Beata Anne Catherine Emmerich profetiza a destruição da Igreja pelos padres membros de seitas e apóstatas, e a restauração com Maria

Peçamos privadamente a intercessão da Beata Anne Catherine Emmerich, O.E.S.A. (1774-1824), enquanto a Santa Igreja não autoriza seu culto público.
 

Para entender alguns conceitos aqui defendidos, é necessária a leitura prévia:


Santa Teresa de Jesus vê a vinda de um grande Santo Carmelita e de Apóstolos fervorosos 
 
São Luís Maria Grignion de Montfort profetiza o Reino de Maria e os apóstolos dos últimos tempos

Beato Francisco Palau prevê a vinda de novos e últimos apóstolos, junto com o restaurador
 
S. Maria de Jesus Crucificado profetiza o Castigo Mundial: "Toda a terra ficará espantada com o poder de Deus"

Clique aqui para ler mais sobre as profecias sobre a crise na Igreja, Grande Graça, Reino de Maria, etc
 

Extraído de: "O Príncipe dos Cruzados (Vol. I, parte I, 3a edição, Cap. V)".

Anterior deste capítulo:
Beato Amadeu profetiza a vinda da restauração com um Papa e sob um só Rei, mas antes o Castigo

Aos que suspeitam que a Beata foi "gnóstica” e “herética”, leiam sem afetação a opinião da Congregação dos Ritos (de 1927), órgão do Vaticano, acerca dos escritos de Brentano, um péssimo biógrafo da beata [1].
 

Apesar desta visão ser meramente uma estrela na constelação de profecias privadas que temos exposto aqui, incluímos porque é uma das mais impressionantes, certeiras (em nossa opinião tradicionalista), e por convergir com tantas outras.

Da biografia do Pe. K. E. Schmoeger sobre Anne-Catherine Emmerich (1774-1824). C
omentários nossos em negrito:

"No dia 27 de Dezembro (1819), festa de São João Evangelista, ela viu a Igreja Romana brilhante como um sol. Desta saía raios que se espalhavam pelo mundo inteiro: “Me foi dito que estava relacionado ao apocalipse de São João, no qual diversas pessoas na Igreja deverão receber luzes, e estas luzes estarão sob toda a Igreja. Tive uma visão muito distinta sobre esse assunto, mas não consigo bem contá-la”.

Convergindo com o que foi visto neste capítulo e nos precedentes, podemos dizer que a visão fala do Reino de Maria, algo ainda mais claro na continuação desta visão. Ora, como vimos, este será precedido por uma graça especial, simbolizado pela luz da visão: a graça do Grand Retour. Era festa de S. João Evangelista porque ele é a terceira testemunha do apocalipse, como defendido no capítulo III, e sua prefigura é o vindouro General do Papa Santo.

Durante toda a novena da festa ela teve continuamente visões sobre a Igreja (...) o Peregrino, nessa ocasião, salvou pelo menor dos fragmentos de um ciclo de visões singularmente grandiosa:

“Vi a Igreja de S. Pedro e uma enorme quantidade de homens que trabalhavam para derrubá-la, mas vi outros que faziam as reparações. Linhas de manobras conectavam esse duplo trabalho através do mundo inteiro, e impressionei-me com a sintonia do conjunto.

Filhos das trevas tentavam derrubá-la, e filhos de Maria reparavam-na. Mostra um mundo globalizado também: mais difícil de ser aplicável a outras épocas do que não a do século XX. Os filhos da serpente estão todos relacionados e trabalhando em conjunto, pois seguem a doutrina modernista, seja por afinidade, seja por compromissos secretos com várias seitas, conforme diz a Beata em seguida. Os filhos de Maria também mantêm relações: isso pode significar as diversas conexões entre grupos católicos no mundo visando um objetivo ou, em um cenário de muita divisão, significar somente um grupo que se relaciona no mundo inteiro sem cismas.

Os demolidores quebravam grandes peças; eram particularmente os sectários em grande número e, com estes, os apóstatas. Essa gente, fazendo seu trabalho de destruição, pareciam seguir certas prescrições e uma certa regra: vestiam aventais brancos amarrados com fitas azuis e bolsos costurados, com colheres presas à cintura.

Menciona-se a colher porque simboliza algo que pode servir a Igreja, alimentar o rebanho, mas é usado para destruir. Os aventais brancos é a semelhança com doutores, ou seja, gente que deveria curar, mas mata. Os bolsos costurados são as costuras na doutrina, inclusões fortuitas nos costumes. A fita azul parece ser um sinal que os distinguia por alguma razão.

