Dr. Plinio prevê a permanência da mentalidade nazista no aborto e esterilização em 1943, ao comentar a mentalidade revolucionária


No áudio acima, o prof. Plinio comenta sua luta contra o fascismo e o nazismo no "Legionário" ainda na década de 30

Extraído de: "O Príncipe dos Cruzados (Vol. I, parte 2, 3a edição)".

Na seção "7 dias em revista" do antigo Jornal oficioso da Arquidiocese de São Paulo, "O Legionário", Plinio Corrêa de Oliveira, então diretor do mesmo, analisava as questões mais atuais da época em tópicos curtos. Esse hábito futuramente inspirou o que se chamou Reunião de Recortes, reunião que Dr. Plinio fazia aos membros da associação que presidia, a TFP, comentando recortes de jornais.

A seguir, um dos inúmeros trechos proféticos de análise social de Plinio Corrêa de Oliveira, que desde os anos 30 denunciou o nazismo, fascismo, e todas as mentalidades anti-católicas. Subtítulos nossos em negrito.

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Ao lembrar a história de Átila, bárbaro que invadiu Roma, um paralelo com a então invasão de Roma por Hitler

Átila está em Roma. Suas legiões bárbaras dominam mais uma vez a Cidade Eterna. Mas do século V para cá, Átila piorou muito. Ele era um bárbaro que conhecia apenas alguns rudimentos da ordem natural. Hoje é um apóstata. Sua ferocidade se fez maquiavélica, sagaz, técnica. No século V Átila matava muito. Ele continua homicida. Suas mãos estão tintas de sangue. Mas no Século V, Átila só matava corpos. Batizado, aprendeu que há almas. Hoje, Átila, apóstata, prefere matar almas! No século V, Átila era sobretudo um bruto. Hoje, é antes de tudo um demônio.

E este demônio, como todos os seus congêneres, é igualitário. "Não serve", precisamente como Lúcifer. Revolta-se. Detesta toda desigualdade, exceto a hierarquia de suas milícias diabólicas. Por toda parte onde vai, marchando em fileiras rijamente disciplinadas, ele destrói a verdadeira disciplina; revolta as almas contra Deus, revolta os instintos materiais contra o domínio racional da alma, revolta a força contra o saber, revolta a barbárie contra a tradição, contra a civilização, contra a hierarquia dos valores culturais, tradicionais, espirituais.

Tudo progrediu no mundo. Átila também. Hoje, Átila é assim...

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Ora, enquanto a cadência brutal dos passos das legiões de Átila ecoa sobre as lajes centenárias da Cidade Eterna, enquanto por toda parte Átila nivela, destrói, aniquila a tradição - que fez Átila contra a tradição, o passado, a hierarquia de valores na Alemanha! - ainda há em Roma um escombro de nobreza, que vive de uns últimos alentos de seiva cristã. Esse escombro é um escombro. Como lembra Leão XIII em uma das suas Encíclicas, a nobreza em toda a Europa não cumpriu até o fim seu dever e por isto sobreveio a Revolução Francesa. Mas, se não foi inteiramente fiel não foi inteiramente infiel a nobreza. Por isso, reduzida a escombro embora, tem uma grande respeitabilidade, tem uma vida resistente (...).


Retomando o então recente discurso de Pio XII à Nobreza Romana, comentando nesse mesmo número do Legionário, o prof. Plinio comenta a função das elites para chegar a seu ponto

Apagar a tradição seria, pois, deixar que o mundo "caminhasse às cegas, na escuridão." Foi nas mãos das elites, que Deus depositou esse tesouro de sabedoria e de luz.

A função das elites sociais consiste em preservar esse tesouro, em iluminar com ele corajosamente o presente, em trabalhar por que essa lâmpada nem se apague ao vendaval das idéias novas, nem brilhe inútil para os olhos de poucos, mas pelo contrário como o lume evangélico seja colocada no candelabro para iluminar a sala inteira.

Conservar as tradições não é conservá-las como mero objeto de museu. É conservá-las vivas, fortes, e, para isto é preciso vivê-las. Só as tradições vividas na plenitude e autenticidade do espírito que as formou são capazes de influenciar beneficamente o progresso, orientando-o, estimulando-o, aliando-se a este sem com isto se deformarem.

