A Escritura, Papas, Santos e teólogos falaram sobre beleza e adequação nas vestes?

S. Luis IX, rogai por nós!

Artigo ordenado e ampliado com outros artigos deste site sobre o mesmo tema.

Extraído de: "O Príncipe dos Cruzados" (volume II, 2a edição).

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Sagrada Escritura

 
Impossível conceber Nosso Senhor Jesus Cristo vestido casualmente como índio, ou com farrapos sujos. De fato, quando Nosso Senhor foi crucificado, os soldados tomaram Suas vestes e tiraram a sorte para ver com quem ficaria. “A túnica, porém, toda tecida de alto a baixo, não tinha costura”, S. João XIX. Quem quereria uma túnica feia ou de pouco valor? Nosso Senhor era de extrema elegância. [1]

No vestir digno dos padres a Sagrada Escritura em Êxodo XV e XVIII dá estritas ordens para a confecção de vestimentas em “sinal de dignidade” e ornato, usando os paramentos mais belos. Se era para ser assim naquela prefigura do Santo Sacrifício da Missa, imagine-se depois, quando se sacrifica, de modo incruento, o próprio Cordeiro de Deus no altar.

E nas vestimentas dos leigos se vê a pompa de Ester VI e XV. Ester, a bem vista aos olhos do Senhor. Sem contar o próprio Moisés, que era o maior dos profetas e por isso era revestido com roupas de extrema beleza, “nunca antes dele houve coisa tão magnífica” (Eclo XLV).


Pio XII

"E aqui chegamos ao terceiro propósito do vestir, do qual a moda tira sua origem mais diretamente, e que responde a uma necessidade inata, sentida mais pela mulher, de melhorar a beleza e a dignidade da pessoa (...).

Nestes casos em que o objetivo é melhorar a beleza moral da pessoa, o estilo de roupa seria quase como um disfarce para a beleza física na sombra austera do ocultamento, distraindo a atenção dos sentidos, e concentrando a reflexão no espírito." [2] 


Trajes tradicionais folclóricos da Polônia
São Tomás de Aquino citando Santo Agostinho

Comentando o mau uso das coisas exteriores: “Primeiramente, considerando-se o costume das pessoas com quem se vive. Por isso, diz Agostinho: ‘Os excessos contrários aos costumes humanos devem ser evitados, respeitando suas diversidades. Uma convenção estabelecida numa cidade ou num povo por costume ou por lei não deve ser violada pelo capricho de um cidadão ou de um forasteiro, pois toda parte em desarmonia com o seu todo é uma aberração’.

A segunda é a dos que se vangloriam dessa mesma falta de cuidado com a aparência. Por isso, Agostinho diz que ‘pode haver vaidade não só no brilho e no luxo dos ornatos do corpo, mas até numa apresentação negligente e degradante e tanto mais perigosa quanto procura nos enganar, a pretexto de serviço de Deus’. E o Filósofo diz que ‘tanto o excesso quanto a deficiência dizem respeito à jactância’

(...) deve-se dizer que as pessoas revestidas de dignidade como também os ministros do altar usam hábitos mais preciosos que os demais não para a glória pessoal, mas para acentuar a excelência de seu cargo ou do culto divino. Nada, portanto, de errado nesse caso. E Agostinho diz: “Todo aquele que, no uso das coisas exteriores, sai fora dos limites habituais das pessoas de sua convivência, ou tem algo a representar, ou quer satisfazer sua própria vaidade,” pois usa disso para a sensualidade ou para ostentação.” [3]

São Francisco de Sales com citação de São Luís Rei da França

"São Paulo quer que as mulheres cristãs (o que há de entender-se também dos homens) se vistam segundo as regras da decência, deixando de todo excesso e imodéstia em seus ornatos. Ora, a decência dos vestidos e ornatos depende da matéria, da forma e do asseio.

