Bíblia, prelados e teólogos contra a mutação monetária legal não-emergencial

Do recomendadíssimo: Economia escolástica católica

Eis um dos artigos esclarecedores da ação da Revolução como "total", isto é, atuante em todos os campos de ação humana e estimulando o pecado das nações, no caso, o "não dar dinheiro a quem trabalha", uma categoria de "pecado que brada ao céu e clama a Deus por vingança".

Ao final, colocamos hiperlinks para artigos antigos tomados da mesma fonte.


Sumário


1. Breve resumo histórico do problema
2. Compilados da Tradição contra a mutação monetária legal não-emergencial
3. Conclusão e casos excepcionais de permissão à mutação monetária
3.1. Objeções à 3 e suas respostas
4. Proposta de classificações da mutação monetária
4.1. Objeções à 4 e suas respostas
5. Proposta de definição de mutação monetária (inflação e deflação).
5.1. Objeções à 5 e suas respostas
6. Proposta de definição dos fatores que afetam a mutação monetária na Economia fechada e na aberta

***

1. Breve resumo histórico do problema


A mutação monetária legal não-emergencial é a modificação do valor real da moeda realizada por causa artificial e por via legal sem emergência alguma.

Desde o início da Revolução, que se inicia no ocaso da Idade Média, a mutação monetária é mais comum sob a forma do que se conheceu depois por inflação, pois a inflação prejudica maior número de pessoas que a deflação. A razão disso é a seguinte: enquanto a deflação incentiva a postergação do consumo pela tendência de quedas de preço, prejudicando o produtor (geralmente o rural, produtor da maior parte da cesta básica nacional), que vende menos, a inflação incentiva o consumo de estoque ou investimento financeiro, prejudicando o consumidor que corre atrás do tempo, e facilitando o produtor, que vende mais e pode ter mais capital disponível para investimento por causa da exigência de se fazer render o dinheiro para que a mutação não corroa seu valor.

Antigamente, a corrosão do valor da moeda se dava através da cunhagem de moedas fora do padrão usual, ou de impressão de papel-moeda, algo que ainda vigeu por algum tempo no século XX. Posteriormente, sendo a moeda predominantemente escritural (existente em contas digitais, que antes eram livros escritos), a perda do valor real vem quase exclusivamente através desse meio.

2. Compilados da Tradição contra a mutação monetária legal não-emergencial

Sagrada Escritura


Contra a mudança da medida: “Ouvi isto, vós, que pisais os pobres e fazeis perecer os indigentes da terra dizendo: Quando passará o mês para vendermos as nossas mercadorias, e o sábado para abrirmos os celeiros, para diminuirmos a medida, aumentarmos o siclo, servirmo-nos de balanças falsas, para nos fazermos senhores dos necessitados por dinheiro, dos pobres por um par de sandálias e para lhes vendermos até as cascas do nosso trigo?” Amós VIII

A medida deve ser sagrada a ponto de estar no templo: "todas as avaliações se farão em siclos do santuário. O siclo tem vinte óbolos" Levítico XXVII

S. Tomás de Aquino citando a Sagrada Escritura e um Papa


“Ainda que o monarca possa exigir um direito pela cunhagem da moeda, deve ser muito moderada em tudo quanto se refira ao aumento ou diminuição de sua taxa, peso, classe e liga dos metais, porque sempre as alterações nestes pontos trazem prejuízos ao povo, sendo a moeda a medida das coisas. Alterar a moeda equivale a falsificar os pesos e medidas. Quão desagradável é isto aos olhos de Deus nos ensinam os Provérbios nas seguintes palavras do cap. XX, v. 23 «Ter dois pesos é abominação diante de Deus; a balança falsa não é boa». O Papa Inocêncio repreendeu severamente ao rei de Aragão porque alterava a moeda em prejuízo do povo, e absolveu ao seu filho do juramento que havia feito de conservar a moeda alterada por seu pai, ordenando-o ademais que estabelecesse a antiga lei e taxa” [1].

Dom Nicole Oresme, bispo de Lisieux (1323 - 1382) citando a Sagrada Escritura

“Qualquer coisa, diz Aristóteles, que o príncipe faça em prejuízo ou dano da comunidade é injustiça e fato tirânico, não digno de um rei. E se ele dissesse, como soem os tiranos mentir, que ele converte aquele ganho em utilidade pública, não se deve acreditar nele nem na sua palavra, porquanto, por essa mesma razão, ele poderia tirar minha roupa, ou outra coisa, e dizer que teria mister ou necessidade dela, pelo bem comum; e também porque, como diz o apóstolo, não é lícito fazer o mal para que dele advenha um bem. Assim pois, por essa razão, nada se deve tirar incorretamente de alguém, fingindo destiná-lo a um uso supostamente caritativo e a esmolas (...)

