Beato Palau vê a mudança de lugar do Trono Pontifício e castigos em Roma por causa da abominação da desolação


Ilha de Vedrá, Ibiza, onde meditava o carmelita, com
trechos de profecias suas


Peçamos privadamente a intercessão do Beato Francisco Palau y Quer (1811-1872) , enquanto a Santa Igreja não autoriza seu culto público.

Extraído de "O Príncipe dos Cruzados (Vol. I, parte I, 3a edição, Cap. V)".

Anterior deste capítulo:
Beato Francisco Palau prevê a vinda de novos e últimos apóstolos, junto com o restaurador 
 

Beato
Francisco Palau y Quer (1811-1872) foi um padre carmelita exorcista espanhol. Negritos nossos.


Antes da visão do Pe. Palau, vejamos o que ele diz, conforme a doutrina católica, sobre a translação da Sé Apostólica de Roma

“O que será de Roma? Lactâncio, Tertuliano. S. Jerônimo, Santo Agostinho, Orósio, Andreas, Cesariense, Aretas, Victoriano, Sixto, Senense, Lindano, Bellarmino, Bozóo, Suárez, Salmerón, Pererio, Prado, Cornelio a Lapide, Alcázar, citados por Tirini, aplicam a Roma não à Igreja nem ao Papa, mas sim à cidade de Roma, à cidade de Roma capital da Itália, a Roma pagã, tudo quanto se lê nos capítulos VII e VIII do Apocalipse (...).

É possível que o Papa traslade sua cadeira para outra parte? Não há lugar a dúvidas: ubi Petrus, ibi Ecclesia ... Várias vezes foi forçado a fugir de Roma.

É possível que se instale em Jerusalém? Sim. Da mesma maneira que se transladou a Avignon (França) pode se estabelecer por mais ou menos tempo em Jerusalém. (...) 

Roma, quer dizer, a Igreja Católica não desfalecerá na fé, mas Roma como cabeça das nações gentias, sim, pode apostatar de Deus e de Cristo. 

Pode voltar ao paganismo. Se isso vier a suceder aonde irá a parar?

Está escrito dela: et tu excideris, também tu serás cortada da árvore da vida, como foram outrora os judeus, se não permaneces na fé, e és ingrata aos favores de Deus” [1].

A Sé sairá de Roma, que será causa de perseguição à própria Igreja, mas o Papado se manterá, ou seja, um futuro Papa sofrerá oposição da própria hierarquia

"2. Desterrado em 1854 «propter verbum Dei» às ilhas Baleares, a providência me tinha nelas preparado um deserto tal qual meu coração o desejava. Temos ao oeste da ilha de Ibiza uma ermita situada sobre a beira de precipícios que tocam os mares, e uma légua adentro nas águas, o mapa marca debaixo do nome de Vedrá um ilhote que tem uma légua de circuito. Seus cúspides, estabelecidos sobre o mais profundo do Mediterrâneo, se levantam até os céus e, para que nada faltasse ao solitário, abriu Deus uma fonte sobre o cume deste monte; a qual hospeda todas as aves que vem pelas noites a recolherem-se entre as aberturas de suas rochas. Separado da ilha de Ibiza, ninguém pode aproximar-se a ela senão com barco (...).

3. Dez anos tem que nos verões venho a este monte dar conta a Deus de minha vida e a consultar os desígnios de sua providência sobre a Ordem a qual pertenço (...).

Pelo ano 1864, havendo-me retirado para este monte, uma grande voz, que há 20 anos me falava nos desertos sobre os destinos de nossa Ordem, a qual não sabia de onde procedia, me disse com grande força o que segue: “Eu sou o anjo de que fala o capítulo XX do Apocalipse; a mim está confiada a custódia do pendão do Carmelo e a direção dos filhos desta Ordem. Eu guardo o trono pontifício de Roma e os muros desta cidade, frente aos demônios e à Revolução que a circunda. Venho a ti enviado por Deus para instruir-te sobre o futuro da Ordem a que pertences para que saibas a missão que tens de cumprir e sua forma.