O asseio deve ser geral e contínuo, de sorte que evitemos toda mancha ou coisa semelhante que possa ofender os olhos; esta limpeza exterior considera-se como um indício da pureza da alma, a ponto de o mesmo Deus exigir dos seus ministros dos altares uma pureza e honestidade perfeita quanto ao corpo.

No tocante à matéria e à forma dos vestidos, a decência só se pode determinar com relação às circunstâncias do tempo, da época, dos estados ou vocações, da sociedade em que se vive e das ocasiões. É uso geral vestir-se melhor nos dias de festas, à proporção de sua solenidade, ao passo que no tempo da penitência, como na Quaresma, escusa-se muita coisa. Os dias de casamento e os de luto têm igualmente grande diferença e regras peculiares. Achando-se na corte de príncipe, o vestuário terá mais dignidade e esplendor do que quando se está em casa. Uma mulher pode e deve se enfeitar melhor quando está com seu marido, sabendo que ele a deseja; mas, se o fizesse em sua ausência, haveria de perguntar-me a quem quererá agradar com isso. As moças se concedem mais adornos, porque podem desejar agradar a muitos, contanto que suas intenções sejam de ganhar um só coração para o casamento legítimo. O mesmo se há de dizer das viúvas que estão pensando em novas núpcias, contanto que não queiram imitar em tudo as jovens, porque, depois de ter passado pelo estado matrimonial e pelos desgostos da viuvez, pensa-se que devem ser mais sóbrias e moderadas. Para aquelas que são verdadeiras viúvas, como diz apóstolo, isto é, aquelas que possuem no coração as virtudes da viuvez, nenhum adorno convém além de um ou outro, conforme à humildade, modéstia ou devoção; se querem, pois, dar amor aos homens, não são verdadeiras viúvas e, se não o querem dar, por que atrair a si os olhares? Quem não quer receber hóspedes tem de tirar de sua casa a tabuleta. Ri-se sempre dos velhos que se querem fazer de bonitos: é esta uma fraqueza que mesmo o mundo só perdoa na mocidade.

Conserva um asseio esmerado, Filoteia, e nada permitas em ti rasgado ou desarranjado. É um desprezo das pessoas com quem se convive andar no meio delas com roupas que as podem desgostar; mas guarda-te cuidadosamente das vaidades e afetações, das curiosidades e das modas levianas. Observa as regras da simplicidade e da modéstia, que são indubitavelmente o mais precioso ornato da beleza e a melhor escusa da fealdade. São Pedro adverte principalmente as moças que não usem penteados extravagantes. Os homens de tão pouco caráter, que se divertem com essas coisas de sensualidade e vaidade, são tidos por toda parte na contra de espíritos efeminados. Diz-se que não se tem má intenção nessas coisas, mas eu replico, como fiz outras vezes, que o demônio sempre tem. Para mim eu desejava que uma pessoa  devota fosse sempre a mais bem-vestida de uma reunião, mas a menos pomposa e afetada, e que fosse ornada , como se lê nos Provérbios de graça, de decência e dignidade. São Luís resume tudo isso numa palavra, dizendo que cada um deve vestir-se segundo o seu estado; de modo que as pessoas prudentes e a gente de bem não possam achar exagero e os jovens nenhuma falta de ornato e decência; e no caso em que os jovens não se deem por contentes, é preciso seguir o conselho das pessoas prudentes." [4]

São João de la Salle

"Também é preciso que uma roupa seja própria à idade da pessoa para a qual foi feita, porque não assenta bem que uma criança vista como um jovem, nem que a roupa de um jovem não seja mais florida do que a de um ancião" [5].

S. Teresinha de Lisieux criticando o cosmopolitismo da roupa parisiense, com comentário de Plinio Corrêa de Oliveira 

“Não me admiro que a Santíssima Virgem tenha escolhido esse lugar para transportar a Sua casa bendita (...) As mulheres conservam o seu gracioso traje italiano e não adotaram, como em outras cidades, a moda de Paris".