Ademais, nessas alterações onde se auferem ganhos, chama-se de denário o que, na realidade, não é denário, e de libra o que não é libra, o mesmo ocorrendo com as outras moedas, como foi mostrado anteriormente. É evidente, portanto, que essas alterações não fazem outra coisa a não ser perturbar a ordem natural e racional, a respeito do que diz Cassiodoro: “Dá ou empresta o teu soldo, e, se puderes, pega-o de volta igual; da mesma forma, dá uma libra e, se puderes, não a diminua em nada, pois, como é próprio de todas essas coisas serem com provadas pelos seus nomes, ou as devolves e dás integralmente, ou não estás pagando com elas o que deves de direito. Não podes manter intactos os nomes e efetuar diminuições culposas. Com efeito, violar certos segredos da natureza, querer confundir as coisas mais certas, não é outra coisa senão mutilar cruelmente e vergonhosamente a própria verdade. O peso e a medida, acima de tudo, se conservem como prova da verdade, pois todas as coisas ficarão conturbadas se a sua integridade se misturar com a fraude.” Além do quê, está dito também no Livro da Sapiência que Deus dispôs todas as coisas segundo uma certa medida, peso e número; mas na alteração da moeda não se obtém ganho se não forem cometidas fraudes em tais coisas, como já foi dito e comprovado. Opõe-se a Deus e à natureza, portanto, aquele que obtém ganhos ou alguns lucros mediante essas alterações.

Há três maneiras, ao que me parece, pelas quais alguém pode ganhar com a moeda, sem empregá-la em seu uso natural: uma das maneiras é pelo câmbio, guardando ou trocando moedas; a segunda é a usura e a terceira é a alteração das moedas. A primeira maneira é vil, a segunda é má e a terceira é pior e péssima.

Das duas primeiras faz menção Aristóteles, mas não da terceira, pois no seu tempo tal malícia ainda não tinha sido descoberta. E que a primeira maneira seja vil, desonesta e digna de vitupério, Aristóteles o demonstra pela razão já referida no capítulo precedente, quando foi dito que essa maneira é, de certo modo, fazer parir a moeda. (...)

Mas falta agora demonstrar que auferir ganho na alteração da moeda é pior ainda do que a usura. O usurário empresta o seu dinheiro a alguém que o recebe voluntariamente e de bom grado e que, ainda, com esse dinheiro pode beneficiar-se e socorrer-se segundo a sua necessidade. O que ele devolve ao usurário, além e acima do que ele recebeu, vem de um certo contrato existente entre eles, e com o qual ambos estavam de acordo. Mas o príncipe, por alteração indevida e inconveniente da moeda, toma o dinheiro dos seus súditos de fato e não por vontade deles, pois ele proíbe o curso da moeda anterior, que vale mais e que cada um preferia ter ao invés da nova moeda má, para, depois, sem necessidade alguma, utilidade ou proveito que dali possa advir aos súditos, devolver-lhes uma moeda pior (...).

Quanto, então, ao que o príncipe ganha com a alteração da moeda, além e acima do seu uso natural, essa vantagem não só é semelhante, mas é pior ainda do que a usura, porque tal alteração é imposta, é contra a vontade dos súditos, sem, tampouco, trazer-lhes proveito e sem necessidade alguma. E, ainda, porque o ganho de um usurário não é tão excessivo nem tão prejudicial ou incidente sobre tantas pessoas, como é o que provém desta alteração, que é imposta contra e por cima de toda a comunidade. Digo, portanto, não somente que ela é parecida com a usura, mas também que é tirânica e dolosa, a ponto de eu duvidar se ela não deveria, com mais propriedade, ser chamada de espoliação violenta ou exação fraudulenta.” [2]

“E disso me parece termos um exemplo no Livro dos Reis, onde se lê que o rei Roboão retirou de circulação os escudos de ouro que seu pai Salomão tinha cunhado, e em seu lugar colocou escudos feitos de cobre. Esse mesmo Roboão, por esse ato vergonhoso e por outros, perdeu o domínio sobre dez tribos do seu povo de Israel, porquanto, desde o começo do seu reinado, ele onerou demasiadamente e tiranicamente seus súditos. Por essas coisas e exemplos, o príncipe ou rei deve ter horror de tais atos tirânicos, como é o caso da alteração das suas moedas, que é coisa tão perigosa e prejudicial para toda a sua posteridade, como ainda será mais amplamente demonstrado.” [3]

“Já que a moeda pertence à comunidade, como está dito e demonstrado no sexto capítulo, parece que ela poderia fazer da moeda o que lhe aprouvesse, e, sendo assim, alterá-la e auferir com isso ganho ao seu prazer, e usar dela como das suas próprias coisas; isso sobretudo em caso de guerra e de resgate do seu príncipe prisioneiro, ou outro caso de adversidade, tendo essa comunidade necessidade de uma grande soma de dinheiro. Poderia, então, mediante a alteração da moeda, levantar tal soma, e tal ato não seria contra a natureza, nem, tampouco, usura, considerando que não o faria isoladamente como o príncipe, mas enquanto comunidade a quem a moeda pertence. E, diante disso, cessariam e deixariam de ter lugar muitas das razões antes expostas contra a alteração da moeda.” [4].

Pe. Juan de Mariana, S. J. (1536 - 1624), citando a Sagrada Escritura

Comentando o versículo de Levítico XXVII: "todas as avaliações se farão em siclos do santuário. O siclo tem vinte óbolos" dizia: “[a moeda] se guardava em sua pureza e no preço justo do templo, para que todos acudissem àquela mostra e ninguém se atrevesse a baixa-la, nem de lei, nem de peso” [5].

