S. Francisco de Paula profetiza o fim das heresias, tiranias e maus padres com um Monarca, um fundador e uma ordem

S. Francisco de Paula, rogai por nos!


P
ara compreender o contexto das interpretações do artigo, recomendamos a leitura desta série na sequência, ou a leitura dos seguintes artigos: 

Beato Francisco Palau fala de um restaurador da Igreja Católica: um novo Elias, um novo Moisés

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Extraído de: "O Príncipe dos Cruzados (Vol. I, parte I, 3a edição, Cap. V)".

Anterior deste capítulo: S. Francisco de Paula prevê a vinda de novos apóstolos que acabarão com a seita maometana e restaurarão a Igreja

Santa Teresa de Jesus vê a vinda de um grande Santo Carmelita e de Apóstolos fervorosos

Beato Francisco Palau prevê a vinda de novos e últimos apóstolos, junto com o restaurador

São Luís Maria Grignion de Montfort profetiza o Reino de Maria e os Apóstolos dos últimos tempos 
 
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Das cartas de São Francisco de Paula (1416-1507), fundador da Ordem dos Mínimos, ao Sr. Simon de la Limena. Nossos comentários em negrito.

"Muito magnífico e virtuoso senhor meu,

(...) Vós e vossa consorte desejais também filhos (...) tereis filhos, e vossa santa geração será maravilhosa sobre a terra, da qual haverá um de vossos descendentes que será como o sol entre as estrelas. Este será na puerícia e adolescência quase santo, em sua juventude grande pecador, depois se converterá a Deus e fará grande penitência, e será perdoado de todos os pecados, e se tornará santo. Será grande capitão e príncipe de gente santa, chamada os “Santos Crucíferos de Jesus Cristo”, com os quais exterminará a seita maometana com o resto dos infiéis. Aniquilará todas as heresias e tiranias do mundo, reformará a Igreja de Deus com seus sequazes, os quais serão os melhores homens do mundo em santidade, em armas, em letras e em todas as outras virtudes, que tal é a vontade do Altíssimo. Obterão o domínio de todo o mundo temporal como espiritual e regerão a Igreja de Deus in sempiterna saecula saeculorum amen (...).

25 de Março de 1455" [1].


Assim como Nosso Senhor disse que São João Batista era Elias, por aquele ser uma espécie de precursor (pois Santo Elias vem no fim do mundo, como vimos no Cap. I), hipotetizamos que "capitão e príncipe" pode indicar mais de um atributo. De fato, Elias teve uma prefigura, por que não poderia ter mais de uma? As profecias raramente possuem sentido puramente literal e unívoco. O fundador dos "Crucíferos", aqui mencionado, pode simbolizar duas pessoas, a saber, não só Dr. Plinio, como visto no artigo anterior, mas também quem será um sucessor seu no sentido dado no capítulo I: o Grande General do Papa Santo.

É difícil dizer se essas profecias se referem ao Grande Monarca, embora acreditamos que esse será também da TFP,  porque esta se harmoniza com a missão dessa grande ordem, que nós interpretamos como os Apóstolos dos Últimos Tempos, dos quais falam S. Luis Maria Grignon de Montfort e Nossa Senhora de La Salette. Eles "obterão o domínio espiritual e temporal", isto é, o tradicionalismo voltará a reinar no mundo, acabando com todas as heresias e tiranias, que desde àquela época ainda não acabaram, evidentemente. Isso trará, é óbvio, o Reino de Maria, o maior esplendor da Igreja na terra como nunca se viu.

"Muito magnífico e virtuoso senhor meu Simon de la Limena (...).