Eles também tinham roupas de todas as espécies: encontravam-se, dentre eles, homens de distinção, grandes e gordos, vestindo uniformes e crucifixos. Estes, no entanto, não colocavam a mão na massa, mas marcavam as paredes com a colher, indicando onde deveriam ser derrubadas. Para o meu horror, vi entre estes, sacerdotes Católicos. Frequentemente, quando não sabiam bem como continuar, procuravam, para os instruir, um dentre eles que tinha um livro grande, o qual continha todas as maneiras de construir e destruir. Então, marcavam de novo com a colher exatamente algum ponto que devia ser destruído, e sob este a demolição era prontamente feita. Trabalhavam silenciosamente e com confiança, porém, astutamente, furtivamente e com olho de gato. Vi o Papa rezando: estava cercado por falsos amigos que freqüentemente faziam o oposto daquilo que ele ordenava.

Visão impressionante da destruição interna da Igreja, pois mesmo sacerdotes faziam parte dessa destruição. Os homens de distinção e grandes podem simbolizar altos cargos, sejam eclesiásticos ou não. Assim, só alguns eram sacerdotes porque existem diversos altos postos (governantes, etc) úteis para a destruição silenciosa da fé. 

O grande livro parece ser o acesso ao conhecimento que tinham, isto é, conhecimentos ocultos que os fazem ter extremo cuidado na hora de propagarem suas doutrinas, ou seja, avaliam a opinião pública, os objetivos já alcançados, os faltantes, etc. Esse livro, acreditamos, pode realmente existir, e alguém poderia até "escrevê-lo" baseando-se nos ensinamentos dos inspiradores do Concílio Vaticano II e posteriores: basta identificar a "evolução" de um ponto da doutrina, que começa desde a falta de ardor em condenar o oposto, passa pela ambiguidade fraca na resolução até a forte e, por fim, a mudança na doutrina em seus vários aspectos possíveis até esta mudança chegar a ser padrão, tomando em consideração palavras ou gestos fora do contexto do ensinamento papal. 

O Papa rezando simboliza um Papa cercado por essa gente, o que se harmoniza mais com o Papa Santo, que sofrerá contrariedades, como outras profecias relatam.

Vi um pequeno homem preto (era um leigo) trabalhando na ruína da Igreja com grande atividade. Enquanto a Igreja era assim demolida de uma parte, por outro lado era reconstruída, mas com muito pouco zelo. Eu vi muitos membros do clero que eu conhecia. O vigário geral me causou grande alegria. Passava, sem se perturbar, pelos demolidores, e dava ordens para reconstruir e reparar. Eu vi também meu confessor levando uma grande pedra para fazer um longo desvio.

Vi outros rezando negligentemente o breviário, e às vezes levavam no casaco uma pequena pedra e apresentavam-na aos outros como se ela fosse uma grande raridade. Todas as suas faces não tinham nem confiança, nem ardor, nem método, e ignoravam completamente o que os agitava. Era deplorável.

Este homem negro pode não ser exatamente alguém de cor de pele preta, mas um jesuíta, como por exemplo, um noviço jesuíta, já que era um leigo. O geral dos jesuítas é chamado "Papa Negro". A pequena pedra apresentada simboliza as manias sem sentido, irracionalidades, falta de ardor na pedra fundamental, que é Nosso Senhor, Aquele deveria ser mostrado em pedra (no mundo material) o mais fidedigno possível, assim como a alma deve ser a mais fiel a Ele, vivendo para Ele, e não para o mundo e suas pedrinhas. Essa parte da profecia mostra que chegará um momento em que faltará o ardor, em que não haverá zelo na reconstrução, o que para nós significa aquele momento que outras profecias falam que não haverá mais santos na terra, embora possa haver muitos perto disso e em estado de graça.

Já toda a parte anterior da Igreja era abatida; não restava mais lugar a não ser o santuário com o Santo Sacramento. Eu estava acabada de tristeza e me perguntava toda hora onde estava aquele homem que eu tinha visto outra vez se colocar sobre a Igreja para defendê-la, portando um veste vermelha com uma bandeira branca.

Aqui ela se refere a outra profecia, que desconhecemos. Mas nos perguntamos se a veste vermelha simboliza a capa da TFP, e a bandeira branca a "capa" do hábito carmelita. A capa pode ter aparecido como bandeira por ser um símbolo distinto da veste vermelha, isto é, uma pessoa que é carmelita não é necessariamente da TFP, e vice-versa. Esses símbolos podem estar junto com o mesmo personagem por causa que a TFP era formada e incentivada por seu fundador, Dr. Plinio, para que fosse filiada à Ordem do Carmo. Talvez a beata lamentou não ver "aquele homem" porque o tempo que a visão simbolizava era post-mortem desse homem, ou seja, depois de 1995. Tal interpretação visa harmonizar essa com outras profecias que falam de um restaurador carmelita, etc. Entretanto, é preciso notar que já criticamos a defesa de uma ressurreição de Plinio Corrêa de Oliveira.