Inclusive Mariana punha um paralelo entre os efeitos da degradação monetária e os narcóticos: “é como a bebida que se dá ao enlutado em momento inoportuno, que no momento refresca, porém, a seguir causa acidentes piores e aumenta o enlutamento” [6].

Pe. Bernard Dempsey, S.J. (1958) atribuindo à “usura institucional” as suspeitas de Leão XIII e Pio XII acerca das finanças públicas de seus tempos


O professor na Marchette University, Saint Louis, o economista jesuíta Dempsey, o qual estudou com Schumpeter, atribuiu [7] ao seu termo “usura institucional” o que os seguintes Pontífices declararam:

Leão XIII

“A usura voraz veio agravar ainda mais o mal. Condenada muitas vezes pelo julgamento da Igreja, não tem deixado de ser praticada sob outra forma por homens ávidos de ganância, e de insaciável ambição.” [8]

Pio XII


“Tal estado de coisas influi mais infelizmente nas mentalidades dos indivíduos. O indivíduo vem a ter cada vez menos compreensão dos assuntos financeiros do Estado. Mesmo na mais sábia política ele suspeita sempre de alguma força misteriosa, algum motivo escondido e malicioso que ele deve prudentemente desconfiar e se proteger. Eis aí, brevemente, onde se deve definitivamente buscar a causa profunda da decadência da consciência moral de todas as pessoas — de todas as classes — em matéria de finanças públicas e principalmente em matéria fiscal”. [9]

3. Conclusão e casos excepcionais de permissão à mutação monetária

Como demonstrado pelos textos anteriores, a mutação monetária é aceitável no caso de calamidade pública, seja através de guerra externa, ou calamidades reais que exijam sacrifício de toda a nação, a qual deve estar ciente disso. De fato, ele foi abundantemente utilizado durante a primeira guerra mundial, a qual suscitou depois algo considerado inaudito na história da humanidade: a hiperinflação.

Quem acha que toda mutação monetária legal não-emergencial é inevitável não entendeu ou não acredita que isso seja pecado de “não dar salário a quem trabalha” além de também poder ser pecado de “oprimir órfãos e viúvas”, ambos pecados que bradam ao céu e clamam a Deus por vingança. Afinal, numa deturpação monetária quem trabalha já não ganha o acordado, e os programas assistenciais do governo são igualmente corroídos no seu valor monetário, pois o termo “órfãos e viúvas” não se refere à viúva e ao órfão abastados, mas aqueles mais desassistidos numa sociedade.

Assim, o filho da iniquidade não tem compaixão com o pobre que sofre por não ter o salário pelo qual acordou o seu trabalho. Vê-se aqui a clara mão da Revolução a manter a nação, que indiretamente legitima tal péssimo ato, em pecado e tendo que um dia ser castigada por isso, pois como dizem os teólogos, as nações não vão ao purgatório e precisam ser castigadas neste mundo.

3.1. Objeções à 3 e suas respostas

Na história do pensamento econômico do século XIX para o XX, houve quem quisesse justificar a mutação monetária por meio legal alegando razões à primeira vista corretas, mas o triunfo dessa ideia não veio por via racional, e sim por sua persistência histórica e organizado silêncio sobre as críticas sobre. Assim, as objeções a seguir são apresentadas e respondidas também com citações.

Objeção 1: o aumento da oferta monetária por vias legais é consentido pelo povo, logo, é justo e não há de se falar em “caso excepcional”.

Resposta à 1: não se sabe se o povo realmente consentiria numa moeda instável se lhe fosse indagado via plebiscito. Ademais, se algo é justo por ser do consentimento da maioria do povo, basta se aprovar qualquer abominação, e aquilo passa a ser justo. Ou seja, algo pode ser justo e não ser ao mesmo tempo, de maneira que qualquer um pode cometer o crime que for, e deve temer meramente o Estado que impõe a lei, ou seja, o Estado é o Deus a ser temido, o qual mesmo assim é mutável, diferente do imutável Deus dos católicos. Logo, entra-se numa discussão teológica e moral.

Objeção 2: a Tradição católica foi superada, pois não contou com o necessário aumento da massa monetária, tudo o mais constante, para acompanhar na mesma proporção a quantidade de bens e serviços transacionados.

Resposta à 2: tal objeção, além de não vir de um espírito católico, o qual não tem orgulho suficiente para dispensar toda tradição em poucas palavras, já fora respondida pelo não católico Henry Hazzlit em 1960, que a chamou de extremamente nebulosa: “Como se iguala a oferta de dinheiro com a oferta de bens? Como mensuramos, por exemplo, o aumento na oferta total de bens e serviços? Por toneladas? Podemos mensurar a oferta total de bens e serviços, como comumente se aceita, por valores. Mas todos os valores são expressos em termos de dinheiro. Se assumimos que num dado período a oferta de bens e serviços permaneceu inalterada, enquanto a oferta de moeda dobrou, então, o valor em dinheiro desses bens aproximadamente dobrou. Mas se encontramos que um valor monetário total de bens e serviços dobrou durante um dado período, como podemos dizer (exceto por pressuposição a priori) o quanto é causado por um aumento da produção, e o quanto é devido a um aumento na oferta de moeda? E como o valor do dinheiro (isto é, o “valor”) de cada bem está constantemente mudando em relação a todo resto, como podemos mensurar com exatidão o aumento na “produção física” no agregado? Mesmo assim, há economistas que não só pensam que têm as respostas para essas perguntas, como pensam que podem responde-las com muita precisão” [10]. Curiosamente, os mesmos economistas que dizem isso, quando comparam a economia nacional de outrora com a atual sempre retiram o fator inflacionário, ou seja, verificam a melhora da economia em fatores reais.

