S. Francisco de Paula prevê a vinda de novos apóstolos que acabarão com a seita maometana e restaurarão a Igreja

S. Francisco de Paula, rogai por nos!

P
ara compreender o contexto das interpretações do artigo, recomendamos a leitura dessa série, ou a leitura dos seguintes artigos: 

Santa Teresa de Jesus vê a vinda de um grande Santo Carmelita e de Apóstolos fervorosos

Beato Francisco Palau fala de um restaurador da Igreja Católica: um novo Elias, um novo Moisés

Clique aqui para ler mais sobre o Grande Castigo e o Reino de Maria

Extraído de: "O Príncipe dos Cruzados (Vol. I, parte I, 3a edição, Cap. V)".

Anterior deste capítulo: S. Vicente Ferrer profetiza: "mulheres se vestirão como homens", crise na Igreja e um estrondo como nunca houve antes

Três cartas de São Francisco de Paula (1416-1507), fundador da Ordem dos Mínimos, ao Sr. Simon de la Limena. Negritos nossos.

COM COMENTÁRIOS CURTOS E EM HARMONIA COM OUTRAS REVELAÇÕES PRIVADAS


"Ao meu muito magnífico e virtuoso senhor, o senhor Simon de la Limena (...)

Preparem-se todos os príncipes espirituais e temporais do mundo para esperar o grandíssimo açoite que virá sobre eles. E qual será? Dos hereges e dos infiéis e depois virão os fidelíssimos escolhidos do Altíssimo Santos Crucíferos. Os quais não podendo vencer primeiro com letras os hereges, se moverão contra eles impetuosamente com armas. Vencerão muitas cidades, castelos, fortalezas e vilas, com morte de infinitos, bons e maus. Os bons serão mártires de Jesus Cristo e os maus do demônio". 

O grande açoite virá sobre a terra: é o grande Castigo.

"Os infiéis se moverão contra essas duas partes de hereges e católicos; matarão, arruinarão e saquearão a maior parte da Cristandade. Do outro lado se moverão os “Santos Crucíferos”, não contra os cristãos, nem dentro da Cristandade, mas sim contra os infiéis no paganismo, e os conquistarão todos com mortes de infinitos números de infiéis, e depois se voltarão contra os maus cristãos e o matarão a todos os rebeldes de Jesus Cristo, e os exterminarão todos temporalmente e espiritualmente como é da vontade da Divina Majestade".


Extermínio dos maus pelas armas

"Regerão e governarão o mundo santamente in saecula saeculorum, amen. De vossa linhagem virá o fundador dessa gente santa. Mas quando? Quando será tal coisa? Quando serão as cruzes com os sinais, e se verá sobre o estandarte o crucifixo? Viva Jesus Cristo bendito, Gaudamus omnes nós que estamos no serviço do Altíssimo [1] pois que se aproxima a grande visita e reforma do mundo e haverá um só rebanho e um só Pastor (...)

25 de Março de 1460" [2]

Depois do Castigo, clara alusão a uma restauração, uma maior glória da Igreja na terra. Aqui ocorre a primeira menção do fundador desses novos apóstolos.

"Ao meu muito magnífico (...)

Já se vai aproximando a hora em que a Divina Majestade visitará o mundo com a nova religião dos “Crucíferos”, com o crucifixo levantado sobre o mais alto estandarte, e de maior lugar. Estandarte admirável aos olhos de todos os justos, que no princípio escarnecerão os incrédulos, maus cristãos e pagãos, mas depois de verem as maravilhosas vitórias contra os tiranos, hereges e infiéis, suas zombarias se converterão em lágrimas". 

A "nova religião" se refere a uma ordem, pois a hagiografia também cita a "primitiva religião" do santo.

