas esferas atualmente, seja de fato, seja porque os católicos nesses cargos costumam ser progressistas.

3 - Saduceus negavam hereticamente a ressurreição e os anjos (At XXIII, 8), o que pode se entender no sentido de doutrina comum da Tradição no primeiro caso, e no segundo a própria Escritura Sagrada, que menciona os anjos claramente. O progressismo costuma sustentar heresias negando doutrinas da Tradição e algumas vezes a própria Escritura. 

4 - O Sumo Sacerdote, e provavelmente por mimetismo outros saduceus sacerdotes também, não usava mais os paramentos oficiais digno de seus cargos [3]. Assim também os sacerdotes progressistas costumam não usar as batinas, as vestes litúrgicas antigas, e o Papa cada vez mais abandona as vestes litúrgicas e não-litúrgicas papais. 

5 - Saduceus diziam se ater ao escrito na Lei negando coisas espirituais dando a entender um céu carnal (S. Mateus XXII, 29-30), isto é, possuíam viés materialista. Os progressismo costumam ter um discurso materialista e social. 

6 - Saduceus negavam os anjos, a luta entre o bem e o mal. Os progressismo costuma relativizar tudo, negar a influência ou mesmo a existência dos anjos caídos, assim como menosprezam os anjos de Deus. 

- Saduceus aderiam às Escrituras sem a Tradição (normalmente a oral) e à justificação só pela pertença à prole de Abraão (S. Mateus III, 9). Os progressistas nas suas doutrinas também se assemelham aos protestantes, os quais só aceitam a Escritura sem a Tradição e dizem que a salvação é fácil [4].

- Saduceus eram pró-helenismo, deixando-se influenciar pelo mundanismo e paganismo. O progressismo se aproxima ou mesmo apoia os costumes neo-pagãos a-católicos de hoje.

9 - Saduceus perseguiram e crucificaram Nosso Senhor Jesus Cristo e Seus apóstolos. O progressismo, com seus erros que levam à perdição das almas, perseguem e crucificam Nosso Senhor, o Corpo Místico da Igreja, e seus verdadeiros apóstolos que querem salvar as almas. 

10 - Saduceus juntaram-se aos supostos opositores, os fariseus, e aos romanos pagãos, para perseguir Nosso Senhor. Os progressistas se juntam e usam da má influência do mundo pagão e da falsa-direita farisaica para perseguir a verdadeira Igreja.   

Os fariseus, aqueles que aparentam dizer sempre a verdade: tradôs, católicos falsa-direitas, conservadores, etc

Também identificados com os escribas e doutores da lei (que eram fariseus em maioria), eles atraíam a opinião pública que, também naquela época, opunha-se aos erros dos saduceus. Nesse sentido S. Paulo se disse fariseu (At XXIII, 6). Vejamos suas características conforme bem descreveu Nosso Senhor Jesus Cristo (S. Mateus XXIII e S. Lucas XI, 37-53): elas simbolicamente se aplicam aos católicos fariseus atuais. Portanto, falaremos de "conservador" aqui no sentido farisaico, apesar da palavra em si não ter nada de mau, e poder ser aplicada a um bom católico, como fez S. Paulo, dizendo-se fariseu naquele contexto.

1 - Fariseus eram exibicionistas, "fazem todas as suas obras para serem vistos pelos homens". Os conservadores gostam de exibir seus objetos de piedade no corpo, de publicar textos longos nas redes sociais ou mil fotos de santos, coisas relativas à piedade e dos seus feitos nos seus perfis, sempre para atrair comentários, aprovações ou só mostrar que fazem algo.

2 - Fariseus, segundo denuncia Nosso Senhor, usurparam a "chave da ciência", que se refere à interpretação da Lei e ao ensino desta que eles queriam monopolizar. Hoje, os falsa-direitas em geral não tratam da lei e da ciência tiradas das Sagradas Escrituras, visto que não há como fazer concorrência com dois milênios de Papas, santos e teólogos interpretando e ensinando, de modo que costumam usurpar a "chave da ciência" posando de intelectuais, dando palestras, vendendo seus cursos, livros eivados de racionalismo filosófico ou exibicionismo de palavras rebuscadas, e muitas vezes comentando algo de espiritualidade e piedade no meio. No entanto, desses Nosso Senhor falou em passagem que está relacionada à "chave da ciência" (S. Lucas XI): "fechais o reino dos céus aos homens, pois nem vós entrais, nem deixais que entrem os que estão para entrar". Ou seja, por causa dos maus exemplos e idéias erradas, pretendendo ser intelectuais católicos ou com doses de catolicidade, não são nem uma coisa, nem outra, e afastam do reino dos céus "os que estão para entrar", que é a meta da falsa-direita.