Objeção 3: o caso excepcional não conta também com o necessário aumento da massa monetária, tudo o mais constante, para evitar a deflação.

Resposta à 3: também fora respondida por Hazzlit no mesmo lugar: “Se a quantidade e a qualidade da moeda permanecem fixa, e a produtividade industrial e agrícola per capita mostra uma constante tendência a subir, haveria, é verdade, uma tendência para os preços caírem. Mas disso claramente não segue que viria um maior desemprego ou depressão, pois o valor dos preços estaria caindo porque custos reais (e monetários) de produção estariam caindo. Margens de lucro não necessariamente seriam ameaçadas. A demanda total ainda seria suficiente para comprar a produção total a preços baixos.” [11].

Objeção 4: os casos excepcionais não contam com a inflação de demanda, isto é, quando o produtor aumenta seu preço por pressão da demanda (que pode ocorrer por múltiplos fatores) exigindo sua solução pelo aumento da oferta monetária, tudo o mais constante, pelo poder soberano.

Resposta à 4: a inflação de demanda nada mais é que a procedência da inflação pela demanda, ou seja, não diz nada sobre sua causa. Querer sanar a inflação de “demanda agregada”, quando sequer se conhece por inteiro a tal “demanda agregada” é querer inventar um problema para criar a solução. O conceito de "demanda agregada" é uma ficção de economistas sedentos para encaixar tudo em modelos, matemáticos ou não. Assim, na prática serve para obscurecer as verdadeiras causas da inflação. Mesmo assim, se houvesse uma causa qualquer para a inflação de demanda, seria uma enorme injustiça com o povo aumentar o numerário naquele local onde se supõe que haja mais demanda, pois ao longo do tempo, dada a complexidade das trocas e sua frequência em toda a nação, que só Deus conhece, aquele aumento de moeda pode ter seu peso recaído em famílias no extremo canto oposto do país, e já vivendo na penúria. Mutatis mutandi, o mesmo se aplica à deflação maléfica, que costuma afetar um menor público, os produtores. Num país verdadeiramente católico, deve haver caça policial aos que deturpam a quantidade do numerário nacional, assim como há perseguição policial aos homicidas.

Objeção 5: um caso de mutação monetária legal não-emergencial não é ruim se se aumenta o numerário num local onde se sabe que há mais demanda por causa não artificial, deixando isso transparente para toda a sociedade que partilha da mesma moeda circulante naquele local. Com a transparência, exime¬-se de agir sorrateiramente com os nacionais, delegando aos particulares, que sabem melhor de suas vidas e contextos, a opção de agir conforme ou não.

Resposta à 5: primeiro, se se aumenta a quantidade de moeda porque houve uma questão social, há o aumento artificial de moeda por causa de um problema social, ou seja, a deturpação do valor é acentuada. Segundo, inflação de demanda é um nome falso que se dá para a procedência da inflação, ou seja, nada se diz sobre a sua causa. Terceiro, mesmo havendo uma causa não-artificial em curso por detrás da inflação, pretender ter a noção exata de onde exatamente numa nação houve tal fato econômico, quanto ele a afetou e qual é o remédio preciso lembra os planificadores da economia comunista da União Soviética, que diziam saber exatamente o quanto a nação precisava produzir, etc. E mesmo se a solução fosse correta, ela, além de não ser economicamente viável ao governo a transparência para cada aumento monetário, só complexa mais o problema que pode ser resolvido comparando a moeda nacional a uma moeda estável, internacional e com confiança igual ao organismo internacional que a gira.

Objeção 6: os agentes privados autorizados já se encarregam de espalhar novas ofertas monetárias via criação de moeda escritural bancária por todo o país, de maneira que o problema da pressão de demanda em certo lugar já está resolvido. 

Resposta à 6: eis o motivo do porquê a Revolução precisa sustentar a possibilidade de um descompasso entre demanda e valor monetário: para pôr essa objeção como resposta. Afinal, é mais economicamente viável para um governo a instituição de um órgão promotor do aumento da massa monetária. Porém, como visto, não é possível mensurar a demanda agregada (ou a demanda total de uma economia) senão em valores monetários, e se esse é modificado, o raciocínio fica inteiramente viesado por isso. Aqui também se verifica o erro incorrido na maioria dos modelos macroeconômicos estudados em cursos de economia do nível superior: partindo de pressupostos de que a demanda agregada é mensurável, pede-se para calcular o nível de demanda de moeda que o “equilibra”. Por isso, nada se pode resolver em economia monetária sem o desaparecimento completo do respaldo legal dos agentes privados suficientemente grandes atuantes com base nisso. E mesmo que um país decida abolir tais agentes, requere-se toda uma análise de sua relação econômica com o resto do mundo, o qual atualmente segue a mesma cartilha econômica, e pode não querer perder um “parceiro” no compartilhamento da inflação. O ideal nacional é este: jogar na ilegalidade tais agentes privados, retomando a autoridade monetária ‘de facto’ ao Estado, hoje nas mãos dos bancos criadores de moeda escritural que podem, caso conspirassem, chagar a nação inteira com inflação (se Deus permitir).