"Esta gente santa fará córregos como rios do sangue dos rebeldes à Divina Majestade. Oh quantas infelicíssimas almas se irão ao inferno, cujos corpos serão comidos pelos animais brutos, castigo merecido de todos aqueles que serão transgressores dos preceitos divinos, por obstinação e não por fragilidade; porque aos frágeis penitentes a soberana misericórdia ordinariamente os perdoa benignamente. Oh Santos Cruziferos escolhidos do Altíssimo, quanto sereis grandessísimos ao grande Deus! Muito mais, por certo, que o foi o povo de Israel: Deus mostrará sinais mais maravilhosos por vós, que jamais mostrou por outro povo".

Harmoniza com S. Luís Grignion, a mensagem da Mãe de Deus em La Salette: ambos falam sobre "apóstolos dos últimos tempos".

"Vós destruireis a maldita seita maometana; vós poreis fim a toda sorte de infiéis, hereges e seitas do mundo, e sereis a ruína de todos os tiranos: vós poreis silêncio com perpétua paz por todo o universo: vós fareis santos a todos os homens, ou por força, ou por vontade".

Tal paz se coaduna com o "Reino de Maria" mencionado por S. Luís Grignion e que melhor cumpre a restauração tratada por tantos profetas.

"Oh gente santa! Oh gente bendita da Santíssima Trindade! Senhor Simon, irmão em Cristo, e companheiro caríssimo, alegre-se vossa alma, que o grande Deus se digna por meio de descendente vosso, e filho meu bendito, dar uma religião tão santa ao mundo, a última de todas, e a mais amada da Majestade Divina. Vencedor, vencedor se chamará seu fundador; vencerá o mundo, a carne e o demônio. Laus Deo, e a todos os seus benditos (...). De nosso convento de Paula [5] no dia 7 de Março de 1465 [6]".

S.
Francisco de Paula deixa mais claro que virá da linhagem de Simon de la Limena esse fundador dos "Crucíferos". Mas por que "a última" de todas? Vemos aqui um paralelo com os "apóstolos dos últimos tempos" mencionados por São Luis Maria Grignion de Montfort.

"Ao meu muito magnífico (...)

Temos entendido de boa parte, como sendo um parente vosso grande jogador [apostador], no qual havendo jogado toda sua fazenda [no sentido de propriedade, bens], V.S. por piedade lhe dava algo com que passar a vida, exortando-o continuamente à paciência e dando-lhe algumas vezes dinheiro para suas necessidades (...)
[N. E: Pulamos a parte que São Francisco de Paula profetiza coisas particulares sobre essa relação].

Virá depois de vós um descendente vosso, assim como muitas vezes o tenho escrito, e profetizado pela vontade do Altíssimo, no qual fará outros maiores feitos, e maiores sinais. Que V.S. está em que este Santo homem será grande pecador na juventude, e depois se converterá ao grande Deus, do qual será chamado com a eficácia de São Paulo; será o grande fundador de uma nova religião, diferente de todas as outras; ele a repartirá em três ordens, de cavaleiros armados, sacerdotes solitários e hospitalários piedosos".

Estrutura da instituição prevista pelo Santo fundador da Ordem dos Mínimos.

"Será a última religião de todas, tomará maior fruto na Igreja de Deus que todas as outras últimas; extinguirá a maldita seita maometana; e todos os hereges ou tiranos do mundo se extirparão. Tomará por força de arma todo o espiritual e temporal, e será um ganho e um pastor, e reduzirá o mundo a uma santa vida, e reinará in saecula seculorum amen. Em todo o mundo haverá senão doze reis, um imperador, um papa, e pouquíssimos senhores, os quais serão todos santos".

Novamente, o Reino de Maria instaurado. O papa e o imperador parecem indicar o Papa Santo e o Grande Monarca de outras profecias.

"Viva Jesus Cristo, porque a mim, indigno pecador se tem dignificado de dar-me espírito profético com claríssimas profecias; não obscuras, como a outras servos as fez escrever e dizer de modo obscuro. Eu sei que nos incrédulos e gente precita não serão senão zombadas minhas cartas, e que não as crerão; mas nos fiéis espíritos católicos que aspiram o Santo Paraíso, essas letras engendrarão tanta suavidade no amor divino, que se deleitarão lendo-as muitas vezes e procurarão fazer cópias delas com grandíssimo fervor, que tal é a vontade do Altíssimo. Nessas letras se conhecerá qual é de Jesus Cristo bendito e quem é predestinado ou precito, e muito mais no santo sinal de Deus vivo, quem o reverenciará, amará e trará, será santo de Deus (...)".