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"Átila é hoje Hitler", pois Átila é uma ideia, "que organizou na Alemanha os campos de concentração, as Ordensburg, as SS, todo o infame aparelhamento do partido nazista. Foi ele que tentou derrubar os altares de Cristo para conglomerar os povos em adoração ao sol no recesso das florestas"
 
O que precisamos é que o espírito dessas tradições, a alma dessas tradições viva. E para que viva, é preciso que se alimente da Vida. E a Vida é Nosso Senhor Jesus Cristo.

Átila é hoje Hitler. Hitler morrerá, seus dias estão contados como os de Baltazar. Mas Átila não morrerá, porque Hitler é Átila. Átila não é Hitler. Átila é a barbárie que desponta em muitos quadrantes do mundo moderno. Átila não é um homem, nem um povo, mas uma ideia, ou antes uma anti-idéia. Foi Átila que organizou na Alemanha os campos de concentração, as Ordensburg, as SS, todo o infame aparelhamento do partido nazista. Foi ele que tentou derrubar os altares de Cristo para conglomerar os povos em adoração ao sol no recesso das florestas.


"Átila [N.E: Hitler] continuará a viver nas escolas onde se fizer a apologia da força, nos laboratórios onde se aconselhar a esterilização e se matarem os nascituros"
 

Mas se Átila sofreu um rude golpe com a queda de Hitler, todavia não morrerá com Hitler nem com o nazismo. Átila continuará a viver nas escolas onde se fizer a apologia da força, nos laboratórios onde se aconselhar a esterilização e se matarem os nascituros, nas correntes em que se afirmar que o homem não é livre nem senhor de seus atos, mas escravo da bestialidade insofreável de seus instintos: isto é que é Átila.

Átila mostrou no nazismo toda a sua face bestial e abjeta. Morto o nazismo, Átila porém não morrerá. Átila é um estado de espírito. Átila é, como dissemos, uma anti-idéia, que não é huna, nem germânica nem latina, nem saxônica, nem negra, nem eslava, nem nipônica, mas que em qualquer raça pode de um momento para outro dominar.


Em seguida, trata Mussolini como Catilina (108–62 A.C.), militar e senador da Roma Antiga, célebre por ter tentado derrubar a República Romana, e em particular o poder oligárquico do senado

E o mesmo se diga de Catilina. No século XX, Catilina baralhou um pouco a História. Não tivemos nenhum Cícero. Catilina venceu por momentos, e se fez de César. No fundo, foi sempre Catilina. Catilina é sempre o melhor aliado de Átila. A brutalidade vence pela cumplicidade dos despeitados a quem se promete um lugar ao sol, dos vaidosos para quem ser um grande homem não é senão fazer o papel de grande homem... que se orgulham quando, muito alto carregados nas penas .... Houve Catilinas na Alemanha. Um deles se chamou Von Papen. Houve Catilinas na Holanda, na Bélgica, na Áustria, na Noruega, em mil outros países: todos eles se chamaram Quisling. Poderiam por exemplo chamar-se Mosley ou Tojo. No fundo, são sempre Catilina.

Catilina não se reabilitou no mistério da morte de Ciano [N.E: cunhado de Mussolini, o qual teria encomendado seu assassinato], nem morreu com ele, nem morrerá com o fascismo. Catilina também é universal. Ele continuará a viver em todos os que pregarem para com o totalitarismo conivência, cordura, cumplicidade para que os que procurarem intoxicar o mundo com os sonhos do totalitarismo.

Entretanto, nem Átila nem Catilina vencerão as elites que, para o bem do povo, souberem conservar-se genuinamente cristãs, isto é, católicas, apostólicas, romanas" [1].


Clique aqui para ver mais sobre Plinio Corrêa de Oliveira e suas profecias

...prevê a fusão do comunismo com o nazismo no pacto Ribbentrop-Molotov pouco tempo antes

...mostra-se profético ao defender o armamento do Brasil contra o perigo nazista ainda em 1937

..tem seu profetismo reconhecido por Ministro do Supremo Tribunal Federal na questão indigenista

...prevê a intentona comunista de 1935 em RN, Natal, e é chamado de profeta por outro jornalista de outro jornal


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[1] Legionário, 23 de janeiro de 1944, No. 598, 7 Dias em Revista. Link: https://www.pliniocorreadeoliveira.info/LEG7_440123_castigo_divino_Atila_hoje.htm