Eu vou abandonar Roma. Tirarei dela o trono pontifício e a cidade será entregue ao poder dos demônios e da Revolução. Roma não será mais o centro da religião de Jesus; degolará a seus sacerdotes e religiosos e outra vez se constituirá inimiga de Cristo e de sua Igreja. O trono do Sumo pontificado não voltará mais para ela, porque será trasladado para outro lugar".

Roma será castigada, por causa da abominação no lugar santo. Daí se entende o Papa sair de Roma, que é a hierarquia atual que lhe fará perseguição

"4. Não podendo eu apenas crer o que via, acrescentou: “Roma será severamente castigada e o dia está muito próximo, dia de pranto e de luto, de sangue e de fogo e, para que vejas quão justas são as vinganças celestes, vem, sobe para o cume deste monte e de lá verás as abominações introduzidas no lugar santo, preditas por Daniel profeta.

Cheio de terror e espanto, eriçados os cabelos, horripiladas as minhas carnes, eu subi até o cume deste monte: “Olha e observa bem o que há no santuário, observa, cala e guarda o segredo; o mistério da iniquidade está já consumado, eu vou a castigar aos culpados e o sangue dos justos aplacará a ira de Deus".

Depois disso haverá uma restauração, guiada por membros do Carmelo com noção do exorcistado

"5. Eu rezava com grandes instâncias pela Igreja e [o anjo] contestou “As súplicas e orações pela Igreja santa são acolhidas aos ouvidos de Deus. Não rezes por Roma porque o decreto de Deus é irrevogável, o castigo dos culpados e a paciência dos mártires devolverá à Igreja santa sua liberdade, suas glórias e seu esplendor.

6. Elias, grande profeta, e os filhos de sua Ordem sois, e adiante sereis meu dedo de Deus e meu braço nas batalhas contra os demônios e contra a Revolução, e para que a vossa fé no dia das batalhas não falte, Deus me enviou a ti que vives nos desertos, atento à minha voz para instruir-te sobre a matéria e objeto do exorcistado. Eu sou o anjo que tem nas mãos as cadeias e as chaves do abismo. A mim estão sujeitos todos os demônios do inferno e, para que saibas o modo de apresentá-los nas batalhas, devo manifestar-te um mistério. E é o seguinte:"

Explicação da importância e decadência do exorcistado 

"7. Criados os anjos e postos no empíreo, Deus nos propôs a Cristo, Deus humanado, por rei, cabeça e príncipe. O supremo de todos os anjos não quis sujeitar-se nem adorá-Lo. Lhe seguiram na rebelião uma multidão, mais do que ninguém possa imaginar e foram todos precipitados aos infernos.

Deus, para confusão sua e por ordem de sua providência, os deixou neste ar e sobre a terra, e servem de açoite contra os crimes e de prova de fidelidade do justo (...).

9. Pedro se dirigiu a Roma e pôs ali o trono do sumo pontificado. Cheio de fé no poder que Jesus lhe havia dado sobre os demônios, os venceu e lançou desta capital onde estavam os príncipes tenebrosos que dirigiam a idolatria do povo e império romano. A batalha se prolongou três séculos inteiros e venceu por fim a fé dos apóstolos no poder que Jesus Cristo lhes havia dado sobre o inferno.

10. Triunfante a Igreja em Constantino imperador, comunicou todo seu poder aos sacerdotes e ordenou os exorcistas; e estes foram nosso dedo e nosso braço para mantê-los ligados e encadeados; e a não ser assim, se os demônios tivessem ficado livres e desencadeados, poucos progressos faria a Religião.