13 de Agosto de 1469 [7].





COM COMENTÁRIOS EXTENSOS EM HARMONIA COM OUTRAS REVELAÇÕES PRIVADAS


"Ao meu muito magnífico e virtuoso senhor, o senhor Simon de la Limena (...)


Preparem-se todos os príncipes espirituais e temporais do mundo para esperar o grandíssimo açoite que virá sobre eles. E qual será? Dos hereges e dos infiéis e depois virão os fidelíssimos escolhidos do Altíssimo Santos Crucíferos. Os quais não podendo vencer primeiro com letras os hereges, se moverão contra eles impetuosamente com armas. Vencerão muitas cidades, castelos, fortalezas e vilas, com morte de infinitos, bons e maus. Os bons serão mártires de Jesus Cristo e os maus do demônio". 

O grande açoite virá sobre a terra: é o grande Castigo. Mas não virá só sobre uns, como querem aqueles que pretendem tirar a culpa ou dos sacerdotes, ou dos políticos (simbolizado pelos príncipes, embora os nobres também tenham culpa). O primeiro açoite é o da heresia e o do neopaganismo (os "infiéis"), os quais trarão enormes dores morais à humanidade (moral decadente desagrega a sociedade). Isso já é o começo do Castigo universal, como dito em capítulos precedentes.

Então, virão os Santos Crucíferos. Primeiro, vem a luta incruenta, ou seja, uma luta espiritual, como a de S. Miguel Arcanjo contra os demônios, prefigura do Castigo. No entanto, a hora chegará para a Bagarre (Castigo Mundial, já tratado) sangrenta, quando os meios incruentos estiverem exauridos.

"Os infiéis se moverão contra essas duas partes de hereges e católicos; matarão, arruinarão e saquearão a maior parte da Cristandade. Do outro lado se moverão os “Santos Crucíferos”, não contra os cristãos, nem dentro da Cristandade, mas sim contra os infiéis no paganismo, e os conquistarão todos com mortes de infinitos números de infiéis, e depois se voltarão contra os maus cristãos e o matarão a todos os rebeldes de Jesus Cristo, e os exterminarão todos temporalmente e espiritualmente como é da vontade da Divina Majestade".


Primeiro, a luta contra o neopaganismo, que não podemos confundir com a seita maometana, uma heresia. Tal neopaganismo predomina na mentalidade da sociedade atual com as reivindicações abortistas, o movimento sodomita, o tribalismo-indígena, os costumes selvagens, em suma, a revolução tribalista igualitária. Este segmento de infiéis pode ser representado por todo exército ou multidão comuno-socialista que visa impor tais reivindicações no mundo, e pode também significar as forças armadas de um país dominado por tal ideologia. Então, os "Crucíferos" usarão de outros meios, sejam exércitos de outros países, seja do próprio país, para lutarem contra eles, ou seja, a luta terá, predominantemente, aspecto de guerra civil. São hipóteses.

"Regerão e governarão o mundo santamente in saecula saeculorum, amen. De vossa linhagem virá o fundador dessa gente santa. Mas quando? Quando será tal coisa? Quando serão as cruzes com os sinais, e se verá sobre o estandarte o crucifixo? Viva Jesus Cristo bendito, Gaudamus omnes nós que estamos no serviço do Altíssimo [1] pois que se aproxima a grande visita e reforma do mundo e haverá um só rebanho e um só Pastor (...)

25 de Março de 1460" [2]

Depois do Castigo, clara alusão a uma restauração, uma maior glória da Igreja na terra. Aqui ocorre a primeira menção do fundador desses novos apóstolos.

"Ao meu muito magnífico (...)