Comenta Plinio Corrêa de Oliveira: "quanto havia de contra-revolucionário na alma de Santa Teresinha e quanto seu espírito era afeito à observação das circunstâncias da vida temporal e sensível ao princípio – tão caro a nós! – da correlação entre vida temporal e vida espiritual, de um lado. E, de outro, de como uma sadia organização social favorece a prática da virtude e a santificação. Tudo isso está contido nesse trecho tão simples, tão sintético, tão cheio de suco, tão denso!

A gente não pode deixar de sorrir ao considerar que ela mesma estava vestida conforme o que chamava “a moda de Paris”. Pois Santa Teresinha não usava os trajes de sua região porque só os camponeses continuaram fiéis aos trajes regionais e ela não era uma camponesa. Portanto se trajava segundo a moda parisiense que ainda era – naquele tempo – decente, que correspondia ao pudor, na qual não havia imoralidade. Mas em que ela discernia o mal muito grave do cosmopolitismo (...).


Podemos, então, fazer uma outra consideração: a resignação com que Santa Teresinha portava seu próprio traje. É essa a resignação com que devemos carregar esse paletó, essa gravata – reputados hoje tão reacionários... – e que não satisfazem a fome e sede de Contra-Revolução que há em nossas almas; nós sentimos que eles são uma libré da Revolução e gostaríamos de nos ver livres disso. Nossas almas sonham com outros trajes, sonham com outras coisas, não é verdade? Está bem, mas devemos ter – debaixo de uma libré que nos é imposta – a firmeza de sermos fiéis aos princípios opostos a essa libré! E aqui está a nossa posição!" [6].

Plinio Corrêa de Oliveira (1908-1995) dando princípios gerais sobre vestimentas aplicadas para o seu tempo

Pergunta: até que ponto tudo isso [estar apresentável, etc] pode ou não me convidar para ser um almofadinha vaidoso? Quais os motivos de ordem superior que me obrigam a agir dessa maneira? Porque há momentos nos quais se pode sentir vontade de romper com tudo isso e andar à vontade? Isso tem algo a ver com o marcusianismo?


"Então o primeiro ponto da pergunta é: se isso não pode me convidar a ser uma almofadinha vaidoso.

A resposta que se deve dar a isso é a seguinte: Vamos dizer que possa, e então uma pessoa faça então o seguinte raciocínio: “Se tal modo de vestir conduz à vaidade, propicia o pecado. Porque a vaidade é um pecado. Ora, como o homem deve evitar todo o pecado, deve evitar tudo quanto conduz à vaidade. Portanto, não deve vestir-se direito.” Esse seria o raciocínio. Está claro o raciocínio, ou alguém quereria que eu explicasse melhor?

Bem, eu respondo. Vamos ver do que vale esse raciocínio.

Um homem estudar pode conduzir à vaidade. Então vou aplicar o raciocínio: como eu devo evitar tudo quanto pode conduzir à vaidade, eu não devo estudar. O bom é o homem ficar burro.

O homem lavar-se pode conduzir à vaidade, pelo menos em relação ao sujo. Porque… “sujo, esse porco que está aqui”. Ora, eu devo evitar tudo que conduz à vaidade, logo eu devo viver como um porco. Consequência, o estado ideal contra a vaidade é a barbárie. Então o homem deve ir para a barbárie para fugir da vaidade. Quer dizer, a conclusão é tão absurda que a gente compreende que o raciocínio não vale nada. Porque aquilo que logicamente conduz ao absurdo, aquilo é falso. Alguém queria me perguntar alguma coisa a esse respeito ou consegui ser claro?

A verdadeira resposta é: de tudo quanto o homem possa fazer uso, pode haver um abuso. Da inteligência pode haver um abuso, da boa apresentação física pode haver um abuso, da cortesia pode haver um abuso, da virtude pode haver um abuso. O indivíduo pode ter virtude e pode envaidecer-se por ter virtude. Agora, se ele vai deixar tudo aquilo que para ele pode ser uma ocasião de vaidade, ele se transforma num facínora, num porco. O que ele precisa fazer? Ele precisa dominar a sua vaidade. Ele precisa então apresentar-se decente, mas não se apresentar enfeitado, emperiquitado que não convém a um homem. Decente, bem apresentável, sim. Mas todo enfeitado... (...)

