Virgem Co-Redentora, rogai por nós! |
Extraído de: "O Príncipe dos Cruzados" (volume I, parte 1, 3a edição, Cap. III).
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Nossa Senhora Medianeira de Todas as Graças. Prova pela Sagrada Escritura, Papas, liturgias tradicionais da Igreja e Santos.
Compilados os textos da Tradição sobre Maria, a Mãe de Deus, ser Mediadora Universal de todas as graças, resta mostrar como a Virgem Maria é também a Co-Redentora do Gênero humano, papel tão intimamente ligado ao da Mediação Universal. O versículo bíblico abaixo sempre foi o mais indicado como a prova indireta da Co-Redenção.
Sagrada Escritura
"Eu que, agora, me alegro nos sofrimentos por vós e que completo na minha carne o que falta aos sofrimentos de Cristo pelo seu corpo, que é a Igreja" Col I, 24
Se São Paulo completava, muito mais a Virgem Santíssima, argumentam os defensores da Co-Redenção da Virgem Maria.
Leão XIII
"3. Nos momentos de apreensão e de incerteza, foi sempre o primeiro e sagrado pensamento dos católicos o de recorrerem à Maria, e de se refugiarem na sua maternal bondade. E isto demonstra a firmíssima esperança, antes a plena confiança, que a Igreja Católica com toda razão sempre depositou na Mãe de Deus. De fato, a Virgem Imaculada, escolhida para ser Mãe de Deus, e por isto mesmo feita Co-Redentora do gênero humano, goza junto a seu Filho de um poder e de uma graça tão grande, que nenhuma criatura, nem humana nem angélica, jamais pôde nem jamais poderá atingir uma maior." (Supremi Apostolatus Officio: sobre o Rosário de Nossa Senhora, 1º de setembro de 1883. Link: http://www.vatican.va/content/leo-xiii/pt/encyclicals/documents/hf_l-xiii_enc_01091883_supremi-apostolatus-officio.html)
Bento XV
"De tal maneira ela [Maria] sofreu e quase morreu com o sofrimento dela e do moribundo filho, e de tal maneira ela abdicou dos direitos maternais sobre o filho para salvação do homem... Que nós podemos justamente dizer que ela junto com Cristo redimiu a raça humana" (Carta Apostólica, Inter Sodalicia, 22 de Março de 1918; AAS 10, 1918, 182).
Pio XI
"Ó mãe de Piedade e misericórdia que, quando o vosso amado filho estava cumprindo a Redenção da raça humana no altar da Cruz, ficou lá sofrendo com Ele, e como Co-Redentora; preserve e nós o precioso fruto dessa Redenção e de vossa compaixão." (Solene Encerramento do Ano Jubileu da Redenção (1935). L'Osservatore Romano, 29 de Abril de 1935).
Pio XII
"35. Ora, ao realizar-se a obra da redenção, Maria santíssima foi intimamente associada a Cristo, e por isso justamente se canta na sagrada liturgia: "Santa Maria, rainha do céu e senhora do mundo, estava traspassada de dor, ao pé da cruz de nosso Senhor Jesus Cristo"_ um piedosíssimo discípulo de s. Anselmo podia escrever na Idade Média: "Como... Deus, criando todas as coisas pelo seu poder, é Pai e Senhor de tudo, assim Maria, reparando todas as coisas com os seus méritos, é mãe e senhora de tudo: Deus é senhor de todas as coisas, constituindo cada uma delas na sua própria natureza pela voz do seu poder, e Maria é Senhora de todas as coisas, reconstituindo-as na sua dignidade primitiva pela graça, que lhes mereceu" De fato "como Cristo, pelo título particular da redenção, é nosso senhor e nosso rei, assim a bem-aventurada Virgem [é senhora nossa] pelo singular concurso, prestado à nossa redenção, subministrando a sua substância e oferecendo voluntariamente por nós o Filho Jesus, desejando, pedindo e procurando de modo singular a nossa salvação." (Ad Caeli Regina, 11 de Outubro de 1954).
