S. Pedro com a Tríplice Tiara |
Anterior deste capítulo: O Brasão Pontifical do Papa Santo através da explicação dos elementos presentes
Recomendamos a leitura prévia:
Diferença entre teologia da história, hipótese teológica, e interpretações. Nível de adesão católica a cada uma
A teologia da história prova a vinda do Papa Santo para profetizar o Castigo Mundial para os homens.
A Teologia da História prova a vinda do Reino de Maria, por Plinio Corrêa de Oliveira em 1971.
A vinda do Papa Santo e do último Papa exposta na Escritura
Clique para ler mais sobre o Reino de Maria e o Castigo ou Bagarre
Extraído de: "O Príncipe dos Cruzados (Vol. I, parte I, 3a edição, Cap. III)".
Afirmação: S. Pedro foi o perfeito exemplo de Papa. Suas ações na Sagrada Escritura simbolizam o máximo alcance que um Papa pode ter enquanto tal.
Foram suas ações, segundo os Atos dos Apóstolos:
- Exerceu a autoridade
- Converteu multidões
- Fez milagres
- Foi perseguido
- Excomungou
- Teve visões
- Presidiu um Concílio infalível
Segundo a Tradição:
- Escreveu documentos infalíveis (suas Epístolas) sobre matéria: doutrinária, disciplinar, profética, escatológica.
- Foi martirizado.
Destaca-se somente os atos após Pentecostes. Antes disso é difícil falar de um Papado, como se conhece hoje, por causa da presença do Corpo Místico da Igreja, Nosso Senhor Jesus Cristo, guiando e aconselhando os apóstolos. Em negrito, as hipóteses calcadas na afirmação inicial, seguidas de explanação simbólica.
No pontificado do Papa Santo Restaurador haverá as mesmas ações
Um Papa que seja Santo, e leve a Igreja para a restauração, deve apresentar os mesmos atos, não necessariamente na mesma ordem.
Justifica-se pela semelhança da grandeza em ambos Reinados: o primeiro, no começo da história da Igreja, sabia que ia ser exemplo de Papa para a Igreja até o fim do mundo, já o outro o será para o Reino de Maria. Portanto, convém que o Espírito Santo também guie este para um Pontificado inspirador para a Santa Igreja dali em diante. Ainda assim, o Papado de S. Pedro é mais nobre, pois inspira a Cristandade do começo ao fim.
Justifica-se pelas revelações privadas: conforme veremos no capítulo V, S. João Bosco tratava Pio IX como o Papa que iria restaurar os Estados Pontifícios, e iria ser recebido por todos os reis da terra. Ora, este Papa não completou estas ações, além de não ter completado as ações antes mencionadas: martírio, milagres, visões e conversões de multidões. Ainda que as possa ter feito em algum grau, não as fez de modo extraordinário e evidente. Logo, a profecia só se compreende considerando Pio IX a prefigura de um Pontífice vindouro. A história do Reinado de Pio IX reforça o argumento, já que se assemelha ao Papado do Papa Santo, pois a proclamação de um dogma mariano, um Syllabus (lista) de erros, um Concílio, uma guerra contra a Igreja e o martírio de um Papa (do qual fala o terceiro segredo de Fátima) estarão, segundo mostrado neste volume, presentes no futuro.
O Pontificado do Papa Santo deve começar exercendo a autoridade e restaurando
Justifica-se pela prefigura com S. Pedro: começou seu ministério exercendo sua autoridade, citando profecias e restaurando o que foi perdido. Assim, o primeiro Papa tomou a palavra, quando estavam os Apóstolos reunidos (Atos I, 16), citou a traição de Judas nas profecias, e propôs a substituição de seu lugar vago. Também a vinda do Papa Santo se relaciona com autoridade, profecias, traição na Igreja, e restauração.
Justifica-se pela situação atual: a Igreja precisa urgentemente de restauração, da doutrina, da liturgia, dos apontamentos apostólicos, das ordens religiosas, dos leigos em espírito de cruzada, dos órgãos relacionados, etc. Um bom Papa é aquele que promove o mais urgente para o bem da Igreja.
A primeira condenação dos erros será semelhante ao Syllabus de Pio IX
Justifica-se pela estrutura dogmática fácil de ler do Syllabus, condensada e com caráter de proibição. É a mais conveniente forma a ser posta em paróquias, distribuídas em panfletos pequenos, etc.
Justifica-se pelo espelhamento ao Papado de Pio IX: há uma nova diplomacia vaticana, e emerge uma veneração por aquele Papa contra-revolucionário do século XIX, digno de devoção como o restaurador Vigário de Cristo o será.
