A Escritura, Papas, Santos e Teólogos contra a calça moderna feminina, seja colada ou larga

Imagem nossa original adaptada de outra imagem francesa.

S. Padre Pio, rogai por nós! Extraído de: "O Príncipe dos Cruzados" (Volume II, 2a edição).


Antes de mostrarmos os textos da Tradição contra a calça moderna, algumas considerações oportunas:

Hoje a calça moderna feminina, cada vez mais apertada (podendo trazer prejuízos físicos), pois só esconde a cor da pele da mulher, deixando à mostra o contorno de suas coxas, etc. Não há modéstia em uma calça desta, porque o que atiça os instintos em um homem normal não é meramente a cor da pele, mas a forma.

Além disso, há o igualitarismo, tão bem notado pela afirmação do notório marxista, e portanto adepto do igualitarismo metafísico, o historiador Eric Hobsbawn: a popularidade do jeans (a qual inclui a forma mais usada de calça apertada pelas mulheres hoje) foi o fato mais importante do século XX, mais do que a revolução comunista ou a de Sorbonne [1]. Ora, tal igualitarismo é proibido pelas Escrituras, como mostraremos abaixo.

Portanto, quanto mais frouxa a calça feminina, mais masculina e igualitária, quanto mais apertada, mais imoral. Só haveria a possibilidade para a mulher de usar a calça, sem pelo menos infringir algumas dessas regras da modéstia, por debaixo de uma saia, de modo a não parecer igualitário. De fato, a saia é mais cômoda e fresca do que as calças apertadas ou largas.

Sagrada Escritura (contra o igualitarismo nas vestes, portanto contra o uso de calça por ambos os sexos)

"Não haverá traje de homem na mulher, e nem vestirá o homem roupa de mulher; porque, qualquer que faz isto, abominação é ao Senhor teu Deus". Dt XXII.

Pio XII e Paulo VI (quando secretário de Estado) ao aplaudirem o livro de Plinio Corrêa de Oliveira

No livro "Em Defesa da Ação Católica", de 1943, Dr. Plinio acata um documento de normas para as vestimentas de leigos: 

"Parágrafo único: O traje masculino é sempre vedado à Filha de Maria, em qualquer circunstância que seja." [2]

E critica aqueles que "Combatem, por exemplo, o uso de véus nas Igrejas. Não censuram o uso de calças masculinas para as mulheres, nem o do cigarro" [3]

São Padre Pio (1887-1968)

"Padre Pio não tolerava vestidos curtos ou com decotes baixos, saias justas, e ele proibiu suas filhas espirituais de vestir meias-calças transparentes. A cada ano a sua severidade aumentava. Ele teimosamente mandava embora do seu confessionário, mesmo antes de pôr o pé dentro, quem ele julgasse estar indevidamente vestida. Em algumas manhãs, ele expulsou uma após a outra, até que ele acabou por ouvir muito poucas confissões. Seus irmãos observaram estes drásticos expurgos com certo mal-estar e decidiram pregar uma placa na porta da igreja: “Por desejo explícito do Padre Pio, a mulher deve entrar no confessionário vestindo saias PELO MENOS 20 CENTÍMETROS ABAIXO DO JOELHO. É PROIBIDO EMPRESTAR UM VESTIDO LONGO NA IGREJA PARA USÁ-LO PARA A CONFISSÃO“"
"Vesti com modéstia, com muito pudor.
Olhai como veste a Mãe do Senhor"
Música antiga portuguesa
 [4].

"Uma vendedora de calças dona de uma loja de varejo em Vancouver foi se confessar na Itália com Padre Pio e teve sua absolvição foi recusada:

Ele ordenou que ela voltasse para casa no Canadá e se livrasse de todo seu estoque, e não desse qualquer um dos itens para as pessoas que poderiam usá-los, e se ela quisesse sua absolvição, poderia voltar a Itália e recebê-la, mas depois que realizasse impiedosamente suas ordens”"
 [5]


Plinio Corrêa de Oliveira replicando a doutrina dos moralistas católicos que se ensinava no seu tempo de moço (1920-30), a qual proíbe a calça moderna feminina

"A doutrina da Igreja ensina a esse respeito que o corpo humano se divide em três zonas: a zona indiferente, a zona semi-pudenda e a zona pudenda. 

A zona indiferente é a que se pode mostrar sem prejuízo nenhum para a moral de ninguém: o rosto por exemplo, as mãos etc.

A zona semi-pudenda é aquela que não é diretamente imoral mostrar, mas que uma moral exímia, preferia que não mostrasse. Quer dizer, não deixa de envolver um certo prejuízo para o pudor. Vamos dizer por exemplo, os braços inteiramente nus, o braço inteiro, não esta parte pequena do braço, são considerados como a exibição de uma parte semi-pudenda do corpo. Não se pode dizer que uma mulher que mostra os braços inteiros nus, que ela está diretamente imoral. Mas a moral tradicional da Igreja vê isto mal, prefere que não seja. Durante muitos séculos, e séculos e séculos, até anos atrás, a Igreja não dava comunhão à mulher que se apresentasse para comungar de braços de fora. Eu acho que alguns dos senhores aqui desta sala ainda conheceram isto. Essa é a parte semi-pudenda do corpo.

