Doutrina Católica contra o comércio com o infame, como país comunista (China, Cuba, etc), meretriz, etc

Do recomendadíssimo site Economia Escolástica Católica


Uma doutrina católica bem sólida é a de que não se pode comprar qualquer produto oriundo de vendedor infame, como um país comunista, uma meretriz, etc, senão em casos específicos. Atualmente isso é muito esquecido, especialmente quando muitos querem fazer comércio com países como China, Cuba, Coréia do Norte.

Catecismo de São Pio X

"963) Quais são os pecados que bradam ao Céu e pedem vingança a Deus? (...)

1º homicídio voluntário;
2º pecado impuro contra a natureza;
3º opressão dos pobres, principalmente órfãos e viúvas;
4º não pagar o salário a quem trabalha".

Ora, alguns comércios utiliza de mão-de-obra escrava, e em outros não se dá o salário a quem trabalha, em virtude de aproveitamento ou igualitarismo. A maioria dos tipos de "mercato pessimus" possuem as duas características. Assim, aquele que sabe que determinado comércio possui uma destas características peca por colaboração com o pecado.

Atualmente estas práticas são costumes em nações comunistas como China, Cuba, etc. Além disso, comprar de empresas de país comunista ou socialista, pela característica mesma do país de estatizar tudo ou de fazer uma falsa privatização (mantendo tudo controlado por agentes do Estado), torna o comércio colaboração ao regime dali.

Agora, um comerciante (país ou não) que aprova o homicídio do aborto ou outro tipo de homicídio, junto ou não da aprovação de algum tipo de pecado contra a natureza também é infame, e deveria ser evitado.
Cardeal Kung, 30 anos preso pelo regime comunista chinês.
Seu sobrinho disse: "Freqüentemente, o baixo preço que se paga
pelo made in China deve-se ao sangue e ao labor de prisioneiros
condenados a trabalhos pesados por causa de sua religião"


No entanto, na triste realidade de hoje não há quase nenhum país que nos últimos 50 anos não tenha aprovado o aborto (pelo menos parcialmente) e descriminalizado algum tipo de pecado contra a natureza, de maneira que na atual situação não se aplica, embora, sabendo disso, deva-se tentar ao máximo não comprar quaisquer produtos de empresas ou comerciantes que se saiba que promovem esses pecados que clamam ao céu.


Pe. Juan de Mariana, S.J., citando ao Cardeal Cajetano, sobre comércio com infame

"Ademais, a ninguém é lícito dar ocasião de pecar e meios para isso, e não se pode negar que o que aluga a casa à rameira ou lhe vende enfeites a ajuda com sua má vida, pois sem essas coisas não poderia, ou não tão facilmente, exercitar sua torpeza.

(...) Parece-me boa a distinção do Cardeal Cajetano, 22, quaest. 10, a.4, a saber, que há algumas coisas que por si mesmas e sua natureza são endereçadas ao mal, como os ídolos e as vestiduras sacerdotais dos pagãos que se referem à idolatria, muitas outras coisas, como de si são boas e se endereçam a um fim honesto, a malícia dos homens e abuso as desvia e ordena ao mal, como da casa, da comida e dos enfeites faz mal uso a rameira. Dar, vender ou alugar as casas do primeiro gênero à pessoa que sabemos que tem o propósito de usar mal delas é pecado digno de todo castigo, portanto, nem edificar templos aos deuses nem ainda repará-los, nem sinagogas aos judeus, será lícito, ante pecado gravíssimo" [1].

Sr. Kung, sobrinho do Cardeal Kung, prelado símbolo da resistência católica ao governo comunista chinês, por ter ficado preso por 30 anos
Guarda-chuva chinês,
produto tipicamente barato que
estrangula a concorrência,
mas é péssimo

"Catolicismo – À recomendação que o Sr. dá, de que não se devem comprar coisas fabricadas na China, alguns retrucam dizendo que tal atitude não ajuda o povo simples. O que o Sr. diz a respeito?

Sr. Kung – O que recomendo aos consumidores é que verifiquem a etiqueta ao comprar. Comércio e finanças são importantes para qualquer país. Seria aceitável através da compra de produtos e serviços, apoiar um país que não tem a menor consideração para com os princípios dos direitos humanos, tão caros a você, a seus filhos e à sua família? Freqüentemente, o baixo preço que se paga pelo made in China deve-se ao sangue e ao labor de prisioneiros condenados a trabalhos pesados por causa de sua religião. Claro está que o governo comunista chinês não compartilha de seus princípios e valores, e portanto importa fazê-lo entender que essa perseguição religiosa lhe causará dano, pelo menos financeiro. Os países que adotam um regime de relações comerciais normais com a China, ignorando a perseguição religiosa, enviam ao governo chinês uma mensagem muito errada" [2].

