Dr. Plinio profetiza a tragédia do Concílio Vaticano II

Extraído de: "O Príncipe dos Cruzados (Vol. I, parte 2, 3a edição, Cap. III, 2)". 

Grifos nossos.

1962 - Antes do Concílio

“No estado de cansaço em que estou, eu de boa mente preferiria ficar-me por aqui, sem me sobrecarregar com todas as ocupações e preocupações que em Roma terei. Mas se eu não fosse para Roma agora, teria a minha consciência mais suja do que se fosse um soldado desertor. E, colocando o dever acima de tudo – máxime o dever para com a Santa Igreja – resolvi partir (...)”

“De um lado, jamais o cerco dos inimigos externos da Igreja foi tão forte, e jamais foi tão geral, tão articulada, tão audaciosa a ação de seus inimigos internos”.

“De outro lado, sei bem que posso prestar serviços muito úteis para ajudar a sustentar o edifício da Cristandade. A Senhora bem compreende, queridinha, que eu não poderia jamais, sob consideração nenhuma, renunciar a prestar à Igreja, à qual dediquei minha vida, este serviço em uma hora histórica quase tão triste quanto a da Morte de Nosso Senhor” [1].

Concílio Vaticano II: equivalente à convocação dos Estados Gerais no começo da Revolução Francesa, ou seja, o início da Revolução na Igreja

O Bispo de Jacarezinho, D. Geraldo de Proença Sigaud, recebeu a notícia no decurso de uma semana de estudos anticomunistas, promovida pela TFP. Ali passou o bilhete com a notícia por baixo da mesa para Dr. Plinio por estarem no meio de uma reunião. Depois comentou com ele:

“-É bom, não é verdade, Plinio, a convocação de um Concílio?

-Não estou em mim, D. Geraldo. São os Estados Gerais da Igreja! É o início da Revolução dentro da Igreja!

-Não, o Papa vai conseguir mudar a cabeça de todos os bispos e tudo vai acabar em bem. Não vai acontecer nada!” [2]

Em artigo de 1962 Plinio escrevia um artigo delineando as principais dificuldades que deveriam ser sanadas no Concílio, e curiosamente cita as principais falhas do Concílio geralmente consideradas pelos críticos: comunismo, liberdade de consciência, e no penúltimo parágrafo o ecumenismo. "Por fim, uma observação genérica. Quanto tem a Santa Sé feito no plano da oração e da ação, em favor da Igreja do Silêncio? " [3]

1965 - Durante o Concílio

"Então, compreende-se o que é a Mediação Universal. É a graça que incide em cheio sobre a única Medianeira entre Nosso Senhor Jesus Cristo e os homens, e que daí, então, dá um transbordar para os homens. Ela conserva para Si uma quantidade inesgotável.

Se sabemos que isto é assim, que importância têm os nossos inimigos? Que importância tem, inclusive, o demônio, se sabemos quem é Nossa Senhora? Que importância têm as tristezas do Concílio? Nós sabemos que Nossa Senhora é cheia de graça" [4].

"Vendo Nossa Senhora chorar em La Salette, Nossa Senhora das Dores, mas em que Ela não chora mais a crucifixão de Seu Filho, mas chora a crucifixão da Igreja Católica, pensando em tanta coisa que está se realizando no Concílio e por outros lugares, e que representam esta crucifixão, nós devemos ter uma palavra a Nossa Senhora de piedade, de respeito e de reparação" [5].

1966 - Depois do Concílio

"Porque a gente imagina que um Concílio -- oficialmente Concílio, -- se reúne, e se reúne, para só dizermos o que é evidente -- para dar um ensinamento que é destinado a dar a impressão que a verdade é o erro, e o erro é verdade, porque isto é evidente que é do Concílio, para encami¬nhar as almas na linha da Revolução e fazê-las aderir à Revolução, porque confiam na autoridade que as devia guiar contra a Revolução, é feito aqui uma espécie de morticínio de almas, é feito aqui um trucidamento da Igreja enquanto Igreja, e do Corpo Místico enquanto Corpo Místico, que só não o mata porque a Igreja é imortal, porque a Igreja é exatamente infalível (...), houve homens que lutassem dentro do Concílio, não houve homens que lutassem contra o Concílio, o que era aquilo que deveria ter sido feito (...).