3 - Fariseus devoravam a casa das viúvas, "a pretexto de longas orações". Os conservadores também costumam usar das senhoras de idade, e do povo em geral, para se enriquecerem, com pretexto de venda de artigos católicos, cursos, apostolado, bolsas de seminaristas, etc.

4 - Fariseus rodavam o "mar e a terra" para conseguir adeptos, mas uma vez que conseguiam, os faziam, pelo mau exemplo, "duas vezes mais filho da geena" que eles. Os falsa-direitas igualmente fazem mil grupos físicos, eventos, palestras, páginas e canais na internet, que vemos hoje surgir por todos os lados, e outros ainda fazem um esforço monetário enorme e rodam mar e terra por isso.

5 - Fariseus diziam que "se alguém jurar pelo templo, isso não é nada, mas o que jurar pelo ouro do templo, fica obrigado", que é uma crítica a quem deixa de ver o essencial em matéria litúrgica, para se ater ao acessório. Do mesmo modo os conservadores costumam se importar com a presença de baterias, danças, e outras coisas obviamente erradas, ou se importam com a ausência de coisas acessórias, mas desejáveis, como o canto gregoriano e paramentos dignos. Mas tudo isso em detrimento do cerne do problema litúrgico atual apontado pelos tradicionalistas: a missa favorecedora da heresia que cria problema de consciência. Como veremos, os essênios também criticavam o culto da época.

6 - Fariseus se preocupavam com o dízimo da hortelã, do endro, "de toda a casta de ervas", mas não com a "justiça, misericórdia, fidelidade", "a justiça e o amor de Deus". Os falsa-direitas e conservadores costumam, na prática, se preocupar com coisas pequenas, picuinhas, conversas fúteis ao vivo, pela internet e telefone, alimentam flertes ou bajuladores, o gosto por "fábulas" (Tm I, 4), detalhes alheios às coisas mais essenciais que o mundo precisa ouvir, como "a justiça", palavra repetida nos dois Evangelhos perfeitamente, visto que o mundo hoje brada aos céus por justiça.

7 - Fariseus limpavam o que estava fora do copo, mas por dentro estavam "cheios de rapina e imundície", isto é, hipocrisia em relação à prática das virtudes da pureza. Os conservadores de hoje se afastam ou muitas vezes criticam a imoralidade contemporânea, mas eles mesmos são imorais, cheios de olhares impuros, amizades impuras, palavras torpes. Alguns, por exemplo, enquanto não apoiam as vestimentas mais indecentes de hoje, apoiam as que ontem eram assim consideradas, o que é um dos vários exemplos desse tema que os encaixa perfeitamente na gradualidade da Revolução.  

8 - Fariseus eram sepulcros branqueados, "por fora pareceis justos aos homens, mas por dentro estais cheios de hipocrisia e iniquidade", isto é, hipocrisia em relação à prática das virtudes da justiça. Os falsa-direitas e conservadores também são cheios de mentiras, avareza, cinismo, maldições, desrespeito, adulação, impiedade e desejo de vingança.

9 - Fariseus diziam admirar e venerar os profetas, mas os perseguiriam e matariam se tivessem vivido junto desses, segundo Nosso Senhor, e por isso se juntaram aos saduceus para tal, como foi o caso com Ele, o que prova que ao final, por causa da má vida, acabam indo contra Deus e a doutrina perfeita. Os falsa-direitas também elogiam santos e figuras que lutaram pela Igreja no passado, mas como são condenados pelas doutrinas que estes defendiam, fariam também perseguições. É notável como isso é aplicável especificamente ao grande líder católico Plinio Corrêa de Oliveira, que quase sempre não passa sem pelo menos um elogio na boca dos atuais fariseus hipócritas falsa-direitas, nos quais se percebe, muitas vezes de modo evidente, outras não, que lhe fariam oposição se estivesse vivo e com a influência anterior.

10 - Por fim, essa crítica aos fariseus, que vimos acima que tem caráter profético, serve como linha de raciocínio para a profecia Divina seguinte (S. Mateus XXIII, 37-39 e XXIV, 1-44) sobre a destruição de Jerusalém que persegue os profetas e o fim dos tempos. Estabelecido o atual farisaísmo, fica claro também que é para breve o fim de um tempo, isto é, como temos mostrado nesse volume, o castigo mundial e destruição deste farisaísmo, tal como Nosso Senhor profetizou a destruição daquele.