Este novo Syllabus (NS) deve vir ao lado de um catecismo novo já pronto na vinda do Papa, cujo público-alvo será os neopagãos e os fiéis
Justifica-se pela necessidade de proselitismo: ainda que os neopagãos sejam mais numerosos, muitos católicos possuem idéias péssimas, hábitos igualitários, liberais, materialistas, primários, tribalistas, etc.
Justifica-se que o Catecismo deve estar pronto pela urgência do NS. Assim, a confusão e acusação de autoritarismo irrefletido serão dispersas pelas explicações dadas nesse Catecismo, e como o NS deverá ser publicado logo (se não estiver publicado), assim também o Catecismo deverá estar pronto na data, quiçá já traduzido para algumas línguas (se já não estiver também).
Ainda mais conveniente será se o NS já estiver publicado e disponível em algumas línguas, porque o Papa Santo confirmará a doutrina ensinada, dispersando as dúvidas de "novidade". Melhor ainda se o NS fosse feito permeado de tradicionalismo contra-revolucionário, confirmando o encargo profético e a ortodoxia doutrinária deste pensamento.
Além disso, prontas, a
bula (do NS) e o catecismo dissiparão acusações de senilidade, etc.
Adendo da 3a edição: sustentamos, desde a primeira edição, que o NS virá
como uma Bula, mas infelizmente não escrevemos as razões. Muitos podem
pensar que o caráter universal da Encíclica a torna o meio mais
adequado. Entretanto, a Bula, além da possível abrangência universal, é
historicamente relacionada à condenações Papais solenes, assuntos
importantes, etc. Na Bula, também figura a imagem do Papa Reinante e a
dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo. Além disso, costuma ser breve, como o
NS.
Cientes destas mesmas teses, e para auxiliar tal obra, trabalhamos e publicamos dois volumes, conforme os dois públicos mencionados. Mesmo se essas teses estiverem corretas, só a vinda do Papa Santo confirmará a ajuda desta série (Adendo da 3a edição: hoje rechaçamos qualquer rastro de comparação desta série com estas hipóteses).
O Papa Santo deverá proclamar o duplo dogma mariano em sua primeira aparição pública
À objeção de que isso ofuscará o ato da última hipótese responde-se lembrando podem surgir concomitantemente, isto é, o Syllabus de erros pode ser mandado para publicação antes da aparição, bastando uma citação deste após a proclamação.
Justifica-se pela necessidade de devoção profunda do Papa Santo à Virgem Maria: como propugnador do Reino dEla, a proclamação será também uma consagração do Papado ao Senhorio da Virgem Imaculada Co-Redentora e Medianeira de Todas as graças.
Justifica-se pelas Eras: o Papa Santo abre a sexta Era, mas a aparição de um homem não pode, por si, abrir uma Era, igualando-se à missão de Nosso Senhor, que abriu a sexta Era antiga, segundo hipotetizado. Logo, a proclamação do dogma e, portanto, a aparição, por assim dizer, da glória de Maria, será o evento de abertura da sexta Era. Aliás, o evento marca o começo do seu Reino, e o Pontífice será seu instrumento. Se mais adiante o tratamos como o "homem que abriu a sexta Era" em sua eleição, foi somente por ser instrumento principal.
Justifica-se pela necessidade de mostrar ao mundo que aquele é o Papa Santo. Proclamar imprevistamente dogmas anti-ecumênicos e, ao mesmo tempo, publicar uma condenação de erros modernos, incluindo a sociedade neopagã, significa causar, no mínimo, grande espanto, de modo que aos homens, em geral, o Papa pareça ser agitador ou profeta.
Na proclamação do dogma mariano, quando o Papa Santo fizer sua primeira aparição pública, acontecerá um milagre
Para dissipar a impressões indesejadas: primeiro, de que o Papa é louco ou profeta ao proclamar dogmas subitamente, segundo, dissipar a confusão dos fiéis vendo a firmeza de fé dos homens e a sublimidade do evento. Assim, o milagre se dará na frente de Roma e do mundo (pelas câmeras). Como a primeira aparição pública ocorre na sacada da Basílica do Vaticano, diante de todas as câmeras e da multidão romana, é o momento conveniente.