"14. Os fiéis, guiados e instruídos pelos pastores, souberam por meio da Sagrada Escritura que a virgem Maria, durante a sua peregrinação terrestre, levou vida cheia de cuidados, angústias e sofrimentos; e que, segundo a profecia do santo velho Simeão, uma espada de dor lhe traspassou o coração, junto da cruz do seu divino Filho e nosso Redentor. E do mesmo modo, não tiveram dificuldade em admitir que, à semelhança do seu unigênito Filho, também a excelsa Mãe de Deus morreu. Mas essa persuasão não os impediu de crer expressa e firmemente que o seu sagrado corpo não sofreu a corrupção do sepulcro, nem foi reduzido à podridão e cinzas aquele tabernáculo do Verbo divino. Pelo contrário, os fiéis iluminados pela graça e abrasados de amor para com aquela que é Mãe de Deus e nossa Mãe dulcíssima, compreenderam cada vez com maior clareza a maravilhosa harmonia existente entre os privilégios concedidos por Deus àquela que o mesmo Deus quis associar ao nosso Redentor. Esses privilégios elevaram-na a uma altura tão grande, que não foi atingida por nenhum ser criado, excetuada somente a natureza humana de Cristo." (Munificentissimus Deus, 1° de novembro de 1950).
João Paulo II
"De fato, o papel de Co-Redentora de Maria não cessou com a glorificação de seu filho" (Alocução no Santuário de Nossa Senhora da Alvorada em Guayaquil, 31 de janeiro de 1975, L'Osservatore Romano suplemento de 2 fevereiro de 1985, e na versão em inglês de L'Osservatore Romano, 11 de março de 1985, p. 7).
Santa Brígida da Suécia
No seu livro de Revelações: "Meu filho e eu redimimos o mundo como um só coração" e em outra parte: "Minha mãe e eu salvamos o homem como em um só coração, eu pelo sofrimento no Meu coração e Minha carne, ela pelas dores e amor de seu Coração" (Revelações L. I c. 35 e L. IX, c. 3)
São João Eudes
"Todos os padres na igreja dizem claramente que ela é Co-Redentora com Cristo na obra da nossa salvação" (São João Eudes, The Priest, his dignity and Obligations, P. J, Kenedy & Sons., 1947, pp. 134-135)
Venerável Maria de Ágreda
"787. O segundo fim que teve nesta obra o Senhor se dirige também ao ministério de Redentor, porque as obras de nossa reparação haviam de corresponder às da criação do mundo, e a medicina do pecado, à sua introdução. Assim, convinha que, como o primeiro Adão teve nossa mãe Eva como companheira na culpa, quem lhe ajudou e moveu para cometer o pecado, e que nele, como da cabeça, se perdesse a linhagem humana, assim também sucedeu que o reparo de tão grande ruína pelo segundo e celestial Adão, Cristo Nosso Senhor, tivesse sua puríssima Mãe como companheira e coadjutora na redenção, e que ela concorresse e cooperasse com o remédio, ainda que somente Cristo, que é nossa cabeça, estivesse a virtude e a causa adequada da geral redenção. E para que este mistério se executasse com a dignidade e proporção que convinha, foi necessário que se cumprisse entre Cristo Nosso Senhor e Maria Santíssima o que disse o Altíssimo na formação dos primeiros pais: "não é bom que o homem esteja só; façamos outro semelhante que lhe ajude (Gn II, 18). E assim o fez o Senhor, como pôde fazê-lo, de tal sorte que Ele mesmo falando já pelo segundo Adão, Cristo, pôde dizer: "esta é osso de meus ossos e carne da minha carne e se chamará varonil porque foi formada do varão" (Gn II, 23). E não me detenho em maior declaração deste sacramento, pois vem logo aos olhos da razão ilustrada com a fé e luz divina, por onde se conhece a similitude de Cristo e sua Mãe Santíssima" (Mística Cidade de Deus, Parte II, após o nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo).
Pe. Julio Maria
"Vítima da Virgem Imaculada!
Este nome parece quase uma novidade; entretanto, o que ele exprime é tão antigo quanto a própria Igreja.
A Santíssima Virgem, unindo-se a Ele, tornou-se deste modo, a co-vítima, como deveria ser também a co-redentora.
Em todos os tempos, as almas amantes da Virgem sem mácula procuram unir-se às suas dores, sofrer em união com Ela, fazer-se vítima ao seu lado. Ou, em outros termos, para se tornarem vítimas de Jesus, tornam-se vítimas de Maria, sofrendo com Maria, em Maria, e por Maria."
(O Segredo da Verdadeira Devoção para com a Santíssima Virgem Maria, segundo o método de S. Luís Maria Grignion de Montfort, do Pe. Júlio Maria Lombaerde, cap. IX)
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