Os essênios, os católicos tradicionalistas, verdadeiros católicos

1 - Essênios se proclamavam os verdadeiros judeus. Eram conhecidos pela piedade na lei antiga, reconhecida pelos autores antigos, e presente na origem do nome, que em aramaico é "piedoso", e em hebraico, "fazedores", o que contrasta diretamente com os fariseus, conhecidos por serem hipócritas. Nenhum estudioso dos Manuscritos do Mar Morto nega as provas abundantes de que os autores diziam-se da verdadeira casa de Judá. Também os tradicionalistas dizem de si que são os verdadeiros católicos, por seguirem a verdadeira doutrina, enquanto não possuem a prática dos fariseus acima, caso contrário seriam tradôs ou falsa-direita.

2 - Os Essênios tinham Deus do seu lado, e assim também os tradicionalistas possuem Deus Nosso Senhor do seu lado, como todos os profetas precursores, o que se prova pela doutrina tradicional que sustentam, e quando tal doutrina está de acordo com uma vida virtuosa. Veremos também isto provado literalmente a seguir, com a relação de Nosso Senhor e S. João Batista com os essênios. 


3 - Essênios pregavam um batismo, nova aliança e vinda do Espírito Santo, tal como S. João Batista (S. Mateus III, 11), justificado por Nosso Senhor (S. Lucas VII, 30), que fez a Nova Aliança (S. Mateus XXVI, 28). Nos Manuscritos de Qumrán vemos o batismo ligado a uma aliança de sentido idêntico, que "é ilustrado pela concepção essênia da "lavagem ritual". "Entrar na aliança" era "entrar na água", (1QS 5:8, 13). De novo, "não se deixe uma pessoa entrar na água, usar a purificação dos homens santos, se não tiver se afastado de sua iniquidade" (1QS 5:13-14). Portanto, a comunidade pensava o seu batismo em relação aos pecados (...). Além disso, o lugar do Rio Jordão onde S. João Batista batizava, segundo a tradição, dista somente algumas horas a pé do Khirbet Qumrán" [5]. Em outros documentos vemos o Espírito Santo [6] e a Nova Aliança [7]. 

Também os tradicionalistas possuem um "batismo", uma aliança e falam da vinda do Espírito Santo, quando propagam a renovação dos votos de batismo através da Consagração a Jesus Cristo pelas mãos de Maria conforme S. Luís Grignion de Montfort estabeleceu, que é uma aliança com Maria Santíssima que será a base de uma civilização inspirada pelo Espírito Santo, conforme vimos no capítulo V. Inclusive alguns grupos tradicionalistas, como a TFP, colocam essa consagração como quase como necessária para a entrada de novos membros.

4 - Essênios eram carmelitas. O historiador antigo Flavio Josefo [8] aponta que existiam aqueles que não seguiam estritamente a vida ascética, possuindo esposa, o que foi confirmado pelos documentos de Qumrán [9], pois há um documento com regras para celibatários e outro para casados [10], equivalente atual da ordem terciária. Por isso não viviam isolados, pois segundo Flavio Josefo [11] estavam em diversas cidades, não em uma só, como deram a entender outros historiadores, embora se possa dizer que poderia haver uma predominância ou influência maior em uma ou outra, daí se explicaria as palavras de outros autores. Filo de Alexandria (Séc. I d.C) compara os que ele chama de therapeutae [12], de vida contemplativa, com os de vida ativa, os essênios (prova da divisão da comunidade), e como ambos usavam um calendário diferente (prova que eram ambos da mesma comunidade, como veremos a seguir) [13]. Além disso, achados de tecidos em Qumran indicam linho branco [14], provando o que disse Flavio Josefo sobre as roupas dos essênios serem brancas [15], exatamente como a capa carmelita. Diretamente essa relação com o Carmelo é feita pelo menos desde o carmelita Philip Ribot no século XIV [16], pois só indiretamente a relação era feita, no século IV, com Eusébio de Cesaréia [17] e outros antigos como Santo Epifânio e Pseudo-Dionísio, que identificavam os therapeutae-essênios como monges cristãos. 

Os seguintes fatos reforçam tudo isso: o profeta Elias é o fundador dos Carmelitas, e S. João Batista, que veio no "espírito de Elias", era carmelita, como sustentamos no capítulo I, o que indica mais uma relação com Nosso Senhor. Ademais, a Ordem Carmelita é a única ordem da Igreja que vive um espírito profético, o que harmoniza com os tantos Manuscritos sobre profecias e interpretações destas. Também os tradicionalistas, pelo menos em parte, estão diretamente relacionados aos carmelitas, pois Plinio Corrêa de Oliveira, fundador da TFP, foi prior carmelita, assim como seus discípulos.