Mas usar paletó, gravata, apresentar-se limpo e bem, isso é um prova de respeito que a gente dá a Deus. Porque como eu sou feito à imagem e semelhança de Deus e pelas orações de Nossa Senhora, eu, no batismo, me tornei um templo do Espírito Santo. Eu preciso me apresentar decentemente. Isso seria a resposta que eu teria a apresentar.

Segundo: “Quais são os motivos de ordem superior que me obrigam a agir dessa maneira?”

O motivo profundo é precisamente este: é que convém que as aparências das coisas correspondam à sua realidade; que as coisas sejam o que elas parecem ser quando elas têm uma aparência boa. Mas que também, quando a coisa é boa, ela externe sua aparência. Isso é o que se deve desejar. Os senhores, não sei se sabem que havia uma disputa durante algum tempo entre duas escolas teológicas: uma que acha que Nosso Senhor Jesus Cristo tinha sido um homem desgrenhado, feio e muito desagradável de se olhar; e outra que afirmava que Nosso Senhor Jesus Cristo tinha sido o que nós sabemos.

No sentir de todos os católicos e de todos os santos, a segunda escola dominou a primeira completamente. Nós não podemos imaginar Nosso Senhor Jesus Cristo a não ser com um físico que era a transparência da divina beleza incomparavelmente maior, porque era cheia de graça, de charme de dignidade, de expressão de fisionomia; é a maior de todas as belezas. E eu sustento que na Criação toda nunca houve uma coisa tão bela quanto a face divina e humana de Nosso Senhor Jesus Cristo. É evidente.


Mas é [assim] porquê? Porque havia nEle tanta santidade, havia tanta virtude na humanidade d’Ele — pela comunicação com a natureza divina pela união hipostática — que convinha que tudo isso se apresentasse de um modo distinto, digno, majestoso, bondoso, afável e soberano nas suas manifestações materiais. Então, o corpo de Nosso Senhor Jesus Cristo, um modelo de beleza. A Santa Face de Turim, o Sudário de Turim que é indiscutivelmente o Sudário de Nosso Senhor Jesus Cristo apresenta a prova disso.

Se isso é com o corpo, deve ser com o traje. Porque o traje é um complemento do corpo. Para nós que somos concebidos no pecado original, nós entendemos que a nudez não convém ao homem debaixo de nenhum ponto de vista, porque ele deve trajar-se. O traje dele deve ser uma expressão de seu corpo, um complemento de seu corpo. Então, resultado, o traje deve ser digno, o traje deve ser sério, o traje deve ser distinto.

Isso não quer dizer que todo o mundo deva andar o mais bem vestido possível. Há algumas pessoas a quem é próprio estar muito bem vestido. Outras pessoas devem estar vestidas com dignidade, mas nem lhes fica bem estar muito bem vestidas. Ninguém deve estar vestido numa categoria social superior à sua, nem inferior à sua. Deve andar de acordo com sua categoria social. Não procurar pelo traje simular o que não é. Seja o que é, seja autêntico. Não há razão para a gente ter vergonha de nenhuma classe social. As classes não são iguais, mas qualquer homem pode ser um filho de Deus e um santo em qualquer classe. Então esteja contente na classe onde a Providência o fez nascer e se vista de acordo com isso (...).

A última pergunta: “Porque há momentos nos quais pode sentir-se vontade de romper com tudo isso e andar à vontade?”

