D. Casaldáliga, com uniforme de guerrilheiro na "noite sandinista" em 1980, disse: "eu me sinto, vestido de guerrilheiro, como me poderia sentir paramentado de padre" [1]
Em mais uma denúncia de seu tempo, Plinio Corrêa de Oliveira apontava a nova missiologia comuno-tribalista que os episcopado amigo da luta armada punha em prática. Enquanto isso, os prelados silenciosos que criticavam tais métodos foram para a história, perante a opinião pública, como indiferentes ao revolucionário método "missionário".
Em parte, o novo conceito de missão se popularizava por causa do Sumo Pontífice Reinante de então, Paulo VI. Sua simpatia se manifestava em conversas e audiências, muitas vezes extra-oficiais, saídas em notas de periódicos diversos.
Abaixo, este fato histórico é provado com trechos selecionados do livro "Tribalismo Indígena, ideal comuno-missionário para o Brasil no século XXI", Editora Vera Cruz Ltda, 7ª edição de junho de 1979. O autor era Plinio Corrêa de Oliveira, que escrevia como presidente do Conselho Nacional da Associação TFP. Os grifos são nossos.
"11. Catequese e agitação
(...)
c ) Um Bispo que se declara transcomunista
E, olhando para dentro de nossas fronteiras, quando um D. Pedro Casaldáliga, Bispo de São Félix do Araguaia, se declara ideologicamente situado para além do comunismo (cfr. nosso estudo A Igreja ante a escalada da ameaça comunista – Apelo aos Bispos Silenciosos, Vera Cruz, São Paulo, 4ª ed., 1977, 51º milheiro, p. 22) até que ponto ele – tão festejado e apoiado na CNBB e em altas rodas do Episcopado – afirma sua consonância com estes devaneios? – É uma pergunta...
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40. Anchieta, agente colonialista?
Entrevista de D. Pedro Casaldáliga ao jornal “De Fato”:
“D. PEDRO: [...] Anchieta foi até certo ponto um transmissor de um evangelho colonizador. A Igreja deve se penitenciar [...]. É evidente que a descoberta da América foi em muitos aspectos um crime colonialista. E que a evangelização tem sido excessivamente vinculada a uma cultura e, por isto mesmo, a um domínio. Ultimamente, nos setores mais conscientes da Igreja – e eu gostaria de destacar aqui no Brasil sobre este particular o CIMI (Conselho Indigenista Missionário) – se pode observar uma vontade apaixonada de refazer o que se fez e de encontrar uma linha nova de evangelizar, respeitando ao máximo a cultura do povo em questão. A fé não é uma cultura, ela cabe em todas as culturas. A fé também não é propriamente uma religião, mas pode se expressar de um modo religioso.
“ [...] todos esses países colonialistas tinham, de fato – a partir dos juristas, dos estrategistas militares e com freqüência a partir também dos próprios teólogos da época – uma assessoria que se transformava numa espécie de CIA, isto é verdade” (doc. 30, p. 6).
COMENTÁRIO
Como em textos anteriores (n.os 20, 28 e 30) reaparece, nessa falsa imputação histórica, a animadversão para com Anchieta.
(...)
45. Descobridores e bandeirantes: malfeitores
Da autobiografia de D. Pedro Casaldáliga:
“Acabei, por fim, de entender, e até de sentir, toda a ganga de superioridade racista, de domínio endeusado e de exploração inumana com que foram descobertos, colonizados, e, muitas vezes, evangelizados os novos mundos. “Colonizar” e “civilizar” já deixaram de ser para mim verbos humanos. Como não o são, aqui onde vivo e sofro, as novas fórmulas colonizadoras de “pacificar” e “integrar” os índios. Imperialismo, Colonialismo e Capitalismo merecem, no meu “credo”, o mesmo anátema. Repugnam-me os monumentos aos descobridores e aos bandeirantes. O monumento a Anhanguera em praça pública em Goiânia me dói fisicamente” (doc. 33, p. 176).
COMENTÁRIO
Sem dúvida a colonização, na América como fora dela, venceu por vezes mediante a prática de crimes execráveis.
Isto não obstante, é absurdo afirmar que a colonização é intrinsecamente má. E mais ainda, que o são os descobrimentos.
É contra a verdade histórica sustentar que na colonização das Américas tudo não foi senão crime. E que dela não decorreram para a humanidade vantagens consideráveis.
A unilateralidade das apreciações de D. Casaldáliga se patenteia especialmente nas duas últimas frases do tópico, as quais não apontam nos “descobridores” e “bandeirantes” senão malfeitores (...).
Secção XIII – “Mexer com D. Casaldáliga”...
Até que ponto encontram remédio na Igreja esses males que normalmente ela poderia sanar?
Não é crível que, sem a interferência de Paulo VI, males como estes possam encontrar remédio.
E não se vê que ele tenha o ânimo voltado para intervir. Ao menos a se dar crédito à seguinte informação publicada na folha “Alvorada”, da Prelazia de D. Pedro Casaldáliga, e divulgada também pelo órgão oficioso da Arquidiocese de São Paulo (cfr. “O São Paulo” de 10 a 16 de janeiro de 1976):
48 . Crateras nas selvas, fagulhas nas cidades
“O Papa mostrou-se [ao receber o Cardeal Arns] muito sensibilizado e solidário com o Povo de Deus destes sertões e com o seu Bispo perseguido.