5 - Essênios faziam resistência ao culto do Templo. A prova está em Flavio Josefo: "enviam oferendas ao Templo, mas não fazem sacrifícios, pois praticam outros meios de purificação. Por isso se afastam do recinto sagrado, para fazerem seus sacrifícios à parte" [18], Filo de Alexandria diz “Eles não sacrificam animais, mas procuram tornar suas mentes dignas de ser uma oblação santa" [19]. Os Manuscritos confirmam: "expiar pela culpa da transgressão e pecados de infidelidade, para que possam obter beneplácito para a terra sem a carne dos holocaustos e sem as gorduras do sacrifício" [20]. Por fim, prova a relação mostrada com S. João Batista, que sendo de linhagem sacerdotal preferiu ir ao deserto do que sacrificar no Templo. Note-se também que isso não prova que ele e os essênios sequer frequentavam o templo e a sinagoga, ou acreditavam que o templo já não prestava, como sugerem alguns autores. Antes, a presença de Nosso Senhor no templo e na sinagoga prova o contrário, sendo Ele relacionado com os Essênios pela relação com S. João Batista, como veremos. Os tradicionalistas também possuem resistências justas à nova missa de Paulo VI e aos hábitos litúrgicos modernos, porém, não se apartam da Igreja visível.

6 - Essênios tinham um Calendário diferente, o solar. Além das fontes clássicas, o último Manuscrito recuperado de Qumran mostra isso, embora já estivesse presente em outros: "Em contraste a este calendário de 364 dias, os fariseus e saduceus da época empregavam um calendário lunar, que às vezes colocava as festas judaicas em dias ligeiramente diferentes. Jim Sibley, professor no Colégio da Bíblia Batista de Israel, explicou que Jesus e seus discípulos podem ter operado segundo o calendário dos essênios durante a semana da crucifixão. Isto explicaria “a aparente discrepância” entre a versão de Jo 19:14, segundo a qual Jesus morreu no dia anterior à ceia da Páscoa judaica, e o relato dos demais Evangelhos, onde Cristo tomou a ceia da Páscoa na noite anterior" [21]. Esta percepção, no entanto, vem desde Annie Jaubert [22]. Recentemente, o italiano Enrico Mazza [23] ajuntou algumas provas a isto, mostrando que quando Nosso Senhor indicou aos Apóstolos para encontrarem um homem com um cântaro de água na entrada da Cidade (S. Marcos XIV, 12-17, S. Lucas XXII, 7-13), não o fez por acaso, visto ser difícil um homem fazer algo comum a uma mulher naquele tempo, mas não era raro um essênio fazê-lo pelo que se sabe do modelo de vida destes, e o essênio, pelas palavras do Salvador, já entenderia o pedido dos Apóstolos que falariam "O Mestre diz...", pois Nosso Senhor já era Mestre conhecido na comunidade, que tanto O esperou. Agregamos ainda a isto as palavras de Flavio Josefo, que descrevendo os essênios, diz que os neófitos, que esperavam um ano para entrar na comunidade, já tinham "um cântaro de água" [24]Assim também os tradicionalistas empregam um calendário diferente, não só porque o novo calendário progressista possui falsos santos, desde supostos bons católicos até os que eram santos só para a Igreja cismática Russa, mas também porque frequentam uma liturgia tradicional, que funciona segundo um outro calendário.

7 - Essênios profetizavam a queda dos fariseus e saduceus. Os manuscritos de Qumran deixam isso claro [25], o que mais uma vez se harmoniza com o profeta S. João Batista, quando este condena os fariseus e saduceus (S. Mateus III, 7), ou seja, condenam os outros dois grupos da época, e não os essênios, assim como Nosso Senhor, que os condenou e sofreu perseguição por isso. Também é próprio da Ordem Carmelita viver no espírito profético. Igualmente os tradicionalistas profetizam a queda dos progressistas e falsa-direitas, saduceus e fariseus de seu tempo, porque sabem que o Castigo Mundial e a Restauração é para breve, como mostramos nessa parte desse volume.