Eu acho que é muito fácil. Eu acho que para ser bem franco: não [há] um aqui nessa sala que, de vez em quando, assistindo uma conferência, não sinta vontade de tirar o sapato. Porque o sapato aperta. Não há um que não tenha vontade, de vez em quando, de tirar o paletó; não há quem não tenha vontade de alargar a gravata; não há um que não tenha vontade de mandar embora o vizinho e pôr a perna na cadeira do vizinho — porque a natureza humana pede essas coisas —, é evidente. Não há um que não tenha vontade de bocejar enormemente; não há um que não tenha vontade de dizer para o orador: “Olhe, pare um pouco que eu estou cansado. E vocês todos fiquem parados. Eu vou dar uma voltinha e daqui a pouco vou voltar”.

Por quê? Porque a natureza humana, nos seus aspectos espontâneos, trincada pelo pecado original pede tudo quanto é incorreto. E portanto, há uma revolta da natureza humana contra o traje, como há contra as boas maneiras, como há contra uma porção de outras coisas.

Por exemplo, vai chegando uma visita em casa numa hora cacete. A vontade que a gente tem é dizer o seguinte: “Olhe aqui, você é cacete e a hora em que você chegou é cacetíssima. Vá embora. E até para me evitar de vê-lo, não apareça nunca mais.” Mas a gente sabe que não pode fazer isso. É contra a caridade, às vezes será contra a justiça, em todo caso é contra a boa educação.

Agora, a pergunta: “Porque é que de vez em quando a gente tem vontade de fazer isso?” É simples: o pecado original que põe dentro de cada um de nós um bárbaro. Então, porque é que nós temos vontade de nos vestir mal? A resposta é: “Vá perguntar para nossos antepassados índios no interior. Eles sabem. Aqui está acabado”.

Bom, última pergunta: "Isso tem algo que ver com o marcusianismo?" Eu digo, tem tudo que ver. Porque o marcusianismo é fazer o gostoso. É exatamente a completa barbárie, a completa falta de maneiras. Isso é o marcusianismo."
[7].

"Acontece que como tudo quanto é belo conduz a Deus – desde que não seja o belo imoral, que é um abuso do belo a serviço da imoralidade, mas disso nem falemos; é claro que afasta de Deus, não por ser belo, mas por ser imoral – tudo quanto é belo conduz a Deus, é natural que a Revolução queira diminuir o belo, queira eliminar o belo do mundo. E que ela proceda aos poucos, por meio de um processo como eu descrevi na RCR [Revolução e Contra-Revolução, 1959]. Quer dizer, Protestantismo, Humanismo, Renascença – primeira Revolução. Segunda Revolução: a Revolução Francesa. Terceira Revolução: a Revolução comunista; e a quarta Revoluçãoa Revolução hippie, é a Revolução estruturalista. Em cada uma dessas Revoluções, a beleza da arte vai diminuindo, vai se perdendo, até chegar a um completo arrasamento.
Trajes tradicionais da Aóstia, na Itália
Considerem a Igreja Católica. Ela é toda ornada – a tradicional, eu não digo essas igrejas monstruosas construídas sobre o influxo do Concílio – mas as igrejas tradicionais são todas ornadas, todas pintadas, têm mármores. Se são de populações ricas, têm até pedras preciosas, têm esculturas, têm pinturas, têm bonitos móveis, tudo lindo! Não há o que baste para a glória de Deus.

As igrejas protestantes são frias, secas, tristonhas, melancólicas e sem beleza. É que da primeira para a segunda Revolução, sob o pretexto – na primeira Revolução quero dizer – de combater o luxo, de combater o esbanjamento do dinheiro, de combater a complicação da vida a favor de uma vida barata e simples, igualitária, os protestantes suprimiram o luxo da igreja. E o resultado: eles tiraram do culto, tiraram do rito, tiraram da religiosidade a beleza que tinha nos antigos tempos
 (...).

Peguem pinturas de antes de 1789, antes da revolução francesa, representando empregadas domésticas, estão tão bem vestidas, e com tanta distinção que a gente tem vontade de perguntar: quem é essa marquesa? Era a empregada ... Hoje as marquesas se vestem como as empregadas não se vestiam no tempo da Revolução Francesa"
 [8]. 

