Plinio Corrêa de Oliveira: resumo da ação contra-revolucionária profética de 1978-95

Editado: tais artigos, em ordem cronológica aqui, foram retirados, no mesmo mês em que foram aqui publicados, da edição que então vigorava na Wikipedia de língua portuguesa (pt.wikipedia.org), seja na biografia de “Plinio Corrêa de Oliveira”, seja de outros lugares daquela enciclopédia livre e virtual. Fizemos somente alguns ajustes e incrementos. A pedido, colocamos esta declaração.

Segue a ordem cronológica
:

Plinio Corrêa de Oliveira: breve biografia


Plinio Corrêa de Oliveira: resumo da ação contra-revolucionária de 1928-42

Plinio Corrêa de Oliveira: resumo da ação contra-revolucionária de 1943-65

Plinio Corrêa de Oliveira: resumo da ação contra-revolucionária de 1966-77

Plinio Corrêa de Oliveira: resumo da ação contra-revolucionária de 1978-95

Plinio Corrêa de Oliveira: seu legado, relação de obras e campanhas da TFP feitas em sua vida

1978-1981 - Mensagem “O socialismo autogestionário: em vista do comunismo, barreira ou cabeça de ponte?”. Estrondos publicitário da Globo contra a TFP

Uma das inúmeras campanhas publicitárias contra a TFP e seus simpatizantes foi a lançada primeiramente contra sacerdotes da Diocese de Campos em 1978. Ela começou em meados de julho, com a distribuição de panfletos que atacavam o Pe. José Olavo Pires Trindade, Vigário da cidade de Miracema, no norte fluminense. Dessa cidade da Diocese de Campos, a campanha publicitária extravasou logo para as páginas de grandes jornais do Rio de Janeiro, Niterói e até mesmo de São Paulo, que difundiram as calúnias veiculadas nos panfletos distribuídos em Miracema.

Estava assim o ambiente preparado para o programa “Fantástico”, da TV Globo, que no dia 20 de agosto investia furiosamente contra o Pe. Olavo. "Na apresentação seguinte, no dia 27 de agosto, o programa visava novamente o Pe. Olavo, mas estendia suas acusações aos Vigários das Paróquias de Bom Jesus do Itabapoana, Varre-Sai, Natividade do Carangola, Santo Antonio de Pádua e São Fidelis, e, por fim, ao próprio Bispo Diocesano, D. Antonio de Castro Mayer. Estes programas preparavam o terreno para denegrir a TFP, a qual foi colocada como instigadora dos erros nos padres de Campos, em programa do dia 3 de Setembro. O que nesse programa se disse de mais digno de nota, contra a TFP, é que esta prepara mentalidades carregadas de rancor, organiza exercícios paramilitares, constituindo-se dessa maneira num potencial de subversão direitista!..." [66].

O “Fantástico” nesta época passava no chamado “horário nobre”, das 20 às 22 horas, aos domingos, com a mais cara tabela de preços da TV brasileira, e uma audiência calculada em quarenta milhões de telespectadores, mas a campanha não surtiu o efeito esperado. A TFP resistiu intacta, sem ver diminuído o número de sócios, cooperadores, simpatizantes ou contribuintes [67].

No ano de 1981, em vistas de desmascarar o socialismo confiscatório e agro-reformista, Plinio Corrêa de Oliveira publica e a TFP divulga dois trabalhos importantes: "Sou Católico: Posso ser Contra a Reforma Agrária?" em 4 edições e 29 mil exemplares, e a mensagem “O Socialismo autogestionário: em vista do comunismo, barreira ou cabeça de ponte?” em 34,5 milhões de exemplares e 178 edições em 53 países. Esta mensagem denunciava fortemente o presidente Mitterrand, que colocava a idéia do socialismo auto-gestionário no auge da popularidade no mundo inteiro. Indicava ela que "o apoio aberto dado aos movimentos guerrilheiros da América Central, nos quais a "esquerda católica" se engajara a fundo, e em particular a provocante proteção diplomática e militar concedida ao sandinismo da Nicarágua, atestavam que as pretensões imperialistas do socialismo francês não eram simples figuras de retórica" [68]. Por esta e outras pressões Mitterrand teve de arquivar seu projeto auto-gestionário logo nos primeiros meses de governo.

1982-1985 - Livro-denúncia sobre as CEB's (Comunidades Eclesiais de Base), cresce a influência da TFP, a CNBB e outros criticam a TFP

Lançado em 1982, o livro "As CEBs...das quais muito se fala, pouco se conhece. A TFP as descreve como são" alcança 6 edições e 72 mil exemplares. Mais uma obra de Plinio Corrêa de Oliveira em tom de denúncia, e contra o clero progressista. No mês de novembro de 1984, ainda em divulgação da obra, a Revista Catolicismo, sob a orientação de Dr. Plinio publica um número especial com extensa e documentada matéria sob o título " 'Esquerda Católica' incendeia o País" tratando das agitações que conflagravam áreas rurais e urbanas visando reformas sócio-econômicas profundas dirigidas pelas CEB's, a Comissão Pastoral da Terra (CPT), e também pelo PT, com colaboração mais fraca do PCB e do PC do B. O número teve tiragem de 91.300 exemplares.
Sob a orientação de seu fundador, a TFP promovia, desde setembro de 1974, diversas conferências e congressos para seus correspondentes e simpatizantes. Entretanto, o movimento consolidou-se e ganhou envergadura a partir do I Encontro, realizado em São Paulo em maio de 1983, que congregou 400 participantes do Sul, do Leste e do Centro-Oeste do país. Desta época até fevereiro de 1986, quando se decidiu fazer somente encontros regionais em vista do alto número de pessoas, realizaram-se os seguintes encontros:

-II Encontro (22 e 23 de outubro de 1983): 735 participantes de 12 Estados. Com a presença de 53 norte-americanos, além de canadenses e chilenos.

