Sagrada Escritura, Papas e santos confirmam a historicidade do dilúvio



Para quem não aceita a revelação, veja o artigo com documentos históricos: A história confirma a historicidade do Dilúvio Bíblico

Extraído de: "O Príncipe dos Cruzados" (volume II, 2a edição).

Sagrada Escritura

Livro do Gênesis (VI, 9-22, VII, 1-23, VIII, 4)

"Esta é a história de Noé. Noé era um homem justo e perfeito no meio dos homens de sua geração. Ele andava com Deus. Noé teve três filhos: Sem, Cam e Jafet. A terra corrompia-se diante de Deus e enchia-se de iniquidade. Deus olhou para a terra e viu que ela estava corrompida: toda a criatura seguia na terra o caminho da corrupção. Então Deus disse a Noé: “Eis chegado o fim de toda a criatura diante de mim, pois eles encheram a terra de iniquidade. Vou exterminá-los juntamente com a terra. Faze para ti uma arca de madeira resinosa: dividi-la-ás em compartimentos e a untarás de betume por dentro e por fora. E eis como a farás: seu comprimento será de trezentos côvados, sua largura de cinqüenta côvados, e sua altura de trinta (...). Eis que vou fazer cair o dilúvio sobre a terra, uma inundação que exterminará todo ser que tenha sopro de vida debaixo do céu. Tudo que está sobre a terra morrerá. Mas farei aliança contigo: entrarás na arca com teus filhos, tua mulher e as mulheres de teus filhos. De tudo o que vive, de cada espécie de animais, farás entrar na arca dois, macho e fêmea, para que vivam contigo. De cada espécie de aves, e de cada espécie de quadrúpedes, e de cada espécie de animais que se arrastam sobre a terra, entrará um casal contigo, para que lhes possas conservar a vida. Tomarás também contigo de todas as coisas para comer, e armazená-las-ás para que te sirvam de alimento, a ti e aos animais. Noé obedeceu, e fez tudo o que o Senhor lhe tinha ordenado".

"O Senhor disse a Noé: “Entra na arca, tu e toda a tua casa, porque te reconheci justo diante dos meus olhos, entre os de tua geração. De todos os animais puros tomarás sete casais, machos e fêmeas, e de todos animais impuros tomarás um casal, macho e fêmea; das aves do céu igualmente sete casais, machos e fêmeas, para que se conserve viva a raça sobre a face de toda a terra. Dentro de sete dias farei chover sobre a terra durante quarenta dias e quarenta noites, e exterminarei da superfície da terra todos os seres que eu fiz.” Noé fez tudo o que o Senhor lhe tinha ordenado. Noé tinha seiscentos anos quando veio o dilúvio sobre a terra. Para escapar à inundação, entrou na arca com seus filhos, sua mulher e as mulheres de seus filhos. Dos animais puros e impuros, das aves e de tudo que se arrasta sobre a terra, entraram na arca de Noé, um casal macho e fêmea, como o Senhor tinha ordenado a Noé. Passados os sete dias, as águas do dilúvio precipitaram-se sobre a terra. No ano seiscentos da vida de Noé, no segundo mês, no décimo sétimo dia do mês, romperam-se naquele dia todas as fontes do grande abismo, e abriram-se as barreiras dos céus. A chuva caiu sobre a terra durante quarenta dias e quarenta noites. (...) As águas sobrepujaram desmesuradamente a terra, e cobriram toda a terra, e a arca flutuava na superfície das águas.As águas engrossaram prodigiosamente sobre a terra, e cobriram todos os altos montes que existem debaixo dos céus (opertique sunt omnes montes excelsi sub universo caelo) e elevaram-se quinze côvados acima dos montes que cobriam. Todas as criaturas que se moviam na terra foram exterminadas: aves, animais domésticos, feras selvagens e tudo o que se arrasta na terra, e todos os homens. Tudo o que respira e tem um sopro de vida sobre a terra pereceu. Assim foram exterminados todos os seres que se encontravam sobre a face da terra, desde os homens até os quadrúpedes, tanto os répteis como as aves dos céus, tudo foi exterminado da terra. Só Noé ficou e o que se encontrava com ele na arca".

"E, no sétimo mês, no vigésimo sétimo dia do mês, parou a arca sobre as montanhas do Ararat"
Gênesis VIII, 4.

"E estando a terra submersa por causa dele pelo dilúvio, a Sabedoria de novo o salvou, conduzindo o justo num lenho sem valor". Sabedoria X, 4.

"Assim, com efeito, quando na origem dos tempos fizestes perecer gigantes orgulhosos, a esperança do universo, refugiando-se num barco, que vossa mão governava, conservou para o mundo o germe de uma geração". Sabedoria XIV, 6.

