A Teologia da História prova que virá uma Grande Graça para a humanidade no começo e no fim do Castigo, por Plinio Corrêa de Oliveira

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Extraído de: "O Príncipe dos Cruzados (Vol. I, parte I, 3a edição, Cap. II)".

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A Teologia da história prova a vinda de um Monarca restaurador da ordem política?

Chamamos a grande graça, já mencionada antes neste capítulo, de Grand-Retour, conforme Dr. Plinio fazia uso da expressão desde a década de 60: "numa aplicação da parábola do filho pródigo, seria a volta do mundo ao ponto de partida. Da apostasia da Revolução, que começou na Idade Média, a Contra Revolução levaria o mundo a voltar àquela posição anterior. E, a partir daquilo, caminhar para frente (...).

Então, tomar naquele ponto e voltar a esse amor, voltar a uma posição de ortodoxia completa, de vida puríssima, ilibada, a uma posição de Contra-Revolução total esse é o Grand Rétour!" [1]  

1. Para entrarmos no Reino de Maria será preciso uma grande graça

Por causa da própria natureza do Reino de Maria, que requer uma grande conversão do mundo, pois "a humanidade, durante a Bagarre, vai ser em grande parte dizimada. Mas ainda que reste apenas uns cinqüenta avos da humanidade, vai ser preciso converter um número prodigioso de filhos das Trevas para que a humanidade possa continuar. E por isso se deve esperar uma conversão miraculosa, provavelmente decorrente de uma aparição de Nossa Senhora, uma conversão miraculosa que transmude o mundo inteiro". Explicando assim a necessidade do Grand-Retour, Dr. Plinio Corrêa cogita o pedido de um milagre de Nossa Senhora do Miracolo no dia dessa reunião, dia dEla, 20 de Janeiro, e que devemos pedir a graça de uma transformação total do Grupo [a TFP], "pedir a Nossa Senhora que faça, dessa efusão de Suas graças no Grupo, um prenúncio de um outro grande milagre, e que é o Grand-Retour de todos aqueles que resistirem na Bagarre (...)" [2].

Prova-se relacionando a vindoura derrota da Revolução, mostrada anteriormente, com a Economia da Salvação na História: "Nosso Senhor, para salvar a Idade Média decadente, para cortar o passo à Revolução que começava a se esboçar neste tempo e que era preciso trancar seu desenvolvimento, Nosso Senhor suscitou dois grandes santos simultâneos: São Francisco de Assis e São Domingos de Gusmão, fundador da ordem dos dominicanos. 

[Percebe-se] a extraordinária graça que ele deu [a S. Francisco]. Ele deu com essa graça, uma série de outras devoções que ficaram para sempre na Igreja, como por exemplo, a Via Sacra. E ele deu a São Domingos uma graça que é também incomparável, que é a graça da devoção ao Santíssimo Rosário. Ele deu a São Domingos também um carisma, transmitido a seus filhos e que brilhou em São Tomás de Aquino como uma luz solar e que foi a ortodoxia, especialmente nos campos da filosofia e da teologia, o que fez dos dominicanos, os martelos dos hereges naquele tempo. 

É bonito ver assim, como à medida que a humanidade peca, Nosso Senhor vai multiplicando as efusões da sua misericórdia, as efusões de sua graça, quanto maior o pecado, maior a graça. Nós vemos assim na Idade Média, dar-se por esta forma uma interferência da Providência, para sustar o curso da Revolução. Mais tarde, o pecado se tornou tão enorme, que o curso da Revolução não foi sustado, a Igreja continuou a progredir em grandezas e beleza até a época, lamentável [que conhecemos], em que entretanto, eu estou certo, quando se fizer a história do século XX, se conhecerão muitas coisas ocultas de almas que nem nós conhecemos, e que vão desagravar a glória da Igreja, pelas coisas horríveis que em nosso dias estão se passando.

Mas, [se vê] que beleza é a Providência manifestar ou trazer ao mundo, esses socorros especiais para fazer face à Revolução. E [compreende-se] ai também a imensidade do pecado da Revolução. Que por assim dizer caminhou por cima desses dons sagrados, calcou-os aos pés e se apossou do mal de todos os modos. [Vemos] também por aí, que a graça que tem que soerguer o mundo do pecado de Revolução, tem que ser ainda uma graça maior do que essa, e qual poderá ser uma graça maior do que esta.