-III Encontro (21 e 23 de julho de 1984): 1017 participantes de 15 Estados. Com a presença de 80 norte-americanos, bem como pessoas do Canadá, Espanha, França, África do Sul, Argentina, Chile, Equador, Peru, Uruguai, Venezuela, Austrália e Filipinas.

-IV Encontro (25 e 27 de julho de 1985): 1320 participantes de 17 Estados, e também de 19 países, incluindo Portugal, Austrália e Nova Zelândia.

-V Encontro (2 a 4 de agosto de 1985): 1414 participantes de 19 Estados, e também de 13 países.

-VI Encontro (8 a 11 de fevereiro de 1986): 1426 participantes de 15 Estados, e também de 12 países [69].

Nesta época cresceu também o número de acusações contra Plinio Corrêa de Oliveira e a entidade que dirigia. A 15 de Agosto de 1984, uma chamada de primeira página na "Folha de S. Paulo" dizia: "Dissidência na TFP causa crise interna", causando surpresa por causa do crescente número de simpatizantes e membros. A matéria, assinalada por João Vitor Strauss, fazia referência ao desligamento do membro Orlando Fedeli, então há 30 anos na TFP. A resposta ao jornalista salientou que este membro "foi seguido tão-só por 14 cooperadores, que assim deixaram intacta a grande maioria coesa e descontraída dos sócios e cooperadores da TFP: cerca de 1.200" [70]. Como a TFP havia respondido em três livros as acusações deste e de outro ex-membro chamado Giulio Folena, expulso em 1964 por ter sido pego em flagrante por lenocínio [71], Plinio disse que só voltaria ao assunto no dia em que os acusadores tivessem uma refutação "de substância proporcionadas com a altura dos teólogos, moralistas e canonistas célebres em que o livro da TFP se baseia" [72]. Os livros possuem o parecer favorável do teólogo Pe.Victorino Rodriguez, O.P.

A CNBB, aproveitando esta onda de ataques, resolveu se pronunciar contra a TFP, em forma de uma nota nos seguintes termos:

É "notória a falta de comunhão da TFP com a Igreja no Brasil, sua hierarquia e o Santo Padre. O seu caráter esotérico, o fanatismo religioso, o culto prestado à personalidade de seu chefe e progenitora, a utilização abusiva do nome de Maria Santíssima, conforme notícias veiculadas, não podem de forma alguma merecer a aprovação da Igreja.

Lamentamos os inconvenientes de uma sociedade civil que se manifesta como entidade religiosa católica, sem ligação com os legítimos pastores. Sendo assim, os bispos do Brasil exortam os católicos a não se inscreverem na TFP e não colaborarem com ela" [73]

Ignorando a estranha acusação de "utilização abusiva do nome de Maria Santíssima", talvez pela grande devoção por ela dentro da sociedade, a TFP respondeu exigindo provas das alegações, e lembrou que "tão-só de passagem, é o caso de registrar a esse propósito que, poucos dias depois, tendo Frei Leonardo Boff sido suavemente punido pela Santa Sé, 17 Arcebispos e Bispos brasileiros se declararam expressamente "inconformes" com a medida. Mas a CNBB nada fez para desaprovar tão notória, e, no caso, real, "falta de comunhão" com S.S. João Paulo II" [74].

1986-1988 - Livro-denúncia "Projeto de Constituição angustia o país"

Em outubro de 1987, Plinio Corrêa de Oliveira lança, com intensa divulgação pela TFP, o livro "Projeto de Constituição angustia o país", o qual analisa exaustivamente o Substitutivo Cabral 2, em discussão naquele momento, demonstrando seu caráter fortemente esquerdista. A obra foi oferecida a todos os Constituintes, acompanhada de carta do autor. Em cinco meses de campanha em praças e vias públicas de mais de 240 cidades de 18 unidades da Federação, escoaram-se inteiramente os 73 mil exemplares das três edições. Ressalte-se a média-recorde de 1083 exemplares diários durante os dezenove dias de difusão intensiva da obra na Grande São Paulo. Segundo o "Correio Braziliense", e o "Jornal de Brasília", junto com "Perestroika", de Mikhail Gorbachev, foi o livro mais vendido do ano, em São Paulo e no Rio [75].