Oh grande tesouro do Espírito Santo! Oh novo Abraão sobre a terra! Avergonhem-se todos os príncipes da Cristandade, os quais levam uma vida sem caridade, Deus lhes deu um modo de viver muito bom, e eles vivem mal: fecharam suas mãos com a diabólica chave da maldita avareza. São avaros para o bem e pródigos para o mal: gastam mais do que tem em vaidades e coisas sem propósito; e para cumprir aos falsos apetites seus, faltam aos pobres vassalos; ó míseros desventurados, não conheceis a verdade, não sabeis vós que os povos são vassalos do Altíssimo Deus, e são homens como vós e da linhagem de Adão como sois vós, os estão concedidos por súditos, não para que os roube e despedaces, mas para que os governe com aquela diligência que se requer ao pastor de ovelhas. Ó piores do que lobos, e que os famintos leões; ó tiranos do povo de Deus. Refiro-me aos príncipes espirituais, muito piores que vós príncipes seculares e mundanos, ó companheiros de Judas Iscariostes, a vós digo: maus prelados, desejosos do roubo e de despedaçar o rebanho de Jesus Cristo recuperado com o seu precioso sangue: que cuidado tem vós do santo aprisco de Cristo? Nenhum bem cuidado. Devorar e comer os bens de Sua Santa Igreja, eu sei que a mulher rameira é vossa bem-aventurança, não se recordando mais dos pobres de Jesus Cristo bendito. Não os bastam vossos benefícios, eu digo malefícios por vós, não as abadias de monges, também tens tiranizado os hospitais tirando suas rendas, e os pobres morrem de fome pelos campos, vales, portas, e estadias desprezadas.

Aqui fica evidente que o problema que os "Santos Cruciferos" resolverão é principalmente espiritual, mas também em grande parte temporal, já que essa parte precede a seguinte abaixo.


Ai de vós porque Deus onipotente exaltará a um homem muito pobre do sangue do imperador Constantino, filho de Santa Helena, e da descendência de Pepino [deve ser Pepino, o breve, pai de Carlos Magno ou Pepino de Herstal, seu avô] que descende de Constantino, o qual levará no peito o sinal que viste no principio desta carta [uma cruz paté ou patada vermelha]. Por virtude do Altíssimo confundirá os tiranos, hereges e infiéis. Formará um exército muito grande, e os anjos combaterão por ele e darão a morte a todos os rebeldes do Altíssimo. Oh senhor este homem será de vossa descendência porque vós é do sangue de Pepino (...).

21 de Abril de 1455 [2].

Parece significar propriamente o Grande Monarca, de sangue nobre, mas como dissemos acima, esse personagem se mistura, em sua missão, com o General do Papa Santo de que fala o Venerável Holzhauser porque os dois serão da mesma ordem e terão missão co-relacionada. A cruz levada ao peito pode ter sentido literal, como a cruz patada, fazendo parte de uma roupa do monarca, ou semi-literal, como a cruz de santiago que faz parte do hábito que era usado na TFP pelos chamados eremitas e camaldulenses.

 
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Santa Teresa de Jesus vê a vinda de um grande Santo Carmelita e de Apóstolos fervorosos

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[1] Cronica general de la orden de los Minimos, Fray Lucas Montoya, 1619, pg.966. Disponível no site google books. Esta Carta tem a data de 1485 no livro antes citado “Las profecias en relacion al estado actual y al destino futuro”, mas cremos que é erro de tradução já que ela vem do italiano. Também nesse livro há palavras dessa carta que faltam e foram acrescentadas, mudando o sentido, como “será um vosso sobrinho primogênito”, que não está na carta que aparece do Frei Montoya. Mesmo se for um erro do Frei Montoya, poderíamos interpretar no sentido figurado, não literal, até porque S. Francisco de Paula fala que sairá tal homem da descendência do Sr. Simon, e não de um irmão seu. Talvez S. Francisco de Paula tenha falado isso por causa que em outra carta, ao mesmo senhor, ele fala que os filhos do irmão dele serão jogadores, e cairão em pobreza por causa disso, então talvez a similaridade com o capitão dos “Cruciferos” seja por essa razão, porque o sobrinho primogênito do Sr. Simon iria se converter realmente.
[2] Op.Cit. Fray Montoya, pg.969. O livro “Las profecias..” diz que é 25 de Abril de 1485