8 - Essênios faziam ação pública em defesa da verdadeira fé. Segundo Flavio Josefo, para eles "era preciso lutar pela justiça" [26]. Os Manuscritos também possuem um documento de Guerra e falam que muitas destas serão feitas contra os filhos da Trevas. Ademais, há muito tempo os Essênios foram relacionados com os Assideus, mencionados em I Mac. II, 42, "dos mais valentes em Israel, e todos zelosos pela lei". Esses Assideus foram os que, no seu tradicionalismo, junto aos Macabeus se revoltaram contra as perseguições e sincretismos religiosos feitos pelo Rei da Síria. A origem do nome é "piedoso", tal como a do nome "essênio". Isso nos conta um historiador frade carmelita do século XVII, Francisco de Santa María [27], que revela também a relação dos carmelitas (e essênios) com as roupas brancas dos assideus (II Mac XI, 8). O lado monástico não entra em choque com isto, pois Santo Elias também possuía uma missão na esfera temporal: matando os falsos profetas, admoestando e ungindo Reis, etc. Assim também os tradicionalistas, pelo menos em parte, fazem ação pública em defesa da Igreja, a exemplo de Plinio Corrêa de Oliveira e sua TFP com suas campanhas, abaixo-assinados, etc.

9 - Essênios tinham o Professor da Retidão, que era Elias, o profeta. Somos talvez os primeiros a sustentá-lo, visto a data dos Manuscritos que indica não poder ser alguém posterior como S. João Batista. Razões: a) Elias o profeta é o fundador da Ordem dos Carmelitas, os antigos Essênios, como vimos acima, e os Manuscritos falam que o Professor estabeleceu a congregação [28]. b) Ele não morreu e está no paraíso terrestre esperando o fim do mundo, como mostramos no capítulo I. Os manuscritos diz que ele voltou ao exílio [29]. c) Como visto acima, os Manuscritos falam de Batismo, Nova Aliança e Espírito Santo. Só um profeta ou alguém ensinado por um profeta podia falar assim antes de Nosso Senhor Jesus Cristo. d) O Professor da Retidão é citado como mais sábio que o profeta Habacuc, e que Deus o fez conhecer "todos os mistérios das palavras dos profetas", o que só se pode aplicar a um profeta bíblico. Os estudiosos em geral admitem essa sua superioridade sob os profetas [30]. e) O Professor da Retidão desapareceu e voltará segundo os Manuscritos [31], e não há consenso entre os estudiosos sobre o que se passou com ele. Ora, desaparecer misteriosamente é algo muito semelhante a Elias voltando ao paraíso terrestre, assim como voltar, o que ele fará no fim do mundo. f) A Ordem durará até o fim dos tempos, segundo os Manuscritos [32], o que se entende com seu fundador estando vivo até o fim dos tempos. g) Como fundador da comunidade, Elias não podia deixar de ser citado. h) Os essênios sabiam que, caso citassem o nome de Elias literalmente, alguém que encontrasse os documentos, em qualquer época, podia por ódio querer sumir com estes e perseguir a comunidade. Assim, os essênios não usaram o nome literal de Elias. Também porque falavam àqueles que entenderiam a relação, não a qualquer um. Talvez tenha sido o próprio Elias que mandou fazer assim e esconder estes manuscritos. 

Também os tradicionalistas, pelo menos em parte: i) Possuíam um profeta chefe que os guiava, o já citado carmelita Plinio Corrêa de Oliveira, fundador da TFP, do qual provamos ser profeta na parte 2 deste volume, e sobre o qual foram elaborados muitos livros provando-o. ii) Ele faleceu perto de uma nova Era do mundo à qual ansiava, o Reino de Maria, como mostrado nos capítulos anteriores. Semelhantemente o Professor desapareceu às vésperas da Era do Messias esperado pelos judeus essênios. iii) Ele denunciava os problemas tanto da esfera civil, quanto da religiosa, assim como o Professor.

10 - Essênios esperavam a vinda de três apóstolos. Os Manuscritos falam claramente de uma espera "até que venha o profeta e os Messias de Aarão e Israel" [33], os quais se pode entender como um Sacerdote e um Rei, como entendem os estudiosos. O Sacerdote em algumas partes é mencionado como "intérprete da Lei" junto ao ramo de David que virá "para salvar Israel" [34]. Em algumas partes lemos sobre um só Messias de Aarão e Israel [35], mas isso é devido ao fato de que os essênios falavam de Nosso Senhor Jesus Cristo, Sacerdote, Rei e Profeta, e em outra dimensão interpretativa, dos três apóstolos, cada um com sua característica. Tal característica é algo comum em profecia, como na mistura do fim do mundo e queda de Jerusalém, feita por Nosso Senhor. Outros Manuscritos falam de um profeta como Moisés [36], o que harmoniza perfeitamente com que dizia o Beato Francisco Palau sobre a vinda de um "Moisés da Lei da Graça", vista no capítulo V. 

