Bíblia, Papas, Santos, prelados e teólogos deram medida de modéstia e pudor?

S. Padre Pio, rogai por nós!

Extraído de: "O Príncipe dos Cruzados" (volume II, 2a edição).

Artigo ordenado, melhorado e unido de dois antigos sobre o mesmo tema que continham compilados da Bíblia, Papas e de Santos e prelados.

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Por falta de texto mais autorizado sobre a Sagrada Escritura e sobre objeções, incluímos o que nos parece razoável sobre, tendo em vista os compilados.


Sumário deste artigo:

- Sagrada Escritura
- Papas
- Santos
Objeções e Respostas 


- Sagrada Escritura

O Gênesis III indica que, depois do pecado original, apesar de estarem sós e serem casados, Deus vestiu Adão e Eva.

"Feliz aquele que vigia e guarda as suas vestes para que não andes nu, ostentando a sua vergonha", Apocalipse XVI.

"
Os soldados, depois de terem crucificado Jesus, tomaram  as suas vestes e fizeram delas quatro partes, uma para cada soldado. Tomaram também a túnica. Quanto à túnica, que não tinha costura, toda tecida de alto a baixo, disseram uns para os outros: Não a rasguemos, mas lancemos sortes sobre ela, para ver a quem tocará. Cumpriu-se deste modo a Escritura, que diz: Repartiram as minhas vestes entre si, e lançaram sortes sobre a minha túnica (Sl. 22,19). Os soldados assim fizeram." S. João XIX. Sendo Deus Encarnado o modelo de modéstia, e a noção histórica de que o “alto” não acabava nos cotovelos, nem o “baixo” nos joelhos, temos aqui a medida de modéstia mais perfeita, dada pelo próprio Deus. Por isso, nas imagens religiosas, Nosso Senhor Jesus Cristo só foi representado com pouca roupa na hora ignominiosa da Paixão e Crucifixão.

Em recinto sagrado, no Novo Testamento os trajes femininos e masculinos deverão ser diferentes: "Julgai vós mesmos: é decente que uma mulher faça oração a Deus, com a cabeça descoberta? E não vos ensina a própria natureza que é desonroso para o homem deixar crescer os cabelos? Pelo contrário, é glória para a mulher deixá-los crescer, porque os cabelos foram-lhe dados como véu (para se cobrir). Se alguém quiser contestar (o que digo), (fique sabendo que) nós não temos tal costume, nem as Igrejas de Deus." I Cor XI. A mulher é exortada a se vestir com modéstia em I Tim 2. De fato, Nossa Senhora sempre foi representada muito recatada nas imagens.

Em qualquer tempo, no Antigo Testamento os trajes femininos e masculinos deverão ser sempre diferentes: "Não haverá traje de homem na mulher, e nem vestirá o homem roupa de mulher; porque, qualquer que faz isto, abominação é ao Senhor teu Deus", Dt XXII.

- Papas
 

Pio XII contra as roupas que oferecem perigo de pecado ao próximo, contra as roupas que exibem as coxas, etc

“(...) a modéstia – a própria palavra “modéstia” vem de modus, uma medida ou limite – provavelmente expressa melhor a função de governar e dominar as paixões, especialmente as paixões sensuais. Ela é o baluarte natural da castidade. É seu baluarte natural porque ela modera os atos que estão estreitamente conectados com o próprio objeto da castidade (...)

Mas, não importa quão ampla e variável seja a moral relativa das modas, sempre haverá uma norma absoluta para guardar depois de ter escutado a admoestação da consciência advertindo ao se aproximar do perigo: um estilo jamais deve ser uma ocasião próxima de pecado.” [1].