Objeção 7: toda mutação monetária é sempre ruim e pecaminosa, pois abala a estabilidade da moeda, afetando todos os nacionais. Logo, não se pode falar de “caso excepcional” de aviltamento monetário, pois toda mutação monetária é um aviltamento social, sendo redundante também usar o termo “malefício social da mutação monetária”. 

Resposta à 7: como explicou Mathhew “Zippy” Catholic [12]: “Se a Google começasse a emitir novas ações (não as ações existentes de Larry Page, que ele mesmo detém e geralmente pode gastar como quiser, mas novas ações emitidas pela própria Google) à toa para os amigos de Larry Page [N.E: o então presidente da Google] só para que todos pudessem ter jatos particulares, isso seria uma violação do dever fiduciário: um consumo imoral de recursos da Google. Isso diluiria o número atual de acionistas e prejudicaria o balanço da empresa em prol do consumo privado, que não protege nem promove os interesses dos acionistas. Isso é, em certo sentido, “degradação” das ações da Google (...), pode ser difícil para um observador terceirizado dizer onde termina a competência abaixo do ideal e começa o clientelismo egoísta; mas a dificuldade em traçar uma linha precisa não implica que o compadrio egoísta seja moralmente aceitável. Da mesma forma, quando funcionários do governo “gastam” moeda fiduciária [N.E: emitidas pelo próprio governo] em coisas que são egoístas ou desperdícios de dinheiro e não promovem os interesses financeiros e outros interesses da comunidade governada, isso também é, tanto quanto fraude com valores mobiliários em negócios privados, uma violação do dever fiduciário.” 

Objeção 8: afirmar que o governo errou ao mexer no valor da moeda é alegar que a teoria predominante na academia (mesmo havendo divisões internas ali) se equivocou durante mais de 70 anos. 

Resposta à 8: foi Keynes e posteriores seguidores os primeiros a difundirem a idéia de como os clássicos tinham errado sobre a moeda, isto é, por mais de 120 anos os economistas mais reputados erraram. Sabe-se que esses últimos também não eram afins com a tradição escolástica católica, pois bem antes disso já circulava a mentira, devidamente combatida pelo Pe. León Dehon, de que a Tradição Católica também teria errado ao proibir a usura, o que indica a existência de um fenômeno antigo, cujo nome é Revolução, tentando afastar toda influência católica do pensamento ocidental.

Objeção 9: Keynes brilhantemente mostrou como a moeda não é neutra, como os antigos economistas, dentre os citados, supunham. Portanto, a sequência dos textos, bem como a existência de uma pontual exceção padece de uma premissa básica: a moeda tem efeitos reais na economia, pois é capaz de afetar nível de produção, emprego e renda. 

Resposta à 9: a moeda afeta a economia à medida que sua estabilidade é abalada, mas nunca gera bons efeitos, caso contrário, tanto o falsificador da rua quanto a autoridade monetária autorizada a mudar a moeda são benfeitores da economia monetária nacional. Por isso, a emissão monetária precisar estar condicionada ao fato gerador de sua emissão, um caso de urgência pública como uma guerra, cuja natureza exige sacrifício nacional.

Objeção 10: se não houver inflação baixa e controlada, haverá recolhimento de dinheiro em casa, impedindo o mercado financeiro de cumprir a função de reunir os poupadores aos emprestadores, e atrasando o desenvolvimento econômico do país, pois bons negócios não terão empréstimos. 

Resposta à 10: além de a moralidade do banco nas escolhas dos empréstimos não ser católica (especialmente quando o banco somente olha para a capacidade de pagamento do cliente), o encontro dos poupadores com os emprestadores deveria ocorrer por vontade livre, e não como acontece atualmente há décadas: coação por circunstâncias macroeconômicas adversas (quase sempre por corrosão do valor real da moeda). Por causa das facilidades tecnológicas e práticas da vida oriundas da conta bancária, os agentes econômicos deveriam ter a escolha do tipo de seu depósito e contrato. A impossibilidade legal ou prática da escolha em algum país não é senão artifício da Revolução para criar um ambiente de que o mundo sempre fora assim.

4. Proposta de classificações da mutação monetária

Para enfim ordenar por fim as diversas noções de classificação monetária, dentro do contexto católico, segue uma classificação que serve de parâmetro genérico, pode ocorrer simultaneamente, e é produto de uma tradição anterior mesmo onde parece original.

Quanto à causa:

•    Natural: escassez, safra, peste, abundância, desastres naturais ou engendrados por falhas humanas não propositais, etc.