Correndo os séculos em seu curso, a fé sobre a existência dos demônios, sobre seu poder, malícia e influência nos destinos do mundo, sobre o poder comunicado aos exorcistas sobre eles, sobre a necessidade e importância do ministério destes, foi diminuindo porque nestas batalhas o jejum, a penitência e a oração há de acompanhar a fé. Entibiando-se o fervor da caridade, também se obscureceu aquela luz que descobre aos exorcistas e manifesta os demônios e suas obras de maldade; e ao passo que se obscureceu a fé sobre tudo o que é matéria e objeto do exorcistado, cessou o exercício deste ministério, e a proporção que este cessou, os demônios tomaram liberdade e força, poder e domínio sobre a terra" [3].

Em outra carta ele fala mais da importância do exorcistado na luta contra a Revolução:

"115. Al P. Pascual de Jesús María: Roma Vedrá (Ibiza), 1 agosto de 1866 (...)

3. Aqui vai, pois, a resposta que lhe escrevi um ano atrás, de que haveria em Roma uma mudança radical na política e na religião. Escreverei com liberdade do que me tem passado nesta solidão e V. R. julgará se é ou não de Deus, ou do diabo... apareça recebereis vós seus filhos seu espírito, e no espírito de Elias lançareis ao inferno os demônios que visíveis nos corpos humanos provocam, qual Golias à luta, o poder eclesiástico. A queda dos demônios ao inferno será o sinal de triunfo da Igreja. Agora vais tu a entrar na luta com eles, marcha e apresenta-se em Barcelona ao Bispo (Montserrat) e diz para ele «isto nos manda Deus»: «demones effugate, infirmos curate» [Mt 10,8]. 

4. Quem és tu? –Eu sou –respondeu– o anjo que custodia em Roma o trono do Sumo Pontificado, e os muros da cidade; de mim fala o capítulo XX do Apocalipse; vós, no cumprimento de minha missão, sois meu dedo e o dedo de Deus visível, e sem vosso ministério eu não aprisionarei a Satã. Dirás ao bispo de Barcelona e ao Pontífice Pio IX: a hora da batalha já soou, isto manda Deus, expulsai os demônios e curai os estragos e enfermidades causadas por eles; e se não te creem, te retirarás, obedece a seus mandatos, se não ouvem minha voz, eu me retirarei de Roma e entregarei a cidade em poder dos demônios péssimos que a rodeiam.

- Cumpre esta missão e marcha à tua gruta de Barcelona. Eu conduzirei ali todos os príncipes infernais do país que, visíveis nos corpos humanos desafiam visivelmente à luta o poder da Igreja. Lança tu os demônios ao inferno e “infirmos curate”.

5. - Eu? Não, este ministério está reservado ao bispo.
- És tu exorcista?
- Sou.
- Pois se és, tu darás conta do sangue e das vítimas que gemem e perecem entre as garras do dragão infernal; cumpre teu dever, que consiste em denunciar à autoridade eclesiástica os demônios que visíveis nos corpos humanos provocam à luta os exorcistas...
- Não há fé neste lugar e demônios e o mundo, todo em peso e em massa, se levantará contra.
– Eu estarei contigo, eu varri os céus dos anjos maus e saberei defender-te contra os homens. Antes de retirar-me de Roma e abandoná-la ao furor dos demônios, eu quero tentar e provar sua fé, quero revelar e descobrir a incredulidade, quero que saiba o mundo até onde chegam as trevas... Acaso não foi dado à Igreja, representada nos exorcistas, plenitude de poder sobre todos seus inimigos? :”ecce ego dedi vobis potestatem super omnem virtutem inimici” (Lc 10, 19. Que uso se faz desta autoridade? Já o verás logo...” [2].

Próximo deste capítulo:
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[1] “La Iglesia coronada de espinas”, El Ermitaño, Nº 156, 2-11-1871
[2] Carta ao Pe. Pascual de Jesus Maria, Procurador Geral em Roma da Ordem do Carmo – “Francisco Palau – Escritos” – Cartas – págs. 1227/1231.
[3] op.cit. pp. 1223/1224.