Também dentre os tradicionalistas que estudam as profecias, espera-se a vinda de três apóstolos: o Papa Santo, o Grande Monarca e o Grande General que será o profeta, como visto nos capítulos anteriores. Portanto, a descoberta desses Manuscritos nos anima ao robustecer nossas expectativas, confirmando também a suspeita de Plinio Corrêa de Oliveira, externada em 1969, sobre os Manuscritos conterem informação sobre eventos futuros relacionados ao Castigo [37]. Ainda sobre Dr. Plinio e sua TFP, é interessante notar como os Manuscritos atestam uma apostasia dentro dos essênios liderado pelo "homem da mentira" [38]. Também notamos como os Essênios de Qumran esperavam para breve a volta do Professor da Retidão (Elias), equivalente simbólico ao Dr. Plinio, mas veio alguém no espírito do Professor (Elias): S. João Batista, e assim também é mais coerente dizer que em breve virá não Dr. Plinio, mas alguém no seu espírito, equivalente do profeta acima dito, junto do Rei e do Sacerdote, visto que Dr. Plinio já foi simbolicamente o S. João Batista, pois "preparou o caminho" do Reino de Maria.

Conclusão desta aplicação

Não cabe a objeção de que nem todo católico, ou grupo católico que se assemelha a um dos grupos acima citados possui todas as características acima descritas, já que essas meramente servem para categorizar uma pessoa ou grupo em uma das três divisões, ou seja, alguém pode ter aspectos de dois ou três dos grupos. Nessa teoria aplicada à esfera católica, o saduceu é definido pela adesão doutrinária e moral ao progressismo encabeçado pela atual hierarquia da Santa Igreja. O fariseu caracteriza-se pela recusa dessa adesão, ao mesmo tempo que recusa-se o tradicionalismo integralmente, ou seja, aceita-se alguns erros morais, mas também o fariseu recusa o tradicionalismo que discorda do progressismo. E esse vai além ao sustentar a doutrina tradicional e uma resistência à liturgia nova, que caracterizavam simbolicamente os essênios.

Portanto, esta análise prova com abundância como Deus deixou, de um modo misterioso, místico e muito belo, uma prova robusta de que quem segue o tradicionalismo, e especialmente aquele relacionado a Plinio Corrêa de Oliveira, está no caminho certo, tal como os essênios, enquanto não se possui os erros morais dos fariseus.

Por outro lado, podemos ver que Nosso Senhor se mantém profético e atual de um modo impressionante, pois sabendo que Ele falava também deste tempo, após nossa análise do sentido aplicado à atualidade, parece que Nosso Senhor destrincha toda atual má tendência daquele que busca ser católico verdadeiro, assim como os essênios eram judeus verdadeiros, e nos exorta a ser mais como essênios ou tradicionalistas, e menos como fariseus, o atual falsa-direita, ou saduceus, o atual progressista.

Aplicação da Teoria para o mundo inteiro

Além da esfera religiosa, na temporal se aplica esta divisão simbólica. Os progressistas se tornam os esquerdistas, os falsa-direitas continuam sendo os mesmos, e os tradicionalistas são eles mesmos, os quais estão, como os essênios, totalmente apartados de cargos públicos notórios ou influência na Igreja.

Reforça a Teoria o fato de que atualmente o esquerdismo está perdendo força, pois a opinião pública começa a apoiar o que ela chama de "direitistas" (que realmente possuem muitos aspectos bons, de direita): são os conservadores ou falsa-direitas, isto é, os fariseus. Portanto, chegamos ao ponto em que, igual ao tempo de Nosso Senhor, os fariseus passam a ter influência nas políticas dos saduceus, os quais não são amados pelo povo. Na atual conjuntura política mundial vemos isso, pois quando a esquerda está no poder, faz concessões às reivindicações da "direita", por medo da opinião pública, e o inverso também ocorre quando a direita está no poder, por outros motivos que quase sempre não englobam a opinião pública.

Não relacionada à divisão de grupos no mundo, mas encaixando-se na Teoria, é a consideração de que Nosso Senhor veio em um tempo de paz, isto é, a Pax Romana, quando cessaram as guerras civis e externas do Império Romano e o comércio floresceu. Ora, segundo a Teoria, haverá uma semelhança simbólica disso com nossos tempos, logo, estamos caminhando para algo semelhante, o que mais ou menos se vislumbra com notícias atuais de fins de conflitos, e a medida em que, como vemos, a guerra se torna mais psicológica, interna e de idéias, e as pessoas rejeitam mais o dano econômico feito pelo esquerdismo. Se isso se acentuasse, confirmaria mais ainda esta Teoria.