Agora, as partes pudendas do corpo, são não só as partes em que se dá a perpetuação da espécie, mas certas zonas que por uma certa conexão, sendo mostradas, despertam violentamente o instinto sexual. Isto são as partes pudendas do corpo. E mostrar a parte pudenda do corpo, é um pecado mortal, em si.

Então, segundo a doutrina da Igreja, mostradas as partes pudendas do corpo, a tentação carnal se torna violentíssima e muitas vezes incontenível. É por isso que não deve mostrar.

Agora, a que é que fica reduzida a moralidade de um povo, que toma o hábito de mostrar as partes pudendas? Porque as partes das pernas que ficam acima dos joelhos, são partes pudendas. Não se pode mostrar sem pecado mortal. Sobretudo o short. Os senhores estão compreendendo que é um incêndio sexual que essas coisas preparam" [6].


Objeção 1: houve uma autorização do Papa Nicolau para o uso de calças por mulheres, logo, é possível usá-las.

Resposta à 1:
A objeção padece de gritante anacronismo, porque nunca no passado houve, entre nações minimamente civilizadas, igualitarismo entre roupas de ambos os sexos. Calças
no texto Papal significava a femoralia, disponível para visualização nas fotos ao lado (na pintura da esquerda, retrato das mulheres búlgaras em 1586 por H. Beck, é possível ver o término da femoralia na canela). Elas nada têm de semelhante com a calça colada de nossos dias, pois escondia as partes impudicas,
ficava por baixo de uma espécie de saia e não era uma indumentária totalmente igual na estrutura externa à dos homens búlgaros. E mesmo assim, a advertência era somente aos Búlgaros, tanto que o Papa ressalta que o costume no ocidente é o uso da femoralia somente por homens.

Texto Papal: “Consideramos ser irrelevante o que você perguntou sobre a femoralia; pois não desejamos que o estilo exterior da sua roupa seja mudado, mas sim o comportamento do homem interior, nem queremos saber o que estão vestindo exceto Cristo – entretanto, muitos de vós que fostes batizados em Cristo, vos revestistes de Cristo [Gal 3, 27] – mas sim como vocês estão progredindo na fé e nas boas obras. Mas como vocês perguntaram, em simplicidade preocupados com tais assuntos, por temerem de que isto se pudesse ser imputado como pecado, por divergir dos costumes de outros Cristãos, e a fim de que não deixássemos de lado esses desejos, nós declaramos que nos nossos livros, calças [femoralia] são feitas, não para que as mulheres possam usá-las, mas para os homens. Agora, como vocês passaram do velho para o novo homem [Ef 4, 22-24; Col 3, 9-10] vocês passaram dos seus costumes para os nossos em todas as coisas; portanto façam como desejarem. O fato de você ou sua esposa vestir ou não calças [femoralia] não impede sua salvação nem leva a qualquer aumento de sua virtude.


Claro, porque nós temos dito que calças são ordenadas a serem feitas, deve-se observar que vestimos calças espiritualmente, quando nós freiamos a concupiscência da carne através da abstinência; porque esses locais são limitados pela femoralia, onde é conhecido estar o local da luxúria. É por isso que os primeiros seres humanos, quando sentiram movimentos ilícitos em seus membros após o pecado, correram para as folhas de uma figueira e teceram tangas para si [Gn 3,7]. Mas estas são calças espirituais, que vocês ainda não poderiam suportar, e, se eu pudesse falar com o Apóstolo, vocês ainda não são capazes; pois vocês ainda são carnais. [I Cor 3, 2]. E assim nós temos dito algumas poucas coisas sobre este assunto, embora, com a graça de Deus, poderíamos dizer muito mais.” [7]
 







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[1] "A vida e a obra de Eric J. Hobsbawm, pelo historiador Elias Thomé Saliba", Estado de S. Paulo, 1 de Outubro de 2012
[2] Em Defesa da Ação Católica, 1943, Terceira Parte, Cap.I.
[3] Em Defesa da Ação Católica, 1943, Segunda Parte, Cap.I.
[4] Dorothy Gaudiose, Prophet of the People, pp. 191-2
[5] Anne McGinn Cillis, Arrivederci, Padre Pio, A Spiritual Daughter Remembers
[6] 14 de Julho de 1971, SEFAC (Semana de Estudos para Formação Anti-Comunista). Disposta no youtube: https://www.youtube.com/watch?v=OI_HUbS3ye0&list=PL6YBTKn0xRx2Z9V_tCGP4W2C9AjlFAmOL&index=19 
[7]
Responsa Nicolai I ad consulta Bulgarorum, Resposta de Nicolau às perguntas dos Búlgaros, dia 13 de dezembro de 866; PL, CXIX, 1002, MGH Epistolae VI, Berlin, 1925, pp.568-600.