Neste momento da última agonia, em que os piores estertores da dor mais horrorosa, da dor de alma mais lancinante, quando Ele via aos pés dEle Nossa Senhora no auge da própria Paixão dEla, sofrendo pelo que Ele sofria, neste momento, eu pergunto:

O que terá pesado o Concílio Vaticano II? Com o horror da rejeição do Sangue dEle, e toda a rejeição de vinte séculos de glória da Igreja? De toda a rejeição dos carismas da autoridade, de toda a rejeição da missão da autoridade? E isto vendido por coisas que são pratos de lentilhas, vendido por trinta dinheiros, vendido por toda a trivialidade, por toda a miséria humana" [6].

Após elogiar o cáracter universalista da Igreja na presença de todas as nações no Concílio, Dr.Plinio enfatiza em artigo publicado na revista catolicismo como foi feito algo "sem precedentes", isto é, nunca antes na história da Igreja.

"Considerada a obra do Concílio do ponto de vista da história da humanidade pode-se dizer que a augusta Assembléia (...) resolveu jogar um lance sem precendentes.

Com efeito, em todas as deliberações conciliares nota-se o empenho de fazer as maiores concessões, os maiores sacrifícios, a fim de atrair a benquerença dos que se acham separados da Igreja” [7].

1976 - "A Obra do Concílio não pode estar escrita no Livro da Vida": apêndice do seu livro mais conhecido

"Dentro da perspectiva de Revolução e Contra-Revolução, o êxito dos êxitos alcançado pelo comunismo pós-staliniano sorridente foi o silêncio enigmático, desconcertante, espantoso e apocalipticamente trágico do Concílio Vaticano II a respeito do comunismo.

Este Concílio se quis pastoral e não dogmático. Alcance dogmático ele realmente não o teve. Além disto, sua omissão sobre o comunismo pode fazê-lo passar para a História como o Concílio apastoral (...).

Com táticas aggiornate - das quais, aliás, o mínimo que se pode dizer é que são contestáveis no plano teórico e se vêm mostrando ruinosas na prática - o Concílio Vaticano II tentou afugentar, digamos, abelhas, vespas e aves de rapina. Seu silêncio sobre o comunismo deixou aos lobos toda a liberdade. A obra desse Concílio não pode estar inscrita, enquanto efetivamente pastoral, nem na História, nem no Livro da Vida.

É penoso dizê-lo. Mas a evidência dos fatos aponta, neste sentido, o Concílio Vaticano II como uma das maiores calamidades, se não a maior, da História da Igreja. A partir dele penetrou na Igreja, em proporções impensáveis, a “fumaça de Satanás”, que se vai dilatando dia a dia mais, com a terrível força de expansão dos gases. Para escândalo de incontáveis almas, o Corpo Místico de Cristo entrou no sinistro processo da como que autodemolição" [8].

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Outros artigos de interesse:

Dr. Plinio nunca mudou de posição ou foi favorável ao Concílio Vaticano II. Respondendo objeções a isso tiradas de textos do próprio

Atuação da TFP e de Dr.Plinio no Concílio Vaticano II. Um profeta no Concílio


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Comparem essa visão acurada com a de Mons.Marcel Lefebvre, considerado por muitos erroneamente como bastião da tradição e da moral, seja por omissão dos lefebvristas ou mesmo falta de informações que eles mesmos tem. No artigo abaixo mostramos que ele assinou as atas do Concílio, negou isso, e assim o fato não consta em biografias como a de Michael Davies, embora conste na de D. Tissier, que tenta abafar todo o tempo em que Lefebvre negou isso invocando uma falta de memória, etc: 

Marcel Lefebvre e o Concílio: assinou os documentos e falava bem dos frutos, depois negou ter apoiado e passou a criticar

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[1] Carta de Outubro, 1962 para D. Lucilia, em Dona Lucilia, J.S. Clá, Artpress, São Paulo, 1995, vol.III, p. 117
[2] A-IPCO, 22 de Junho de 1984, Reunião para correspondentes esclarecedores da TFP, disponível no youtube, e reunião do dia 9 de Setembro de 1989.
[3] Na perspectiva do próximo Concílio, Algumas manifestações da desoladora confusão ideológica entre Católicos, Revista Catolicismo Nº 133, Janeiro de 1962

[4] Reunião do Santo do Dia, 4a. Feira, 4 de Agosto de 1965
[5] Reunião do Santo do Dia, Sábado, 18 de Setembro de 1965
[6] A-IPCO, Simpósio de Belo Horizonte, Domingo, 27 de fevereiro de 1966
[7] Encerrado o Concílio: momento de importância transcendente na História da humanidade", Revista Catolicismo N.o 181-182 – Janeiro-fevereiro de 1966
[8] "Revolução e Contra-Revolução", Parte III, Cap.2, 4.A