Razões para evitar o jeans (calça, etc) em prol da modéstia católica feminina e masculina

Para entender alguns pontos do artigo, recomendamos:


A Escritura, Papas, Santos e Teólogos contra a calça moderna feminina, seja colada ou larga 

A escritura e os Papas falaram de medida de modéstia e pudor nas vestes? 

Santos e prelados deram medida de modéstia e pudor para as vestes?
 
Por que devemos nos vestir bem, por Plinio Corrêa de Oliveira

Extraído de: "O Príncipe dos Cruzados (Volume II, 2a edição)".

O jeans é igualitário, oriundo dos trabalhadores das minas, e por isso cria uma atmosfera propícia ao igualitarismo que sonham os arautos da ditadura do proletariado.


Conta o articulista da Revista Catolicismo Nelson Fragelli, que "o blue jeans surgiu no mundo operário. Jakob W. Davis, trabalhador nas minas de Comstock, em Nevada (Estados Unidos), é reconhecido como o criador das “calças azuis rebitadas”, no fim dos anos 60 do século XIX. Ele criou uma roupa resistente usando o mesmo tecido das tendas de acampamento, com um tipo de costura aparente utilizada então para selas e arreios (...)".

"Anna Schober é doutora em Filosofia, escreve sobre História da Arte e vive em Viena. Publicou recentemente os resultados de sua investigação sobre as calças azuis, num volume intitulado Vom Leben in Stoffen und Bildern [Vida, tecidos e modelos]. Surpreendeu-a a constatação de que a história dessa calça é a de um imenso esforço publicitário para impor uma moda: o blue jeans. O processo da difusão das calças azuis se confunde com a história das técnicas de propaganda religiosa e ideológica, através de programas radiofônicos, filmes, revistas, painéis publicitários. Num desses painéis, de 1946, aparece Marilyn Monroe vestindo blue jeans, já com o ventre à mostra — moda que só se fixaria 50 anos mais tarde.

O esforço da propaganda obteve resultado. A calça com rebites deixou o mundo do trabalho e tornou-se símbolo de grupos sociais. Nenhuma outra peça indumentária foi, no século XX , tão propalada; a tal ponto que, em certo momento, ela se tornou um dos símbolos do século (...)".

"Segundo Anna Schober, o símbolo atua particularmente na vida quotidiana, impregnando os espíritos com o princípio simbolizado. E a idéia que a calça suscita é a proletária, e de um mundo em contradição consigo mesmo. Ela habitua assim as mentalidades ao igualitarismo de sabor marxista e ao absurdo próprio do comunismo" [1].

Assim, o jeans cria um sentimento de proletarização na sociedade, sonho do comunismo. Não por acaso Eric Hobsbawn, notório historiador marxista, segundo o historiador Elias Thomé Saliba, disse que a mais importante mudança do século não era nem a revolução comunista de 1917, nem a revolução de Sorbonne: "Ao discorrer sobre os movimentos estudantis dos anos 1960, ele chegava a argumentar que 'a marca distintiva realmente importante na história da segunda metade do século XX não é a ideologia nem as ocupações estudantis, e sim o avanço do jeans' " [2].

- Não é prático em todas as circunstâncias, pois feito ao proletário mineiro esquenta demais porque precisa ser duro, resistente, e quando apertado começa a marcar a pele.

Muitos usam jeans em lugares quentes, o que esquenta ainda mais a perna, ou seja, a pessoa sofre porque é escrava da moda, e quando usa o jeans apertado, sofre mais e tem sua pele marcada e sufocada pela calça.

- É feio porque tem coloração desbotada, e parece velho, ou seja, faz o homem parecer um índio ou mendigo, rebaixando a dignidade humana. Sem mencionar os casos em que o jeans já é vendido rasgado, desbotado e com aspecto velho por "moda".

- Alguns jeans são apertados exibindo o contorno das partes impudicas do corpo, constituindo ocasião de pecado ao próximo e imodéstia conforme já mostramos.

- No caso da calça o jeans anula a distinção entre homem e mulher contribuindo ao igualitarismo tão sonhado pela Revolução, e contraria a modéstia em outros artigos definida: "Não haverá traje de homem na mulher, e nem vestirá o homem roupa de mulher; porque, qualquer que faz isto, abominação é ao Senhor teu Deus", Dt XXII

Existe algum caso em que o uso de jeans não seja ruim?

Sim. O próprio caso dos trabalhadores de minas constitui um deles, segundo o articulista. Outros precisam ser avaliados nos moldes que expusemos em vários artigos.

Objeção 1: A batina e as roupas eclesiásticas tradicionais são uniformizadas, o que mostra que a Igreja não é contra uma uniformização igualitária.

Resposta 1: Nem todas as batinas são exatamente iguais. A Igreja muda a batina se o padre é redentorista, passionista, jesuíta, se o padre é oriental ou ocidental, etc. Muda-se também as roupas litúrgicas nos detalhes. E a diferença hierárquica é evidente: o Monsenhor usa uma indumentária mais bonita que a dos padres, e menos que a dos Bispos, e a veste do Papa é única, etc.
 
Deve-se dizer que não defendemos nem uma igualdade absoluta, nem uma desigualdade absoluta nas questão das vestes. O próprio corpo do homem limita a desigualdade absoluta, e a forma e cor dele limita a igualdade absoluta (que é a tentativa nudismo de implantar, entre outras coisas, uma igualdade com os animais, coisa impossível com uma peça mínima de roupa).

Fosse verdadeira a objeção, seria preciso abolir uniformes escolares, de trabalho, de guardas de rua, policias, times de esporte, etc. A batina distingue o padre no seu ofício, e por isso muitas vezes ajuda a muitos que não o abordariam se não o reconhecessem como sacerdote. Tem também um simbolismo específico de sua missão. Igualitarismo seria se o padre se vestisse como civil. O religioso precisa se diferir do civil, assim como o civil do militar, e os civis entre si precisariam se diferenciar também pelas vestes, como era antigamente. Infelizmente em um estado de decadência cultural não é possível fazer tal diversificação, mas é possível a cada um manter a tradição que ainda não foi abolida.

Objeção 2: O terno, com a sua calça seja de linho ou poliéster também tende a uniformizar o homem, variando só a cor, igual ao caso do jeans.

Resposta 2: Sim, é verdade. De fato, o terno, como é conhecido atualmente, vem de uma veste tipicamente burguesa que começou a popularizar-se nos séculos XIX, começo do XX. Ele em si mesmo já é uma decadência em matéria de beleza em relação aos séculos anteriores, e à Idade Média. Mas não possui todos os defeitos da moda jeans. E se duas roupas são igualitárias, e uma mais bela, sabe-se a qual o amante da elegância deve dar preferência. Enquanto, é claro, for considerado anacrônico andar com roupas do nível das medievais.

Veja também: A decadência da indumentária ou aonde aquele que preza a elegância deve mirar, por Plinio Corrêa de Oliveira

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[1] Nelson Ribeiro Fragelli, "Breve história do blue jeans", Revista Catolismo, Fevereiro de 2010.
[2] "A vida e a obra de Eric J. Hobsbawm, pelo historiador Elias Thomé Saliba", Estado de S. Paulo, 1 de Outubro de 2012.