“Lemos na “Passio SS. Perpetuae et Felicitatis” – com justiça considerada uma das jóias mais preciosas da literatura cristã primitiva – que, no anfiteatro de Cartago, quando a mártir Vibia Perpétua, jogada para o alto por uma vaca selvagem, caiu no chão, seu primeiro pensamento e ação foi arrumar o vestido de modo a cobrir sua coxa, porque ela estava mais preocupada com a modéstia do que com a dor.” [2]

Bento XV

“Desde este ponto de vista não podemos deixar de condenar a cegueira de quantas mulheres de todas as idades e condição; feitas tontas pelo desejo de agradar, elas não vêem a que nível a indecência de suas vestes chocam a todo homem honesto, e ofendem a Deus. A maioria delas teriam, em outras épocas, se envergonhado com esses estilos por grave falta contra a modéstia Cristã; e já não é suficiente que elas se exibam na via pública; elas não tem medo de cruzar as portas da Igreja, a assistir o Santo Sacrifício da Missa, e até de levar a comida sedutora das suas paixões vergonhosas até o Altar da Eucaristia onde recebemos o Autor celeste da pureza.”. [3]

Pio XI contra as roupas indecentes, incluso as de ginástica

I. O padre da paróquia e, especialmente, o pregador, quando a oportunidade surgir, deverá, segundo as palavras do Apóstolo Paulo (I Tim 2,9), insistir, argumentar, exortar e ordenar que o traje feminino seja baseado na modéstia e que o adorno feminino seja uma defesa da virtude. Deixá-los igualmente advertir aos pais para fazer com que suas filhas deixem de vestir trajes indecorosos (...).


"III. Que os pais mantenham suas filhas longe do público de jogos e competições de ginástica, mas se as suas filhas são obrigadas a frequentar essas exposições, deixá-los ver que elas estejam totalmente e modestamente vestidas. Que eles nunca permitam que suas filhas usem trajes indecentes. (...)

V. As Superioras mencionadas e professores não devem receber em suas faculdades e escolas meninas vestidas indecentemente, e não devem nem mesmo abrir uma exceção no caso das mães dos alunos. Se, após a admissão, as meninas insistirem em vestir-se indecentemente, as alunas devem ser rejeitadas. (...)

IX. Donzelas e mulheres vestidas indecentemente devem ser impedidas de receber a Comunhão e de atuar como madrinhas dos sacramentos do Batismo e da Confirmação, e, além disso, se o delito for extremo, podem mesmo ser proibidas de entrar na Igreja" [4]..

- Santos
 

São Leonardo de Porto Maurício (1676-1751) contra o traje que rouba de Deus os olhares (vale tanto para o exagerado, quanto para o imodesto)

"Uma mulher, que entra na Igreja com um traje espaventoso, atrai todos os olhares, e queira Deus não atraia também os corações, arrebatando ao Senhor as devidas adorações. (...) quanto me escandalizam certas pretensiosas que, com seus penteados ridículos e ares de atrizes, assumem poses de deusas no lugar santo. (...)

Se, entretanto, ides à Igreja com certos trajes escandalosos, mereceis todas as censuras. Transformeis o templo sagrado em covil de ladrões, pois roubais a Deus a honra, pelas distrações que provocais aos sacerdotes, aos ministros, a todo o povo". [5]

São Tomás de Aquino (1225-1274) com citação de Santo Agostinho (354-430)

“ (...) o mau uso dessas coisas da aparência exterior pode vir também de uma descontrolada afeição a elas e parte do usuário, levando-o, por vezes, a utilizá-las de modo sensual demais, esteja ele de acordo ou em desacordo com os costumes locais. Por isso, recomenda Agostinho: ‘Não se deve usar nada com paixão, pois esta não só ofende, perversamente, o costume daqueles entre os quais se vive, como também, ultrapassando-lhes, muita vez, os limites, manifesta, com rompantes escandalosos, um descaramento antes escondido sob o véu de costumes públicos’.

Ora, essa afeição desordenada pode manifestar seu exagero de três formas (...). Outra manifestação dessa exagerada preocupação com a roupa acontece quando nisso se buscam os prazeres do corpo, vendo na roupa um atrativo para tais prazeres". [6]
Imagem não original nossa

"Os adornos das mulheres estão isentos de pecado mortal? (...)