Dr. Plinio Corrêa de Oliveira, católico militante anti-comunista

"Há um princípio que manda que a gente não tenha relações de nenhuma espécie com as pessoas que caíram num estado de infâmia. Por exemplo: com uma meretriz não é legítimo ter relações de nenhuma espécie. Uma pessoa deve evitar o contato com a meretriz porque é um contato infame, a meretriz é uma pessoa infame e não há nenhuma vantagem econômica que justifique o contato com a meretriz, por causa da infâmia dela. Portanto, se a meretriz tem um objeto precioso e oferece à venda, ainda que a meretriz seja dona daquele objeto, uma pessoa não deve negociar isto com ela porque ela é uma pessoa infame e das pessoas infames a gente não se aproxima. 

É um pouco como se Judas Iscariotes estivesse vivo e a gente soubesse que Judas é detentor de uma coisa que é dele mesmo, que não foi roubada, que não foi comprada com os trinta dinheiros, nem nada, mas é detentor dele. Teria propósito a gente tocar - se fosse um personagem contemporâneo - tocar a campainha da casa dele: “O senhor é o Sr. Judas Iscariotes?” “Faça o favor, pois não, vamos sentar”... aperta a mão, eu queria conversar com o senhor. Não, ainda que fosse um negócio esplêndido, aquilo em que Judas tocou ficou marcado com a infâmia de Judas. E uma pessoa que tem senso moral não quer aquilo. 

Assim também com uma meretriz; assim também com um assassino que tenha cometido o assassínio de um modo particularmente infamante, por exemplo, um parricida, um matricida, um uxoricida. São crimes marcados de uma infâmia tão grande, que uma pessoa não toca naquilo. 

Ora, todos os princípios que se aplicam à esfera das atividades particulares, aplicam-se mutatis mutandis à esfera das atividades públicas, das relações públicas. E a Rússia, como país comunista que é, está para as outras nações como a meretriz para a mulher honesta. É um país que está oficialmente em estado de meretrício, quer dizer, numa inversão de todos os valores, na profissão oficial do ateísmo, na profissão oficial do comunismo, no confisco dos bens, na negação do matrimônio, enfim, é a inversão de todas as ordens, de todas as regras da moral e da ordem. A gente não pode, portanto, negociar com esse país, ainda que haja uma grande vantagem econômica dentro disso, por causa da nota de infâmia que pesa sobre aquele país. (...)

Eu não tenho lido bem as notícias sobre os terremotos do Peru, porque é uma coisa que não diz muito respeito ao nosso campo de atenção, mas parece que foi um terremoto tremendo. Se isso é verdade, nós podemos nos perguntar o seguinte: se para remediar essa calamidade o governo peruano não tivesse meios de agir de outra maneira senão importar trigo da Rússia - eu sei que o fato concreto não se põe, eu ponho uma hipótese - ele teria o direito de fazer ou não? A gente responde: sim. Porque num caso de calamidade pública, até com uma meretriz se negocia. O direito à vida vale mais do que o direito do Estado russo, de alguns particulares russos sobre esse trigo, etc, etc. De maneira que então seria legítimo. 

Agora, tirando este caso, qualquer comércio com a Rússia, com Cuba ou com qualquer outra nação é uma imoralidade (...).

Eu insisto especialmente no caso de Cuba. Cuba é a irmã prostituta, é a irmã infame, que a gente expulsa da família. E numa família a partir do momento em que a irmã prostituta se senta à mesa com as outras, todas as outras se prostituem, porque a mulher honrada não pode aceitar a vizinhança da prostituta sem se prostituir. E eu acho que é uma prostituição do nosso continente reatar as relações comerciais com Cuba ou quaisquer outras. Com Cuba só pode haver uma coisa: e é uma cruzada. Eu não compreendo outra forma de relações com Cuba, a não ser pancadaria para derrubar o regime comunista. Eu, particularmente, se tivesse ocasião de me apresentarem um embaixador de uma nação comunista, eu me negaria de lhe apertar a mão. Eu diria: eu só cumprimento gente limpa, vai embora" [3].

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[1] Obras de Juan de Mariana, BAC, Tomo II, 1854, Cap.XIX, Pg.449 
[2] Revista Catolicismo, fevereiro de 2001. Link: http://catolicismo.com.br/materia/materia.cfm?IDmat=B6A8D900-0518-C7F3-2565780CDB6B5236&mes=Fevereiro2001
[3] Reunião Normal, 1 de julho de 1970.