Já se vai aproximando a hora em que a Divina Majestade visitará o mundo com a nova religião dos “Crucíferos”, com o crucifixo levantado sobre o mais alto estandarte, e de maior lugar. Estandarte admirável aos olhos de todos os justos, que no princípio escarnecerão os incrédulos, maus cristãos e pagãos, mas depois de verem as maravilhosas vitórias contra os tiranos, hereges e infiéis, suas zombarias se converterão em lágrimas". 

A "nova religião" se refere a uma ordem, pois a hagiografia também cita a "primitiva religião" do santo. Os dessa ordem, ao chegarem, serão zombados, porque parecerão "ultrapassados", "retrógrados", como alguns neopagãos costumam dizer de muitos conservadores. É notável a frase "visitar o Mundo", o que parece ser um paralelo com a profecia de Ezequiel, comentada no capítulo IV, na qual "visitadores" causam grande matança na cidade, da qual só sobrevivem aqueles que possuíam o Tau (última letra do alfabeto paleo-hebraico, que tem forma de cruz) na porta de casa. 

"Esta gente santa fará córregos como rios do sangue dos rebeldes à Divina Majestade. Oh quantas infelicíssimas almas se irão ao inferno, cujos corpos serão comidos pelos animais brutos, castigo merecido de todos aqueles que serão transgressores dos preceitos divinos, por obstinação e não por fragilidade; porque aos frágeis penitentes a soberana misericórdia ordinariamente os perdoa benignamente. Oh Santos Cruziferos escolhidos do Altíssimo, quanto sereis grandessísimos ao grande Deus! Muito mais, por certo, que o foi o povo de Israel: Deus mostrará sinais mais maravilhosos por vós, que jamais mostrou por outro povo".

A própria missão profética desses apóstolos é prova de que Deus lhes reservou uma glória especial, graças e missões jamais vistas. Adendo da 3a edição: na fonte usada figura "Cruziferos", e não "Crucíferos", como traduzido antes. Resolvemos ser mais fiéis ao original, pois Crucíferos também tem outros significados. Cremos que, talvez por erro de um copista do passado, muitas vezes traduziram como "Crucíferos". Além disso, é preciso lembrar que o santo era italiano, e provavelmente falou o nome "Crocesignati". Essa percepção nos levou a buscar livros de história sobre o nome, os quais citamos no parágrafo seguinte. Ressaltamos o incrível paralelo com temas tratados nos capítulos precedentes: cruz do Tau, profecia de Ezequiel e inquisição.

"A investidura de assistentes civis ou eclesiásticos por parte dos inquisidores foi uma prática reconhecida e recomendada, pela primeira vez, pelo Papa Inocêncio IV em 1254 (...). A bula Malitia huius temporis, ao conceder esse poder de investidura aos inquisidores, outorgou um título que se utilizou até os fins do século XVIII nos Estados italianos e que se representa por meio da insígnia atribuída então aos servidores do "Santo Ofício", a cruz do Tau. O simbolismo de um emblema que se faria secular se põe expressamente destacado (...) pelo inquisidor Giovanni Vecenzo Paolini de Garessio em 1655. Este, ao começo do texto, faz referência à bula como documento fundador e explica o sentido do tipo de cruz escolhida, "que tomava a figura do signo do Tau, com o qual Deus ordenou a seu profeta Ezequiel que marcasse a testa de todos os devotos da honra de Deus que rechaçassem as abominações feitas em Jerusalém" (...) a Bula de Clemente VII Cum sicut ex relatione, de 15 de janeiro de 1530, se dirige explicitamente às confrarias de crocesignati, concedendo-os diferentes privilégios, como a indulgência plenária. Essas graças se confirmaram e se estenderam pela Bula de Pio V Sacrosanctae romanae e universali Ecclesiae, de 13 de Outubro de 1570 (...) e pela bula de Paulo V Cum inter caeteras, de 29 de Julho de 1611" [3]. "Os estatutos enfatizavam a importância de procissões com cruzes cerimoniais para escoltar o inquisidor e seus oficiais imediatos e enaltecer a imagem da Inquisição. Tal mais provavelmente era a principal tarefa da maioria dos Crocesignati ou confraternidades similares. Tal atividade, junto aos "privilégios" e dispensas, atraiu a adesão de muitos famílias de elites, como foi o caso na Bolonha (onde os Lambertini e Pepoli rivalizavam-se)" [4].