RESPONDO. Em relação aos adornos das mulheres, devem-se fazer as mesmas observações antes feitas, em geral, sobre a apresentação exterior, destacando, porém, algo especial, ou seja, que os adornos femininos despertam a lascívia nos homens, segundo o livro dos Provérbios, 7: ‘Eis que essa mulher lhe vem ao encontro, trajada qual prostituta, toda insinuação’. No entanto, pode a mulher, licitamente, empenhar-se por agradar ao marido, para evitar que ele, desdenhando-a, venha a cair em adultério. Por essa razão, se diz na primeira Carta aos Coríntios, 7: ‘A mulher casada preocupa-se com as coisas do mundo: ela procura como agradar o marido’. Portanto, se a mulher casada se enfeita para agradar ao marido, pode fazê-lo sem pecado. Mas as que não têm marido nem os querem ter e vivem em celibato, não podem, sem pecado, querer agradar aos olhos dos homens, para lhes excitar a concupiscência, porque isso seria incentivá-los a pecar. Se, pois, se enfeitarem com essa intenção de provocar os outros à concupiscência, pecam mortalmente. Se o fizerem, porém, por leviandade, ou mesmo por um desejo vaidoso de aparecer, nem sempre será pecado mortal, mas às vezes venial. Diga-se o mesmo, aliás, a respeito dos homens. Por isso, escreve Agostinho: ‘Sugiro-te que não te precipites em proibir enfeites de outro ou vestes preciosas, a não ser aos que, não sendo casados nem querendo sê-lo, deveriam pensar em como agradar a Deus. Quanto aos outros, eles pensam nas coisas do mundo: os maridos, como agradarão às esposas; as mulheres, como agradarão aos maridos, sempre com a ressalva feita pelo Apóstolo, a saber, nem às mulheres casadas convém trazer os cabelos descobertos’. Nesse caso, porém, ainda é possível que algumas mulheres fiquem isentas de pecado, se não agirem por vaidade, mas por um costume contrário, embora não recomendável" [7].

São Padre Pio (1887-1968)

"Padre Pio não tolerava vestidos curtos ou com decotes baixos, saias justas, e ele proibiu suas filhas espirituais de vestir meias-calças transparentes. A cada ano a sua severidade aumentava. Ele teimosamente mandava embora do seu confessionário, mesmo antes de pôr o pé dentro, quem ele julgasse estar indevidamente vestidas. Em algumas manhãs, ele expulsou uma após a outra, até que ele acabou por ouvir muito poucas confissões. Seus irmãos observaram estes drásticos expurgos com certo mal-estar e decidiram pregar uma placa na porta da igreja: “Por desejo explícito do Padre Pio, a mulher deve entrar no confessionário vestindo saias PELO MENOS 20 CENTÍMETROS ABAIXO DO JOELHO. É PROIBIDO EMPRESTAR UM VESTIDO LONGO NA IGREJA PARA USÁ-LO PARA A CONFISSÃO“ "[8].

"Uma vendedora de calças dona de uma loja de varejo em Vancouver foi se confessar na Itália com Padre Pio e teve sua absolvição foi recusada:

“Ele ordenou que ela voltasse para casa no Canadá e se livrasse de todo seu estoque, e não desse qualquer um dos itens para as pessoas que poderiam usá-los, e se ela quisesse sua absolvição, poderia voltar à Itália e recebê-la, só depois que ela realizasse impiedosamente suas ordens” "[9].

"Shorts e mangas curtas, até em crianças não era aceito pelo Padre Pio. Para um homem indo para a confissão de maga curta ele disse: “ou alongue as suas mangas ou encurte seus braços” "[10].

"Uma garota de mini-saia foi informada que era preciso de um vestido maior para se confessar com o Padre Pio. Ela foi na loja com a mãe comprar as roupas apropriadas. Olhando a si mesma no espelho com o novo vestido ela disse: “Se eu o meu namorado me vesse assim ele iria pensar que eu sou um palhaço”. Quando sua vez de se confessar chegou e a portinhola abriu, ela ouviu “Vai embora! Eu não confesso palhaços“ "[11]

São Francisco de Sales (1567-1622)

"São Paulo quer que as mulheres cristãs (o que há de entender-se também dos homens) se vistam segundo as regras da decência, deixando de todo excesso e imodéstia em seus ornatos. Ora, a decência dos vestidos e ornatos depende da matéria, da forma e do asseio" [12].