A pergunta fica numa interrogação. Mas a interrogação é uma alusão ao segredo de Maria. Que Nossa Senhora faça pairar o segredo de Maria sobre todos nós. É o que devemos pedir hoje" [3].

Prova-se pelas profecias particulares, que falam de uma grande graça de Nossa Senhora.

Nesse sentido comenta Dr. Plinio a Beata Catarina Emmerich, que "numa de suas visões, vê o fim da Bagarre representado por esse fato: Nossa Senhora entra no Vaticano – quem entra, não está dentro. Bem, Nossa Senhora entra no Vaticano e sobe à cúpula da torre de São Pedro, coloca-se lá no alto e, com uma misericórdia enorme, cobre o mundo inteiro com seu manto. Operam-se conversões enormes, os maus fogem espavoridos e são aniquilados e o Reino de Maria começa. Quem sabe se é Nossa Senhora do Miracolo? Nossa Senhora do Grande Milagre, do milagre enorme, que vai produzir isso. É uma esperança que nos é legítima acalentar" [4].

Ademais,
diz S. Luis Maria Grignion de Montfort: "Antes de empreender qualquer coisa, é necessário renunciar a si próprio e a sua maneira de ver. É necessário aniquilar-se diante de Deus, como incapaz por si de qualquer bem sobrenatural e de qualquer ação útil para a salvação. É necessário recorrer a Santíssima Virgem e unir-se a Ela e a suas intenções, embora desconhecidas. É necessário unir-se por Maria às intenções de Jesus Cristo, ou seja, colocar-se como um instrumento nas mãos da Santíssima Virgem a fim de que seja Ela quem age em nós, de nós e para nós, como bem lhe parecer, para maior glória dEla e de seu Filho e por seu Filho Jesus, para a maior glória do Pai.

De modo que não se pratique na vida interior operação espiritual, senão pela dependência dEla. É pela santa escravidão praticada pelos seus grandes santos que Maria trará o Reino definitivo de Jesus" [5].

Dr. Plinio mostra, baseando-se nisso, a necessidade de um Grand-Retour vindo de Maria Santíssima, antes da instauração do Reino dEla: "Notem a coisa curiosa que ele não diz o seguinte: "Derrotar os adversários do Reino de Maria, trará o Reino de Maria". Ele diz outra coisa. Quando houver almas assim virá o Reino de Maria. Quer dizer qualquer que seja a importância desses adversários, qualquer que seja a força deles, qualquer que seja o aparelhamento de que eles disponham, pouco importa, Nossa Senhora vencerá, desde que Ela encontre no mundo almas assim. A grande condição para que nós tenhamos o Reino de Maria, é ter almas assim.

Agora acontece que o ter almas assim, depende em última análise do quê? De nós dizermos sim a Nossa Senhora; de nós aceitarmos essa operação da graça que Ela quer fazer em nós. E de por esta forma nós nos transformarmos nestas almas que são capazes de fazer vir o Reino de Maria no mundo. [Compreende-se], então, como é lógica a nossa concepção de que o Grand-Retour deve trazer o Reino de Maria neste mundo.

Alguém dirá: Mas e os adversários da Igreja? Então, não é necessários combatê-los?

A resposta também é muito simples. Os adversários da Igreja devem ser combatidos; sem este combate não haverá Reino de Maria. Mas, desde que haja verdadeiros escravos de Nossa Senhora, os adversários se pulverizam, não há perigo, eles desaparecem, eles não têm força. Nossa Senhora intervirá e dará a vitória aos filhos dEla. A questão é serem verdadeiramente filhos e verdadeiramente escravos dEla" [6].