Aplicação da Teoria para grupos particulares

Deriva desta Teoria o poder falar que grupos (no sentido de agrupação) chegam a um ponto, na eminência de sua dissolução ou de uma restauração, em que este simbolismo se aplica. Ou seja, a teoria não só pode ser confirmada ou não aos próximos tempos, mas possui a capacidade de ser aplicada a todo contexto, com as observações deste artigo.

Adendo da 3a edição: a razão consiste na metodologia do poder das trevas: quando há um grupo bom, o poder das trevas tenta pervertê-lo tornando alguns mais errados nas idéias (saduceus), e outros mais psicologicamente errados (fariseus). Quem foge disso simboliza o essênio.


No caso de grupos equivocados (falsa-direitas) ou heréticos (como seitas ou grupo "católico" nascido progressista), não há essênios, que são os corretos, mas há sempre os saduceus, os mais anti-tradicionais ou errados do grupo, e os fariseus, que não chegam a sustentar sectariamente todas as teses erradas, mas vão mais pelo lado psicológico e moral daquele grupo. No entanto, estes grupos são irrelevantes para avaliar a questão mundial da plenitude dos tempos, pois pela própria natureza amaldiçoada eles vivem em divisões, ramificações e renovando adeptos.

Mais importante é o contexto católico particular, uma vez que já mostramos a Teoria para o geral.

No caso do clero, vale o que é válido para o mundo católico. Primeiro, porque o entusiasmo por sacerdotes tradicionalistas e seu número é mínimo, assim como o era com os essênios. Segundo, porque o padre ou bispo que notoriamente é saduceu-progressista, e é um famoso cantor ou autor de livros, ele o é por se apresentar como piedoso, divulgar mensagens de "fé", consolação, ou seja, segundo a opinião pública passa como fariseu-conservador. Nenhum saduceu é famoso e querido hoje quando só tem para oferecer a sua doutrina errada. Se causa entusiasmo, causa somente fora do contexto católico, algo bem evidente quando se vê o nulo entusiasmo por um bispo saduceu-progressista fora da sua diocese, ao contrário de um conservador. Tomemos o exemplo do Papa Francisco: bem popular nas grandes mídias (a-católicas), as quais confirmam que S. S. está em oposição aos conservadores e admitem, quase sempre com manipulações, a queda geral da sua popularidade [39].
Comparação da Bênção de Natal em 2014 e 2017
Prova cabal da queda drástica de popularidade
No caso de grupos católicos verdadeiros de leigos ou clérigos, vemos também que se aplica a divisão perfeitamente, pelo que temos observado. Costumam ser dirigidos por saduceus que sustentam erros determinados, no entanto, estes costumam atrair o povo pelo seu lado fariseu, isto é, pelo conservadorismo, enquanto seus erros são pouco propagandeados. Por outro lado, nesses grupos há fariseus, muitas vezes notoriamente críticos dos erros desses saduceus, mas que possuem aqueles defeitos que Nosso Senhor Jesus Cristo indicou. Além desses, existem os essênios, símbolo dos que não têm esses defeitos e criticam os saduceus.

Em conclusão, é preciso ressaltar que um indivíduo dentro de um grupo ou um certo grupo não terá exatamente todas as características de uma das três divisões, podendo haver mistura. No mínimo, terá o essencial para estar enquadrado. Assim, cremos, conforme tudo que foi exposto, estarmos encaixados em um contexto mundial quase perfeito da Teoria.

Próximo capítulo (IV): As sete Eras cristãs simbolizadas na Escritura pelas sete falas de Nossa Senhora 