Cardeal Siri (1906-1989)

“ (...) para uma roupa ser modesta, no entanto, ela não deve somente cobrir o corpo, mas também não ficar apertada demais no corpo. É verdade que muitas roupas femininas colam mais do que muitas calças, mas as calças podem ser feitas para apertarem mais, e de fato geralmente apertam. Por isso, este tipo de roupa, colada ao corpo, nos dão a mesma preocupação quanto às roupas que expõem o corpo. Então a imodéstia das calças masculinas no corpo feminino é um aspecto do problema que não pode ser deixado sem uma observação geral sobre elas, ainda que não deva ser superficialmente exagerado também”. [13]

Cardeal Pompili (1858-1931)

"Para que a uniformidade no entendimento (a respeito da modéstia) prevaleça (…) recordamos que um vestido não pode ser chamado de decente se é cortado mais que a largura de dois dedos sob a cova da garganta, se não cobre os braços pelo menos até os cotovelos, e se mal chega até um pouco abaixo dos joelhos. Além disso, os vestidos de materiais transparentes são impróprios" [14].

- Objeções e Respostas 

Objeção 1: 
os hábitos de vestimenta mudam. 

Resposta à 1: os hábitos mudam, as cores, os tecidos, os bordados e cortes das roupas mudam. Porém, o recato e o pudor não mudam, pois se pautam no corpo humano, que é idêntico em todo mundo. Embora a percepção de cada povo com relação à modéstia varie, certas partes do corpo feminino, se visíveis ao homem, seja por roupa colada ou por nudez, são evidentemente uma tentação à pureza. Quem faz o trabalho do tentador colabora com o maligno.

Objeção 2: 
mulheres búlgaras enviaram ao Papa S. Nicolau suas preocupações com o uso de calças [femoralia] por elas, o que foi desconsiderado por aquele Pontífice.

Resposta à 2: as roupas das mulheres búlgaras daquele tempo, como as de todas as épocas no passado com exceção do século XX e XXI, em nada se assemelhavam exteriormente às dos homens daquela época. Antes usavam a referida calça abaixo de outros trajes tipicamente femininos como a saia. Quem sustenta o contrário, deve mostrar imagens de que aquelas mulheres portavam uma roupa com forma exterior idêntica à masculina, e não criar hipóteses sobre o que tem resposta histórica correta.

No áudio abaixo, o prof. Plinio conta como os moralistas ensinavam questões relativas às vestimentas no passado recente em relação ao áudio (dos anos 70)


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[1] S.S. Pio XII, 8 de novembro de 1957, The Pope Speaks Vol. IV, No. 3, págs. 273-285.
[2] Ed Franci de Cavalieri, 1896, p. 142-144 Op. Cit. S.S. Pio XII - Alocução às meninas da Ação Católica, 6 de outubro de 1940 em Papal Teaching, The Woman in the Modern Word, St. Paul Editions (1958)
[3] Bento XV, Encíclica Sacra Propediem, 1922.
http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xv/encyclicals/documents/hf_ben-xv_enc_06011921_sacra-propediem_en.html
[4] Cardeal Donato Sbaretti, Prefeito, Sagrada Congregação do Concílio, Roma, 12 de janeiro de 1930. Aprovado por Pio XI.
[5] Exemplos para as pessoas de categoria, no livro Excelências da Santa Missa do Santo
[6] Suma Teológica, Segunda Parte da Segunda Parte, Questão 169, Artigo 1, Ed.Loyola
[7] Suma Teológica, Segunda Parte da Segunda Parte, Questão 169, Artigo 2, Ed.Loyola
[8] Dorothy Gaudiose, Prophet of the People, pp. 191-2.
[9] Anne McGinn Cillis, Arrivederci, Padre Pio, A Spiritual Daughter Remembers.
[10] Io...testimone del padre, Pág. 54, Modestino da Pietrelcina
[11] Pg.152 Iasenzeniro, F. M. (2006). The "Padre" saint Pio of Pietrelcina. His mission to save souls. Testimonies. San Giovanni Rotondo: Edizioni Padre Pio
[12] São Francisco Sales, Filotéia, parte III, cap. 25.
[13] Notificação concernente às mulheres que vestem roupas de homem, pelo Cardeal Giuseppe Siri, Genova, 12 Junho de 1960. Traduzido do website El Cruzado.
[14] 24 de setembro de 1928, Instrução sobre a modéstia do Cardeal Basilio Pompili, Op.Cit. Dressing with Dignity, Collen Hallmond.