  • Focos:

    o    Local
    o    Regional
    o    Nacional ou transnacional


•    Social

  • Vias:

    o    Produtiva (Custos aos produtores da cesta básica do país mudam por algum motivo social, seja externo ou interno ao produtor)
    o    Estrutural (mudança de hábitos ou costumes, mudança tecnológica, variação populacional, migração ou imigração, etc)
    o    Psicológica (inúmeras variáveis)


•    Artificial: causa não natural e não social, que depende das razões subjacentes para se avaliar a justeza.

  • Vias:

    o    Privado ilegal (todo particular perturbador da estável ordem da justiça distributiva. Exemplo clássico: falsificador)
    o    Legal emergencial (sociedade autoriza a mutação para resgatar um príncipe, ou caso de guerra, etc)
    o    Legal não-emergencial (o próprio poder soberano, ou algum ente público ou privado com respaldo legal modifica o valor da moeda)


Quanto à procedência predominante:

•    Demanda
•    Oferta
•    Habitual (como a “inflação inercial”, chamada também de memória inflacionária, a qual faz ajustar o preço atual pela inflação passada)


Quanto à manifestação:

•    Inflação (aumento dos preços)
•    Deflação (diminuição dos preços)
•    Mista (alterna-se entre inflação e deflação)


4.1. Objeções à 4 e suas respostas

A fim de tonificar a proposta anterior, seguem objeções a mesma e suas respectivas respostas.

Objeção 1: a classificação de causa social, por via psicológica, já foi enunciada por John M. Keynes, e é melhor sintetizada pelos motivos precaução, transação e especulação.

Resposta à 1: de fato, Keynes, e também muitos outros, falaram sobre o aspecto psicológico na demanda por moeda. Na classificação proposta, só alguns exemplos mais conhecidos foram inseridos dentre as vias psicológicas de mutação monetária por causa social. Nada ali pretendeu ser exaustivo, mas sim levar o leitor a pensar em outras alternativas, as quais podem, de acordo com os tempos e circunstâncias, se modificarem. É muito cômodo pensar que muitas soluções estejam encaixadas em determinada teoria econômica de algum economista reputado por grande homem na academia dominante no ocidente, que normalmente é até mais anti-católica.

Objeção 2: a classificação é falha, pois a inflação de procedência “habitual” está repetida com a de causa social por via psicológica.

Resposta à 2: embora o hábito também possa vir de razões psicológicas, muitas vezes o hábito é herdado via algum costume do povo, de forma que o habitual não é, na origem, uma inflação por expectativas, receio, etc, e sim algo que se consolidou. Na prática, é difícil se deparar com uma das duas no estado mais puro.

5. Proposta de definição de mutação monetária (inflação e deflação).

Para definir a mutação monetária no seu verdadeiro sentido, conforme visto com a tradição católica, eis uma proposta de definição diferente da definição técnica dada pela academia, a qual há tempos está eivada de preconceitos e ideias erradas acerca da economia monetária.

No linguajar comum, inflação é o aumento da quantidade de moeda requerida para comprar um dado conjunto de itens, e a deflação, a diminuição da mesma quantidade de moeda necessária para a compra do mesmo conjunto.

Porém, socialmente falando, o que se chama em economia monetária de inflação ou deflação devia ser o seguinte: o impacto social da mudança monetária, o qual pode ou não ser sentido.

5.1. Objeções à 5 e suas respostas.

Objeção 1: inflação se define como o aumento no nível geral dos preços, e deflação, uma diminuição no nível geral dos preços. Não é um aumento qualquer, portanto, tampouco algum “malefício social”.

Resposta à 1: uma mutação (aumento ou diminuição) generalizada no nível de preços não é uma boa definição da mutação monetária pelo seguinte exemplo: se em um determinado país todos os habitantes tivessem dobradas sua quantidade de dinheiro em moeda nacional e tivessem a ciência de que isso ocorreu a todos, nada haveria, ou melhor, todos só passariam a usar a moeda como unidade de conta modificada, perdendo-se tempo somente para se ajustar à nova unidade de conta. Isso já o filósofo do iluminismo escocês David Hume argumentava em outros termos, embora se atribua também ao economista Cantillon. Daqui deriva o nome de Efeito Hume-Cantillon ao efeito da inflação que, como didaticamente se explica, é como um mel despejado no prato: primeiro se concentra num dado local, onde se beneficia pela inflação, depois vai às extremidades.

Objeção 2: a teoria predominante alega ser a mutação monetária o aumento ou diminuição do nível geral dos preços. Para captá-lo, é envolvido um trabalho logístico e de pesquisa sobre a cesta de bens mais unanimemente consumida pelo país.

Resposta à 2: o costumeiro “índice dos preços ao consumidor” devia ser chamado de “índice da mutação igualitária de preços”. Com isso não se quer repudiá-la inteiramente, mas apontar seus seguintes problemas: 1. Estimativa realizada com uma cesta básica de consumo das famílias que exclui fortes variações regionais, mesmo em comida, a qual todo ser humano necessita. 2. Variação de preços ocorrida em certas cidades do país, ou seja, extrapolada para todas as cidades. Além disso, há inúmeros fatores que influenciam a mutação monetária, razão pela qual se propõe mais adiante a definição dos fatores que afetam a mutação monetária neste artigo ainda.