Justifica-se pela confirmação do Papado: o milagre confirmará o uso da infalibilidade pelo Papa, bem como o seu Papado, evaporando qualquer dúvida. Também convém que o Syllabus seja mencionado no discurso da primeira aparição Papal, após a aclamação do povo, isto é, a confirmação do Papado. A prévia citação, antes do dogma, refutará a acusação de que após o dogma (ao qual não farão resistência, por falsa piedade), o Papa voltou e anunciou um documento "herético", perdendo o Pontificado.
Adendo da 3a edição: a aceitação pacífica do povo é tida, segundo visto no volume II, como a prova da eleição do Papa. Por alguma razão, escrevemos antes que "suscitaria mais dúvidas", o que, além do tempo verbal errado, não está de acordo com o que já sabíamos, ainda que só publicado no volume II.
Deus acha sempre melhor. Aqui hipotetizamos que será de noite e, logo após a proclamação, dois milagres de Maria Santíssima acontecerão: primeiro, um raio estrondoso atingindo algum ponto específico da sacada sem ferir ninguém (e por isso milagroso), confirmando o mensageiro de Deus tal como Moisés, que baixa o monte Sinai com as tábuas das leis emitindo raios pelo rosto. Segundo, a volta do Sol para a orbita Romana, quando iluminará toda a praça São Pedro por algum tempo antes do terceiro Angelus, espelhando o milagre em Fátima. Então, o Papa poderá rezar o Angelus com os fiéis. Retornando o Sol ao seu percurso, a noite voltará, findando a aparição do Papa com a seguinte impressão: enquanto falar aos fiéis, enquanto forem seu rebanho, não haverá trevas.
Adendo da 3a edição: na ilusão de que a Mediação Universal de Maria Santíssima já continha o dogma da Co-Redenção, referimo-nos a um terceiro dogma mariano desde a Imaculada Conceição. Nesta edição incluímos a compilação teológica para a Co-Redenção, intimamente ligada à Mediação Universal, razão pela qual retiramos frases daqui aludindo ao símbolo do "três".
Na primeira aparição, com a nova indumentária, o Papa deverá ser coroado com a Tríplice Tiara de S. Pedro, mesmo sem a cerimônia habitual de coroação
Justifica-se pelo paralelo com o Papado glorioso do Príncipe dos Apóstolos. Ao mesmo tempo, evocará os pontificados
contra-revolucionários que usaram a Tríplice Tiara, e tudo que esta relíquia da
grandeza representa: os Estados Pontifícios, etc.
Justifica-se pela sua indumentária que, hipotetizada antes neste capítulo, representa uma mudança com entornos proféticos. Ademais, hipotetizamos que a coroação instaurará um hábito Vaticano no Reino de Maria: coroação com a coroa de S. Pedro em um primeiro momento, rememorando esse evento.
Contudo, parece mais conveniente o Papa surgir primeiro sem a capa vermelha da TFP, e colocá-la no momento da coroação, após receber a Tiara Tripla, a ser posta pelo Cardeal Protodiácono, conforme costume. Tais atos provarão que o Papa Santo não vem para mudar o costume, mas para elevá-lo. A coroação pelo Cardeal ratificará a eleição pelo Sacro Colégio (justificaremos depois como elegerão este pontífice).
O Papa Santo, nessa primeira aparição, deve colocar a capa da TFP no Grande Monarca e no Grande General
Justifica-se pela missão similar à de S. Elias: ungir profetas e reis, conforme Deus mandou àquele profeta antigo. Esse ato representará bem isso. Também o gesto mostrará que, da restauração espiritual, virá a social ou profética e, em seguida, a material ou política (por isso, a sequência do gesto será: Grande General e Grande Monarca).
Justifica-se pelo simbolismo da capa: representa o Grupo aplicador da doutrina católica na ordem temporal pela via profética. A TFP representa os valores morais sociais a serem restaurados. E seu fundador era profeta, como provado extensivamente na parte 2 desse volume. Assim, todos os requisitos harmonizam-se, dado que o Grande General pelo menos será alinhado em pensamento, espelhando este fundador.
Adendo da 3a edição: como no passado da Cristandade, o Pontífice Santo, catolicamente coroado, coroará o Grande Monarca
Justifica-se pela urgência da noção hierárquica na sociedade: contra a derrocada de tantas monarquias e contra a apostasia de tantas elites, o Vigário de Cristo se oporá com este gesto, ato contrário ao igualitarismo revolucionário contra a noção de elite e nobreza.
Justifica-se pelo cumprimento das profecias privadas acerca da universalidade da vocação do Grande Monarca: vistos largamente no capítulo V, o conjunto dos vaticínios, ou obra do Espírito Santo, há tempos menciona a vinda de um Rei restaurador da Cristandade.