"Vós destruireis a maldita seita maometana; vós poreis fim a toda sorte de infiéis, hereges e seitas do mundo, e sereis a ruína de todos os tiranos: vós poreis silêncio com perpétua paz por todo o universo: vós fareis santos a todos os homens, ou por força, ou por vontade".

O Reino de Maria, já tratado, será assim estabelecido. Se acreditamos nessa profecia ficamos tranquilos não só com a vitória da Cristandade, mas com o fim do mundo, que não chegará ainda em nossa época, já que primeiro é preciso acabar com o islamismo, a heresia e a infidelidade. Depois, restaurar a Igreja. Então, depois de um tempo de glória da Igreja, virá o Anticristo.

"Oh gente santa! Oh gente bendita da Santíssima Trindade! Senhor Simon, irmão em Cristo, e companheiro caríssimo, alegre-se vossa alma, que o grande Deus se digna por meio de descendente vosso, e filho meu bendito, dar uma religião tão santa ao mundo, a última de todas, e a mais amada da Majestade Divina. Vencedor, vencedor se chamará seu fundador; vencerá o mundo, a carne e o demônio. Laus Deo, e a todos os seus benditos (...). De nosso convento de Paula [5] no dia 7 de Março de 1465 [6]".

S.
Francisco de Paula deixa mais claro que virá da linhagem de Simon de la Limena esse fundador dos "Crucíferos". Mas por que "a última" de todas? Vemos aqui um paralelo com os "apóstolos dos últimos tempos" mencionados por São Luis Maria Grignion de Montfort. Adendo da 3a edição: antes, por algum erro, traduzimos "filho meio bendito", no lugar de "filho meu bendito". Feita a correção, ressaltamos: ainda que o trecho indique algum filho de S. Francisco de Paula, também pode indicar um monge, um ermitão, ou até leigo terceiro dessa ordem. E o cremos por duas razões: a polissemia das profecias, e outras profecias enfatizando a importância de outra Ordem, a do Carmo.

"Ao meu muito magnífico (...)

Temos entendido de boa parte, como sendo um parente vosso grande jogador [apostador], no qual havendo jogado toda sua fazenda [no sentido de propriedade, bens], V.S. por piedade lhe dava algo com que passar a vida, exortando-o continuamente à paciência e dando-lhe algumas vezes dinheiro para suas necessidades (...) [N. E: Pulamos a parte que São Francisco de Paula profetiza coisas particulares sobre essa relação].

Virá depois de vós um descendente vosso, assim como muitas vezes o tenho escrito, e profetizado pela vontade do Altíssimo, no qual fará outros maiores feitos, e maiores sinais. Que V. S. está em que este Santo homem será grande pecador na juventude, e depois se converterá ao grande Deus, do qual será chamado com a eficácia de São Paulo; será o grande fundador de uma nova religião, diferente de todas as outras; ele a repartirá em três ordens, de cavaleiros armados, sacerdotes solitários e hospitalários piedosos".

Avaliemos de que instituição o Santo fundador da Ordem dos Mínimos fala. Primeiro, precisamos deixar claro que a época em que vivemos é a dos maus sacerdotes, como as outras profecias mostram, o estudo da Doutrina, etc. Portanto, qualquer um que alegue ser profeta precisa estar conforme ao conjunto das profecias, precisa denunciar (com a devida reverência) os maus sacerdotes, principalmente alguns prelados e tudo que contribui para essa deterioração da fé e apostasia silenciosa.