Pelo seu caráter de previsão, o livro ainda teve repercussões muito tempo depois de lançado e falecido o autor: No Supremo Tribunal Federal, na votação da reserva contínua Raposa/Serra do Sol, no voto do eminente Ministro Marco Aurélio Mello, ele foi citado como verdadeiramente profético: "Também vale registrar que, em 1987, o professor Plinio Corrêa de Oliveira, autor de 'Tribalismo Indígena', diante dos trabalhos de elaboração da Carta de 1988, advertiu: "O Projeto de Constituição, a adotar-se em uma concepção tão hipertrofiada dos direitos dos índios, abre caminho a que se venha a reconhecer aos vários agrupamentos indígenas uma como que soberania dimutae rationis. Uma autodeterminação, segundo a expressão consagrada" [76].

"Proféticas palavras tendo em conta, até mesmo, o fato de o Brasil, em setembro de 2007, haver concorrido, no âmbito da Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas, para a aprovação da Declaração Universal dos Direitos dos Indígenas" [77].

1989-1995 - Campanha pela libertação da Lituânia, Livro "Nobreza e Elites Análogas"

"Quanto aos partidos comunistas das nações do Ocidente, murcharam de modo óbvio, ao estampido das primeiras derrocadas na URSS. Mas já hoje vários deles começam a se reorganizar com rótulos novos. Esta mudança de rótulo é uma ressurreição? Uma metamorfose? Inclino-me de preferência por esta última hipótese. Certezas, só o futuro as poderá dar" [78].

Assim Dr. Plinio descrevia a história em 1992, e tendo em vista esta perspectivas, organizou uma recolha de assinaturas em apoio da Lituânia, que após proclamar a sua independência, se vira abandonada pelo Ocidente. Com 5.218.000 assinaturas reunidas no espaço de menos de três meses, a Campanha "Pró Lituânia Livre" entrou na época no Livro Guiness dos Recordes como o maior abaixo-assinado da História. A entrega dos microfilmes das assinaturas teve lugar, com grande solenidade, a 4 de Dezembro de 1990, na sede do Parlamento Lituano, em VilniusUma delegação composta por onze membros das diversas TFP, dirigida pelo Dr. Caio V. Xavier da Silveira, diretor do Bureau-TFP de Paris, fez entrega pessoalmente dos microfilmes do monumental abaixo-assinado ao então Presidente Vytautas Landsbergis. Em 27 de Agosto de 1991, a independência da Lituânia foi finalmente reconhecida pelos Estados ocidentais e, no dia 6 de Setembro seguinte, pela própria União Soviética. O mesmo acontecia pouco depois com os outros Países Bálticos [79].

Lança seu último livro em 93, como um antídoto contra os males do igualitarismo pacificista que menospreza a hierarquia, a nobreza, a guerra justa, a família. A obra, "
Nobreza e Elites Tradicionais Análogas nas Alocuções de Pio XII ao Patriciado e à Nobreza Romana", foi lançada, em conformidade com o assunto que versa, em luxuosos hóteis com a presença de inúmeros nobres e prelados da Santa Igreja. Teve 11 edições em 6 idiomas, um total de 56 exemplares e prefácio do príncipe e chefe da casa Imperial do Brasil Dom Luiz de Orléans e Bragança.

---------------------------------------
[66] "Um homem, uma obra, uma gesta...", parte I, cap.III, pg.126-129
[67] "Um homem, uma obra, uma gesta...", parte I, cap.III, pg.129
[68] "Um homem, uma obra, uma gesta...", parte II, 12, pg. 287
[69] "Um homem, uma obra, uma gesta...", parte I, cap.IV, pg.57-58
[70] "Folha de S.Paulo", 16 e 17-8-84, e "Folha da Tarde", São Paulo, 16-8-84
[71] Carta a D. Estevão Bettencourt, São Paulo, 26 de julho de 1995.  Revista "Pergunte e responderemos", número 398, de julho 1995, pp.316-326. Disponível em: http://www.oprincipedoscruzados.com.br/2014/01/a-tfp-responde-giulio-folena-e-orlando.html
[72] "Voltando as costas a uma controvérsia-realejo", Folha de S. Paulo, 28 de agosto de 1984. Disponível em: http://www.pliniocorreadeoliveira.info/MAN%20-%2019840828_VoltandoascostasControversiaRealejo.htm
[73] "Um homem, uma obra, uma gesta...", parte I, cap.IV, pg. 162
[74] "Um homem, uma obra, uma gesta...", pg. 163
[75] "Correio Braziliense", 10-2-88 e "Jornal de Brasília" 14-2-88
[76] Projeto de Constituição angustia o País, Editora Vera Cruz, São Paulo, 1987, página 182 e página 119.
[77] Reforma Agrária, Questão de Consciência, Plinio Corrêa de Oliveira, Dom Sigaud, Dom Mayer, Luiz Mendonça de Freitas, introdução do Príncipe Dom Bertrand de Orleans e Bragança, atualização dos aspectos econômicos de Carlos Patrício del Campo, São Paulo, novembro de 2010, Editora Artpress, pg.21-24.
[78] "Revolução e Contra-Revolução", Posfácio de 1992, Plinio Corrêa de Oliveira 
[79] "O Cruzado do Século XX", Roberto de Mattei. cap.V, no.9