“Ao final, disse o Papa a Dom Paulo Evaristo que os bispos e missionários que trabalham nestas regiões do interior são verdadeiros heróis e que mexer com o bispo de São Félix seria mexer com o próprio Papa” (doc. 36, p. 1).
COMENTÁRIO
Estas expressivas palavras de apoio de Paulo VI a D. Pedro Casaldáliga (comunicadas à imprensa, aliás, de modo extra-oficial) eram de molde a influenciar o leitor em favor do Bispo de São Félix do Araguaia, pesando, pois, sensivelmente, nas polêmicas a que este estava exposto.
O que leva à convicção de que, sem um filial mas generalizado clamor do povo brasileiro a Paulo VI, não será possível limitar o foco, ou talvez, antes, a cratera de agitação missionária que parece estar conquistando as nossas selvas como pretexto para encher de fagulhas as nossas cidades (9).
(9) O caráter subversivo da neomissiologia foi denunciado pelo Pe. José Vicente Cesar, Presidente do Instituto “Anthropos do Brasil”, o qual declarou que discordava da nova orientação do CIMI “em parte destinada a usar o índio para contestar o atual sistema político e sócio-econômico brasileiro” (cfr. “O Globo”, 25-1-77). E igualmente por Júlio Fleichman, no artigo O Governo brasileiro, os Bispos brasileiros e os índios brasileiros, in “Permanência / Boletim”, ano I, n.o 1, 1977, mimeografado.
* * *
Que probabilidades há de que seja ouvido este clamor? Não são elas grandes, se se levar em conta um antecedente expressivo. No ano de 1968, a TFP coletou 1.600.368 assinaturas para uma mensagem a Paulo VI em que ela pedia providências que coibissem a infiltração comunista na Igreja.
Esse abaixo-assinado – o maior da História nacional – foi entregue por portador de confiança no Vaticano. E ficou sem resposta...
Concomitantemente, sem resposta ficaram análogas mensagens a Paulo VI das TFPs da Argentina, Chile e Uruguai, somando quatrocentas mil assinaturas.
De então até esta data, a influência comunista nos meios católicos não deixou de crescer. E no Chile ela foi o fator decisivo para a ascensão do marxista Allende à presidência da República.
Nem por isso devem diminuir as esperanças de uma solução. É preciso que os brasileiros oponham ao “esquerdismo católico” – inclusive à neomissiologia progressista e esquerdista – todos os obstáculos lícitos ao seu alcance. Isto feito, a Providência fará o que faltar.
Não é em vão que Nossa Senhora Aparecida foi coroada Rainha do Brasil em 1931, pelo Episcopado nacional. É possível que, para os espíritos superficiais, essa coroação tenha parecido mera cerimônia vazia e inconsistente. Não é assim, porém, que Nossa Senhora considera os preitos de amor de seus filhos. Estes podem contar com Ela.
Desde que, porém, não esmoreçam na luta, e tendam para a vitória com o melhor de sua eficácia e de seu ardor".
Oração em reparação
Ó Senhor Deus Altíssimo, a própria sublimidade e além de toda a matéria, olhai para Vossa Santa Igreja, chacoalhada por décadas de pisoteamento na Tradição Apostólica. Tradição que Vós abençoastes, quando enviastes os Vossos Santos Apóstolos para pregar ao mundo inteiro, e fazer o mundo Cristão. Não olhei os nossos pecados, mas olhai para a glória da Imaculada que esmagou a cabeça da serpente. Que Vossa Ira Divina desça dos mais altos dos céus, pela hierarquia celeste dos anjos, para esmagar a Revolução gnóstica e igualitária.
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Papa Francisco admitiu bispos comunistas indicados pelo Partido Comunista Chinês. Cardeal Zen chamou acordo de traição
Paulo VI deu seu anel episcopal a um herege anglicano, o qual nem padre é
Bento
XVI disse amar a Igreja cismática, lamentou as excomunhões do passado,
e disse crescer na unidade ao rezar junto destes e outros hereges
João Paulo II doou 200 mil US$ para construir catedral cismática, o que foi lembrado na visita do Papa Francisco à Romênia
João XXIII aboliu o beija-pé Papal, cerimônia anti-ecumênica que exibe a chefia da Sé Petrina sobre todos os bispos
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[1] Um
homem, uma obra, uma gesta – Homenagem das TFPs a Plinio Corrêa de
Oliveira, Parte I, Capítulo IV - 1980-1988, Ed. Brasil de Amanhã, pg. 139
Fontes citadas do livro:
Doc. 20 – Deixar o índio com sua cultura, o novo método missionário, “O Globo”, 8 de março de 1973.
Doc. 28 – Declaração do CIMI, “Boletim do CIMI”, ano 5, no. 30, julho de 1976.
Doc. 30 – Dom Pedro Casaldáliga, “De Fato”, Belo Horizonte, ano I, no. 6, setembro de 1976.
Doc. 33 – D. PEDRO CASALDÁLIGA, ¡Yo creo en la justicia y en la esperanza!, Desclée de Brouwer, Bilbao, Espanha, 1976.
Doc. 36 – “Alvorada”, Folha da Prelazia de São Félix do Araguaia (MT), novembro de 1975, p. 1, mimeografado.