João XXIII criticava as cruzadas, algo organizadamente pouco noticiado nos países com povo de temperamento mais aguerrido


O então Pontífice Reinante João XXIII agiu mais do que falou ou escreveu, porém, suas críticas às cruzadas acabaram "vazando", pois é com certa dificuldade que se encontra fontes de suas palavras, especialmente (e não coincidentemente) em países mais aguerridos como os do novo mundo, pois ainda aquela epopéia da fé convocado por Papas não perdeu sua força, mesmo nos tempos em que o trono Petrino já fora demasiadamente ridicularizado e tornado “mais um” entre os diversos líderes de falsas religiões por aí.

Ademais, João XXIII batizava certas devoções católicas (cruzada eucarística, cruzada de oração, etc), o que parece fazer crer que o então Pontífice não repudiava as cruzadas.

Quando a iniquidade fez grandes progressos de engenharia social em países muçulmanos, a mera citação de tópicos nada relacionados com aquelas guerras, mas caros a certos grupos islâmicos, são tidos como ameaças de cruzadas. A diplomacia vaticana, porém, errou ao abandonar inteiramente o termo, o que nem João XXIII fez, dando o novo significado para o mesmo. Exige-se hoje um novo termo (sugestão: marianada) para ser ilustrado em epopéias de vitórias contínuas (ou seja, é preciso prática), o que de fato as cruzadas histórias não conseguiram, embora o termo tenha ficado envolto, no ocidente, em um ar de fé, batalha e coragem, o que o relativismo odeia.

- Testemunho de Plinio Corrêa de Oliveira em 1968, que viveu durante o Reinado de João XXIII

"A vida desse santo [N.E: falava de S. Bruno cartuxo] nos desperta várias considerações importantes: a primeira delas é percebermos bem qual é a origem espiritual profunda das Cruzadas.

As Cruzadas, esse movimento magnífico que constitui uma glória da história da Igreja. As Cruzadas, tão detestadas por toda espécie de modernistas que tem aparecido ultimamente e tem infestado a Cristandade. As Cruzadas, das quais o Papa João XXIII dizia que nem podia ouvir o nome, mas que foram convocadas por Papas extraordinários, e nas quais santos verteram o seu sangue.

A primeira dessas Cruzadas foi pregada por Urbano II, cuja formação espiritual tinha sido dada por um santo e grande santo, que é exatamente São Bruno [fundador dos cartuxos]" (Reunião “Santo do dia”, 5 de outubro de 1968, grifo nosso. Link: https://pliniocorreadeoliveira.info/DIS_SD_681005_Sao_Bruno.htm#.YV5M3VPws0E )

- Papa Francisco, eleito em 2013, é lembrado como continuador de João XXIII sobre o assunto “Cruzadas


"A reportagem é de Armando Torno, publicada no jornal Corriere della Sera, 06-04-2014. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

No período romântico, era normal argumentar que a nobreza europeia havia se formado com as Cruzadas. Hoje, ouvem-se poucos repetindo isso. Os valores que levaram muitos dos habitantes da Europa para Jerusalém, com exércitos fornidos também de indulgências, mudaram radicalmente ou, melhor, se inverteram.

O atual pontífice, seguindo uma linha de mudanças que iniciou com João XXIII há meio século, muda o juízo da Igreja sobre as Cruzadas. Mas também é verdade que essas "guerras justas" foram algo que o mundo medieval acolheu com entusiasmo e fé.

Por outro lado, foi o Papa Gregório VII – um reformador, protagonista da luta pelas investiduras, santo – que lançou em 1074 o apelo à Cruzada. E foi Urbano II que a pregou, cerca de 20 anos depois, como ilustra também uma pintura de Francesco Hayez que o retrata na Praça de Clermont (imagem acima). Também não devemos esquecer que esse papa foi beatificado por Leão XIII em 1881." (08 Abril 2014, grifo nosso. Link: http://www.ihu.unisinos.br/170-noticias/noticias-2014/530051-cruzadas-quando-os-pontifices-pregavam-a-guerra-santa)

 
Salmo em reparação (Salmo 6)

"Senhor, não me arguas no teu furor, nem me castigues na tua ira. Tem misericórdia de mim, Senhor, porque sou enfermo; sara-me, Senhor, porque meus ossos estremeceram. E a minha alma turbou-se em extremo, mas Tu, Senhor, até quando? Volta-te, Senhor, e livra a minha alma, e salva-me pela tua misericórdia.

Porque na morte não há quem se lembre de Ti, e na habitação dos mortos, quem Te louvará? Estou esgotado à força de tanto gemer, lavarei meu leito com lágrimas todas as noites, regarei com elas o lugar do meu descanso. 

Os meus olhos se turbaram por causa do furor, envelheci no meio de todos os meus inimigos. Apartai-vos de mim, todos os que praticais a iniquidade, porque o Senhor ouviu a voz do meu pranto.

O Senhor ouviu a minha súplica, o Senhor ouviu a minha oração. Sejam confundidos, e em extremo conturbados todos os meus inimigos, retirem-se e sejam num momento cobertos de vergonha".


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