2. Para a Bagarre é preciso também uma graça geral, e uma especial aos apóstolos dos últimos tempos, a TFP, que terão papel significativo nela

Prova-se pela
missão de restauração que os apóstolos terão. Respondendo pergunta sobre a vinda do Grand Retour, Dr. Plinio: "O natural é que para o Grand Retour venha antes da Bagarre. Mas nós estamos diante de uma realidade: (...) nós somos gente que sempre chega um tanto atrasada, e a quem a Providência sempre perdoa um tanto do atraso e castiga por outro tanto do atraso. 

Eu não duvido muito que muitos cheguem à Bagarre tão imaturos que o Grand Retour venha para eles durante a Bagarre. Mas eu acho também que muitos que não estiverem prontos para a Bagarre e não tiverem aproveitado o Grand Retour durante a Bagarre podem ficar no caminho antes da Bagarre, na hora dela eclodir, ou durante ela. De maneira que é preciso tomar cuidado. 

Isso é muito parecido com a parábola do esposo com as virgens prudentes e as virgens loucas. Tenhamos o cuidado de ter azeite em nossas lâmpadas, porque de repente chega o esposo e nós não sabemos o que acontecerá. Quer dizer, mais vale a pena fazer tudo, reconhecendo que todos teremos a graça provavelmente do Grand Retour antes da Bagarre e que devemos aproveitá-la avidamente quando ela aparecer. O resto é aventura" [7].

Prova-se pela vinda do Papa Santo. O seu ministério em si já será uma graça para todos aqueles que acompanham o Papa com sinceridade, dará força aos tradicionalistas, atrairá as ovelhas que não são desse rebanho que, segundo disse Nosso Senhor, virão quando ouvirem a voz Dele, etc. Outro motivo é a analogia que há entre uma graça na alma (hierarquicamente superior no homem) que se manifesta na mudança de atitude, e uma graça na cabeça (Papado) da Igreja militante, que irradia para a hierarquia inferior. A máxima filosófica "os corpos superiores movem os inferiores" se aplica aqui em certo grau. Também Eclo X, 2 diz: "Qual é o juiz do povo, tais sãos os seus ministros, e qual é o governador da cidade, tais são os seus habitantes".

Prova-se pela necessidade de uma grande graça aos principais instrumentos da restauração da Igreja nos tempos da Bagarre. Somente esses, os apóstolos dos últimos tempos, possuíam a "vocação e carisma", segundo Dr. Plinio em 1968, que responde a pergunta em uma reunião: "O senhor acha que seria uma etapa da "Bagarre" ou dos acontecimentos históricos para, dentro dos quais, nós conseguíssemos influenciar a grande massa, massa ponderável da Opinião Pública?

"Acredito que sim porque, que eu vejo no mapa da Terra, só nós do lado bom é que vemos isto com esta clareza. De um lado. De outro lado, só nós é que temos vocação e carisma, que eu veja, para levantar isto.

Eu acredito que isto é uma espécie de aurora de Grand-Retour que estala antes da Bagarre como sendo o estandarte que na Bagarre nós devemos desfraldar (...). Acredito que fora do Grupo a substância do Grand-Retour é aceitar a posição anti-igualitária com os corolários todos de vida religiosa que elas trazem porque é uma mudança no primeiro Mandamento da Lei de Deus, que é o Mandamento do amor. Passa-se a amar verdadeiramente a ordem posta por Deus, portanto, o próprio Deus. A tonificação que vem daí para os outros Mandamentos é inenarrável" [8].


Próximo deste capítulo: Hipótese Teológica da divisão das Eras da Igreja. Apreciação das divisões de S. Agostinho, S. Boaventura e outros

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[1] Palavrinha, 2 de Agosto de 1987, Domingo
[2] Reunião "Santo do Dia", 20 de Janeiro de 1967, Sexta-feira 
[3] Reunião "Santo do Dia", 17 de Setembro de 1971, Sexta-feira
[4] Reunião "Santo do Dia", 20 de Janeiro de 1967, Sexta-feira
[5] S. Luís Grignion de Montfort, "O Segredo de Maria", Ed.Santuário, números 46, 59
[6] Reunião "Santo do Dia", 20 de Janeiro de 1971, Quarta-feira
[7] Reunião Normal, 4 de Fevereiro de 1967, Sábado
[8] Reunião de Recortes, 30 de Novembro de 1968, Sábado