Objeção 3: a ciência econômica não possui meios de avaliar o malefício social de uma mutação monetária por esta englobar infinitas variáveis.

Resposta à 3: assim como só Deus sabe o verdadeiro custo da inflação para os indivíduos, pois esses vivem em diversas partes do país sujeitos a variados preços e contratos, mas mesmo assim se calcula o “índice de preços ao consumidor” a partir de uma cesta básica mais unanimemente consumido no país (ainda que este seja muito heterogêneo), o malefício social de uma mutação monetária também pode ser analisado com rigor e com variáveis mais corretas, tornando-o razoavelmente crível.

Objeção 4: o impacto social da mudança monetária não é uma boa definição de mutação monetária, pois um impacto que não se pode quantificar resulta em uma nova metodologia econômica que saiba ou estime o quanto de moeda foi entesourado, por quem, para quê e por qual razão.

Resposta à 4: mudar a metodologia econômica reinante na academia é uma das principais metas da Economia Escolástica Católica, que é humilde o suficiente para dizer que certos eventos são muito complexos para serem previstos ou quantificados. Quanto ao entesouramento, isso é um fato e bem antigo, uma vez que foi descrito pelo nobre escocês James Steuart Denham (1713-1780). Pode ser chamado de entesouramento Steuartiano ou exceção Steuartiana, pois é uma possível exceção ao efeito Cantillon-Hume. Quem recebe o dinheiro novo primeiro pode, invés de gastá-lo, entesourá-lo para outros fins. Assim, taxa compulsória de reserva bancária a 100% não significa o fim da inflação, porque o dinheiro anteriormente inflacionado pode ter sido entesourado. Eis a razão pela qual usar só uma moeda estrangeira (como a dolarização) é entregar a soberania monetária a quem, só Deus sabe, entesourou. Supondo características físicas distintas e a segurança contra falsificadores, uma moeda nova resolve. Por isso também, à medida que toda moeda é digital, talvez não haja mais soberania monetária (já que a moeda se reduz a bits que talvez possam ser manipulados pelo avanço tecnológico dos computadores).

Objeção 5: melhor medida da inflação (e deflação) é a métrica da oferta monetária verdadeira (TMS), criada por Murray Rothbard e Joseph Salerno, que se baseia na definição austríaca de dinheiro, sobre a qual Rothbard escreve: “O dinheiro é o meio geral de troca, aquilo pelo qual todos os outros bens e serviços são negociados, o pagamento final de tais bens e serviços no mercado” (visto 24/7/2024: https://mises.org.br/artigos/3218/a-oferta-monetaria-e-a-medida-correta-da-inflacao que cita https://mises.org/articles-interest/austrian-definitions-supply-money) .

Resposta à 5: o entesouramento Steuartiano é uma exceção a essa métrica, pois mesmo que ela seja perfeita representação da oferta monetária segundo uma honesta visão de como surge a moeda, etc, pode ter havido entesouramento dessa moeda por agentes econômicos que queiram influenciar posteriormente a oferta monetária. 

7. Proposta de definição dos fatores que afetam a mutação monetária na Economia fechada e na aberta

Com o fim de identificar os verdadeiros fatores que afetam a mutação monetária, tendo em vista todos os tópicos anteriores, principalmente a classificação proposta anteriormente, eis uma proposta de definição dos fatores que afetam a mutação monetária na Economia fechada e na aberta.

Numa economia fechada ao resto do mundo, o impacto social da mutação monetária (aumento ou diminuição dos preços) depende dos seguintes fatores:

1.    Lugar ou Generalização geográfica: ceteribus paribus (tudo o mais constante), quanto mais local for a nova leva ou retirada de valores, mais se impacta aquele recorte populacional que, na dúvida, tende a considerar a mudança como natural ou social, ajustando os preços.

2.    Informação: ceteribus paribus, quanto mais difundida for a informação local de que a oferta monetária foi modificada e impactará primeiro uma determinada cidade, mais o povo dali pode se insurgir, preparando-se previamente, aumentando seus preços, etc.

3.    Reatividade:

a.    Psicologia local: psicologia local ante a mudança pode ser letárgica, enérgica, atenta, inteligente, etc.
b.    Direito contratual: quanto mais a política, via instituições de direito, dá liberdade aos agentes para mudar os contratos baseados nas informações de que houve mutação, mais se potencializa a reação.


Quanto mais todos os fatores são fortes, isto é, há informação perfeita, alteração monetária geograficamente generalizada, e reatividade perfeita (direito contratual e psicologia local miram o ajustamento integral), menos impacto terá a mudança monetária, havendo uma única exceção: o tempo das pessoas, uma vez que todos precisam mudar o conceito de moeda para se ajustar ao novo valor real, ainda que ela não tenha efeito prático. Afinal, é preciso se desacostumar com o fato de que duas unidades monetárias compravam X e agora só uma o compra.