"Usamos [associação civil de inspiração católica que ele presidia, a TFP] esse traje porque é o modo de, pelo exemplo, darmos a entender que nós não aceitamos os trajes novos com o que eles têm de horroroso; que nós reagimos, protestamos contra eles, usando esse traje antigo. Depois, é claro, esse traje tem mais beleza do que o novo, e é, portanto, um modo de tornar mais evidente a glória de Deus.

Dirão: "Dr. Plinio, se fosse assim o senhor em moço deveria ter usado a casaca de D. Pedro II. Ora o senhor não usou. O senhor usou os trajes que se usava no seu tempo de moço. Por que é que nós havemos de usar esse traje e não havemos de usar um traje novo?"

O paletó e o traje como se usa atualmente não está completamente fora de uso. Ele é ainda usado por muita gente, sobretudo para o trabalho. Enquanto ele estiver em uso convém usar esse traje. Mas quando ele estiver completamente fora de uso não se deve usar, pela mesma razão pela qual eu não me vestia como no tempo de D. Pedro II. Quer dizer, há uma certa distância entre nosso ambiente e nós, uma certa decalagem entre nosso ambiente e nós.

Devemos levar a nossa reação até um ponto em que não seja uma ruptura insuportável e completa. Se der numa ruptura insuportável e completa, desde que não seja pecado, nós transigimos um tanto. Transigimos o menos possível, mas transigimos. Haverá, portanto, um dia em que a TFP terá que cessar o uso do paletó e da gravata para não ficar os únicos homens existentes na terra, porque então a distância entre ela e o ambiente terá crescido tanto que ela quase não se torna capaz de atuar dentro do ambiente.

Como as modas do meu tempo não eram modas imorais, e que eu usava, e nem eram modas extravagantes e malucas como as de hoje, uma reação não era necessariamente tão vigorosa quanto a que as circunstância atual. Assim mesmo eu me vestia sempre, eu era sempre o moço mais conservador da roda em que eu estava" [9].


"Quer isto dizer que achamos que os homens se deveriam vestir hoje copiando os trajes do século XVI? A esta pergunta infantil respondemos: não. Mas queremos que saibam respeitar na escolha de seus trajes o princípio de que estes devem refletir a justa diversidade das condições e categorias existentes em toda sociedade bem ordenada, em lugar de tender a um igualitarismo e a uma monotonia antinaturais"
 [10].


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[1] Santo Tomás em seu comentário nessa parte lembra o comentário de S. João Crisóstomo de que a túnica era simples para a época, e ao mesmo tempo ressalta que outros disseram que a túnica era cara, que é a nossa posição.
[2] S.S. Pio XII, 8 de novembro de 1957, The Pope Speaks  Vol. IV, No. 3, págs. 273-285. 
[3] Suma Teológica, Segunda Parte da Segunda Parte, Questão 169, Artigo 1, Ed.Loyola
[4] São Francisco Sales, Filotéia, parte III, cap. 25.
[5]
Regras da cortesia e civilidade cristã, Segunda parte, Cap. III - Do vestuário
[6] Santo do Dia, 10 de dezembro de 1970. Leitura e comentário de: “Manuscritos autobiográficos de Santa Teresinha do Menino Jesus”. Peregrinação à Itália com a família quando a santa tinha cerca de 15 anos (novembro de 1887). Extraído de: https://www.pliniocorreadeoliveira.info/DIS_SD_701210_LoretoStaTeresinha.htm
[7] 
Reunião Santo do Dia, 29 de Dezembro de 1969, 2ª feira
[8] Reunião do Santo do Dia9 de Agosto de 1975Sábado, A-IPCO
[9] Reunião do Santo do Dia9 de Agosto de 1975Sábado, A-IPCO
[10] "Revista Catolicismo" Nº 133 - Janeiro de 1962