Portanto, esse fundador não pode ser nenhum progressista, ou de pouca fé e doutrina. Teria que ser alguém que viveu para a obra e os apóstolos que estabeleceu, sabendo que aquilo era a solução para a sua época, como o próprio S. Francisco de Paula profetiza. Também esses apóstolos possuem um fundador incumbido de uma missão profética, sendo ele mesmo um profeta, o que cumpre a profecia que lhe é atribuída. Ora, como os tradicionalistas são os únicos candidatos, já que são os únicos a perceberem o problema contemporâneo da Igreja, como o desastre que o Concílio Vaticano II trouxe, a perda da fé que a missa nova trouxe ao se aproximar da "ceia protestante" e ao mudar a liturgia católica completamente, temos que procurar dentre esses um candidato.


E também um profeta, um líder com apóstolos para se harmonizar com a profecia. Dado essas características, e dado a parte II deste volume, cremos que se refere ao advogado católico militante Plinio Corrêa de Oliveira, pois este profetizou: o desastre do Concílio, o da missa nova (encomendando um trabalho teológico que mostrava que, em consciência, não se podia aceitar tal missa), várias outros eventos no âmbito político, religioso, dos costumes e até temas particulares. Também moveu campanhas bem-sucedidas contra a Revolução anticatólica junto aos seus discípulos na TFP desde a década de 30, quando ainda não estavam reunidos sob esta associação e nome. 

Outras profecias ainda contribuem, porque falam deste fundador e guia de novos apóstolos como carmelita. Ora, os membros da TFP originalmente eram todos carmelitas em um sodalício que Dr. Plinio era Prior. 

Adendo da 3a edição: na edição passada, havíamos sustentado uma interpretação, descartada hoje por estar em desarmoniza com o conjunto das profecias aqui analisadas, acerca da divisão tripartida em que a TFP, associação civil de inspiração católica suficientemente falada na parte 2 deste volume, se dividia em vida daquele que foi a vocação desta com sua ação e obra, Dr. Plinio. Ora, como tal grupo poderia se identificar com esta associação que só atuava na esfera temporal, se mais adiante S. Francisco a coloca junto de conquistas militares e espirituais, e temos defendido que só a ordem temporal será objeto típico de apóstolos desta vocação, os quais poderão sofrer intromissão do poder espiritual, como esta mesma profecia, citando um Papa, indica? Assim, é muito mais válido e conforme o "unum" das profecias privadas reconhecer os cavaleiros armados com aqueles sob a chefia do Grande Monarca, os sacerdotes solitários com aqueles sob a direção do Papa Santo, e os hospitalários piedosos com a vocação da TFP, conforme o pressuposto deste volume. A esfera política, espiritual e temporal, respectivamente. Ainda que uma esfera possa influir na outra, só a espiritual possui prerrogativa sob as demais. Assim, já se elimina toda alegação de interpretação demasiadamente simbólica, como o caso dos "sacerdotes solitários" na TFP, bem como relaciona o vaticínio melhor com o conjunto das previsões privadas, invés de tomá-lo separadamente.

Morto, como Dr. Plinio pode ser o fundador dessa ordem se precisa liderar os "Crucíferos" da TFP? Hipotetizamos que o fundador terá uma espécie de sucessor, a ser considerado co-fundador, pela tal influência na ordem, sem prejuízo da preeminência e autoridade do fundador. Casos assim são comuns na história da Igreja, como foi com São Boaventura nos Franciscanos, etc. Com essa concepção explicamos o porquê da profecia falar que "será um grande pecador na juventude". É notório, e o próprio Dr. Plinio contava, que com menos de 15 anos ele era preguiçoso e tinha vários outros defeitos. Mas não nos parece que era como São Paulo: um perseguidor, um inimigo da fé católica. Assim, a profecia parece encaixar melhor numa vida de um futuro co-fundador.

Adendo da 3a edição: a carta, mencionando este fundador com vários atributos, nos faz suspeitar de que trata, em uma só revelação, de mais de uma pessoa, tal como na profecia da destruição de Jerusalém e na vinda do fim do mundo por Nosso Senhor Jesus Cristo. O que pode parecer contraditório se torna claro tendo em vista o caráter multi-dimensional da boa profecia.