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[1] Antiguidades dos Judeus, Flavio Josefo, Livro XVIII, 1
[2] Conforme também aos manuscritos do Mar Morto; Pesher Nahum em "The Pesher Nahum Scroll from Qumran", Shani Berrin, 2004, pg.268
[3] Como comenta o Pe. Matos Soares como motivo para o não reconhecimento do Sumo Sacerdote por S. Paulo Apóstolo, e seu pedido de desculpa pela maldição feita a esse em At 23:5 
[4] Percebeu isso Plinio Corrêa de Oliveira em 04-06-1964, Reunião Normal
[5] "Responses to 101 Questions on the Dead Sea Scrools", Joseph A Fitzmyer S.J., 1992, Pg.106
[6] Documento de Damasco, II, IV, VI. Link: http://www.bibliotecapleyades.net/bb/zadok.htm. Regra da Comunidade, VIII, 16. Link: http://www.metaphysicspirit.com/books/The%20Pesher%20Nahum%20Scroll%20from%20Qumran.pdf. Hinos de Ação de Graças, e outros
[7] Documento de Damasco. VI, VII 
[8] Guerras dos Judeus, Livro II, Cap.VIII
[9] Documento de Damasco VII, fala do membro com família
[10] Regra da Comunidade e Documento de Damasco
[11] Idem
[12] De vita contemplativa
[13] Simon Claude Mimouni, Le judaïsme ancien du vie siècle avant notre ère au iiie siècle de notre ère, Paris, PUF, 2012, Pg.840-842
[14] Qumran Clothing Suggests Scroll Authors Were Essene, Bible and archaeology news, 11/25/2011. Link: https://www.biblicalarchaeology.org/daily/biblical-artifacts/dead-sea-scrolls/qumran-clothing-suggests-scroll-authors-were-essene/. Além disso, The Archaeology of Qumran and the Dead Sea Scrolls, Jodi Magness, 2002, Pg.196, cita o documento 4QMMT, 77-78, no qual fala que não se deveria usar roupas de material misturado, "porque o linho é difícil de pôr tintura, as vestes de linho deles deviam ser brancas".
[15] Idem
[16] No livro que dá a história completa desde o profeta Elias até os dias do autor, disponível em inglês: The Ten Books on the Way of Life and Great Deeds of the Carmelites
[17] História Eclesiástica, Livro II, Cap.17
[18] Flavio Josefo, Antiguidades dos Judeus, Livro XVIII, Cap.1
[19] Quod Omnis Probus Liber Sit, XII (75)
[20] Regra da Comunidade, Col.IX, 3-5
[21] "Analizan calendario esenio de 364 días"Sábado, 3 de febrero, 2018. Link: https://www.eluniverso.com/noticias/2018/02/04/nota/6597982/analizan-calendario-esenio-364-dias
[22] La date de la cène, 1953
[23] Il Nuovo Testamento e la Cena Del Signore, Edizioni Dehoniane Bologna, 2017, Pg.42, 6.2
[24] Guerras dos Judeus, Livro II, Cap.VIII
[25] "The Pesher Nahum Scroll from Qumran", Shani L. Berrin, Pg.268, Comentando Frags. 3–4 III,8–IV,9 em Naum 3:8–12, e Pg.196 para ver mais sobre a identificação com Efraim e Manassés
[26] Flavio Josefo, Antiguidades dos Judeus, Livro XVIII, Cap.1
[27] "Historia Profetica General de la Orden de Nuestra Señora del Carmen, Tomo I, Livro III, Cap.VII
[28] Documento 4Q171, Comentário ao Salmo 37, III, 23-24
[29] 4Q169, VIII, Comentário em Naum
[30] Op.CitShani L. Berrin, comentando 1QpHab VII,1–8 na Pg.13, Pg.14 nota 46
[31] Documento de Damasco, Col.VIII, 21, Col.XVII, 14 
[32] Regra da Comunidade, Col.XI, 5
[33] Regra da Comunidade, IX, 11 
[34] Documento 4Q174, I. Link: http://www.thechristianidentityforum.net/downloads/Complete-Scrolls.pdf
[35] Documento de Damasco, Col.VIII, 21
[36] Documento 4Q175
[37] Reunião Santo do Dia, 16/7/69 
[38] 1QpHa, Col. II, Comentário em Habacuc, Documento de Damasco, I 
[39] Estas duas fotos publicadas no Gloria.tv, comparando a bênção natalina de 2014 com 2017, mostra claramente uma redução de pelo menos 35%  do público. Link: https://gloria.tv/article/7iF71meTNxLuCENB9JHHMBftC. Outras pesquisas também o admitem, embora mesmo a queda nos pareça já manipulada para mostrar menos do que é. A Ansa avaliou a situação na Itália, que caiu 8%: http://ansabrasil.com.br/brasil/noticias/vaticano/noticias/2016/01/29/Cai-popularidade-do-papa-Francisco-na-Italia_8896227.html. O instituto Gallup deixou escapar uma queda forte na popularidade do Papa nos EUA em 2015, principalmente entre os conservadores, relacionando, entre outras coisas, com declarações da época, o que põe desconfiança nesse instituto que mostrou um aumento posteriormente, pois o Papa não mudou e vem sendo mais criticado, até mesmo por um Cardeal americano. Notícia da pesquisa: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2015/07/aprovacao-do-papa-francisco-nos-eua-cai-antes-de-visita-em-setembro-20150722115505858144.html. Na América Latina também se admitiu, de 2013 a 2017, uma queda de 0,4 pontos na média de aprovação de 1 a 10, que ficou em 6,8. Isso também nos parece falso. Link: https://www.nacion.com/el-mundo/interes-humano/chile-da-poco-puntaje-a-la-iglesia-y-al-papa/OTKCN5TXCRG3FOT4MQ4ZYXW4NQ/story/