"Noé foi julgado justo e perfeito, e no tempo da ira tornou-se o elo de reconciliação. Por isso foram deixados alguns na terra, quando veio o dilúvio. Ele foi o depositário das alianças feitas com o mundo, a fim de que ninguém doravante fosse destruído por dilúvio". Eclesiástico XLIV, 17-19

"Vou fazer hoje como no tempo de Noé: tal como jurei então que o dilúvio de Noé não mais se abateria sobre a terra, do mesmo modo faço juramento de não mais me irritar contra ti, e de nunca mais te atemorizar". Isaías LIV, 9

"Assim como foi nos tempos de Noé, assim acontecerá na vinda do Filho do Homem. Nos dias que precederam o dilúvio, comiam, bebiam, casavam-se e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca. E os homens de nada sabiam, até o momento em que veio o dilúvio e os levou a todos. Assim será também na volta do Filho do Homem". S. Mateus XXIV, 37-39

"Como ocorreu nos dias de Noé, acontecerá do mesmo modo nos dias do Filho do Homem. Comiam e bebiam, casavam-se e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca. Veio o dilúvio e matou a todos". S. Lucas XVII, 26-27

"Pela fé na palavra de Deus, Noé foi avisado a respeito de acontecimentos imprevisíveis; cheio de santo temor, construiu a arca para salvar a sua família. Pela fé ele condenou o mundo e se tornou o herdeiro da justificação mediante a fé". Hb XI, 7
 

"É neste mesmo espírito que ele foi pregar aos espíritos que eram detidos no cárcere, àqueles que outrora, nos dias de Noé, tinham sido rebeldes, quando Deus aguardava com paciência, enquanto se edificava a arca, na qual poucas pessoas, isto é, apenas oito se salvaram através da água". I São Pedro III, 18-19

"se não poupou o mundo antigo, e só preservou oito pessoas, dentre as quais Noé, esse pregador da justiça, quando desencadeou o dilúvio sobre um mundo de ímpios" II São Pedro II, 5

Papa Bonifácio VIII

"Uma só, com efeito, foi a arca de Noé no tempo do dilúvio, a qual prefigurava a única Igreja, e, com acabamento de "um côvado" (Gn 6,16), teve um único piloto e um único chefe, isto é, Noé, e lemos que, fora da arca, tudo que existia sobre a terra foi destruído" [1]. 

Pio XI

"Se se considera cuidadosamente a prolongada série de sofrimentos, a infeliz herança do pecado, pela qual, por vários estágios, nós marcamos o curso do homem caído nesta peregrinação mortal, nós dificilmente encontramos qualquer ocasião desde o dilúvio, em que o homem foi tão profundamente e costumeiramente atingido por tantas e tão profundos males da mente e do corpo como aqueles que vemos nos nossos presentes dias" [2].

Santo Irineu

"Adequadamente, portanto, o seu nome terá o número 666, já que ele agrega na sua pessoa toda forma de iniquidade a qual tomou lugar antes do dilúvio, devido a apostasia dos anjos. Porque Noé tinha seiscentos anos de idade quando veio o dilúvio à terra, destruindo aquele mundo rebelde, por causa daquela maléfica geração que viveu nos tempos de Noé" [3].

Santo Agostinho

“então a figura deste mundo passará na conflagração do fogo universal, como uma vez o mundo foi inundado com o dilúvio universal" [4].


S. João Crisóstomo


"Vocês ouviram falar do dilúvio. E foram aquelas coisas ditas como uma ameaça? Não aconteceram realmente? Aqueles homens também falaram muitas coisas, e por cem anos a arca era construída, e enquanto a madeira era trabalhada, os homens justos chamavam em voz alta, e ninguém escutava. Mas porque eles não acreditaram nas ameaças das palavras, eles sofreram o castigo. E esse será o nosso futuro também, se não acreditarmos. Sobre este testemunho Ele compara Sua vinda com os dias de Noé, porque assim como alguns desacreditaram no dilúvio, assim também alguns desacreditarão no inferno. Foram estas coisas ameaças? Não foram fatos? Então, não irá Ele, que trouxe castigo tão repentinamente, muito mais nos infligir agora? Porque estas coisas que são cometidas agora não são menos que as ofensas daquele tempo. Como? Porque naquele tempo, lê-se, "os filhos de Deus misturaram-se com as filhas dos homens" (Gn 6:4), e estas misturas eram uma grande ofensa. Mas agora não há forma de iniquidade que não foi já praticada. Vocês acreditam que o dilúvio existiu? Ou parece que é uma fábula? Até mesmo a montanha em que a Arca fincou dá testemunho, e eu falo daquela na Armênia" [5].

Santo Tomás de Aquino citando S. João Damasceno

"Resp.3: Damasceno enumera certas figuras do Batismo. Por exemplo, "o dilúvio" foi uma figura do nosso Batismo, em relação à salvação dos fiéis na Igreja, porque naquele tempo "poucas (...) almas foram salvas na arca" [6].

"Em contrário, de 2 Tess 1:8, "Em chama de fogo para tomar vingança", diz a Glosa: "O fogo precursor da vinda do Supremo Juiz abrasará o mundo e ocupará o mesmo espaço aéreo ocupado pelas águas do dilúvio". Ora, as águas do dilúvio não subiram até os céus superiores, mas só "quinze côvados acima do cume dos montes" (Gn 7:20), como lemos na Escritura. Logo, os céus superiores não serão purificados pelo fogo do juízo final" [7]

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[1] Bula Unam Sanctam, 13 de Novembro de 1318.
[2] Encíclica Caritate Christi Compulsi, 3 de maio de 1932

[3] Contra as Heresias, Livro, V, Chapter 29, 2.
[4] Cidade de Deus, Livro 20, Cap. 16.
[5] Homilia 8 sobre Tessalonicenses 1, Comentário em 1 Tess 4:18.
[6] Suma Teológica, III Parte, Q.66, art. 11
[7] Suma Teológica, Supp, Q.74, art. 4