Já numa economia aberta ao mundo, o impacto social da mutação monetária depende dos seguintes fatores:

1.    Interna

a.    Lugar ou Generalização geográfica: igual à fechada.
b.    Informação perfeita: igual à fechada.
c.    Reatividade

i.    Psicologia local: igual à fechada.
ii.    Direito contratual: igual à fechada.

2.    Externa

a.    Propensão “líquida” a exportar a mutação: se um país emite moeda, por exemplo, através dos bancos privados, e possibilita usar um banco nacional para tomar um empréstimo empregando-o em seguida no exterior, a manobra financeira tende a exportar inflação. Também a exportação de inflação pode ocorrer por inúmeros outros meios, a depender da estrutura e funcionamento legal dos países envolvidos.
b.    Informação externa acerca da mudança monetária externa: fator análogo à informação perfeita na economia fechada, só que voltada para o setor externo.
c.    Lugar ou Generalização geográfica da a): como nada entra no país de uma vez e em um só local, o lugar de entrada ou saída do fluxo de dinheiro afeta o impacto da mutação monetária.


Em conclusão, tudo é muito complexo para ser posto numa equação, como querem os moldados na mentalidade tendente a matematizar tudo. Além disso, muitas vezes as variáveis descritas se afetam mutualmente e são impactadas por outros fatores externos ao país, de maneira que só se pode falar de tendências aqui.



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[1] El gobierno monárquico o sea el libro De Regimine Principum. Latín y traducción castellana por D. León Carbonero y Sol: 1861. Primeira edição: 1267, C. XIII, L. II, p. 170
[2] Pequeno tratado da primeira invenção das moedas (1355). Tradução de Marzia Terenzi Vicentini, Curitiba. Editora Segesta, 2004, 1336, C. XV-XVII.
[3] Ibid, Idem., C. XIX
[4] Ibid, Idem, C. XXII
[5] Tratado y discurso sobre la moneda de Vellón. Instituto de Estudios Fiscales, Madrid, 1987. Primeira edição: 1581, p. 581
[6] Idem
[7] The Functional Economy: the bases of Economic Organization. Englewood Cliffs, N. J. Prentince Hall, Inc. 1958., P. 441
[8] Sobre a condição dos operários. Site do Vaticano < https://www.vatican.va/content/leo-xiii/pt/encyclicals/documents/hf_l-xiii_enc_15051891_rerum-novarum.html> Acesso em 3 de dezembro de 2021. Publicação: 1891, 2.
[9] Aos participantes do Congresso do “Instituto Internacional das Finanças Públicas, Dia 2 de outubro de 1948 apud DEMPSEY, 1958, P. 435. Acesso em: 3 de dezembro de 2021 https://www.vatican.va/content/pius-xii/fr/speeches/1948/documents/hf_p-xii_spe_19481002_istituto-finanze-pubbliche.html
[10] Henry Hazlitt, What You Should Know About Inflation, Second Edition, D. Van Nostrand Company, inc. Princeton, New Jersey Toronto London New York, 1960, c. 23 : Money and Goods, p. 73-75. Original: « How does one equate the supply of money with the supply of goods? How can we measure, for instance, the increase in the total supply of goods and services? By tonnages? We can measure the total supply of goods and services, it is commonly assumed, by values. But all values are expressed in terms of money. If we assume that in any period the supply of goods and services remains unchanged, while the supply of money doubles, then the money value of these goods and services may approximately double. But if we find that the total monetary value of goods and services has doubled during a given period, how can we tell (except by a priori assumption) how much of this is due to an increase of production, and how much to an increase in the money supply? And as the money price (i.e., the "value") of each good is constantly changing in relation to all the rest, how can we measure with exactness the increase of "physical production" in the aggregate? Yet there are economists who not only think that they can answer such questions, but that they can answer them with great precision. »
[11] Henry Hazlitt, What You Should Know About Inflation, Second Edition, D. Van Nostrand Company, inc. Princeton, New Jersey Toronto London New York, 1960, c. 23 : Money and Goods, p. 73-75. Original: « If the quantity and quality of money remained fixed, and per capita industrial and agricultural productivity showed a constant tendency to rise, there would, it is true, be a tendency for money prices to fall. But it does not at all follow that this would bring about more net unemployment or a depression, for money prices would be falling because real (and money) costs of production were falling. Profit margins would not necessarily be threatened. Total demand would still be sufficient to buy total output at lower prices. »
[12] « Currency debasement is kind of immoral, but not in the way you think », November 5, 2015. Link consultado em 7 de agosto de 2022: https://zippycatholic.wordpress.com/2015/11/05/currency-debasement-is-kind-of-immoral-but-not-in-the-way-you-think/. “Zippy Catholic” é o apelido de Matthew, investidor católico da Virginia, EUA, que publicava num blog, cuja compilação depois resultou num livro, a seguir citado. Por seu filho Gabriel, e por outras fontes que o conheciam pessoalmente, soube-se de seu falecimento repentino por acidente em 2018. O livro que publicou em formato digital se chama “Usury Frequently - Asked Questions”, Zippy, Third Edition, 2017, Thomas Dickson Typesetter, Saint Paul, Minnesota, United States. ISBN-13: 978-1544688879. ISBN-10: 1544688873.