"Será a última religião de todas, tomará maior fruto na Igreja de Deus que todas as outras últimas; extinguirá a maldita seita maometana; e todos os hereges ou tiranos do mundo se extirparão. Tomará por força de arma todo o espiritual e temporal, e será um ganho e um pastor, e reduzirá o mundo a uma santa vida, e reinará in saecula seculorum amen. Em todo o mundo haverá senão doze reis, um imperador, um papa, e pouquíssimos senhores, os quais serão todos santos".

Novamente, o Reino de Maria instaurado. O papa e o imperador parecem indicar o Papa Santo e o Grande Monarca de outras profecias. Os doze reis indicam o quanto o mundo será reduzido nesse Castigo terrível. Pelo simbolismo do número doze, como em "doze tribos de Judá", mostra o alcance universal desses acontecimentos.

"Viva Jesus Cristo, porque a mim, indigno pecador se tem dignificado de dar-me espírito profético com claríssimas profecias; não obscuras, como a outras servos as fez escrever e dizer de modo obscuro. Eu sei que nos incrédulos e gente precita não serão senão zombadas minhas cartas, e que não as crerão; mas nos fiéis espíritos católicos que aspiram o Santo Paraíso, essas letras engendrarão tanta suavidade no amor divino, que se deleitarão lendo-as muitas vezes e procurarão fazer cópias delas com grandíssimo fervor, que tal é a vontade do Altíssimo. Nessas letras se conhecerá qual é de Jesus Cristo bendito e quem é predestinado ou precito, e muito mais no santo sinal de Deus vivo, quem o reverenciará, amará e trará, será santo de Deus (...)".

13 de Agosto de 1469 [7].
 
Próximo deste capítulo:
S. Francisco de Paula profetiza o fim das heresias, tiranias e maus padres com um Monarca, um fundador e uma ordem


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[1] As palavras seguintes a esse número, assim como a data, faltam na cópia da vida do santo e, por isso, são tiradas de outra cópia impressa da mesma carta, conforme informa o autor de "Las profecias en relacion al estado actual y al destino futuro del mundo, sobre el fin de la revolucion, imperio del gran monarca y triunfo de la Iglesia Católica", Lérida, 1871. 
[2] Prodigiosa vida y admirable muerte de nuestro glorioso padre S. Francisco de Paula del Orden de los Mínimos, Pe.José Gómez de la Cruz, 1718. Disponível no google books. Tradução nossa. Pg.386-387
[3] La Inquisición en la época moderna, Francisco Bethencourt, LAS CONFRADÍAS, pg 124-125. Link: https://books.google.com.br/books?id=58wvTfVBgxwC&pg=PA125&lpg=PA125&dq=Crocesignati&source=bl&ots=Ulo8xMTNFa&sig=ACfU3U2B0RtUADuYZPvc4KXW85roTMj3SQ&hl=pt-BR&sa=X&ved=2ahUKEwjWn87g2frpAhW_HbkGHdgXC5EQ6AEwCHoECAkQAQ#v=onepage&q=Crocesignati&f=false
[4] A Companion to Medieval and Early Modern Confraternities, Confraternities Supporting the Inquisitors. The Italian Crocesignati, pg. 148, editado por Konrad Eisenbichler. Link: https://books.google.com.br/books?id=s_-GDwAAQBAJ&pg=PA148&lpg=PA148&dq=Crocesignati&source=bl&ots=6YheF2-vkr&sig=ACfU3U2HMmHGRjwjUqIVefHAge8cBovGTg&hl=pt-BR&sa=X&ved=2ahUKEwjWn87g2frpAhW_HbkGHdgXC5EQ6AEwAXoECAsQAQ#v=onepage&q=Crocesignati&f=false

[5] Na cópia italiana a data é de 1495, mas acreditamos que foi um erro de impressão.
[6] Idem. Pg.388-389
[7] Idem, pg.390-392