Então, eu vi uma mulher cheia de majestade avançar na grande praça que estava em frente a Igreja. Ela tinha seu grande manto levantado sobre os dois braços e ela se elevava docemente no ar. Ela se colocou sobre a cúpula e estendeu ao longo da Igreja seu manto que parecia irradiar ouro. A demolição veio a ter um instante de descanso mas, quando eles quiseram voltar à obra, lhes foi absolutamente impossível de se aproximarem do espaço coberto com o manto. Entretanto, do outro lado, aqueles que reconstruiam passaram a trabalhar com uma força incrível.

Nossa Senhora interveio com uma grande graça para a restauração.

Vieram homens de uma grandiosa idade, impotentes, esquecidos, e depois muitos jovens fortes e vigorosos, mulheres, crianças, eclesiásticos e leigos, e o edifício logo foi inteiramente restaurado. Então, eu vi um novo Papa chegando em uma procissão. Era mais jovem e muito mais severo que o precedente. Foi recebido com grande pompa. Parecia disposto a consagrar a Igreja, mas ouvi uma voz dizendo que uma nova consagração não era necessária, pois o Santíssimo Sacramento sempre esteve lá. Então, se deveria celebrar solenemente uma dupla festa: um jubileu universal e a restauração da Igreja.

Talvez o novo Papa era mais severo porque o anterior foi martirizado, como será o fim do Papa Santo. E era mais jovem porque o episcopado antigo inteiro já não teria capacidade de reger a Igreja, ou teriam apostatado. O Papa desejar re-consagrar a Basílica de São Pedro por tantas abominações e ser exortado a não fazê-lo parece indicar que isso não chegará a ser necessário, ou seja, não será como no fim do mundo, os tempos do Anticristo. Então, a profecia indica que, apesar de tudo, não é o fim. Essa dupla festa pode significar não só a celebração da restauração, mas um Concílio de alcance universal.

O Papa, antes de começar a festa, já tinha disposto seu povo que repudiou e expulsou da assembleia dos fiéis, sem encontrar qualquer contradição, uma multidão de membros do alto e do baixo clero. Eu vi que eles deixaram a assembleia murmurando e cheios de cólera. O Papa tomou a seu serviço todas as outras pessoas, eclesiásticos e mesmo leigas.

Então, começou a grande solenidade na Basílica de São Pedro. Os homens de avental branco continuaram a trabalhar na obra de demolição sem ruído e com muito cuidado, quando os outros não os viam: eram temerosos e tinham todo dia uma extrema cautela [2]." 

Com a restauração, os demolidores da Igreja estarão silenciosos, ocultos e farão a demolição quando não houver vigilância, isto é, acabará a liberdade religiosa para as falsas religiões. 
  
Tal texto é surpreendente pelos detalhes precisos concernentes a nossa época. O leitor compreenda.

Próximo:
Beata Isabel Canori Mora recebe revelações da crise na Igreja, de três castigos e da restauração

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[1] A fonte usada aqui é o Rev. Pe. Schmoeger, publicado pela primeira vez em 1870, com aprovação do Bispo de Limburg. De qualquer forma, é preciso notar algo que muitos não sabem e que parece claramente ocultados para não desmoronar a narrativa de um defunto tradô que cria ter descoberto, nos anos de 1980, o que "nem o Mons. Delassus percebeu": "Em 1901, o Pe. Georg Chober, consultor da Sagrada Congregação dos Ritos, emitiu, a pedido dessa Congregação, um juízo sobre os escritos, no qual se pronunciou severamente contra os erros neles existentes. E a partir de então, os vários peritos consultados pela referida Congregação tem apontado erros nas obras atribuídas a Ana Catarina Emmerick". "A Sagrada Congregação dos Ritos, em decreto de 1927, decidiu nos termos do cânon 2042 do CDC de 1917, não considerar como sendo da vidente os escritos de Brentano. A Sagrada Congregação para as Causas dos Santos, no decreto de 4 de Maio de 1981, adotou análoga posição". Ambas citações são de "Refutação a uma investida Frustra: Três Cartas", de Átila Sinke Guimarães, com parecer do Pe. Victorino Rodriguez, O. P., pgs.16 e 48.
[2] Vie d'Anne-Catherine Emmerich, Pe. K. E. Schmoeger, Téqui 1923, tome II, Chap. VII.