O Papa Santo pode não presidir um Concílio infalível, apesar de tudo
Justifica-se pelas profecias privadas: a Beata Emmerich fala de um Concílio presidido por um outro Papa. Adendo da 3a edição: antes, o resto da frase não fazia sentido gramatical.
Justifica-se pela veneração à S. Pedro: a missão do Papa Santo será tão grande, que alguns pensarão que excedeu a de S. Pedro. Deixando de presidir um Concílio, desvanece-se tal comparação.
Justifica-se pela estrutura da realidade atual em conformidade com a profecia do martírio: com a crise da Igreja, será inviável ao Papa, tampouco lhe será benéfico, chamar o alto clero progressista para compor um Concílio dogmático (Adendo da 3a edição: foram retiradas fracas justificativas adicionais).
À objeção de que o inverso pode se dar (o Papa, não martirizado, preside um Concílio), responde-se pela carência de explicação à profecia da Beata e ao terceiro segredo de Fátima. A última é mais importante, pois tem mais autoridade na Igreja. Se literal, o terceiro segredo se refere mesmo a um Papa martirizado, e enterra a interpretação de que simbolizava um conjunto de Papas do século XX. Confirmando esta interpretação, a missão Papal será ainda mais clara.
Ordem dos atos na primeira aparição pública: Ave-Maria, discurso profético inicial contendo a citação da Bula, dogma, Angelus, bênção. Tudo na frente da imagem da Virgem de Fátima em um andor
Justifica-se pela conveniência da Ave-Maria: num momento de perplexidade geral se apela à Ave-Maria. Ademais, estabelecer-se-á um costume, começando todo Papado por Maria Santíssima dali em diante.
Ainda que possa haver algum milagre de glossolalia, o discurso profético será em italiano, pois o discurso é direcionado ao povo romano. Nessa parte o Papa poderá falar do cumprimento das profecias, do segredo faltante de Fátima, se há um, mencionar o NS, como dito acima, e pode convocar todos os bispos para a consagração da Rússia ao Imaculado Coração de Maria (não feita até hoje). A ordem é conveniente, já que as primeiras palavras do Pontífice eleito são as mais impactantes, tomando mais a atenção de Roma e do mundo. O discurso convenientemente será inspirado pelo Espírito Santo para ter bons frutos.
Em seguida, o duplo dogma, com tradução simultânea do latim por alguém ao lado ou milagre da glossolalia. Depois, segundo hipotetizamos aqui, ocorrerá o milagre com o Angelus, o Papa abençoará os fiéis, e o Sol começará a voltar ao seu lugar anterior, porém, só depois da bênção, porque se voltasse antes, ou durante, não haveria o sentido do Sol significar a luz oriunda do Papa Santo. Mais simbólico ainda será o evento se a breve cerimônia de apresentação do Papa à Roma for
feita diante de uma imagem de Nossa Senhora de Fátima, que entrará previamente via
andor na sacada da Basílica de S. Pedro, pois sua presença confirmará aquela missão épica e profetizada.
Resumo das hipóteses deste artigo: O Pontificado do Papa Santo, espelhando o Pontificado glorioso de São Pedro e o de Pio IX, começará exercendo a autoridade e restaurando. Assim, a primeira condenação dos erros será semelhante ao Syllabus de Pio IX. Esse novo Syllabus (NS) virá acompanhado de um catecismo novo já pronto na vinda do Papa, visando tanto os neopagãos, como os fiéis. O Papa Santo proclamará duplo dogma mariano (Mediação Universal e Co-Redenção) em sua primeira aparição pública. Na proclamação dos dogmas, quando o Papa Santo fizer sua primeira aparição pública, acontecerá um milagre. Então, com a nova indumentária, o Papa será coroado com a Tríplice Tiara de S. Pedro, mesmo sem a cerimônia habitual de coroação, e colocará a capa da TFP no Grande General e no Grande Monarca. Como no passado da Cristandade, o Pontífice Santo, já catolicamente coroado, coroará o Grande Monarca. Os atos do Papa Santo, na primeira aparição, seguirão a sequência: Ave-Maria, coroação com a Tríplice Tiara,
discurso profético inicial contendo a citação da Bula, dogma, Angelus, citação da Bula, bênção. Tudo na frente da imagem da Virgem de Fátima em um andor. Todos os Papas do Reino de Maria serão coroados com a coroa de S. Pedro, após a Ave-Maria inicial, e diante da Virgem de Fátima em um andor, rememorando este evento.
Próximo deste capítulo: A eleição do Papa Santo